Me dê a sua mão... escrita por Princess Passion Fruit


Capítulo 11
"-Eu estou apaixonado por você."


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde cupcakes!
Como vocês estão? Senti saudade de todos vocês. Me perdoem pela demora, esse capitulo foi extremamente cansativo e trabalhei nele dias e dias, mas enfim...
Queria agradecer a todos os comentários perfeitos de vocês, amei cada palavra, cada letra, cada ponto e virgula, cada tudo haha!
Vocês são nota 10. Agora, sem mais delongas...
Boa leitura, e até lá em baixo.



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***

Cinthia explicou tudo o que havia acontecido para Thiago, o próprio entendeu o porquê de Ana estar daquele jeito, isso já havia acontecido uma vez com a ruiva, e ela não havia se conformado em ver o pai daquele jeito no hospital. Isso havia acontecido quando ela possuía 9 anos, era uma criança com a maturidade suficiente para entender que o homem estava muito doente e precisava, mais do que nunca, do apoio da filha. A mulher deixou os dois à sós e foi para a casa de Ana atender a ligação, assim que chegou lá o telefone tocou e Robert perguntou se ela poderia ir ao hospital, e como a mesma - de forma alguma - poderia negar o pedido do médico, aceitou.

A morena não demorou muito para chegar no hospital, entrou eufórica no estabelecimento e foi diretamente para a recepção:

–Boa noite, sou Cinthia Walker, responsável por Ricardo Garcia. Vim a mando do doutor Robert Johnson. Disse tentando achar novamente o ar que lhe faltava.

–Boa noite, o doutor Robert está atendendo uma paciente agora, a senhorita poderia aguarda-lo na sala de espera que fica ali na frente e assim que ele chegar eu mando a avisarem. Respondeu calmamente uma mulher com aparência jovem, a mesma não possuía reação alguma, tinha cabelos negros, lisos e cortados na altura dos ombros, quase sem maquiagem - não dizendo que ela estava completamente natural pois possuía apenas uma base, sombra bege nos olhos e um batom avermelhado -. A mãe de Thiago caminhou até a sala de espera, que por sinal não estava muito cheia, e sentou-se em uma das cadeiras na penúltima fileira. Algumas enfermeiras passaram rapidamente e com expressões preocupadas, o que acabou deixando Cinthia aflita, depois de alguns intermináveis minutos um senhor não muito alto, com o cabelo grisalho e de pele morena entrou na sala de espera fazendo todos que estavam lá o olharem:

–Srta. Walker. Disse o homem em um perfeito tom para todos que ali estavam o escutassem, Cinthia se levantou um pouco aliviada e caminhou juntamente com o homem de jaleco branco por um estreito e comprido corredor, chegando por final em uma sala mediana e extremamente gelada:

–Sente-se. Ordenou o homem se confortando em uma cadeira de frente para a mulher, também sem nenhum tipo de reação no rosto.

–Como ele está doutor?. Interrogou a mulher com uma expressão séria e ao mesmo tempo preocupada.

...

O dia seguinte amanheceu quente e ensolarado, Thiago acordou com uma pequena dor nas costas, mas nada que o preocupasse muito. Levantou-se do colchão no chão ,em que havia dormido aquela noite, e o desfez pondo todos os lençóis no armário. O menino voltou seu olhar para Ana que ainda dormia, entrou no banheiro que tinha em seu quarto, e se despediu de suas roupas. Se enfiou debaixo do chuveiro esperando deixar seus cabelos totalmente molhados. O menino se ensaboou e depois se molhou novamente. Saiu do box dando pequenos pulinhos e depois se enrolou na toalha, se secando e por fim pondo uma bermuda Surf com listras azuis e uma camiseta branca. Saiu do banheiro e penteou o cabelo, desceu as escadas do seu quarto e avistou sua mãe:

–Bom dia mãe, como está o tio Ricardo?. Perguntou o menino se sentando na mesa em que sua mãe se concentrava, a mulher o olhou com tristeza e hesitou um bom tempo em responder a pergunta do filho, que ainda a aguardava.

.

.

Ana acordou e pôs as mãos nos olhos, a luz do sol que ultrapassava a janela transparente a despertou, a menina levantou um pouco desconcertada e abriu a janela deixando o sol reinar sobre o quarto como sempre faz quando acorda:

–Você não muda mesmo né. Falou Thiago com um pequeno sorriso, Ana não deixou de retribui-lo.

–Não, e você sabe que isso é minha rotina. Falou a ruiva arrumando a cama do mesmo. Ambos ficaram em um silencio que parecia eterno, a menina tentava não parecer envergonhada por ter dormido na cama do moreno e ele no chão, já o mesmo admirava cada traço da menina com um pequeno e bobo sorrisinho no rosto:

–Como você se sente?. Perguntou o moreno a ajudando com os cobertores.

–Na medida do possível. Disse.- Obrigada por ter aturado todo o meu drama ontem, e obrigada por ter me aturado a noite toda também.

–Não fale assim, Ana. Continuou.- Aquilo não foi drama, você só estava nervosa e sabe que sempre será bem vinda aqui em casa. Afirmou Thiago.

–Eu preciso, urgentemente, de um banho. Disse a menina se olhando.- Se eu demorar é porque eu quis ficar um pouco sozinha, tá?.

–Tudo bem, vá em casa, tome um banho e volte quando quiser. Ana balançou a cabeça em sinal de "sim" e saiu do quarto.

Ana desceu as escadas tão rápido, que nem percebeu a presença de Cinthia no local, a ruiva atravessou a rua rapidamente e adentrou em casa, subiu degrau por degrau quase se arrastando e abriu a porta do quarto ainda sonolenta. Jogou-se na cama como se nada mais importava, a única coisa que podia fazer era chorar, tapou os olhos com as mãos e simplesmente chorou, tudo o que ela mais queria naquele momento estava, provavelmente, numa cama de hospital, e ela não podia fazer nada. Queria apenas fugir, isso. Fugir talvez fosse a melhor opção, mas não podia simplesmente deixar tudo de lado, a palavra "simplesmente" não se encaixa em fugir, tão bem, quanto se encaixava em chorar. Ana sentia como se estivesse enterrada bem no fundo, como se gritasse tanto mas ninguém a escutava, esse sofrimento - que parecia nunca findar - só aumentava. E a cada lágrima que rolava, ela se sentia cada vez mais culpada. O mundo em volta pareceu parar para rir de tudo o que passava, a mesma cedeu aos soluços que começaram a pedir para saírem, e sem perceber, já chorava compulsivamente. Uns minutos depois, a garota caminhou até o banheiro, se despiu de suas roupas, uma por uma, e entrou debaixo do chuveiro, agora já não tinha como diferenciar o que era água e o que era lágrima. Depois de tantas tentativas de parar de chorar, Ana conseguiu, estendeu a mão - ainda dentro do boxe - à procura de sua toalha, e puxou para si se enrolando nela. Os cabelos longos e ruivos pingavam na mesma, a menina os enrolou em outra toalha daquela e saiu. Vestiu-se normalmente e fez um rabo-de-cavalo, desceu as escadas e sem fome nenhuma sentou-se no sofá. Precisava ficar um pouco sozinha, em vão, a campainha a despertou de seus devaneios e de sua vontade de ficar a sós, trazendo a ruiva para seu mundo real. Levantou-se um pouco desanimada e deu de cara com Rubens parado na porta. "Droga." Foi a única coisa que pode pensar até ele se pronunciar:

–Oi, Ana. Disse o moreno com um sorriso sem precisar amostrar os dentes.

–Oi, Binho. Respondeu.- Entre!. Exclamou dando passagem para o menino entrar em casa, o mesmo se sentou no sofá e a olhou.

–Eu precisava muito falar com você, por isso que resolvi vir aqui te perturbar. Ana arregalou os olhos e Binho riu.- Estou brincando, vim aqui em busca de perdão. Disse

–O quê?. Perguntou Ana com a testa franzida.

–Queria que você me perdoasse, fui um tolo aquele dia. Tentei fazer uma coisa que não era do seu agrado e acabei te magoando. Ana se lembrou do que ele estava falando, realmente ele estava arrependido, pelo menos era isso o que parecia.

–Não fale uma coisa dessas, eu que fui a culpada, eu que recuei, e eu que te magoei e...

–Você só não quis e pronto, Ana, não se culpe por isso. Falou ele interrompendo a ruiva e abaixando a cabeça.- Eu fui rápido demais, não era pra mim ter feito aquilo.

–Tudo bem, eu te perdoo, mas não fica assim não, ok?

–Sério?. Perguntou Rubens incrédulo.

–Sim. Disse Ana rindo do menino que sem pensar duas vezes a abraçou, a mesma retribuiu o abraço do moreno.

–Obrigado. Disse o menino se soltando do abraço com um largo sorriso.

–Que isso. Disse em forma de "de nada". Binho levantou, se despediu da garota e saiu. Ana aproveitou para mandar uma mensagem avisando pra Tati dar uma passadinha lá na casa dela, dito e feito.

...

Tati não demorou muito para chegar, a mesma vestia um short xadrez, uma blusa de manga preta, e um coque frouxo no cabelos. Ana a esperava sentada no quarto, a mesma lia um livro qualquer até ser interrompida pela morena batendo na porta:

–Entra. Disse pois já sabia que era a amiga. Ela entrou com calma e sorriu ao ver a ruiva.

–Como você está, Aninha?. Perguntou se sentando em uma cadeira qualquer que estava no quarto.

–Estou indo. Disse Ana soltando um longo e pesado suspiro.

–E posso saber o que isso significa?. Perguntou desconfiada de que a amiga não passava bem.

–Recebi uma ligação ontem a noite, era de um hospital que não me recordo muito bem do nome. Parou de falar por falta de ar.- Eles pediram para falar com alguém responsável pelo meu pai, e a única pessoa mais velha que morava mais perto era a tia Cinthia. Explicou a menina, ela continuou a contar tudo o que aconteceu ontem resumidamente.

–Nossa, Ana. Disse a morena tirando um cacho que havia caído na frente dos olhos.- Me perdoe por não estar com você nesses momentos. Disse colocando as mãos no rosto.

–Tati, entenda que nem sempre você pode estar satisfazendo as minhas vontades, você tem uma vida para cuidar, uma mãe para cuidar, não pode sempre estar ao meu dispor. Disse.

–Não fala isso, é minha obrigação recolher todos os seus caquinhos. Falou suspirando.- Como eu pude ser uma amiga tão má? Eu prometi que recolheria todos eles. Se culpou ainda com as mãos no rosto.

–Olhe para mim, Tati. - Disse atraindo a atenção da morena.- Você é a melhor amiga que alguém pode ter, e eu te amo por isso. Disse Ana.- Por estar presente em todos os momentos, então nunca mais, nunca mais repita o que você disse, Ok?. Perguntou a ruiva deixando Tati com os olhos marejados.

–Não faça uma coisa dessas comigo, Ana. Sussurrou limpando algumas lágrimas que caíram e no final soltou uma risadinha. As mesmas mudaram rapidamente de assunto pois não queriam esconder um rio que estava prestes a vir:

–E como foi dormir no quarto do Thiago?. Perguntou com um sorriso maroto no rosto.

–Normal. Disse Ana sem reação alguma, afinal, não havia acontecido nada de diferente.

–Normal?. Perguntou incrédula.

–Sim, normal. Confirmou novamente.

–E você, ainda sente algo por ele?. Perguntou à Ana.

–Não sei, acho melhor sermos só amigos mesmo. Disse e passou a fitar o chão.

–Você mente tanto que passou a acreditar nessa mentira que inventou para si mesma. Disse a morena

–Não posso simplesmente virar pra ele e falar que ainda sou completamente apaixonada por ele. Disse Ana em sua defesa.

–Tudo bem, mas não pode esconder isso dele. Falou a morena.- Ninguém consegue mentir por muito tempo. Ana, você tem que falar isso à ele. Disse e logo abriu um sorriso.

–O que foi?. Perguntou a ruiva.

–Você e o Thiago, formam um casal perfeito. Disse rindo e Ana ficou mais vermelha que seu cabelo, o que era quase impossível.

.

.

Depois de Tati ir embora Ana teve uma pequena surpresa, Thiago apareceu no quarto dela e a mesma ficou estática no mesmo lugar quando o viu, o menino não sorriu fazendo com que ela estranhasse isso pois ele sempre sorria quando a via:

–O que aconteceu?. Perguntou o olhando fixamente, o mesmo sentou-se na beira da cama da ruiva.- Você está me deixando preocupada, Thiago. Disse já começando a ficar com os olhos marejados.

–Eu preciso mais do que nunca que você seja forte, tudo bem?. Indagou o moreno tentando não preocupa-la, em vão, as lágrimas já rolavam freneticamente no rosto da menina.- Ana, eu preciso que me ajude por favor. Disse a olhando com tristeza.

–É o meu pai né? Me fale, eu preciso saber!. Disse Ana quase gritando com o menino, ela estava cada vez mais preocupada com o pai, e não sabia o que fazer além de chorar.

–Se acalme, Ana. Por favor. Disse tentando de qualquer forma não deixa-la do jeito que já estava, a mesma assentiu e ele começou a falar.

–Hoje de manhã, minha mãe me disse que foi no hospital onde seu pai, por um motivo que eu ainda não sei, está, os médicos disseram que ele está em um estado delicado mas quero que você saiba que eu sempre estarei aqui com você, e preciso que você seja forte. Disse ele repetindo o que Ana precisava fazer, a mesma chorava compulsivamente, de novo.

–Você disse isso quando foi embora. Sussurrou a ruiva em meio aos soluços.

–Mas eu te prometo que desta vez estarei com você. Disse ele estendendo os braços para Ana, que não recuou, e se envolveu nos braços do moreno. Thiago tentava acalma-la a todo momento, mas Ana não conseguia se concentrar nas palavras do moreno, apenas pensava no que poderia ter acontecido com seu pai.

...

Thiago ainda estava no quarto da ruiva, ele se sentia na obrigação de não deixa-la, Ana já não chorava mais, não tinha mais lágrimas para derramar, e mesmo assim o menino continuava ali:

–Eu quero que saiba que naquele dia que eu fui embora, eu pensei em você toda hora.- Disse ele tentando mudar de assunto, a ruiva o olhou tentando dizer para ele não tocar nesse assunto agora porque não era uma boa hora para aquilo em vão, o menino insistiu e continuou tocando no assunto.

–Vamos esquecer isso, por favor. Disse tentando se parecer forte, uma coisa que ela não era.

–Já está esquecido, mas eu preciso que saiba de um coisa. Disse meio envergonhado e logo depois parou de falar e fitou o chão.

–Fale. Disse Ana o olhando curiosa.

Estou pensando em como as pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas, talvez apenas com o toque de uma mão, e foi por isso que eu pedi para que você me desse a sua mão, porque eu era apaixonado por você e ainda me apaixono por você a cada dia... Disse ele a fitando e a mesma o olhou.- Eu estou apaixonado por você. Disse baixinho

–Thiago. Falou ela o repreendendo envergonhadamente.

–Eu estou.- Ele disse ainda a encarando, e ela pôde ver os cantos dos olhos dele se enrugando.- Estou apaixonado por você e não quero negar o simples fato de poder compartilhar algo verdadeiro. Estou apaixonado por você, e sei que o amor é apenas um grito no vácuo e que você provavelmente nem imaginava isso, mas não podia simplesmente esconder isso por muito tempo. Eu sei que te abandonei mas também sei que ainda estou apaixonado por você.

–Thiago!. Repreendeu-o novamente mais corada do que um tomate.

–O que foi?. Disse ele.- Só estou falando a mais pura verdade, não poderia esconder isso de você por muito tempo. Confessou ainda fitando o chão .- É possível amar muito alguém. Mas o tamanho do seu amor por uma pessoa nunca vai ser páreo para o tamanho da saudade que você vai sentir dela. Disse novamente uma frase que havia marcado a vida de Ana.

–Você não poderia ter falado isso, olhe o meu estado. Disse apontando para seu rosto avermelhado e o menino não deixou de rir.- Não acredito que você vai mesmo me deixar corada todas as vezes que falar comigo. Perguntou indiretamente.

–Não sei, o que você acha?. Perguntou ainda rindo.

–Não, isso que é uma tremenda injustiça. Disse com um sorriso tímido no rosto se referindo ao sorriso de Ana. O mesmo achava que ele não poderia ser negado pois poderia por o fim nas guerras e curar o câncer. Ela tentava mudar de assunto o mais rápido possível, estava em um tremendo "constrangimento envergonhado."

–Não!. Exclamou ainda sorrindo.- Não acho isso uma injustiça, é um simples ato de agradecer aos outros. Disse a ruiva.

–Entenda como quiser. Rebateu o menino com um sorriso de lado, a ruiva estava incrédula por todas as palavras que Thiago havia dito, ambos ainda se fitavam, sem nem entender o que poderia acontecer após esse infinito e constrangedor silêncio.


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Notas finais do capítulo

Cri, cri, cri...
E aí? o que acharam do capitulo?
Todos os fantasminhas apareçam por favor. Vocês fazem falta.
Capitulo longo por conta da demora. Aguardo carinhosamente todos os comentários de vocês, capitulo revisado mas sempre tem aquele erro que a gente não vê, então.. me avisem caso tenha.
Obrigada pela atenção anjos, não esqueçam de comentar.
comentem i que vocês acham que a Ana vai fazer depois de todo esse silencio? E como eles vão reagir à todas essas palavras? E o Thiago? o que ele vai fazer?
COMENTEM!!! E até o próximo...E