Growing back escrita por kelly pimentel


Capítulo 29
Capítulo 29




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É claro que eu já vivi momentos mais complicados, mas antes, quase sempre, Katniss esteve ao meu lado, muitas vezes nossas mãos estiveram juntas enfrentando o pior, mas naquele momento eu só podia contar com ocasionais conforto do seu olhar. Eu estava de um lado da sala, sentando ao lado de Haley que se sentia indisposta, o que dificultava ainda mais o que eu precisava fazer. Havia combinado com Katniss, a pedido dela, que só contaria a Haley minha decisão quando estivesse indo deixá-la em sua casa no Capitol, já que ela tinha uma consulta. “Ela vai receber uma notícia ruim, é melhor que faça isso em casa” disse Katniss, eu achei que não poderia amá-la mais do que já amava, mas cada novo segundo somava amor.

Haley insistiu em voltar pra casa no mesmo dia pois estava se sentido muito cansada, então me despedi de todos, principalmente de Annie e Katniss e pegamos o último trem da tarde. Katniss estaria voltando para o Capitol no dia seguinte então poderíamos voltar para o 12 juntos, finalmente.

—Nós precisamos conversar. – Digo a Haley depois que ela sai do banho, já vestida, ela solta a toalha dos cabelos ruivos e começa a secá-los.

—Você ainda está vestido. Não vai dormir aqui? – Pergunta.

—É sobre isso que precisamos falar. Não só sobre isso... Haley, você sabe o quanto eu sou grato por tudo, não sabe?

—Você não precisa me agradecer querido, eu te amo e... – As palavras me cortam então não deixo que ela prossiga.

—Eu queria poder dizer o mesmo. – Digo tentando suavizar a situação ao máximo. – De verdade, mas...

—Peeta... o que você está tentando me dizer? – Ela diz sentando-se, observo o modo como ela coloca uma mão na boca e outra no ventre, imagino que seja uma postura maternalmente defensiva.

—Eu sinto muito Haley, mas eu não posso fazer isso. Eu não posso apertar um botão e começar a te amar e, principalmente, eu não posso, nem quero, parar de amar Katniss.

—Mas com o tempo...

—Não. Nenhum tempo do mundo vai mudar isso. Eu não estou tentando te machucar, eu sei que vou te machucar, mas não estou tentando.  Quero que você seja muito feliz, e eu vou amar esse filho da mesma forma, mas eu não posso ficar com você quando meu coração pertence a outra, não é justo com nenhum de nós.

—E é justo comigo me abandonar agora? – Ela pergunta com certa fúria.

—Nada disso é justo. – Digo lembrando a frase de Katniss. – Me perdoe, mas eu não posso.

—Ok. – ela diz ficando de pé novamente. – Se é isso que você quer, eu quero que saia da minha casa, da minha vida, eu quero que você esqueça que esse filho é seu.

—Haley, você não pode...

—Claro que posso. É o meu filho. Não vou mata-lo como Katniss, sua preciosa Katniss, faria, mas você não vai chegar perto do meu filho, se tentar eu desapareço e você nunca vai nos encontrar.

Não sei bem que dizer, sinto por um momento uma perversidade nas palavras que ela usou, como se estivesse maliciosamente as escolhido para me machucar. Passo a mãos pelos cabelos e a encaro, em nenhum momento previ aquilo.

—Você não pode fazer isso. - Digo novamente.

—A escolha é sua Peeta. Você pode ficar comigo, com seu filho. Ou ir embora atrás de Katniss, mas você não pode ter tudo. – Ela diz me encarando, dou as costas e caminho em direção à porta.

—Aonde você vai? – Ela pergunta furiosa.

—Eu preciso ficar sozinho. – Digo.

—Onde você vai? Pra casa dela?

—Eu só preciso ficar sozinho. Não faça nenhuma besteira. Volto amanhã pra consulta.

—Só apareça nessa consulta se estiver disposto a ficar comigo. – Ela diz. Não respondo, não estou disposto a ficar com ela.  

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Katniss solta coloca o telefone de volta no gancho e nos encara, seu rosto está um pouco sem cor, foi mudando conforme a conversa no telefone progredia, conversa essa que acabou com um “eu também” bem cansado.

—O que aconteceu? – Pergunto. Estive tentando prestar atenção na conversa, mas só tendo acesso às falas de Katniss não pude entender muito além da noção geral de algo não estava certo. Cressida que está sentada ao meu lado se levanta e vai até Katniss perguntando se ela está se sentido mal, em alguns segundos Katniss volta a si.

—Peeta.. – ela diz sentando-se. – Ele me disse que Haley ameaçou desaparecer com o bebê caso ele a deixe.

—Víbora! – Digo exaltada.

—Johanna! – Cressida dispara. – Você não pode julgá-la tão negativamente, ela está grávida e assustada isso é comum, mas ela não pode fazer nada de verdade Katniss, pra onde ela iria?

—Não sei. Mas não acho que deveríamos arriscar.

—Ah não... – Digo ainda revoltada. – Você quer ficar com ele, ele quer ficar com você. Snow, mortes, arenas... tudo isso que vocês enfrentaram e agora vão deixar uma ruivinha falsa os separar? Não ouse dar para atrás Katniss ou eu juro que vou bater em você.

— E o que você quer que eu faça Johanna? Não é minha decisão. É dele.

—Vocês são as duas pessoas mais idiotas que eu conheço. Não estão vendo que isso tudo é jogo dela? Aposto todo o meu dinheiro na ideia de que ela se quer está mesmo grávida.

—Não diga bobagens. Peeta ficaria arrasado. – Katniss diz me olhando torto.

—Ok, façam o que bem entender. – Digo me levantando. -Vou subir, se eu continuar olhando pra essa sua cara vou parti-la ao meio.

—Johanna! – Escuto Cressida protestar mais uma vez, mas ignoro subindo as escadas em direção ao quarto.

Entro no banheiro e tomo uma longa ducha quente, quando saio Cressida está deitada na cama, usando apenas uma regata preta bem decotada, seus cabelos soltos e um livro nas mãos. A visão me faz sorrir, mas tento me concentrar no assunto que realmente importa no momento: Peeta e Katniss.

—Posso atrapalhar sua leitura? – Pergunto fazendo ela perceber que estou no quarto.

—Claro. – Ela diz fechando o livro e colocando-o de lado. – Como exatamente você pretende atrapalhar? – Pergunta maliciosamente.

—Não dessa forma, não ainda. – Respondo sorrindo. – Eu só estava pensando sobre Haley, você não acha essa história estranha? Ela deve ter percebido que Peeta queria voltar para Katniss, não dá pra não sentir quando um amor desse tamanho se manifesta, e ai ela inventou essa gravidez, e agora disse que vai sumir com o bebê caso Peeta a deixe, isso é prova de que essa mulher não bate bem da bola.

—Bom, eu já vi armações piores, então acho que é possível sim. Mas ela parece tão..

—Inocente? Porque pra mim ela parece uma sonsa. E eu não vou descansar até provar. E você vai me ajudar. – Cressida me olhar intrigada e depois sorri.

—Eu diria que comecem os jogos, mas não sei se isso é algo apropriado de se dizer a um vitorioso.

—Você sempre pode me dizer qualquer coisa. – Respondo.


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