Qual meu problema? Eu acho que as outras meninas não sabem o que é também. Acabo de ressuscitar e parti um carvão ao meio. Acho que eu deveria baixar minha bola por aqui.
– Alô, Serena - diz Abby, estalando os dedos para mim. Estou sentada na minha cama, Kathy está sentada na dela ao meu lado, Abby está no beliche de cima, que fica em frente ás nossas camas, e Angie está no beliche de baixo. Está de noite, umas oito horas. A hora de dormir é ás nove.
– Oi? - digo. Estava voando em meus pensamentos.
– A gente tava dizendo - disse Angie - que você deveria tentar aprender mais com a gente sobre Telecinese. As aulas tão avançadas e você não tem controle ainda, então seria uma boa a gente te ensinar.
– Ah - digo. - Claro. Sem problemas.
– Ótimo! - diz Angie.
Nesse momento, ouço um grito alto vindo de longe, que vai se aproximando, se aproximando....
A porta do quarto se abre, e alguns segundos depois, Maggie, a menina que me matou, aparece no meu quarto, gritando e furiosa. Com queimaduras em formato de mãos no rosto.
– Cadê a vadia? - grita ela, e todas olham para mim. Algumas colegas de quarto dela entram também.
– Ei, sua rapariga! - grita Angie. - Quem você pensa que é pra entrar no nosso quarto desse jeito, hein?
– Essa puta me queimou! - grita Maggie.
– E você a matou - diz Abby, descendo do beliche.
– Não importa, uma de nós ia morrer - fala Maggie, alto. - Agora essas queimaduras são permanentes! Eu vou morrer assim! A única que poderia consertar seria essa hippie Misty Day que Zoe vive falando!
– Espera - digo, não suporto que me chamem de vadia - Você me matou. Fudeu minha coluna e agora quer partir pra cima de mim por causa de umas queimaduras? Pois eu digo. Não vai! - ao eu gritar as últimas duas palavras, Maggie é empurrada contra a parede, sabe-se lá como.
– É, ela definitivamente precisa de aulas - disse Angie, se levantando da cama.
– Vai ser assim, é? - diz Maggie, voltando para o lugar onde estava. - Pois que seja!
– Ah, Maggie - diz Angie, com calma, indo em direção á ela, fazendo caras e bocas, mexendo nas unhas de forma pertubadora. Imagino que ela esteja alucinando a cabeça de Maggie. - Você não quer isso, não é?
– Angie, pare com isso! - fala Maggie, alto, recuando.
– Ah, mas eu só comecei a brincar. - diz Angie.
– Mas Maggie - diz Abby, imitando com perfeição a voz de uma criança. - Você não quer machucar essa menina, né?
– Abby, por favor - diz Maggie - minha irmã não. - Ela estava chorando.
Nesse momento, Kathy passa por Abby e Angie e toca no pijama preto de Maggie, fazendo o pijama virar pó, deixando-a somente de calcinha. Estava sem sutiã. Ela cruza os braços, chorando. As colegas de quarto dela não fazem nada, imagino que estão igualmente assustadas.
– Por quê? - diz Abby, chorando.
– Não mecha com o nosso quarto, que não mexemos com o seu, maninha. - diz Abby, ainda imitando a voz de criança.
Maggie sai correndo do quarto, e as colegas de quarto dela vão atrás.
A porta se fecha, e as meninas comemoram.
– Por quê vocês fizeram isso? - pergunto, paralisada, e elas olham para mim.
– Somos suas melhores amigas aqui. - diz Abby.
– Sempre fazemos isso por nossas amigas - diz Angie
– Eu tenho certeza que elas fariam isso por mim também. E você também. - diz Kathy.
– Nossa - digo, gostei de elas me considerarem amiga. - Obrigada.
– Vai ter volta! - Ouço a voz de Maggie ecoar pelo corredor.
– Estamos esperando! - grita Angie.
E todas voltamos ás nossas camas, como se nada tivesse acontecido.