Livro 1: A ULTIMA CARTA escrita por DISCWOLRD


Capítulo 2
Um mal entendido




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/594643/chapter/2

Capítulo 2 – Um Mal Entendido

— EZREAL, NÃO! — Lux gritou desesperada ao ver o homem apontar a arma na direção dele

Dizem que, quando chega à hora da morte tudo se torna claro, a vítima é acometida de compreensão e suas memórias irrompem em sua mente como um filme. O homem moveu-se na direção de Ezreal em uma das mãos a arma reluzia sob o sol. Com um ruído seco a bala atingiu Ezreal, e uma sensação de dor começou a se propagar. Sentiu nitidamente a dor do ferimento. Colocou os dedos sobre a ferida e a examinou. Havia sangue em seus dedos. Por um instante seus pés fraquejaram e dobraram sobre si, Ezreal caiu de joelhos. Seus pulmões ardiam como fogo. Ele caiu para frente, com uma das mãos apertava o seu peito e a outra se apoiava no chão. Sua respiração estava lenta e pesada.

Em seguida, uma sensação de calma e tranquilidade se apossaram dele. A dor havia sumido. Ele virou o rosto, seus olhos se encontraram com o de Lux, seus olhos febris a perfuraram, eles estavam cheios de lagrimas. A feição de Ezreal havia calma e aceitação. Os lábios de Lux se moveram, mas não ouve som e um medo incontrolável e um tremor se apossou dela. Depois uma enorme onda de infelicidade pareceu percorrer seu corpo. Quase incapaz de conter seus lábios trêmulos, ela fez menção de dizer algo, mas não saiu nenhum som. Mais uma vez ela tentou, e com um grito, ela liberou a torrente de emoções de uma única vez

— NÃOOOOOOOOOOOOOO!!!

Ezreal ensaiou um sorriso e caiu sem vida no chão.

6 semanas antes...

OST

No oeste de Valoran nas praias brancas, foi erguido um império, ao qual foi épica a tarefa erguer as muralhas e as torres, as casas e os lugares consagrados dessa fortaleza quase impenetrável, Demacia. Era uma cidade-estado, grande e próspera, edifícios eram estruturas imponentes construídos com pedra, seus telhados inclinados e janelas de sacada. Tamanhas belezas de suas construções erguem-se imponentemente em direção ao céu. As pedras brancas e o mármore usado em seus edifícios refletem o sol dando um tom angelical de poder e nobreza à cidade.

Esta é a cidade de homens a serviço da justiça, com prazer darei a minha vida para defender sua beleza e sua memória

Demacia é circuncidada por uma imponente muralha branca, ela era de grande altura e espessura, foi construída com fogo e sangue Demaciano, e sua face externa era dura, branca e lisa, invencível por aço, fogo e magia. Lar de um povo nobre, que preza a cima de tudo o amor por sua terra e a justiça. Mas, adotam medidas aparentemente draconianas para garantir que seu código moral continue a ser o único código pelo qual se pode viver dentro da cidade-estado. Seu governo é impiedoso na justiça e condena severamente qualquer um que vá contra os seus ideais. Como uma monarquia, Demacia é constituída por diversas famílias nobres, que administram a cidade-estado, Casa Lightshield, Casa Spiritmight, Casa Vayne, Casa Laurent e a Casa Crownguard são exemplos das mais relevantes famílias do reino. Seus filhos são treinados desde jovens para servir como exemplo brilhante de como um cidadão deve conduzir-se, em público e na vida particular.

Nos meados da cidade, uma construção se destaca das demais. Uma grandiosa mansão branca surge em meio ao extenso jardim. Uma escadaria dá acesso a sua majestosa entrada, três grandes colunas dão harmonia nas proporções, regularidade das formas e serenidade em sua expressão. Suas forma retilínea concorda com as janelas milimetricamente posicionadas que iluminam a casa como um todo. Rente a mansão é possível ver uma grande estatua de um guerreiro cuja face demonstra austeridade e determinação. Seus olhos fitam o horizonte como se ela visse o futuro que lhe reservava.Em seu braço esquerdo um enorme escudo com o símbolo da família a que pertencia e em sua mão direita uma grande espada. Na parte de baixo, um enorme cubo de mármore que serve de base a estatua, esta escrita os dizeres:

A glória deve ser conquistada, e a honra nunca deve ser perdida. Casa Crownguard

OST

Aquela manhã o sol subia devagar como se não tivesse certeza de que valia o sacrifício. Mas mesmo assim depois ela brilhava alto no céu e parecia sorrir para Demacia, a estrela fervente flamejava intensamente, as poucas nuvens decoravam o céu. O relógio já apontava dez horas e as ruas já estavam movimentadas. Os poucos cidadãos terminavam de acordar se preparando para mais um dia de afazeres.

Em uma rua estava Ezreal, o jovem pródigo explorador. Ele havia passado alguns dias estudando exemplares de livros na biblioteca. Agora abandonava o local em alta velocidade, por motivos que são um tanto complicados, mas que têm a ver com uma tentativa de fugir de um cachorro.

A tentativa obteve êxito absoluto, vale salientar. Apesar dos contratempos ele havia se esgueirado pelo muro e agora estava dentro do jardim da mansão, em uma frondosa árvore sentado sobre um galho.

— Ali está. Como eu adoraria por minhas mãos nela — Disse Ezreal olhando fixamente para o seu alvo. — Olha aquelas curvas, meu deus, qual será a idade daquilo, 300 anos?

O jovem explorador encostou-se no tronco e lembrou da sua cansativa procura por esse vaso. Quatro meses andando por Valoran, os perigos que passou, o tempo perdido para achar o raríssimo vaso centenário.Mas agora, a procura mostrou seu resultado. Ele descobriu que a peça estava na cidade-estado Demacia, na casa Crownguard.

— 300 anos de história naquela peça, eu fico imaginando o que ela poderia me contar.— Pensou — Se esses nobres têm essa peça, talvez eles tenham algo mais — Ele tomou novamente os binóculos e retomou a procura.

Não seria nada mal apresentar a história o personagem principal. Ezreal cresceu como prodígio e mesmo criança seu QI era mais alto que a maioria dos professores acadêmicos. Mas, olhe para ele. Um pouco magrelo, como resultado da vida de explorador que não rendia grana. Ora vejam só, quem acha que ser aventureiro dá dinheiro? Vestia-se com um casaco surrado, que já vi dias melhores, que diga, anos melhores e tinha, por algum motivo, um óculos anexo na cabeça. Seu cabelo loiro sempre bagunçado de uma forma que desafiava as leis da física. É provável que algumas pessoas o tomassem por um simples estudante que havia saído de alguma universidade por rebeldia ou tédio e que agora passasse fome vagando mundo afora. Essas pessoas acertaram em cheio!

Todavia, ele tinha as credencias que o distinguia como um aluno brilhante da Universidade de Piltover, mas que no final das contas ninguém ligava. Em geral, os alunos deixavam a instituição sabendo tudo sobre sua área, mas Ezreal saíra antes de acabar o curso, pois acreditava ele que: o verdadeiro conhecimento do mundo, está no mundo e não sobre quatro paredes e alguns professores velhos fedendo a giz.

Ele ganhava a vida mal, obtendo dinheiro com achados que quase nunca aconteciam e com o dom do conhecimento histórico. Por isso, para se manter vivo — ou em condições parecidas — ele fazia bicos sempre que podia. Desde garçom, entregador de encomendas até babar de cachorros. Em regra, evitava o trabalho, mas se via na obrigação de fazer para sobreviver.

O jovem explorador tinha nenhum interesse em heroísmo ou por aventuras extremamente perigosas. Mas tarde, ele descobrirá junto com a garota que está prestes a conhecer, que o destino constantemente vai empurrava-los para aventuras assaz arriscadas. Para então, passar quase todo o seu tempo com ela escapando de várias coisas que vão querer matá-los por várias razões diferentes. O fato de que ele ainda vai continuar vivo, será explicado pela sua sorte. Mas o que tem de sorte tem de azar, pois sempre acabará em enrascadas.

Logo ali, dentro da mansão, uma linda jovem acordava se preparando para mais um dia de afazeres pela cidade. Ela se levantou em sua épica batalha com o lençol que recusava a deixá-la sair da cama. A garota se esticou dispersando o que lhe restava do sono da noite passada, penteou seu loiro cabelo; desceu as escadas de madeira nobre de seu quarto em direção à sala de jantar. Ela cumprimentou os servos da casa com um sorriso que lhe era característico.

— Onde estão os meus pais? — Perguntou a uma serva após se sentar para comer

— Eles ainda não chegaram da viagem senhora

— Entendo, alguma noticia do meu irmão?

— O senhor Garen ainda não chegou. Ele foi em uma missão para proteger as fronteiras de Demacia. A minha senhora gostaria de mais alguma coisa?

— Não, isso é o suficiente.

Lux olhou em volta vendo a enorme sala de jantar e lhe pareceu mais fazia que de costume, olhou a longa mesa e as cadeiras vazias que pertenciam a sua família. Seus olhos percorreram as paredes preenchidas com quadros dos seus antepassados, heróis premiados com gloria e honra de batalhas vitoriosas. Lux olhou para cima e fitou o enorme lustre ornado de cristal e ouro que pendia no teto. Desde jovem ela estava acostumada a comer sozinha, seus pais sempre estavam fora por causa da política, seu irmão apenas estava em casa em poucas ocasiões, seus afazeres e sua importância para cidade o obrigavam a estar sempre ausente. "sozinha novamente", Mesmo em uma paz armada Demacia se matem preparada para o começo da guerra contra Noxus.

Lux comeu em silêncio e se retirou para o seu quarto. Em frente ao espelho, fitou o seu reflexo,

– Lux, você esta horrível.

Ela se jogou na cama e seu cabelo se espalhou sobre o colchão, pressionou o travesseiro contra o seu rosto. Reunindo coragem ela se levantou e se dirigiu até a janela, destravou o trinco e abriu-a. A luz invadiu o quarto e o vento soprou, ela ficou parada deixando que a brisa preencher o seu ser, respirou fundo e deixou que seus longos cabelos dançassem conforme o ritmo do vento.

Agora vamos falar dela. Desde o dia de seu nascimento, o seu pai nunca havia esperado muito de Luxuanna Crowguard. Nascida numa família nobre e rica nos meados de Demacia, seus pais ficariam muito contentes se a jovem Crowguard fizesse nada além de cursar uma escola com as melhores notas da turma, tirasse um diploma qualquer com as melhores notas e casa-se com algum nobre importante. Preservando o nome da família.

De fato para seu pai, Marcus Crowguard, uma filha dos sonhos seria inteligente, a melhor em tudo que fizesse, bem bonita e, claro, obediente. Mas Lux não tinha os traços de personalidade que o seu pai queria. Aos dez meses, já andava sem ajuda. Antes do segundo aniversário já demonstrava talento para magia.

Lux cresceu precoce, cabeça-dura, meio mimada, histérica, rebelde e linda. Uma combinação perigosa. Marcus perdeu a conta das vezes em que colocou a sua filha para se sentar, aconselhando-a a deixar o mundo das batalhas e magias para os homens da família. Por fim, Lux se recusou a vê-lo. Sua teimosia também era preocupante.

Mas tarde Lux, junto com Ezreal, descobriram que ambos têm a aptidão de resolver problemas menores, e transformá-los em grandes catástrofes. Mas infelizmente, mesmo que a dupla recusasse a participar de quaisquer atividades perigosa, de alguma forma, os eventos da vida vão conspirar contra eles, e por fim, vão acabar indo para a missões perigosas de qualquer maneira. Querendo ou não.

Satisfeita com a brisa da manhã, ela trocou de roupa colocou sua armadura de costume e olhou no espelho, colocou seu diadema e girou no calcanhar, seus cabelos acompanharam tardiamente o movimento. Colocou as mãos nas costas e se inclinou para frente, com um sorriso resplandecente no rosto, analisou seu reflexo e disse "eu estou brilhante". Pegou seu cajado e se preparou para sair, quando percebeu algo estranho. Um brilho vindo de uma arvore no meio de um jardim. Ela se aproximou da janela e apertou os olhos, forçou a visão, foi então que viu um jovem loiro com um binóculo.

– E-e-ele estava me vendo trocar de roupa!

Um enorme grito veio de dentro da casa. "AAAAHHHHHH". Esse som fez com que Ezreal caísse da arvore batendo as costas no chão fazendo um sonoro, "crack".

– Mais que droga foi isso?

Ele colocou as mãos nas costas e se alongou para dispensar a dor que sentia.

– será que eu quebrei algo – ele olhou em volta e viu algo que se parecia com seu binóculo – NÃO! Isso foi caro. Isso me custou um mês sem almoço

Enquanto ele recolhia os pedaços ele ouviu outro grito, "TARADO!", os gritos ficavam mais altos. "EU VOU MATAR VOCÊ, TARADOOO!".

A jovem chegou ofegante junto de Ezreal. Lux respirou rapidamente tentando recuperar o fôlego depois de correr por toda a mansão até ali. Puxou o ar em uma única sugada e o soltou. Suas bochechas vermelhas em um misto de raiva e vergonha.

– Porque toda essa gritaria?– perguntou Ezreal

– CALE-SE! Em nome de Demacia eu vou puni-lo! – Gritou Lux apontando para o Ezreal e batendo o pé nervosamente no chão

Ele franziu a testa

– Me punir?

– Como ousa, Tentar me ver nua. Se aproveitando de uma jovem em sua tenra idade.

Ele continuava sem entender

– Espionar? O que esta falando?

Ezreal tentou explicar da melhor maneira possível, mas uma parte que ainda estava intacta do binóculo caiu no chão rolando até os pés de Lux através da grama piorando ainda mais a situação. Ela olhou para o objeto deixando o seu rosto ainda mais vermelho.

– EU SABIA! Ai está à prova do crime!

É terrível quando metemos um pé na lama. Mas não é tão terrível quanto enfiar o outro pé, e também ouvi-lo afundar. Ezreal prosseguiu.

— É um engano...

— Então, eu acho que isso com você é um binóculos, não é?

— Bem, sim e não — Respondeu Ezreal, agora afundado até os joelhos.

— Explique-se!

Lux o fuzilava com os olhos. Ezreal mesmo nas melhores circunstâncias, não era muito bom em interpretar qualquer comunicação que não fosse verbal. Aquela não era a melhor circunstância. Mas sabia que aquele olhar não era nada agradável.

– Na verdade, como eu posso dizer. Nem tudo é o que parece ser... Eu... — Tudo bem, tudo bem — Disse Ezreal, no tom alucinado de quem tenta ver todos os lados da questão e está certo de que é possível chegar a uma solução desde que pessoas de boa vontade se disponham a sentar à mesa e discutir o assunto racionalmente, como seres humanos sensatos. — Ah meu deus, o que é aquilo? — Ele apontou para algo atrás dela.

Lux se virou para encarar o nada. Quando ela voltou a procurar por ele, percebeu algo faltando na paisagem e esse algo era o contorno de Ezreal. Já estava no outro lado do portão — e ainda acelerando.


OST

Uma parte do local explodiu com um clarão formando uma densa cortina de fumaça negra. Ezreal pulou para fora dela se dirigindo até o portão com todo o esforço que poderia colocar em suas pernas. O jovem explorador pulou o portão e ao chegar do outro lado, na rua, a entrada foi arremessada para longe com um feixe de luz. Ezreal não era nada bom com um monte de coisas, mas havia tido sucesso absoluto em se manter vivo até então e não estava disposto a estragar o recorde. Lux apareceu furiosa em meio ao portão destruído, e viu-o correndo a toda já estava no outro lado da praça.

O garoto correu por um beco sem prestar atenção aos gritos histéricos que vinham da garota. Ele saltou um muro alto. Caiu no teto de uma loja de tapetes, espalhando mercadorias e dispersando clientes, seguiu pela saída dos fundos com pedidos de desculpa, escorregou por outro beco. Ezreal estava horrorizado. Ele tinha o instinto de perigo bem apurado. Naquele momento, esse instinto lhe batia na lateral do crânio, impelindo-o a correr cada vez mais rápido.

– Meu deus, o que deu nessa garota. Ela realmente quer me matar?

Com um grande estrondo a porta dos fundos da loja foi arremessada e no meio do buraco onde estava à entrada, Lux aos gritos histéricos.

– Ei espere, eu sei que podemos nos entender. Isso não passa de um engano! - Ezreal tentou justificar colocando uma das mãos atrás da cabeça e tentando sorrir do jeito mais simpático que conseguia.

– Não importa o que você diga, eu irei te matar! – Rosnou ela

– Você só diz isso! “eu vou te matar!”, “morra, pervertido!”, o que diabos pensa que eu sou?

– Um completo pervertido que assedia sexualmente os outros!

Ezreal faz a pose mais "legal" que ele conseguiria fazer, ele ensaiou um sorriso no canto da boca e levantou a sua mão mostrando o seu polegar, dando uma pequena piscada marota.

– Não se engane, a única que assediei foi você!

– Isso é ainda pior. Foi à pior confissão da história!

Não tenho palavras suficientes para descrever toda a ação que se desenrolou. Mas imagine uma maga furiosa determinada a fazer de tudo para acabar com o seu alvo e um pobre garoto determinado apenas a fugir e se manter vivo. Eles iniciam uma perseguição de gato e rato pelas ruas de Demacia. Ela não tomava conhecimento de nada que estava a sua frente apenas alvejava Ezreal com esferas de luzes que explodiam ao contato com alguma coisa. A perseguição continua em um ritmo mais frenético, Lux determinada em pega-lo e Ezreal, bem, ele não queria morrer.

Com um movimento rápido ela conjurou uma coluna de luz que voou na direção de Ezreal, por pouco ele se desviou e a magia atingiu uma estatua de um homem gordo. Com o impacto ela foi jogada algumas ruas mais a frente, não antes de ser devidamente contemplada sobre os olhos catatônicos dos cidadãos ao verem uma estatua voando sobre as ruas de Demacia. "Bem, ai está algo que não se vê todo o dia" disse uma mulher. Um homem que passava perto dali, parou e observou de forma indiferente a estatua atravessar o céu sobre sua cabeça, ele olhou bem a garrafa de whisky que carregava e disse "Eu prometo, a partir de hoje, eu paro de beber" ele puxou a garrafa e jogou no lixeiro.

Desta forma, Lux esculpia Demacia com buracos, o que mais tarde os artistas referiam como "Arte Moderna Feita com Magia". Por vezes ela gritava de longe palavras de “carinho” que de alguma forma impelia Ezreal a correr com mais vigor, "Eu vou te matar!", "Em nome de Demacia ou vou puni-lo!". Os dois entram em uma feira, o explorador passa por cima de uma tenda com peixes, Lux lança outra coluna de luz na direção de Ezreal, para o desespero do vendedor, ela atingiu a barraca, a armação explodiu fazendo uma chuva de peixes pelo céu.

Em uma casa perto do local um velho professor discutia com o seu aluno.

– Então você afirma que viu uma estatua voando? - Perguntou ele

O aluno assentiu

– Sim professor, bem alto - Respondeu

O professor franziu a testa.

– Muitos homens veem estrelas e estes são chamados de astrônomos, outros e caçam demônios e são chamados de exorcistas, mas ninguém vê uma estatua voando. Se isso acontecer, esse dia irá chover peixes pelo céu, seu idio...

A interrupção foi causada quando um peixe voou para dentro da janela, outro caiu e ficou preso no vidro, o professor se virou e olhou pela janela, os peixes começam a cair ininterruptamente como se fosse uma chuva. Houve um longo silêncio apenas interrompido pelo constante som de peixe se chocando contra o chão. Depois o professor se virou para o aluno

– você não está vendo uma chuva de peixe, não é?

O aluno ficou indiferente

– claro que não – Respondeu

O velho suspirou aliviado

– Ainda bem, nem eu. Agora me fale mais sobre como era a estatua voadora.

Ezreal e Lux seguiam correndo pelo emaranhando de prédios e ruas da cidade. Em uma parte antiga e pouco habitada de Demacia, dobrando a esquina, Ezreal avistou um hangar abandonado, ele atravessava a grade que dava acesso ao local, logo depois a entrada é arremessada para longe quando Lux gritou: "Singularidade Lucente".

Eles prosseguiam com a perseguição, até que o jovem viu uma entrada, a escadaria descia para um corredor largo e escavado na rocha para algum lugar no subsolo.Duas grandes pedras perfeitamente retilíneas estavam na lateral da entrada. O lugar parecia antigo, mais antigo do que Ezreal poderia calcular. Era um local assustador, não precisava-se de uma placa "Cuidado com o cão" ou "Cuidado! Não entre, lagartos radioativos", a aparência intimidadora já dava o recado por si, mas para a situação que ele se encontrava, com uma garota histérica o perseguindo, aquele local parecia a entrada para o paraíso.

Sem cerimônia, ele entrou no local, logo em seguida Lux chegou até ele parando na frente da entrada. Os dois ofegantes, respiravam rápido na tentativa de recuperar o ar. Os seus pés ardiam, eles se curvaram e tentaram relaxar a musculatura.

– Eu...eu...finalmente...te peguei - Lux se curvou se apoiando nos joelhos - pre...pare-se...prepare-se...para o...seu fim!

– Tempo...tempo...espera...só um minuto...espera...você poderia...me ouvir? - disse Ezreal se jogando no chão, sentado, ele puxou um pouco de ar.

Os dois recuperaram o fôlego, Lux puxou o ar para dentro dos pulmões e apontou para Ezreal.

– Eu não quero ouvir suas desculpas!

– Desculpas? Você não me ouve.

Lux contrai os lábios e faz um bico e a cara mais brava que conseguiria fazer, ela reúne coragem e entra. Com passadas largas e pisando com força ela desceu alguns degraus, quando estava prestes a descer para o quinto. Por acidente pisou no meio do degrau, a pedra afundou produzindo um sonoro "creck". A porta se fechou atrás deles com um estrondo, mergulhando-os no breu. Por mais que os dois empurrassem e batessem nelas, não se mexiam.

– Viu o que você fez!? – gritou Ezreal apontando para a cara de Lux

– Eu? Eu só estava descendo as escadas!

– Não se entra em uma escavação ou ruínas sem ter cuidado, você pode ativar qualquer mecanismo para uma armadilha!

Ezreal dá meia volta e começa a descer as escadas

– O que você está fazendo? –Pergunta ela

– Não temos escolhas a não ser continuar, essa pedra que esta tapando a entrada deve pesar toneladas e...

Antes que Ezreal pudesse concluir outro estrondo reverberou pelas paredes. Eles sentiram os degraus balançarem e por um estante tudo ficou calmo, logo depois o solo que estava embaixo deles cedeu e os dois caíram no vão. Eles pousaram sobre uma pedra lisa e escorregaram por vários minutos para dentro da escuridão, continuaram a descer como estivessem em um tobogã, cada vez mais fundo. Eles continuaram até chegarem a uma câmara. Ezreal caiu de pé e pegou Lux nos braços quando ela caia.

OST

O local tinha mais de cinquenta metros de diâmetro o ar estava sufocante e quente, a parte de cima tinha uma estrutura esculpida na rocha e era sustentada por vigas que corriam por baixo do teto, as paredes tinham desenhos entalhados que mostravam guerreiros e runas. Uma fonte de Luz de um local não especifico recaia no fundo da câmara, lá era possível se ver uma escada sombria, mas ela era engolida pela escuridão. Os dois observaram estupefatos o local.

– Me larque! – gritou lux cortando o transe dos dois

– Com muito prazer!

Ezreal a solta dos seus braços e ela cai sentada no chão fazendo com um som abafado.

– O que você pensa que está fazendo? - Lux se levantou colocando as mãos na bunda para aliviar a dor –Não precisava ter me jogado!

Ezreal continua a observar o lugar, ignorando-a por completo.Vendo no canto a estatua de um guerreiro. Passando a mão por sua estrutura analisava com cuidado.

– O que está fazendo? – Perguntou Lux

– Vendo uma maneira de nos tirar daqui!

— Ah, sim. Se eu empurrar essa espada da estátua

Com um rangido a espada se deslocou para trás. Não aconteceu nada. Compartimentos secretos não se abriram.

— Hum. Talvez a mão esquerda.

Ele arriscou torcê-la. Nada. Ele coçou a cabeça.

— Talvez seja à direita...

— Se eu fosse você, empurraria a pena — Sugeriu Lux

Ezreal fuzilou ela com os olhos.

— Fique calada, que eu tenho experiência no assunto já estive em várias ruinas e...

Lux empurrou a perna. Ouviu-se um longínquo ruído de pedra rangente. A estátua estremeceu. Seguiram-se algumas pancadas fortes no interior da parede, e o guerreiro de pedra, moveu-se pesadamente para o lado. Havia uma passagem atrás dele.

— Como dizia, era minha próxima tentativa! — Justificou Ezreal

A passagem mostrava uma escada.Subindo alguns degraus que ainda podiam ser visto antes de desaparecerem na penumbra.

—Você sabe que lugar é esse? — Pergunta ele

—Eu nunca estive aqui. — respondeu ela ainda limpando a poeira da armadura —Mas também não me lembro desse lugar ser mencionado em livros ou em qualquer outra coisa

—Você controla a luz, não é? Consegue iluminar isso? —Ele apontou para a escadaria— Eu preciso que você jogue uma luz aqui

—Porque eu faria isso? Eu não vou obedecer você! É sua culpa estarmos presos aqui em baixo!

— Minha culpa?...Eu não vou discutir isso! Você quer sair desse local não quer?

Lux segura o seu cajado e ergue sobre sua cabeça, e a sua ponta emanou uma forte irradiação de luz. De posse de uma fonte de luz eles seguiram caminho. A ampla escada era segura e não estava danificada. Contaram cem degraus, no topo encontraram uma passagem em arco, sobre um chão plano conduzindo para dentro da escuridão. Eles prosseguiram pela entrada, Lux iluminava o caminho. O ar ficou quente e abafado, mas não era desagradável, algumas vezes eles sentiam no rosto correntes de ar fresco que vinham de rachaduras nas paredes. A entrada era alta e quadrada. Além dela via-se um grande cômodo quadrado. Estava fracamente iluminado, mas aos olhos deles, depois de tanto tempo na escuridão, parecia de uma luminosidade ofuscante; os olhos piscaram repetidas vezes no momento em que entraram. Os pés pisaram uma grande camada de poeira sobre o chão e observaram o recinto. O cômodo era iluminado por uma grande abertura na parede, mais à frente. Um feixe de luz batia diretamente num bloco retangular de pedra, de cerca de sessenta centímetros de altura.

—Mais o que é isso? — diz Lux ao olhar para frente

– O que é? — sussurrou ezreal

– Ali — lux apontou para frente - o que aquilo?

Ezreal fez o que ela mandava, no final da Sala, no teto, blocos de pedra antiquíssimos coberto de mofo e com tantas rachaduras que era surpreendente não ter desabado havia muito tempo. Sua visão continuou em linha reta, então sua visão se alterou e ele soltou uma exclamação. Um grande monólito estava no final do corredor, era espesso e firme. Tão antigo quanto o próprio local. Sua visão prosseguiu detalhadamente por ela, ele viu runas entalhadas. Fileiras delas. Eram elegantes e bem visíveis, esculpidas profundamente sobre a pedra. O mofo e a passagem dos séculos haviam obscurecido um pouco, mas ainda eram visíveis. As Inscrições inelegíveis e desenhos representando algum ritual ou algum evento importante na historia. Os dois ainda impressionados caminham em direção ao monólito, rentes a ele, Ezreal analisa mais detalhadamente cada pedaço da pedra.

—Meu deus —Impressionou-se Ezreal —É uma parede rúnica.

Lux franziu a testa

—Uma parede o quê?

—São paredes que trazem inscrições de algum grande evento. Existem poucas, em vários locais do mundo, mas apesar da distância, elas estão conectadas de alguma forma. Meu tio Lyte esta estudando elas.

—Consegue Lê-las?

—Não, mas eu identifiquei padrões de inscrições. Vê isso? – Apontou para um uma espécie de hieróglifo —São elementos como esse esteve presente em outras três paredes. Eles apresentam padrões, possivelmente um texto explicativo.

—Onde você encontrou as outras?

— Ionia, Freijord e nos deserto de Shiruma. Como eu disse, eles apresentam um padrão na escrita e um apresentou a continuidade do outro. Olhe isso! – Ele recua três passos e estende a mão para apontar para toda a parede —Eles apresentam um ritual ou algum evento, mostram um grande exercito caminhando para a batalha e aqui – ele anda para o lado assinalando para a parte superior da parede —Aquilo ali é algum tipo de monstro e o exército parece caminhar em direção a ele.

—Uma batalha. — Disse Lux quase interrompendo ele — Mas o que é esse monstro?

Ezreal deu de ombros

—Eu não sei

Lux deixa Ezreal compenetrado em sua analise, e ela mesma continua a inspecionar o mural sozinha, Lux anda enquanto desliza a mão pelos relevos esculpidos na rocha. Ela se afasta do local e se dirige em direção ao centro do local. Tomando cuidado iluminando bem o caminho com a luz que emana de seu cajado. Ela passa a mão em uma enorme coluna dando continuidade ao seu trajeto. As suas mãos deslizam na áspera parede de pedra, nada ali parece ser mais interessante que o mural, mas algo chama a sua atenção, o bloco retangular que era iluminado pelo feche de luz, uma rocha perfeitamente quadrada se destaca no piso plano e empoeirado.

Ela examina a estrutura olhando detalhadamente, ela aproxima o rosto e observa. "palavras?", descobre ao olhar mais detalhadamente a superfície da pedra. Sem perder tempo ela aproxima a ponta do seu bastão para junto das palavras que são reveladas pela luz. Ela passa a mão em cima de um altar para retirar a camada de poeira. Com dificuldade ela soletra “en-dro-ty mar-th-ry Di-sor-di”. Sem entender o que significa, ela assopra a sujeira sobre as inscrições, aproxima o cajado com a luz e fala novamente, desta vez as palavras como um todo, “Endoty Marthry Disordi”. Um grande feixe de luz sobe até o teto e as palavras brilham na rocha viva.

— O que você fez? — Gritou Ezreal ao perceber a coluna de luz

– Eu não sei! —Lux recuou alguns passos

Uma luz percorre por todo o chão formando inúmeras letras. Elas continuam a se multiplicar e sair do chão até desaparecer depois de percorrer meio metro no ar. Todo o local onde eles estão é iluminado. Quatro Círculos de luzes se formam no chão e dentro de cada circulo inscrições antigas brilham e se dispersam no ar.

— Nós temos que sair daqui, AGORA! – Ezreal grita correndo para fora da enorme circunferência formada no chão.

Antes que ele alcançasse a borda do quarto circulo de luz no chão, uma grande força o puxa para baixo. A força puxa Lux contra o chão, ela tenta se mover mais é como se algo muito pesado a empurrasse para baixo.

— O que esta acontecendo? —Ela gritou tentando se movimentar.

Ezreal junta todas as forças para ficar ajoelhado mas é jogado contra o chão novamente.

—Eu não consigo me mover. —Gritou Ezreal se arrastando tentando sair da área iluminada.

—Nem eu — Lux tenta ter uma visão mais ampla, mas não consegue movimentar sua cabeça

—Tem algo nos pressionando para baixo. Parece que você ativou algo com aquelas palavras.

— Mas eu não usei nem um encantamento ou poder, como isso aconteceu?

—Pelo que parece —Ele tenta se movimentar para olhar para ela - aquelas eram palavras de poder, um mago é naturalmente suscetível a magia. Sem falar, que seu cajado estava ativado, ou seja, você estava com uma magia ativada.

— Runas mágicas, eu deveria ter adivinhado. — Lux sabia que runas mágicas eram palavras seladas com magia e eram apenas ativadas por magia. Essa pratica era útil para selar algum tipo de encantamento em algum lugar para que algum outro mago pudesse usá-las mais tarde. Esse mago deveria apenas pronunciar as palavras de magia escritas no local

As luzes brilham com mais intensidade. A força aumenta impulsionando os dois para baixo. Ezreal é quase esmagado, ele dá um grito silencioso com a dor, Lux senti sua cabeça ser comprimida contra o solo pela força gravitacional.

Todas as luzes brilham intensamente, um forte zumbido invade o ouvido dos dois e em um grande clarão, tudo desaparece.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Livro 1: A ULTIMA CARTA" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.