Em Busca de um Futuro Melhor escrita por Lyttaly


Capítulo 25
24


Notas iniciais do capítulo

Ola pessoas o/
mais um capitulo essa semana o/ Me superei, não?
Para falar a verdade o capitulo que saiu quinta feira era pra sair hoje, mas em vez de programá-lo eu postei e.e
Dai eu decidi postar hoje que eh o dia certo mais um capitulo porque to de bom humor rsrsrs
Enfim...
Boa leitura o/



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(E a imprevisibilidade da vida te acorda quando você menos espera)

— Isso está mesmo acontecendo, não é? – Kali dizia de olhos fechados, ainda sentindo a respiração de Felipe em seu rosto. – Quando eu abrir os olhos isso ainda vai ser real, certo?

— Não fica com medo. É real.

Kali abriu os olhos encontrando os de Felipe.

— E-eu tenho medo – Kali empurrou levemente os ombros de Felipe para que ele se afastasse de si. –  de que a felicidade que eu tô sentindo agora passe rápido demais. Eu não queria que isso acabasse. Não queria ter que voltar pra casa… – Kali desviou o olhar. – Às vezes eu penso que eu não sou digna de ser feliz.

— E por que não seria?

— Não sei. – Kali disse pensativa. – Eu acho que a felicidade escolhe as pessoas que ela considera dignas de serem felizes.

— Como se a felicidade fosse um ser pensante?

— Não… não sei explicar. É só algo que eu penso. Loucuras da minha mente, talvez.

— De louco todo mundo tem um pouco.

— Isso não é um livro? – Kali riu.

— Mas é verdade, não é?

— Eu também tô me sentindo culpada por estar momentaneamente feliz.

— Kali, – Felipe segurou a mão de Kali e ela o encarou. – primeiro: esquece essa coisa de momentaneamente. Eu sei que sua vida é difícil. Eu já disse que sei onde estou entrando. Mas não fica pensando que isso vai durar pouco. Pense… – Felipe fez uma pausa, escolhendo as palavras. – Pense que logo tudo isso vai passar. Que logo você e o Rafa estarão livres pra serem felizes.

— É difícil pensar nisso quando suas esperanças já foram pro ralo há muito tempo.

— Então confia em mim, okay? Confie quando eu digo que logo isso vai acabar. Pode ser?

— Eu confio em você. – Kali afirmou. – Eu não confio é na vida.

— Mas você é uma sobrevivente da vida. E sabe o que dizem dos sobreviventes?

— O quê?

— Não são os fortes que sobrevivem, os que sobrevivem que são chamados de fortes.

— Quem disse isso? – Kali riu. – Parece frase de filme.

— Na verdade eu vi essa frase numa novela coreana. – Felipe riu, envergonhado. – Mas não deixa de ser verdade.

— Tem razão…

— Segunda coisa: você não precisa se sentir culpada por estar feliz. Felicidade não é nenhum crime.

Kali respirou fundo pensando nas palavras de Felipe. Não tinha como refutá-las.

Felipe desejou poder dizer a Kali por que tinha tanta certeza de que logo ela estaria livre, mas não podia fazer isso. Só podia esperar que Kali confiasse nele e deixasse de se preocupar demais com o futuro. Ele sabia o quão difícil seria fazer isso, sofrera na pele essa ansiedade pelo amanhã, mas queria que Kali não sofresse mais pensando nisso.

— Vamos voltar? – Felipe perguntou a Kali depois de um tempo em silêncio e ela apenas afirmou com a cabeça, ainda pensativa.

Ambos foram para os bancos da frente do carro e Felipe começou a dirigir depois de mudar a música no rádio, que ainda se repetia.

— Não vamos contar a ninguém ainda, okay? – Kali disse depois de um tempo em silêncio.

— Sobre o quê?

— Nosso namoro.

— Por quê?

— Não estou pronta pra isso e ainda quero te conhecer melhor antes de contar pra todos. – Kali explicou. – Só nos conhecemos há pouco mais de três semanas e eu não sei nada sobre você pra falar a verdade. E, também, eu não quero ter que ficar dando satisfações sobre isso a ninguém ainda. Prefiro assim.

— Por mim tudo bem, então.

— Prometo que a gente logo conta, tá?

— Não se preocupa, Kali. – Felipe disse, estacionando o carro na esquina da rua onde Kali morava. – Eu entendo.

— Obrigada. – Kali sorriu.

— Temos que nos despedir agora? – Felipe fez bico.

— Bobo. Vamos nos ver amanhã na escola.

— É muito tempo sem te ver…

— Você tem mesmo 23 anos?

— Tenho, por quê?

— Porque tá parecendo um adolescente apaixonado.

— Ei, eu não sou tão velho! – Felipe fingiu indignação. – E eu tô mesmo apaixonado, fazer o quê?

Felipe beijou mais uma vez Kali, que saiu do carro com o rosto vermelho e o coração batendo a todo vapor.

Quando Kali entrou em casa encontrou Rafael e Isabella conversando na sala. Rafael levantou-se imediatamente e abraçou Kali perguntando se estava tudo bem. A menina, que tinha até se esquecido do motivo de ter sido levada para fora de casa, apenas disse que estava bem.

— Você tá com o rosto vermelho. – Rafael dizia preocupado. – Tem certeza que tá bem?

— Eu tô bem, Rafa. – Kali reafirmou. – Eu só preciso de um banho.

— Tá bom. Vai lá. – Rafael soltou relutante a menina, que subiu as escadas em direção ao seu quarto para pegar uma troca de roupas e tomar um banho.

— O que foi? – Rafael perguntou para Isabella que estava olhando para a escada com uma sobrancelha levantada e uma expressão que Rafael julgou estranha.

— Não reparou nada de estranho na Kali?

— Não. O quê?

— Nada. – Isabella sorriu. – Deve ser coisa da minha cabeça. Eu tenho que ir embora agora, Rafa. Qualquer coisa você me liga, tá bom?

— Tá bom.

— Não esquece de fazer a Kali comer. Ela ainda não almoçou. E quando a Célia acordar esquenta a sopa pra ela.

— Obrigado por tudo, Isabella. – Rafael disse acompanhando Isabella até a porta.

— Pode contar comigo sempre, Rafa. – Isabella sorriu, se despedindo.

***

            Kali entrou no banheiro trancando a porta e olhando para o espelho em cima da pia. Viu o sorriso que cismou em ficar grudado em seu rosto.

— Isso é surreal. – disse para o reflexo.

Abriu o chuveiro e deixou a água cair sobre sua cabeça, relaxando seus músculos que estavam tensos. Ficou mais tempo do que de costume debaixo da água.

Depois de tomar banho, Kali foi para seu quarto. Queria descansar um pouco. Sentia o corpo reclamar devido ao estresse que passou mais cedo com o ataque. Duas batidas, depois uma, Kali ouviu na porta. Rafael entrou com um prato de comida para ela.

— Você não almoçou. – Rafael disse.

— Nem tava lembrando disso. – Kali disse se sentando e pegando o prato de comida com arroz, feijão, batatas cozidas e salada de alface com tomate. – O Felipe fez isso tudo?

— É. Aquele cara é cheio de surpresas.

— Isso tá bom… – Kali disse quando experimentou do prato.

— Ele cozinha bem. – Rafael deu de ombros.

Kali continuou a comer em silêncio.

— Preciso dormir um pouco. – Ela disse, entregando o prato a Rafael.

— Aconteceu alguma coisa quando você saiu?

— Tipo o quê?

— Sei lá. Você tá estranha.

— Só estou cansada, Rafa. – Kali voltou a se deitar.

— Eu vou te deixar dormir então.

— Fica aqui comigo. – Kali pediu. – Não quero ficar sozinha.

Rafael deixou o prato em cima da mesa ao lado da cama de Kali e deitou-se ao seu lado, abraçando-a. Logo Kali dormiu.

Quando ela acordou, Rafael não estava mais ao seu lado. Percebeu pela escuridão do quarto que já era noite. Ficou algum tempo perdida em pensamentos, lembrando-se dos acontecimentos daquele dia. Depois de um tempo, ligou a luz do quarto e pegou seu diário, começando a escrever.

Hoje eu estou me sentindo bem. Talvez eu esteja um pouco anestesiada com o que aconteceu hoje. Eu ainda não sei muito bem o que pensar. Namorar não era algo que passava por minha cabeça. Nunca tinha pensado nisso, não tinha tempo para pensar nisso, na verdade. E, de repente, eu tenho um namorado.

Isso é surreal. Sinto que não é verdade, que eu ainda vou acordar desse sonho.

Eu sei que é real, mas a ficha não caiu.

Eu queria que minha vida fosse menos complicada, que eu pudesse curtir esse momento sem me preocupar demais, mas isso não é possível. Eu me preocupo.

Isso me deixa o pouco triste.

Eu não sei o que Felipe viu em mim. Não sei mesmo. Eu me olho no espelho e vejo alguém descuidada, marcada pela vida. Eu nem mesmo sei se consigo ser alguém que o Felipe merece que eu seja.

Eu queria conseguir não pensar demais nessas coisas e apenas fazer tudo por impulso. Mas não dá.

Talvez

Kali foi interrompida por um barulho vindo do andar de baixo. Era a porta batendo com força.

— Victor… – Ela reconheceu.

Rafael entrou rapidamente em seu quarto e trancou a porta.

— Ele voltou. – Kali estava apavorada olhando para Rafael. – Ele voltou, Rafa…

Rafael a abraçou tentando passar um pouco de segurança a ela, mas ele estava tão aflito quanto Kali.

— Célia! – Escutaram Victor gritar. – Cadê você, Célia?

— No quarto! – Célia gritou.

Ouviram os passos de Victor passando pelo corredor. Ele entrou no quarto de Célia batendo a porta.

— Ele tá fora de si, Rafa. – Kali começou a ficar mais nervosa ainda. – Ele vai nos matar.

— Calma, Kah. Vai dar tudo certo. – Felipe dizia, mas ele próprio não acreditava nessas palavras. – Vai ficar tudo bem. – Ele tentava se convencer disso também.

— Não, Victor! – Célia gritou. – Não podemos fazer isso!

— É o único jeito da gente sair dessa, Célia! – Victor respondeu.

Ouviram os passos de Victor pelo corredor. Ele tentou abrir a porta do quarto de Kali que estava trancada.

— Abre a porta, Kali! – Victor gritou, fazendo Kali encolher-se mais ainda nos braços de Rafael. – Cadê a chave reserva, Celia?

— Dentro da caixa de sapatos preta, em cima do guarda roupa. – Célia respondeu.

Kali e Rafael ouviram os passos se afastarem e voltarem momentos depois. Com uma chave reserva, Victor abriu a porta do quarto de Kali, entrando rapidamente e puxando Rafael. Ele deu um soco no rosto de Rafael, que ficou desacordado. Kali estava tremendo e o pavor dela aumentou quando ela viu Rafael desacordado no chão. Agora ela estava sem proteção.

Eu vou morrer. – Ela pensou.

— O que você tá fazendo?! – Célia gritou abraçando o corpo desacordado de Rafael no chão.

— Eu acho melhor você cooperar, Célia! Amarra esse moleque!

Célia fez o que Victor pedia enquanto ele pegava Kali e amarrava a menina a uma cadeira. Kali estava tão apavorada que nem conseguia chorar. Rafael foi colocado sentado em outra cadeira ao seu lado ainda desacordado. Victor tirou do bolso seu celular, discando o número da polícia.

— Eu estou com dois reféns e exijo um resgate. – Victor disse à atendente.

— Você vai mesmo fazer isso? – Célia, que estava sentada no chão do lado oposto ao que Kali e Rafael estavam, perguntou.

— Cala a boca, Célia! – Vociferou Victor. – Sabe que não temos escolha. – Ele desligou o telefone depois de dar o endereço de onde estava.

— Claro! – Célia levantou-se irritada. – Você ferrou com tudo! Como espera sair dessa, Victor? Você percebeu que acabou de chamar a polícia?!

— Se eles estão com o dinheiro, só eles podem nos liberar. – Victor disse convicto.

— Idiota! Eles vão nos matar!

— Eles não podem. – Victor olhou para Kali, que estava encolhida na cadeira. – Antes deles nos matarem, a gente mata esses dois.


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Notas finais do capítulo

Se você leu até aqui #obrigada^^



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