POV Misto. (Damon e Jay.)

– Ótimo. Vai ser assim?- Disse para mim mesma.- Vamos aproveitar então.- Tirei minha blusa, era nova não podia molhar. Tirei a sandália e fiquei só de sutiã e short. Vergonha não era um defeito meu. Sempre fui muito "desembaraçada". E continuei andando.

Ri quando a vi tirar a blusa. Era engraçado como podia ser igual e diferente ao que estava acostumado. Voltei e parei ao lado dela.– Você vai ficar doente indo até em casa assim. Vamos, entre.

– Não, eu adoro água de chuva. Obrigada.- Disse.

– Tudo bem.- Agora chega. Parei o carro na frente dela e sai. A pegei pelo braço, fazendo-a entrar.

– Me solta. Eu já disse que não quero carona.- Disse.

A coloquei no carro e peguei uma blusa no porta mala.- Tome, antes que pegue uma gripe de vez.- Dei partida de volta para a casa dela.

Coloquei a camisa porque não ficaria só de sutiã com ele ali. Mas a blusa dele ficava incrivelmente grande em mim.

Dirigi rápido e não demoramos a chegar na casa dela. Pelo visto não tinha ninguem.- Agora sim pode ir.

– Ótimo.- Desci do carro e tirei a blusa dele.- Obrigada pelo "empréstimo".- Comecei a andar em direção a casa.

Ela está linda com aquele sutiã e toda molhada. O que eu estou pensado, para.– Se precisar ligue. Boa noite .

– Boa noite.- Um cara de carro passou, abriu a janela e assoviou. Ri e abanei para ele, mesmo não conhecendo.

Ela estava me provocando? Sério que acha que vou cair nesse jogo? Ela não me conhece. Sai mas antes de chegar na esquina vi que tinha deixado a bolsa. Esquecida. Voltei e sai, mesmo chuvendo ainda para entrega-la.

Já estava dentro de casa e tinha colocado um roupão. Ouvi a campainha e abri a porta.– De novo?

– Esquecida.– Disse entregando a bolsa.

– Obrigada.- Disse.

– De nada. Tchau.- Falei.

– Tchau.- Comecei a fechar a porta.

– Jay...- Me virei.

Abri a porta de novo.- Sim?

– Eu não estou fazendo por elas e sim porque você merece uma chance.- Disse e voltei para o carro.

– Damon, espera.- Fui até a varanda.- Me desculpe, eu fui muito dura com você.

– Tudo bem, volte para dentro, vai ficar doente.- Disse.

– Quer entrar?- Perguntei.

– Melhor não.- Disse começando a sair dali.

Peguei o braço dele.- Não seja teimoso como fui.- Sorri.- Venha, faço um chocolate quente, pipoca... você gosta?

O sorriso dela me convenceu. Estava amolecendo de novo. Não podia, não quero. Entramos e esperei ela tomar banho.

Voltei vestindo roupão de novo e o cabelo preso ainda molhado.- Pronto. Banho quente e sem vestígios de gripe.- Sorri e fui para a cozinha.– Como gosta do chocolate?

– Não vou demorar.- Disse.

– Deixa de ser fresco Damon.- Disse rindo.

Não ri. Queria ir embora, me afastar e estava na casa dela. Sou louco. Emily deve ter me amaldioçado ou coisa assim.

Fiz o chocolate e fui até a sala, entregando a ele.– Tome. Coloquei cantilly e um pouquinho de canela.- Me sentei.

Odeio canela, mas não desfiz. Ela fez com tanto gosto. Porque importava se ela ficaria bem ou não? O telefone tocou e era Stefan.

– Damon, onde você está?- Ele perguntou.

– Algum problema?- Questionei.

– Não, só estava preocupado. Onde você está?- Ele perguntou.

– Tá tudo bem, ainda estou aqui. Estou indo para casa.- Disse.

– Não viajou? Por que?- Ele perguntou.

– Em casa explico.- Disse.

– Ok. Até.- Ele desligou.

– Seu irmão?- Perguntei.

– Era. Eu vou indo, ele está me esperando. Obrigado pelo chocolate.- Disse.

Ele parecia que estava fugindo de algo.– Tudo bem.

Ela me levou até a porta. A chuva tinha diminuido.- Tchau.

– Tchau. Boa noite.- Disse.

POV Damon.

Sai e não parava de pensar no que ia fazer. Uma coisa era certa, ela está mexendo comigo e era diferente das outras vezes. Ao chegar Stefan já estava lá. Me joguei no sofá.

– Então... o que te fez ficar?- Ele perguntou.

– Me dê verbena e me jogue no porão por uns duzentos anos.- Disse.

– O que foi?- Ele questionou.

– Me amaldiçoaram.- Disse.

– Como assim?- Ele perguntou.

– Acho que foi a Emily. Só pode.- Disse.

– Damon, do que você está falando seu retardado?- Ele questionou.

– Do que fizeram comigo. Não posso ouvir ela me pedir ajuda que vou correndo. Isso não é normal.- Disse.

– Ah, a Jay.- Ele riu.- Foi ela que te fez ficar?

– Se você começar a rir, você que vai para o porão.- Me virei para ele.- Você acha que isso é brincadeira? Acha que quero me envolver de novo?

– Damon, sério. Dessa vez vai ser só você e ela, eu não estou na jogada. Não vai ser como nas outras vezes. Vai fundo.- Ele disse.

– Você ajuda muito sabia?- Levantei e peguei uma garrafa de Whisky.

– Você quer que eu te diga o que? Se mata que é melhor?- Ele questionou.

– Essa era uma boa opção. Melhor que cometer o mesmo erro pela terceira vez.- Disse.

– Damon, deixa de ser chorão. Você está tendo uma nova chance de ser feliz, a agarre.- Ele disse.

– Claro, ai me ferro de novo. Não, obrigado, elas não foram feitas para mim.- Disse.

– Você está enganado. Todos as querem. Elas atraem todos os homens, esse é o problema. Eu tive minha chance com Elena. Foram ótimos e divertidos 80 anos. Sempre a amarei. Agora é a sua vez.- Ele disse.

Tinha mesmo. As vezes ligava para ele e sempre estava feliz. Voltei para o sofá.- Não posso com isso de novo. É sempre o mesmo inferno. Melhor ir embora.

– Damon, ela não é nem de longe Elena ou Katherine. Ela é diferente. Tem um brilho diferente.- Ele disse.

– Eu reparei isso hoje.- Disse dando um sorriso triste.

– Você passou o dia com ela, não é?- Ele perguntou.

– A tarde.- Disse.

– Como você se sentiu? Como ela é?- Ele questionou.

– Tranquilidade. É divertida e teimosa, e está assustada com tudo isso.- Disse.

– Você está apaixonado. Olha esse sorriso bobo na cara.- Ele disse.

– Não estou. Para de insistir que sim.- Disse.

– Cara, você é teimoso. Nunca vi.- Ele disse se levantando e indo pegar um Whisky.

Será que ele tinha razão? Me senti como a muito não sentia.

– Só acho que se você realmente gosta dela tem que ir lá falar com ela. Por que se eu te conheço bem você com certeza foi frio com ela e ela não vai ficar te esperando. Ela tem aquele amigo... Nate, não é? Ele gosta dela.- Ele disse.

– Até você querendo me provocar?- Questionei.

– Eu não. Só estou alertando.- Ele disse.

– É melhor para ela ficar com ele. Tenho muita bagagem. Só por achar que estava a ajudando pelas outras já ficou toda irritadinha. Imagine se chegar perto para outra coisa.- Disse.

– Claro, isso se chama ciúmes. E duvido quando você ver os dois agarrados se beijando ou dançando, que você não vai querer matar o cara.- Ele bebeu do whisky.

Imaginei a cena dela com um deles assim e senti algo queimar. Podia negar quanto fosse, estava me apaixonado.- Eu só posso ser masoquista.- Coloquei a almofada no rosto.

– Não, você só está apaixonado. E se quiser pode ser muito feliz. Mas nesse momento a decisão é sua. A todo segundo que passa é um risco de você perde-la.- Ele disse.

Ri.- Você fez alguma faculdade de psicologia enquanto estava fora?

– Na verdade eu fiz.- Ele disse.

– Tá explicado.- Disse.

– Você vai perder tempo ou vai atrás dela?- Ele questionou.

Iria mesmo fazer isso? Estava disposto a correr todos os riscos novamente por ela? Uma voz dentro de mim dizia que sim, queria isso. Queria ser feliz ou pelo menos tentar. Sorri.

– Vai de uma vez.- Ele disse.

Coloquei a garrafa de volta na mesa apesar de estar quase vazia agora. Passei o braço nos ombros dele.- Vai ter que me aguentar por mais tempo. Sinto muito.

Ele sorriu.- Tudo bem.

– Valeu.- Disse.

– Você não vai ir mesmo? Tem certeza?- Ele questionou.

Me virei indo para as escadas.- Tenho que tomar banho primeiro, né? E vou ligar antes, já que a mãe dela não gostou de mim e não quero ela em problemas.- Ouvia a risada dele enquanto subia.