POV Misto. (Damon e Jay.)

Julieta continuava murmurando o feitiço. Uma língua impossível de entender, pensei.

— Do fogo da paixão você surgiu. Isso a tornara mais atrativa aos olhos dos homens; o fogo lhe concede também esse poder.- Julieta falava o feitiço.

Dessa parte não gostei; mais atrativa? Ela já era cobiçada por todos, seria mais ainda? Tinha muitos desafios a frente.

— Imortalidade.- Ela disse por ultimo e parou de dizer o feitiço. Abriu os olhos.- Feito.

— Quando ela vai acordar?- Rose quis saber.

— Daqui alguns minutos ou uma hora.- Ela disse.

— Não é melhor vesti-la?- Estava ventando e consequentemente ficando frio.

— Sim.- Julieta colocou a roupa nela.- Agora é só esperar.

Pareceu uma eternidade as horas que ela levou, mas foram apenas uma hora e meia. Rose tinha descido com Julieta e eu ainda estava sentado com ela. Ela abriu os olhos finalmente. Seus olhos estavam de mais chocolates e pareciam mais brilhantes. Sua pele ainda mais macia e chamativa.

Olhei para Damon.- O que aconteceu?

— Você desmaiou e chamei sua mãe e sua avó. Ela fez o ritual em você.- Disse.

Me sentei.- Eu me sinto diferente.

— Ei, devagar, você quase ferveu a pouco.- Disse.

— Eu me sinto ótima. Diferente, mas bem.- Disse.

— Que bom, você me deu um susto.- Disse.

Beijei ele. Até o beijo parecia diferente.— Estou bem agora. Desculpe pelo susto.

A abracei. Suspirei. Era bom ter ela de volta.

— Ei, calma.- Disse acariciando seu cabelo.- Eu estou aqui.

— É bom mesmo que fique onde está. Vou chamar elas.- Disse.

Sorri.- Ok.

Damon desceu e logo minha mãe e minha vó entraram no quarto.

— Filha.- Rose a abraçou e em seguida Julieta.

— Querida, precisamos testar seus novos poderes.- Julieta disse.

— Testar?- Perguntei.

— Sim.- Ela pegou a mão de Jay e a levou até Damon.- Você é um vampiro.- Ela disse olhando para Damon e depois olhou para Jay.- Toque nele e se concentre. Me diga o que sinta.

Ela tocou em mim e comecei a sentir uma onda de calor.

Toquei nele e senti frio.— Frio, morte, escuridão... Mas ao mesmo tempo luz, humanidade e amor.

Senti como se ela invadisse a minha mente e visse tudo dentro de mim. Não era confortável, mas não recuei.

Senti todo o amor dele por mim, o que me fez sorrir, mas não disse nada.— Então?

— Ótimo querida. Agora vamos testar o seu poder. Podemos testa-lo em você?- Ela perguntou a Damon.- Você é o único que se cura.

— Não vou machuca-lo.- Disse decidida.

— Tudo bem. Pode ficar tranquila, também quero ver seus poderes.- Disse.

— É só se concentrar e colocar todo seu poder na sua mão.- Ela disse.

Olhei para Damon.— Tem certeza?

— Claro.- Disse.

Respirei fundo e me concentrei. Senti a palma da minha mão pegar fogo e toquei no rosto de Damon, e o queimou.

A mão dela me queimou, mas senti recuperar rapidamente.— Você é boa.

Dei um beijo onde tinha queimado.— Obrigada.

— Parabéns querida. Com o tempo irá se acostumar e será ainda mais poderosa.- Ela deu um beijo no rosto dela.- Até mais. Tchau Rose, Damon.- Ela sorri e sai.

— Agora não é melhor você descansar um pouco?- Rose perguntou.

— Eu estou ótima mãe. E também daqui a pouco o Paul, Nate e Nina vão vir aqui. Espero não causar problemas com eles aqui.- Disse.

— Não quer mudar para amanhã? Você terá que se acostumar e recebe-los hoje pode ser perigoso ainda.- Rose disse.

Suspirei derrotada. Não queria arrisca-los.— Tudo bem.

— Vou ligar para eles.- Ela saiu.

Me sentei na cama.— Vamos fazer o que?

— A mocinha vai descansar enquanto vou em casa rapidinho. Será que tem problema dormir aqui?- Questionei.

— Claro que não.- Sorri.— Mas eu não estou com sono para descansar.

— Esta afim de sair?- Perguntei.

— Sempre.- Disse sorrindo.

— Quer ir na minha casa então?- Perguntei.

— Adoraria.— Me levantei.- Que roupa levo?

— O que você quiser.- Disse.

Peguei uma roupa e algumas coisas, colocando na mochila.- Pronta.

— Vamos.- Disse.

Falei com minha mãe e por incrível que pareça ela não discordou. A viagem foi rápida e logo chegamos na casa dele.

— Daqui a pouco Stefan deve estar aqui. Sinta-se em casa.- Disse.

Coloquei a mochila no sofá.— Linda casa.

— Obrigado.- Ela estava mais bonita. Não sei, parecia mesmo diferente. Estava cada vez mais apaixonado por ela. Fui pegar algo para beber e senti uma tontura. Vi tudo girar.

Fui até ele.- Tudo bem?

— Tudo. Só devo ter ficado muito tempo com aquele calor mágico todo. Já volto.- Disse.

Fiquei preocupada.- Tudo bem.

Fui até o frezzer da cozinha e peguei uma bolsa de sangue. Devia estar faminto. Comecei a beber, mas não consegui muito. Senti como um enjoo e cuspi fora. Será que estava ruim? Peguei outra e foi a mesma coisa. Acho que esse lote era de alguém doente. Joguei tudo fora, teria que me alimentar dela.

— Damon?- Chamei ele e cheguei até a cozinha.- Tudo bem?

— Tudo. Vem, vou te mostrar o resto da casa.- Disse.

Olhei desconfiada para ele.- Ok.

Levei ela pela casa, mas tinha como um aperto no peito. Desde ontem estava estranho; fraqueza, sono e essa dor, e não conseguia me alimentar. Que diabos estava acontecendo comigo?— Gostou?- Perguntei quando chegamos no meu quarto.

— É linda.- Disse sorrindo.- É linda a vista daqui.

— Sim, foi isso que me conquistou na casa.- Dava para ver a cidade junto com uma parte da floresta.— Você está linda assim.

Olhei para ele.— Assim como?

— Sorrindo e com o vento, parece até pose para revista.- Disse.

Ri.- Vou fazer um ensaio fotográfico aqui na sua casa então.

— Marcamos um dia para você vim fazer.- Estava junto dela e minha cabeça latejava, devia ser fome. Não comia a dois dias, ontem não quis e hoje...

— Combinado então.- Disse.

— Vou poder fazer parte?- Questionei.

— Com toda certeza.- Beijei ele.— Seus olhos azuis e seu rosto perfeito vão ser sempre bem vindos.

— Vou adorar isso.- Disse.

— Vou adorar tirar fotos com você.- Disse.

Sorri e a beijei. Era tão intenso aquele amor que sentia por ela, diferente de todos que já tinha sentido.

Retribui o beijo.

Ela devia sentir o mesmo que eu. Será ou iria me arrebentar de novo? Droga, essa tontura e essa dor de cabeça atrapalhava, mas só tinha um jeito de saber. Quando o beijo terminou, a olhei e ela tinha um brilho no olhar.— Jay, não sei como aconteceu tão rápido, mas...

Olhei para ele — Eu te amo Damon.

Ela não deixou eu terminar. Sorri. Ela tinha dito que me amava? Tinha. Ela me amava, assim como eu a amava.— Eu te amo também.

Sorri e beijei ele.

Uma onda de alegria tomou conta de mim. Ela me amava. Durante o beijo a pontada no peito foi mais forte, me fazendo sufocar e ficar tonto.