Contos do ônibus escrita por Alex Ellb


Capítulo 1
Para onde você vai, seu moço?


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Espero que gostem dessa nova história, críticas e sugestões são sempre bem vindas!



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p>Há três meses eu comecei em um novo trabalho que odiava, eu era ajudante de enfermeira em uma clínica, basicamente eu ajudava a anotar os sintomas, esterilizar aparelhos e afins. Eu acordava todo dia as cinco da manhã, pegava o ônibus as cinco e meia, as seis e meia descia dele e tomava café numa cafeteria perto do onde eu descia e finalmente as sete eu iniciava meu trabalho até as dezessete.

Nas primeiras semanas eu lia livros pela caminho, sempre na semana lia Sherlock Holmes, que era meu livro favorito, mas com o tempo acabei parando de ler e olhando em volta, tudo o que via era pessoas, mas me sentia sempre solitária. A minha vida toda eu me sentia assim, já até desistira e comecei a encarar os fatos, no auge dos meus dezenove nada tinha mudado, eu ainda parecia aquela menina do ensino médio, meio maníaca, meio excêntrica e sempre vendo as pessoas mudarem e como eu fico a mesma, sinceramente não sei dizer se isso é bom ou ruim.

Eu não ajeitava muito bem meus cabelos, eles eram uma transição do liso para o encaracolado o que resultava em algo meio armado, muitos já o chamaram de palha pois ele era loiro, depois de dois anos desse incrível apelido criativo eu parei de ligar. Pelo trabalho, eu estava sempre de branco, mas por cima um casaco fino de cor escura que eu jogava por cima de todo aquele branco e tirava após chegar no trabalho e recolocava após sair dele. Minha vida era o auge da monotonia e eu não fazia questão de mudá-la, eu estava bem.

Após tanto ver pessoas eu comecei a imaginar da onde vinham e pra onde iam, foi como eu comecei.

A primeira pessoa foi uma moça que aparentava trinta anos de idade, que tinha cabelos longos e marrons, calçava botas e um casaco de couro sintético combinando com a bota, imaginei que as cinco e quarenta e dois da manhã ela pegaria o vôo para uma cidade grande, em busca de um trabalho melhor, senti inveja daquela moça nesse dia. Quando eu parei na cafeteria fiquei pensando se eu não poderia ser aquela moça algum dia, seria bom, seria ótimo se eu tivesse coragem como a moça tinha. De tanto pensar nisso comecei a imaginar mais destinos de tanta gente que entrava naquele ônibus e saia dele. Era muitos lugares, eram muitas pessoas para se ver, eram muito tudo. Um dia, um homem parado perto da porta de saída – o que eu não entendia, pois haviam pelo menos, meia dúzia de lugares vazios – e com cara entristecida me chamou muita atenção.

—Para onde você vai, seu moço? – eu perguntei esperançosa. Ele riu para mim e respondeu.

—Estou indo visitar minha filha, ela está no hospital e a hora da visita começa as sete – ele respondeu calmamente.

—Tenha uma ótima manhã com sua filha – eu respondi e voltei ao meu lugar.

Nunca soube o que sua filha tinha, porque nunca imaginei, eu olhava aquelas palavras no papel a qual eu acabara de escrever e não imaginava continuação para aquilo, mas eu acreditava naquilo porque parecia aconchegante, em meio ao tanto de gente no ônibus era como se eu tivesse um que eu conhecia eu poderia falar sempre.

Após uns três ou quatro dias, uma jovem de mais ou menos 13 anos subiu no ônibus, e naquele momento eu sabia como continuar o conto e de que tinha que escrever mais.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem com sua opinião que com certeza ela será levada em conta! Tentarei postar o mais rápido possível, até logo!



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