Graad Gakkou - INTERATIVA escrita por Casty Maat


Capítulo 9
Capítulo 8 - Espírito de luta


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas voltei E agora a fic está em três lugares: aqui, Fanfiction net e Wattpad.
Vou refazer minha conta no Social Spirit e postar lá também (apesar de profundamente detestar aquele site xDDD)
Fiquem com mais um capítulo ♥



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#08 – Espírito de luta

Maise estava com a cabeça fervendo aquele dia. O clube de karatê estava sendo sua salvação, uma ótima desculpa para não voltar tão cedo para o dojo e seu tutor.

Odiava profundamente aquele lugar. Não seria colegas ou o local em si, mas o inferno que aquele pequeno paraíso de madeira era para si.

Não esbarrara em Kanon depois daquele dia e ainda não tivera uma oportunidade justa para agradecer ao irmão gêmeo de seu inimigo por conter aquele garoto encrenqueiro.

A ruiva que estava ao lado de Saga também entrara no clube, mas revezava com a banda, onde conseguiu a vaga de vocalista. Ouvia a jovem cantar no vestiário, baixinho, enquanto trocava o uniforme pelo quimono branco e achava mais que justo ter alcançado o posto tão de destaque tal qual era o de vocalista numa banda.

Mas não era em admiração que sua mente fervilhava, e sim seus problemas pessoais, aproveitava o vazio do vestiário, pois chegara primeiro, para tentar controlar aqueles pensamentos, tão dolorosos quanto os hematomas em seu corpo. Com a regata, os vergões e roxos, também marcas amarelas, tingiam a pele como uma asquerosa aquarela abstrata, mas marcavam invisivelmente seu coração e mente.

Vestiu-se rapidamente, colocando o quimono de forma apressada e rude, sem saber que era observada em silêncio.

Kanon resolveu não mexer com ela, ocultando sua presença. Treinos de lutas civis não deixam marcas, ao menos tão... feias como aquelas. E ainda havia a jovem manipulando cosmo. Seu sexto sentido apitava "problemas" num letreiro luminoso. E mesmo que agisse, tinha um problema: Saga.

Maise se retirou, indo para o tatame e Kanon pretendia seguir e a observar se ocultando em dimensões quando viu seu irmão chegar com a ruiva do primeiro dia. Os cavaleiros eram vetados de participar de atividades físicas, tanto que o irmão era membro do clube de física e literatura.

Os dois pareciam conversar tranquilamente, uma clara amizade, por assuntos que a mente de Kanon tinha pura preguiça em processar. Saga, como um verdadeiro cavalheiro, esperou a amiga se trocar do lado de fora.

Ouvia o gêmeo mais velho dizer que assistiria para acompanhar Marie de volta para a casa. Kanon fez careta e fingiu em silêncio que falava igual ao irmão, numa atitude claramente de desprezo. Achava Saga um banana, uma garota linda e "gostosa" como Marie na frente dele e nenhuma casquinha tirada? O ex marina se envergonhava!

Decidiu vazar dali antes que Saga o notasse e resolvesse por em ação a ameaça de contar a Shion sobre suas arruaças.

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— Seja bem vinda ao clube de jornalismo, Fernanda! — cumprimentava Helise, a redatora do jornal da escola e presidente do clube.

A ruiva alta corou e sorriu em agradecimento.

— Bom, meninas, vamos pensar na pauta da próxima edição. — continuou a redatora. — Sugestões de matéria?

— Eu soube que entrou um novato no clube de artesanato que é muito bom nisso. Parece mais um veterano que novato. – disse uma japonesa de cabelos curtos que cuidava das mídias digitais.

— Ain, fala daquele esquisito sem sobrancelha? – resmungou uma das jornalistas, do segundo ano, de cabelo com mechas azuladas.

— Sim, e eu não o acho esquisito – replicou a primeira. – Ele é uma gracinha com aquele cabelo loiro que parece brilhar em lilás!

Fernanda ouvia quieta, sem saber o que falar, mas estarem falando daquele garoto tão bonitinho que a dias vinha seguindo sua rotina e colocando alguns pacotinhos de doces no armário fez suas bochechas se tingirem de um rosa bebê gracioso. Ela observava de longe a reação do estrangeiro, parecendo surpreso e com as maçãs do rosto corando, e faltava ficar com o rosto todo vermelho quando um loiro e um albino apareciam para fazer chacota.

— Bom, estive pensando em fazer uma coluna sobre artes manuais. – e olhou a novata. – Certo, Fernanda, você ficará a cargo de entrevistar e preparar a coluna. Procure o novato com as pintinhas.

A ruiva quase se jogou para trás, surpresa. A líder do jornal sorriu de forma cumplice. Notara que a jovem viajava quando comentaram, mas também tinha o costume de olhar os candidatos a entrar e sabia que ela colocava os docinhos.

— Então, pegue suas coisas e vá procura-lo. Sua primeira missão, novata!

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— Bom, vamos começar o teste de aptidão.

A voz de Ariadne retumbou na sala do clube de artes. Haviam se inscritos pessoas demais naquele ano, em especial garotos. Claro que sabia que haviam garotos mais interessados em coisas escusas ou na curiosidade de seus olhos heterocromicos, cinza e esverdeado. Reconheceu o amigo sério do loiro que invadira a sala no dia do inicio das aulas. Camus estava bastante concentrado no seu próprio teste.

Também tentara saber por Leona se o loiro soltara algo sobre as habilidades do francês, mas a amiga apenas disse que “nem o melhor amigo conhecia algo que não fosse bonecos de neve na infância”. Milo até conhecia a capacidade do amigo em fazer esculturas de gelo, mas não podia dizer como ele fazia e preferiu mentir.

A primeira parte do teste era fazer uma obra em tela com carvão. Contava com a ferramenta e um esfuminho. O segundo, a ser realizado no dia seguinte, seria pintura com tinta de preferência. O terceiro, escultura em argila.

A ruiva então decidiu andar pelo recinto, observando o andamento das obras. Como suspeitava, haviam pessoas extremamente fracas para a coisa. Riu internamente de prazer em logo ali já eliminar vários candidatos. E julgando Camus ser mais um deles, apenas discreto, passou pelo cavaleiro, ficando surpresa.

O rapaz praticamente já havia definido as principais formas da mulher símbolo da revolução francesa, tantas vezes reproduzidas em quadros, faltando apenas a definição de volume com esfuminho.

— Tem talento, Pierre Camus. – comentou a líder do clube.

— Agradecido. – disse simplesmente, sem tirar os olhos da tela ou do que fazia.

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Testes também eram feitos no clube de arquearia. Muitos novatos iam pela beleza da jovem “paladina” Tsuki, mas haviam aqueles levando a sério como Aiolos. Alguns membros mais antigos do clube treinavam ao lado, incluindo Tsuki que acertava seu alvo sempre na mosca.

Entregaram um arco e um conjunto de flechas para o grego, que primeiro testava a dinâmica do arco japonês que, caso aprovado fosse, teria de usar ali no clube. Claro que sendo por diversão não seria um arco tão potente, apesar de longo. Na sua vez, se posicionou e foi indagado se ele já tinha alguma experiência.

— Sim, era meu passatempo na minha terra natal. – respondeu com um sorriso simples e singelo, posicionando-se e concentrando-se. Ao soltar a corda, a flecha voo e atingiu perfeitamente a mosca.

Isso causou certo burburinho, mas consideraram sorte de principiante. Mas o burburinho realmente tornou-se insistente ao ver que todas as cinco tentativas restantes resultaram em acerto na mosca, chegando até a quebrar algumas flechas já ali fincadas, fazendo o responsável pelo exame ir retirar antes de perderem mais flechas.

—Heh, Tsuki-san, vai ter alguém a sua altura. – comentou um rapaz moreno com a garota no grupo dos veteranos. – O kouhai parece bom.

— Ele é um dos que chegaram no grupo dos monges tibetanos, certo? – indagou a japonesa.

—Acho que sim, fala dos que tem pintas no lugar de sobrancelhas?

Tsuki continuou a encarar o loiro ao longe. Tinha uma sensação estranha diante dele, mas julgou ser apenas admiração pelo desempenho classe profissional do novato e a forma humilde como ele sorria e agradecia aos elogios.

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Mu estava sozinho no clube, terminando uma prateleira de madeira que entregaria a Shaka. O amigo reclamava que do modo como estava armazenando suas especiarias, muitas estavam estragando e que fazia falta um bom armário de madeira “de verdade”.

Ficou surpreso com uma garota estranha para si entrar meio afobada e envergonhada. Era alta, mas como estava sentado trabalhando com os parafusos das dobradiças, apenas calculou que ela batia em seu queixo ou de sua altura.

— Deseja algo? – indagou o tibetano.

— Eu... Eu... Eu sou Fernanda, do clube de jornalismo. Por favor, seja colaborador em nosso jornal! – e ela fez aquela reverência típica oriental.

— Calma, calma. – disse Mu com sua habitual tranquilidade, se levantando e indo recebe-la melhor. Sente-se, por favor, e explique.

— Co-como eu disse... Sou do clube de jornalismo. Sua fama com trabalhos manuais e artesanato se espalhou pela escola e... Minha líder acha que seria uma boa uma coluna regular com dicas e tutoriais de artesanato. – se sentando, mas ainda morrendo de vergonha. – Algo tipo... Seria uma coluna minha e sua, entende? Eu organizando a explicação e você fazendo em si o conteúdo.

—Bom, se tem pessoas interessadas, não me importaria em ajudar. – disse Mu com um sorriso discreto. – Acredito que informações básicas do dia-a-dia seja mais interessante para a coluna. Certo?

Fernanda ficou um tempo pensando se deveria pensar na sugestão ou se pensava no quão lindo eram aqueles olhos cor de esmeralda e aqueles traços delicados. Ou então se pensava se que era um desperdício um cara desses parar jogar no outro time, ou então...

— Senhorita Fernanda?

Foi então que ela pareceu acordar, batendo nas próprias bochechas.

—P-Perdão! Estava pensando em como falar, ainda tenho um pouco de dificuldade em falar japonês. – disfarçou.

— Sem problemas, e eu tenho com tecnologia. Vivia isolado em minha terra. – ele sorriu.

— Terra?

— Sou tibetano, normalmente não temos muito acesso a... bem, celulares e tal. Estou eu e meu... irmão – Mu quase chamou Shion de “mestre” ali, mas conseguiu se conter. – estamos nos acostumando desde que fomos adotados.

— Você é adotado? Por quem? O que houve com sua família? – ela tampou a boca. – Desculpe, deve ser algo complicado de falar!

— Fomos adotados pela senhorita Kido e... nossos pais morreram de frio. – disse inventando qualquer coisa. Não queria ser descortês com a garota com quem iria colaborar dali para frente.

Fernanda então pareceu um pouco mais firme, fazendo uma expressão triste.

— Eu... Sinto muito...

— Sem problemas, já passou. Nem nos lembramos deles direito. – ele sorriu de forma mais aberta e inspiradora. – Bom, se quiser, podemos começar sobre dobradiças de portas, como esta que estou mexendo.

—Ah, claro! – Fernanda pareceu se empolgar, separando o tablete para filmar. – Se não se importar... Assim posso ver e rever as explicações.

— Fique a vontade.

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Máscara da Morte continuava a seguir, em silêncio, a espanhola. Enquanto a garota já havia dado parte quanto a seus documentos e pedindo outros. Se ocultando numa sala vazia ao lado da sala de música, viu Sara entrar no recinto. Esperou um tempo e viu a porta entreaberta, vendo o que ela iria fazer.

Viu a jovem levantar a tampa do piano, sentar-se e começar a tocar.

Fazia quanto tempo que não ouvia o som de um piano ao vivo? O italiano não quis fazer contas e por alguns minutos se permitiu ouvir o som angelical das cordas ativadas pelas teclas. Porém depois... Raiva, ódio e sentimentos negativos de um passado que ele insistia em querer enterrar.

Saiu correndo, fazendo barulho e emanando um pouco de seu cosmo, fazendo Sara se distrair e sair da sala para procurar o que quer que estivesse ali.

— Mas o que...?

Sentiu o rastro de cosmo do cavaleiro e se abaixou, vendo uma mínima fagulha dourada tremular antes de sumir.

— Mas que diabos foi isso?


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