Graad Gakkou - INTERATIVA escrita por Casty Maat


Capítulo 31
Capítulo 30 – Suave Retaliação




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30 – Suave retaliação

—Estamos perto.

A voz de uma mulher era escutada apenas pelo homem a sua frente. Segurava uma xícara de café em algum canto do colégio.

—A “Viúva” disse-nos que não importa se a opção B está na mansão daquele cavaleiros. – respondeu o homem.

—Sua irmãzinha vive indo lá. Não tem problema? – riu a mulher.

O homem a olhou. Havia um flash de ódio.

—É bem óbvio que finge não ligar e até a ignora aqui, mudando caminhos ao sentí-la. Você nem ligaria de trair nossa senhora se algo ocorresse com ela.

—Por que não conta a “Viúva” então? Minha posição no exército é muito mais confortável que a sua.

—Por que há muitas possibilidades divertidas nisso. – ela terminou o café. – E por que acho que logo logo a casca A estará pronta.

—Aquela garota até agora não tem nenhum sentimento corrompido para a brecha necessária. Nenhum único sinal de vingança.

—Bom, então facilitemos. E você, Alejandro de Obstinação, foque em encontrar onde está o selo nesse prédio ao invés de perder tempo brincando de escolinha.

A mulher saiu, deixando o loiro para trás a olhando com puro ódio. E então precisou se apoiar na parede, tossindo.

—Arf... Pouco... apenas mais um pouco...

Alejandro pôde ver ao longe e de forma discreta sua irmã, Sara, andando com um dos seus inimigos, o rapaz albino. Discretamente seguravam suas mãos. Passou sua mão, se limpando dos resquícios da tosse e seu olhar era indecifrável.

Saiu dali para não correr o risco de ser pego pela irmã e aquele cara. Ainda não era o momento.

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Leona estava pegando alguns materiais na sala do clube de artes quando escutou batidas na porta. Viu entrar uma mulher de cabelos castanhos.

—Oh, é você, Vendramini-kun.

—Ah, Dimaria-sensei. – a garota parou tudo o que fazia. – precisa de alguma coisa?

—Achei que a Reeves-kun estivesse aqui. – a professora então olhou para o retrato que ela estava guardando. – Hmmm, esse aí não é o Galanós-kun?

Leona corou mas disfarçou um bocado.

—B-bem é sim. Ele aceitou a ser meu modelo de estudo.

A mulher se pôs pensativa.

—Vendramini... Por que não se declara para o Galanós-kun? Um garoto bonito e uma garota bonita... Fariam um bonito casal.

A garota nem sabia onde enfiar a cara de tão vermelha. Jamais imaginaria um conselho daqueles vindo de um de seus professores.

—T-tá tão na cara a-assim?!

—Totalmente minha queridinha.

—M-mas eu...

—Bom, vocês são amigos, não são? As vezes a melhor forma de se declarar é sendo impulsiva e não dar espaço para a vergonha. E bom... Ele me parece que é uma pessoa direta, acho que uma declaração desse tipo soa melhor.

Leona estava envergonhada, mas sentiu que de algum modo aquilo fazia sentido.

—B-bom... pode ser...

—Pense no que te falei, queridinha. Eu volto em outro momento para procurar a Reeves-kun.

Leona estava tão envergonhada que não notou que a professora se retirava e muito menos no sorriso maligno que havia em seu rosto.

“Tão tolinha... Se for rejeitada sentirá raiva, se for aceita, basta ela descobrir a verdade” – pensou Dimaria. – “Afinal, foram os cavaleiros de Atena que mataram seu tio, não foi?”

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Maise estava sentada na cama. Fazia alguns dias que estava na mansão, mas ainda se sentia fraca demais para sair do quarto. As meninas que frequentavam a mansão e algumas empregadas ajudavam ela com alguns cuidados como o banho e alguns rapazes a ajudavam a andar.

Soube que Kanon tinha ficado preso também, mas ele nunca viera vê-la. Ela não entendia por que se preocupava com ele, seu bem estar, visto que fora ele quem causara todo aquele caos. Mas Saga lhe assegurava que Kanon estava arrependido, mas que nunca fora bom em se expressar. Então foi uma surpresa que o café da manhã daquele dia, que estava fresquinho e delicioso, fora feito por ele e havia uma mensagem no omurice em um português desengonçado.

“Melhore”.

Kanon agia pelas sombras, tendo recém localizado o covil dos que fizeram mal a Maise. Se escondendo nas dimensões, ele ficava vigiando. Parecia uma rotina normal de um dojo, com exceção dos treinos com cosmo. Conseguira meios de fotografar sem precisar sair de seu esconderijo cósmico.

Ele estava sempre reportando a Saga e Shion. Ambos reconheceram uma das figuras: Shingen. Um ex cavaleiro que não fugiu da diáspora e sim, cometeu crimes reais. Não sem antes dizer que voltaria para se vingar, cedo ou tarde.

—Então era isso...? Ele pretendia usar a Maise contra o Santuário? – rosnou Kanon.

—Ao que parece... – disse Saga pensativo.

Shaka abriu caminho trazendo um convidado. Os cabelos longos, acobreados e barba no rosto.

—Com licença, Shion. – Shaka quase engasgou falando daquele modo pois por instinto ele falaria “mestre” ou “Grande Mestre”. – Esse senhor veio com uns papeis e trouxe a Smith-san para ver Aiolos.

Shion olhou para o homem. Claramente ele não estava feliz de estar ali, agindo como um leva e trás ainda que sorrisse amigavelmente, mas Shion era vivido o suficiente para reconhecer mentiras no rosto.

—Oh, olá garotinhos. Sou o padrinho da Momozinha, Saga Hans.

Um riso quebrou o clima meio estranho. Kanon deu um riso fanho de quem tentava se conter de rir.

—Essa é boa, dois Sagas numa sala. – riu o gêmeo mais novo.

Já o mais velho olhava o ruivo que estava na porta. Um sensação bem estranha lhe passou pela cabeça, mas se recompôs muito rápido.

—Seja bem vindo, senhor Hans.

—Oh, por favor, assim vou me sentir um idoso inválido. Pode me chamar só de Hans.

Saga Hans era bastante cordial e com ares divertidos, mas a realidade é que no fundo estava desconfiado, MUITO desconfiado. Ouviu as ordens de Amélia por Yomi e as re-ouviu ao pegar aquela pasta. Investigações sobre a família Fukuzawa.

Queria entender por que ouvira da idosa que era para entregar em mãos a Shion Kido e aos gêmeos Onassis.

E não, ele não confiava e nem gostava de saber que sua Momozinha estava namorando Aiolos Tavoros, ainda que estivesse gargalhando diante da careta de seu amigo, Stanley, ao saber que ele tinha ganhado um novo genro.

Mas também estava intrigado com o fato de Brian, que era neutro quase pendendo para ele e Stanley, aceitando as ordens de Amélia e deixando que Aiolos e Milo entrassem na RETMAS. Brian NUNCA agia daquele modo.

Entregou a pasta a Shion e já ia arrumar alguma desculpa quando ouviu um dos gêmeos, o mais sério dizer:

—Por favor, poderia ficar?

O geminiano olhava para o ruivo com uma seriedade solene, e acreditava que o olhar experiente de um militar moderno poderia ser útil. Há poucos dias pudera conversar com Morgana, no dia que soube que ela e Aiolos se declararam e estavam juntos. Foi quando ouviu pela primeira vez sobre o padrinho da menina, seu xará, e sentiu que ele era alguém confiável.

—Digo, acredito que podemos ter dúvidas sobre alguns termos. – Saga inventou alguma desculpa. – Uma pessoa experiente pode nos ajudar a entender.

Claro que o ruivo não acreditou naquilo, mas preferiu entrar no jogo daquelas crianças.

—Tudo bem.

O ruivo acompanhava a leitura dos presentes e observação das imagens. As fotografias dos cadáveres não seria algo que meros adolescentes lidariam bem, isso se fossem adolescentes comuns.

—Não parece haver nada de incomum... – murmurava Saga quase que consigo. Ele notara o irmão um tanto impaciente. Mas então teve os papéis e fotos tirados de si pelo visitante.

Apesar de ser um jogo para si, Saga Hans realmente ficou curioso com algumas imagens.

—Isso não me parece um latrocínio...  – ele disse. A disposição do ferimentos, a cena...

Kanon ouvia aquele ruivo, uma onda de ódio percorrendo seu corpo.

—Isso parece um assassinato bem feito, altamente refinado.

Shion sentiu o cosmo de Kanon estremecer.

—Kanon...!

Viu o gêmeo mais novo sair da sala, seguido por Saga. O ruivo ficou encafifado com aquilo e olhando o tibetano perguntou:

—Desculpa perguntar, mas, alguém ligado a ele estava envolvido com isso?

—Algo do tipo. Estamos protegendo a filha desse casal e... creio que era a última coisa que Kanon precisava para agir.

—Agir, você diz...

—Usar o potencial da Fundanção para reabrir o caso. – interveio o indiano.

Claro que aquilo ainda cheirava estranho. Aquele meninos eram muito estranhos. Mas os gêmeos atraiam demais sua atenção.

Kanon tirava seu celular do bolso e se dirigia aos dormitórios, entrou no quarto onde sabia estar Maise, ignorando completamente o irmão gêmeo.

A garota o olhava assustada, e ele sentiu o peso do remorso pesar em seu peito. Ela o temia. Continuou a olhá-la, ainda havia curativos e algumas marcas no corpo dela e aquilo lhe inflamava o ódio.

Ele se aproximou e estendeu o celular com o álbum de fotos do dojo.

—É aqui, não é?

A voz dele não saia inquisidora como sempre saia, isso impressionou a garota.

—Esse é o lugar que fez sua vida ser um inferno?

Maise não conseguia responder, surpresa com aquilo. Kanon mantinha o olhar baixo, envergonhado diante de seus erros. Ela assentiu com a cabeça.

Kanon mudou a foto para uma que focava em seu mestre.

—Meu tutor legal e meu mestre... Shingen...

Kanon mordeu os próprios lábios, quase os rasgando.

—Shingen é um criminoso fugido do Santuário. Acho que sabe de que lugar eu falo.

Sim, sabia pelo pouco que seu mestre contava, mas ele contava sempre acusando o Santuário de ter causado a morte de seus pais, mas Maise sempre sentiu que havia algo de estranho e errado com essa história. A reação do rapaz a sua frente lhe parecia afirmar isso.

Os meses desde que forçadamente conhecera Kanon e os demais rapazes da mansão lhe fizera entender, ainda que superficialmente, como cada um funcionava.

O loiro a sua frente era grosseiro, pervertido e extramente impulsivo, e não importava quanta malícia e manipulação usasse, ele era péssimo em ocultar o que sentia. Se sentia raiva ele exalaria raiva.

—Shingen precisa pagar por seus crimes. Contra o Santuário, contra seus pais e contra você.

Ouvir aquele pequeno interrogatório parecia responder uma pergunta, que no fundo no fundo, sempre se fez.

Teria sido Shingen o responsável pelo final abrupto de sua família?

Maise segurou o rosto de Kanon e o forçou a olhar para ela. Kanon tinha em seus olhos puro ódio, não por ela, mas pelo seu tutor. Ela sabia que não poderia impedir ele, ele era muito mais forte que ela, porém temia por ele de algum modo.

Saga olhava a cena estupefato.

—Eu não sou nenhum santo, Maise. – ela ficou surpresa de ouvir ele a chamar diretamente por seu nome. – Tenho tanto ou mais pecados que esse homem... Mas se quero redimir, eu não posso aceitar que alguém como ele transforme a sua vida em uma arma e nem que continue a fazer o mal. Eu não mereço seu perdão, mas você vai ter uma vida tranquila daqui pra frente. Eu te prometo isso.

—Não precisa me prometer isso. Precisa me prometer que não vai sair ferido. Eu não conviveria bem com isso.

Kanon a olhava sem entender por que daquilo. Ela deveria lhe odiar depois de tudo. Ele se sentiu envergonhado e desviou o olhar.

—Eu vou estar junto, não vou deixar que ele cometa nenhuma bobagem. – disse Saga, se aproximando.

No começo do corredor Shion, Shaka e Hans apenas esperavam. O ruivo atento a saída dos gêmeos do quarto.

—Estamos de saída, velho. – disse Kanon para Shion.

—Eu irei com vocês dois. Shaka, por favor, faça sala para o senhor Hans.

—Eu? – riu o ruivo. – Tenho meus afazeres, infelizmente. Senão é capaz de eu dormir no sofá, não quero irritar minha linda esposinha.

Não, ele iria só voltar e fofocar o que presenciara a Stanley. Yomi e Brian decidiram ceder, ele e Stanley não.

Saiu junto do trio que estava tenso, mas no portão mesmo se separaram. Saga Hans indo até o amigo e compadre. Shion, Kanon e Saga Onassis ao ataque no dojo de Shingen.


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