Eu vou até o fim escrita por J Lannister


Capítulo 4
Maio/Junho de 2004


Notas iniciais do capítulo

"Três meses! Isso é inadmissível!"
Eu sei! Tinha todo esse discurso separado para me desculpar e explicar o motivo, mas isso foi mês passado, então eu esqueci kk.
Enfim, mil perdões pelo atraso. Agora as explicações:
O capítulo demorou um mês, mais ou menos, para sair, primeiro porque eu tive um bloqueiozinho para escreve-lo e segundo foi por causa da minha beta que demorou um pouco.
E então passaram-se dois meses, que foram ocupados por final de semestre na faculdade e falta da internet (a vivo/telefônica é uma fdp).
Quanto ao próximo cap, ele está quase pronto só tem um porém, estou sem beta (a minha teve de sair da liga, não a culpo, a pessoa tem vida e tem de ter prioridades, aliás boa sorte querida, naquilo que está se concentrando agora). Eu não tenho a segurança de postar sem passar pelas vistas de um beta antes, mas um novo já esta sendo providenciado.
Tentarei, com todas as fibras do meu ser, não cometer atrasos tão longos como esse.
Pronto, pode ir ler kk.
E se você leu até aqui comente "eu li, bobona", para eu saber se alguém realmente lê notas.



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— Ei meninos, que negócio é esse de vocês serem voluntários, que a Sakura tava falando? — indagou Ino, irmã de Naruto.

Era noite de sexta e Naruto foi encontrar os amigos, Sasuke e Sakura, junto de sua irmã e do marido, Gaara, em um barzinho.

— Eu te falei uma vez sobre isso, lembra? — perguntou Sakura, antes que um dos homens tivessem a chance de responder — sobre o Instituto para Reintegração de Vítimas de Acidentes.

— Ah! Sei! — respondeu Ino — Das pessoas sem memória. Eu lembro... você pediu a minha ajuda, mas eu estava super sem tempo. Mas como tá sendo a experiência?

— É meio complicado — começou Sasuke — principalmente em questão de emprego, ninguém quer contratar alguém sem referência.

— Com a Hinata está sendo a mesma coisa. Nós fomos a uma agência de emprego, mas foi bem desencorajador. Sem contar que ela parece estar sempre frustrada. Como ela mesma me disse, não saber quem é ou de onde vem é desesperador. — completou Naruto.

— Com certeza. — continuou o Uchiha. — O Juugo, o cara que eu estou cuidando, ele até tenta esconder, sabe, principalmente porque ele é bem quieto e discreto, mas é só você olhar bem nos olhos dele que pode ver essa... Ponta de tristeza. E chega a ser frustrante até pra gente que quer ajudar mas está completamente de mãos atadas.

— Nossa! Que chato! — dessa vez quem falou foi Gaara — Seria bem interessante conhecer esses caras, que tal, na próxima vez que a gente conseguir se reunir.

— Claro! Vou perguntar pro Juugo se pra ele tudo bem e depois a gente marca.

— Vou falar com a Hinata também.

— Ótimo! — acrescentou a Sabaku — Agora, será que alguém poderia me arranjar algo pra beliscar, o Inojin está morrendo de fome.

— Você tá sempre com fome Porca, não ponha a culpa na gravidez! — Sakura ralhou.

— Ah! Não enche! E me arranja logo uma porção de batata frita que eu estou morrendo de vontade de comer.

~

Duas semanas depois, Naruto recebeu a primeira ligação da agência de empregos, e mais algumas depois dessa.

Após várias entrevistas, Hinata finalmente conseguiu um emprego, como merendeira em uma escola pública de ensino fundamental.

Os dois, devido as suas ocupações, decidiram se encontrar aos domingos para colocar o assunto em dia. Esse era um desses dias; na verdade o primeiro deles. Naruto foi buscar Hinata, que ainda estava morando no albergue, para almoçar em um restaurante de comida caseira.

— E aí, Hinata, o que está achando do emprego? — perguntou Naruto, se preparando para atacar o prato cheio de comida à sua frente.

— Tá bem tranquilo — respondeu a morena, que parecia estar namorando aquele pedaço considerável de lasanha — eu basicamente lavo louça o dia inteiro. Sério! São uns quinhentos alunos de manhã e mais quinhentos de tarde, imagine a quantidade de pratos. Sem falar nas panelas gigantes. — completou experimentando um pedaço generoso da lasanha, que degustou como se fosse a melhor iguaria do mundo.

— Tá gostoso? — meio risonho — e levemente debochado — o loiro perguntou.

— Uhum! — terminando de engolir a garota completou — Você lembra que eu disse que estava de saco cheio de comida de hospital? — ele assentiu — Então, comida de escola é pior. É horrível na verdade. Vem uma comida muito estranha enlatada, com o símbolo do governo impresso na lata, ainda por cima, que somos obrigadas a dar aos alunos. — foi dizendo Hinata, realmente indignada — E eu, em minha atual condição de quase mendiga, sou obrigada a comer aquela gosma também. — por mais drástico que fosse os dois acabaram rindo disso.

Naruto estava adorando a naturalidade com que o assunto fluía entre eles. No último mês pouco se viram, mantinham contato apenas por telefone, quando Hinata estava no instituto, que ainda tinha de ir, devido às consultas com o psicólogo, ou por orelhão — por isso a ideia do almoço aos domingos, que, aliás, partiu de Hinata. Mas mesmo assim, com tão pouco contato, a cumplicidade com a qual conversavam era vista de longe. O Uzumaki estava feliz por saber que Hinata já confiava nele.

— Foi por isso que sugeri esses almoços aos domingos, pra comer comida boa às suas custas. — brincou Hinata.

— Bom, fique à vontade pra me explorar a hora que quiser. — mais risadas. — Agora, falando sério — começou o Uzumaki — amanhã é dia cinco, vai fazer um mês que você tá trabalhando. Já sabe o que vai fazer com seu primeiro salário?

Hinata assentiu.

— Eu estive pesquisando a mensalidade de algumas pensões...

— Pensões? — Naruto a interrompeu — Mas você não pretendia alugar uma casa?

— Eu pensei melhor, e convenhamos, não dá pra alugar nada com um salário mínimo. Não é só o aluguel, tem água, luz, condomínio se for um apartamento. Eu não ganho tudo isso.

— Entendi. — concordou o loiro — E uma pensão é mais acessível?

— Sim, eu achei algumas que posso pagar. Na verdade eu queria ir dar uma olhada nelas amanhã. Você tem algum compromisso? — a Watanabe perguntou.

— E a escola?

— Segunda é conselho de classe e terça é reunião de pais, então sem aula nesses dois dias.

— Ah! — Naruto continuou — Segunda eu tenho uma reunião de manhã, mas de tarde estou livre, e terça também. Amanhã eu te pego na hora do almoço.

— Tudo bem. E obrigada por me alimentar. — ela brincou.

— Já disse que pode me explorar quando quiser. — ambos riram.

Continuaram comendo em silêncio até ele ser interrompido por Hinata.

— Naruto, posso te fazer uma pergunta?

O Uzumaki anuiu.

— É que... — o rosto de Hinata começou a se avermelhar — Eu não sei nada sobre você. — Agora ela estava bem corada e desviou o olhar para não encarar o loiro — Toda vez que nos encontramos é sempre sobre mim. Eu... Eu queria te conhecer melhor.

— OK...

— Não precisa me falar nada se não quiser... — Hinata interrompeu afoita, causando risos em Naruto. Mesmo ela parecendo estar tão à vontade, a timidez acabou vencendo.

— Tá tudo bem Hinata. — garantiu — Deixa eu vê, por onde começar — encaixou o queixo e o lábio inferior entre os dedos e fingiu uma cara pensativa, queria brincar um pouco com a morena para mostrar que não tinha se importado com a pergunta. — Meu nome completo é Naruto Uzumaki Namikase, tenho 22 anos e estou terminando a faculdade de engenharia mecânica. — ele faz uma pausa, dessa vez realmente pensando no que dizer. — Meu pai tem algumas lojas de autopeças espalhadas por São Paulo, e eu trabalho com ele desde os meus 14 anos, mas agora estamos abrindo juntos nossa própria fábrica de autopeças.

— Nossa! Que legal. Foi por isso que você fez engenharia mecânica?

— Exatamente. Já estamos fechando alguns contratos, e se Deus quiser, no ano que vem ela já vai estar ativa e operante.

— Com certeza, vai dar tudo certo! Me conta mais Naruto, e sobre sua família? — o rosto de Hinata voltou a ficar rosado quando ela pediu.

— Bom, tem a minha mãe, a Dona Kushina, só não chama ela de Dona na frente dela, porque ela odeia — confidenciou fazendo a morena rir — meu pai se chama Minato, e os dois se conhecem desde que se entendem por gente.

— Sério?

— É... Eles estudaram da primeira série até o terceiro colegial juntos.

— Que lindo! E namoram desde a época da escola?

— Na verdade não. — explicou — Minha mãe é órfã, e quando ela fez dezoito teve que sair do orfanato.

— Coitada!

— A situação dos órfãos nesse pais não é muito boa... Enfim, meu pai pediu pra minha vó deixar que minha mãe morasse com eles por um tempo.

— Sua avó aceitou?

— Com certeza, minha vó sempre gostou muito da minha mãe, quem não aceitou foi a Dona Kushina.

— Por que não? — perguntou Hinata indignada.

— Minha mãe sempre foi muito orgulhosa, mas no fim meu pai a convenceu usar o pouco dinheiro que tinha guardado pra fazer o curso que ela queria.

— Qual?

— Magistério. Ela é professora e até hoje é completamente apaixonada pela profissão. No fim ela nem chegou a morar sozinha, por que depois de dois anos morando com os meus avôs, eles já estavam namorando e saíram de lá pra casar. — concluiu Naruto.

— Que história mais linda! — Hinata exclamou suspirando.

— Verdade. — Naruto gostava bastante da trajetória dos pais, porém sua parte preferida é ver o quão apaixonados eles ainda são um pelo outro. — Alguma outra pergunta senhorita curiosidade?

— Ah! Sei lá. — Hinata se encolheu um pouco na cadeira, o loiro tinha quase se esquecido do quão linda a morena ficava envergonhada. — Você tem irmãos ou tios?

— Eu tenho uma irmã. Na verdade ela é minha prima, — começou a explicar — o tio Inoichi e a esposa morreram num acidente de carro.

— Oh! Sinto muito.

— Eu e a Ino éramos bebês quando aconteceu. Meus pais que a criaram, por isso nos consideramos irmãos, ela até chama meus pais por pai e mãe e não tio e tia. Quanto a tios, — continuou — além do tio Inoichi, tem a Shizune, que é adotada...

— Adotada?

— É, a minha vó, Tsunade, é médica, e sempre visita orfanatos para atender as crianças. Ela diz que quando conheceu a minha tia foi como amor a primeira vista.

— Que fofa! Ela deve ter sido um bebê muito lindo!

— Na verdade, ela já tinha uns seis anos quando foi adotada. — explicou Naruto.

— É?! E seu avô aceitou a adoção numa boa? — a morena perguntou.

— Sim! Meu avô é o ser humano mais incrível desse mundo.

— Nossa!

— É sério! Talvez você já tenha ouvido falar dele, Jiraya Namikase. — as bochechas da Hinata coraram na hora, Naruto deveria ter adivinhado que ela seria o tipo de pessoa que se envergonharia apenas de ouvir o nome de um escritor de livros eróticos. — Pela cara que você fez, aposto que já leu. — comentou risonho, deixando a garota mais vermelha ainda. — Mas não precisa fazer essa cara, as pessoas às vezes se esquecem que ele também é um jornalista sério.

— Sim, na escola passaram aquele documentário dele sobre o ensino de artes marciais para crianças.

— Sim, a maioria das reportagens ou documentários dele são sobre crianças.

— Por quê?

— Meu avô teve a infância um pouco difícil, e essa é a melhor forma que ele tem de ajudar outras crianças a terem um futuro melhor.

— Que lindo da parte dele, mas ele deve receber muitas críticas por isso, não?! — comentou Hinata — Documentários sobre o que é melhor pra crianças, e então, romances eróticos?

— Bom, meu avô já tem a resposta na ponta da língua pra esse tipo de pergunta.

— E qual é?

Naruto pigarreou, para, sem sucesso, imitar a voz de Jiraya:

— "E como é que crianças são feitas, senhorita?"

Hinata deu uma gargalhada um pouco escandalosa, coisa que não condizia com sua personalidade, por isso, assim que percebeu como estava chamando a atenção de alguns clientes de restaurante, se retraiu envergonhada.

— Seu avô deve ser mesmo essa pessoa incrível que você diz.

— Tô falando... — ia comentando Naruto, quando foi interrompido pelo toque celular — Desculpa, Hinata, tenho que atender. — a morena assentiu — Alô.

— Oi, Naruto, é o Sasuke. Só liguei pra avisar que o pessoal está combinando de ir ao barzinho de sempre. Topa?

— Claro! Quando?

— Sexta-feira — respondeu — Ah! E, eu já convidei o Juugo, então não se esqueça de chamar a... Como é mesmo o nome dela?

— Hinata — Naruto informou, vendo a morena indagar com um olhar o porquê dele mencionar seu nome.

— Isso — continuou o Uchiha — não se esqueça de chama-la, beleza?

— Pode deixar, eu chamo sim.

— Então se não nos vermos até lá, até sexta.

— Até. — assim que desligou o telefone, Naruto foi questionado:

— Por quê você estava falando de mim? — perguntou a Watanabe com confusão estampada no rosto.

— Porque nós vamos sair sexta-feira!

— O quê? — indagou ainda mais confusa.

— Uns amigos meus querem muito te conhecer...

— Por quê? — questionou Hinata, como se não tivesse lógica ela ser o assunto dentre os amigos do homem a sua frente.

— Porque... — continuou — Nós temos conversado bastante sobre toda essa experiência de te ajudar... Na verdade, meu amigo Sasuke também é um voluntário, ele disse que o cara que ele tá ajudando vai.

— Quem é?

— Eh... O nome dele eu acho que é... Juugo, se não me falha a memória.

— Ah! O Juugo também vai?

A animação e o evidente carinho com o qual Hinata mencionou o nome de Juugo causou um pequeno incomodozinho na boca do estomago de Naruto, nada muito perceptível, fez apenas com que o loiro se ajeitasse na cadeira, que se tornou desconfortável de repente.

— Vai sim. — disse sem a exagerada euforia de sempre. — Vocês são amigos?

— Sim, na realidade, acho que o Juugo foi o único amigo que eu fiz no instituto.

— Então, assim é bom, pelo menos vocês se verão fora do instituto.

— Bom... — hesitou — eu acho melhor que eu não vá...

— Mas...

— É melhor Naruto.

— Não! — o loiro pensou melhor e prosseguiu mais comedido — Vamos fazer o seguinte, pensa com calma e amanhã você me responde, tá legal?

— Mas...

— Sem mas, amanhã! — e completou mandão em tom de brincadeira — Agora come!


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Notas finais do capítulo

Adendos: se vc já estudou em SP - Capital em uma escola do estado sabe do q a Hina ta falando sobre a lavagem q serviam e servem as crianças, na verdade lavagem é eufemismo, porcos são melhor alimentados.
Quanto ao sobrenome do Naruto, estamos no Brasil, e aqui não se exige o ultimo nome como mundo a fora, eu mesma nunca digo o meu sem necessidade (é da Silva, e eu odeio), então sem aquela coisa que eu vejo em muitas fics, de ter o Naruto explicando que ele prefere o nome da mãe, não é preferência é costume.

E aí? Gostaram? Espero que tenha compensado.
Mais uns poucos capítulos e começará as grandes passagens de tempo para a estória atingir os dias de hoje e as partes realmente legais começarem.
Até os comentários, se vocês se sentirem confortáveis para tal.