Eu vou até o fim escrita por J Lannister


Capítulo 2
Abril de 2004


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Tudo bem?
Mil perdões pela demora, houveram probleminhas técnicos (mas especificamente com o Word da minha Beta), então o cap demorou um pouco pra sair.
Vocês devem ter percebido que o titulo do cap é uma data, todos serão assim. Atenham-se à esse fato pois ocorreram passagens de tempo significativas e talvez durante o cap não fique claro, apenas no titulo, então por favor prestem atenção.
Muito obrigada a que favoritou e comentou.
Acho que é só, qualquer duvida quanto aos títulos é só me perguntar nos comentários.



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— Eu tenho mesmo que ir?!

— Você prometeu, Naruto! — disse Sakura o puxando pela mão para fora do carro — Até o Sasuke veio sem reclamar!

— Mas ele é seu noivo e te ama, se você pedir ele pula de uma ponte sem reclamar.

— Ah! Cala a boca e entra — Sakura já o empurrava para dentro do prédio.

Ela, assim como a maioria de seus colegas residentes do hospital-escola de São Paulo, era voluntária na Instituição para Reintegração de Vitimas de Acidentes, que ajudava pessoas que sofreram algum acidente que os deixaram com alguma deficiência, como cegueira ou amputação, a se adaptarem. Há também aqueles que perderam a memória e nenhum parente foi encontrado, então o trabalho dos voluntários era basicamente reintegrar esse indivíduo à sociedade. Deveriam "apadrinhar" alguma vítima e ajudar em sua reintegração social, como arranjar moradia, emprego ou documentos legalizados, — levando em consideração que alguns deles não se lembram do próprio nome ou data do nascimento — claro, sempre com acompanhamento psicológico.

Sakura sabendo da necessidade de mais voluntários pediu para que seu noivo Sasuke e seu melhor amigo Naruto fossem ajudar, porém sendo Sakura quem é, foi mais para uma ordem.

Então, nesse momento estavam os dois, junto a outros voluntários novos, olhando as fichas montadas pelos psicólogos da Instituição para ver qual paciente apadrinharia.

— E aí, Sasuke, com quem você ficou? — perguntou Naruto, já acomodado em uma das salas do lugar para receber as devidas instruções, mal prestando atenção em sua própria ficha, a única coisa que viu foi que a garota na foto era bonita.

— É um tal de Juugo, ao que parece ele é calmo e gosta de natureza, pelo menos não parece ser um chato escandaloso como você. E o seu?

— É uma mulher, na verdade — nem ligando para o insulto, por costume, Naruto continuou — seu nome é... Hinata e... Ela é tímida e toca piano.

— Isso parece ser mais útil do que "gosta de natureza" — Sasuke fez as aspas com os dedos — a Sakura meteu a gente numa roubada, né?

Antes que Naruto pudesse responder, foi interrompido pela chegada de um dos assistentes sociais que trabalham na instituição, que explicou o que eles deveriam fazer e como prosseguir, e que qualquer dúvida era só contatar a Instituição pelo telefone 24h ou pessoalmente nos horários devidos.

— Por favor me sigam para a sala ao lado para conhecer seu novo colega.

Eles, ao todo sete voluntários, se levantaram e seguiram o homem, para uma ampla sala branca cujo únicos móveis eram carteiras escolares de madeira com uma cadeira de cada lado. Quando chegaram cada um foi atrás da pessoa que lhe foi designada.

"Bem mais gata que na foto!", foi o primeiro pensamento de Naruto ao vê-la, a foto que lhe entregaram deveria ser um pouco velha já que a garota a sua frente estava menos pálida e um pouco mais encorpada, não gorda, apenas com uma aparência mais saudável, apesar das olheiras abaixo dos olhos serem as mesmas. O cabelo, de um preto azulado, um pouco maior que na foto, quase chagava ao queixo.

Já o segundo pensamento foi sobre a timidez que estava descrita na ficha, já que além de estar na mesa mais afastada ela ficou com o rosto vermelho e abaixou a cabeça quando percebeu que estava sendo observada pelo loiro.

— Posso me sentar? — perguntou Naruto.

Parecendo um tomate de tão envergonhada, a garota apenas mexeu a cabeça concordando.

Já acomodado na cadeira de frente à moça estendeu a mão logo tratando de se apresentar.

— Sou Naruto Uzumaki — timidamente teve sua mão apertada por ela — mas pode me chamar de seu anjo da guarda — esse comentário a fez rir, "acho que estamos fazendo progresso" pensou Naruto — Então, que tal começarmos logo? — novamente apenas um movimento com a cabeça — Aqui diz que seu nome é Hinata, mas não tem sobrenome ou data de nascimento, suponho que não se lembre... — de novo o aceno afirmativo — aliás o que lembra além do nome?

Para a alegria de Naruto essa pergunta não poderia ser respondida com apenas sim ou não, assim com clara hesitação na voz ela respondeu:

— Na verdade eu nem tenho certeza se esse é mesmo meu nome — isso deixou o loiro um pouco confuso — eu só consigo lembrar de dois, esse e Hanabi.

— Se você é Hinata quem é Hanabi? — confusão ainda estampava a feição do Uzumaki.

— Eu não sei ao certo mas de algumas forma eu sinto que é alguém importante para mim.

— Tudo bem, vamos ver mais sobre isso depois — dando outra olhada na ficha em suas mãos prosseguiu — Aqui diz que você toca piano, como esqueceu seu nome e isso não? — estava verdadeiramente curioso. Em um tom de voz baixo e incerto Hinata respondeu:

— O médico uma vez me explicou que existem vários tipo de memórias — começou a explicar, olhando nos olhos de Naruto pela primeira vez, que observou o incomum tom perolado que possuíam — as de longo e de curto prazo... Na de longo prazo tem as memórias declarativas e não declarativas, sendo as não declarativas aquelas que estamos tão acostumados que fazemos automaticamente, como escovar os dentes, dirigir um carro ou tocar um instrumento, e tem as declarativas que são as memórias de tudo o que vivemos, nossas experiências e foi essa parte da minha memória que foi afetada. — finalizou voltando a abaixar a cabeça encabulada.

— Nossa! — Naruto estava realmente impressionado, não apenas pela explicação, que foi muito interessante, pois nunca parou para pensar que existiriam tipo diferentes de memórias, já que para ele era ou você lembra ou não, como também estava encantado com a mulher em sua frente, o jeitinho delicado que ela falava e gesticulava era encantador na opinião do loiro — Isso foi incrível, realmente o cérebro humano é impressionante.

Hinata sorriu concordando.

— Mas agora que já fomos devidamente apresentados vamos começar o trabalho, certo?! — o loiro estava doido para passar mais tempo com sua nova amiga.

— Certo! — respondeu a garota, apresentando um tímido, e, para ele, lindo sorriso.

— Ok, outra pergunta, você sabe sua idade ou quando e onde nasceu?

— Infelizmente não — Hinata estava claramente mais confortável em sua presença, embora ainda corasse toda vez que abria a boca — os médicos disseram que pelo meu físico devo ter entre dezoito e vinte e cinco anos, agora data de nascimento ou a cidade que nasci não tenho a mínima noção.

— Não posso nem imaginar como você se sente sem saber quem foi ou de onde veio.

— Acredite, é angustiante. — Hinata se encolheu na cadeira.

— Ei — chamou a atenção da menina que estava absorta em pensamentos — nós vamos descobrir tudo, eu prometo! — e abriu aquele sorriso de orelha a orelha que só ele sabia fazer, vendo o semblante da linda mulher a sua frente se iluminar, e ficou feliz por saber que era capaz de alegrá-la. — Que tal se inventássemos uma data de aniversário para você? — perguntou para distraí-la daquele assunto desagradável, e funcionou.

— Como assim? — a expressão confusa de Hinata fez o loiro se perguntar se existia pessoa mais fofa.

— É, sabe, até descobrirmos a verdadeira.

— Tudo bem, e que dia você sugere? — perguntou se animando com a ideia.

— Ah, sei lá, que tal o dia que você acordou?

— Como assim?

— Eu quero dizer o dia que você acordou no hospital e te disseram que sofreu um acidente e essas coisas. Porque é como se tivesse nascido de novo, certo? — explicou Naruto.

— Acho que sim, foi dia 16 de novembro no ano passado.

Isso assustou o loiro, já estavam no mês de abril, o que ela tinha feito durante esse tempo?

— Você já está aqui a cinco meses?! Fazendo o que? — perguntou o loiro, pensando que ela estava há tanto tempo morando na Instituição sem ter noção de quem era, ela devia estar sofrendo muito.

— Infelizmente — sua feição ficou entristecida. — tudo que eu faço aqui é dormir, tocar piano e consultas psicológicas para ver se estou pronta para enfrentar o mundo nas minhas atuais condições.

Ele tentava imaginar-se nessa situação, e nenhum dos cenários lhe era agradável, com certeza Hinata era uma mulher muito forte para aguentar uma situação dessas sem enlouquecer.

— O que acha do dia 16 de novembro como sua nova data de aniversário? — logo mudou de assunto, pois não queria aquele semblante triste no rosto de Hinata.

— Eu gostei! — e abriu aquele tímido sorriso encantador.

— Ótimo, um problema resolvido — disse com uma animação exagerada que arrancou risadas da menina — agora próximo passo, quantos anos quer ter?

Parecendo divertida com a ideia do loiro, ela respondeu com animação na voz.

— Hum... Que tal 19?!

— Por que 19?

— Dezoito é pouco, seria como se eu fosse uma adolescente ainda, e eu não quero que seja mais de vinte, seria como se eu tivesse perdido tempo de mais de vida, então, dezenove ou vinte são as melhores opções, assim sendo prefiro dezenove.

— Perfeito, a partir de agora você é Hinata... Hinata o que? — coçou a cabeça em dúvida — acho que temos que arranjar um sobrenome!

— E qual sugere?

— Hum... Que tal... Watanabe?

— Parece bom... Gostei!

— Ok, então você é Hinata Watanabe, tem 19 anos e faz aniversário em 16 de novembro, e agora o que gostaria de fazer?

— Acho que gostaria de me mudar daqui, não aguento mais o hospital ou a Instituição, só que tenho de arrumar um emprego primeiro.

— E no que pretende trabalhar?

— Eu estava pensando, já que tocar piano é a única coisa que eu lembro direito talvez eu possa dar aulas, sabe, arranjar um apartamento, colocar um piano na sala e... — ela parou quando percebeu que estava falando muito — acho que estou sonhando de mais, me desculpe...

— Que bobagem — a interrompeu — eu achei uma ótima ideia.

— Sério?!

— Por que não vamos agora?

— O que?! Não, você deve ter coisas mais importantes para fazer...

— Já falei para deixar de bobagem, — já levantando da mesa — ainda são pouco mais de meio dia, vamos almoçar e depois procurar um local para você morar. Aliás, você pode sair?

— Posso, mas, Naruto, eu nem tenho dinheiro...

— Isso a gente resolve depois, vem, eu pago o almoço — disse esticando a mão na direção de Hinata.

Percebendo que não havia espaço para discussão segurou na mão de Naruto e concordou.

— Só porque vai pagar o almoço.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do primeiro cap, digam se sim nos comentários e não esqueça de favoritar.
Eu não lembro a fonte daquela parte sobre a memoria, pois esse cap ta escrito desde metade do ano passado (nem mesmo lembro o que coloquei no Google) mas se quiserem pesquisar fiquem a vontade, é realmente interessante.
Bjsss, J



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