Nem Todo Mundo Odeia o Chris - 3ª Temporada escrita por LivyBennet


Capítulo 25
Todo Mundo Odeia Despedidas - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap. pra adoçar a terça de vocês!

Leitura Anterior: O Coração de Um Nerd - Capítulo 10



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/594075/chapter/25

POV. CHRIS (Brooklyn - 1986)

“Então, dá certo desse jeito, Doc?” Olhei pra ele com minha melhor expressão de por favor, e vi ele suspirar rindo de leve.

“Dá sim, garoto. Aceito seu substituto”, falou, apontando pro Drew ao meu lado e sorrindo.

“Valeu, Doc. Você é o cara”, agradeci e ele dispensou o elogio com um gesto de mão.

“Não precisa agradecer. Você sempre trabalhou bem e Drew nunca me deu problemas ao te substituir.”

Sorri de canto e dei um leve tapa na nuca do Drew antes de ir até a porta. Mas antes que eu pudesse sair, Doc me chamou.

“Chris?” Virei e o encarei, esperando. “Faça valer a pena.”

Não sabia se Doc tinha um sexto sentido, se lia a minha mente ou se ouvia fofocas demais, mas ele sempre parecia saber pelo que eu estava passando e me dava conselhos incríveis. Sorri pra ele e disse:

“Pode ter certeza que vou.”

 

Saí de lá e comecei a subir a rua, sentindo um misto de animação e pesar. Estava ansioso para passar a semana com a Lizzy, mas não com a situação. A conversa da noite anterior ainda estava bem fresca na minha memória.

Eu sabia que teria uma situação desagradável assim que me aproximei da casa dela e vi o carro dele estacionado no meio-fio. Respirei fundo, mentalizei que ela estava comigo, e entrei, subindo as escadas sem fazer barulho. Podia até ser errado, mas não resisti ouvir atrás da porta da segunda sala. Ela falava que não tinha certeza sobre algo. Ele insistia que ela devia realizar o sonho dela e mencionou um programa de estágio. Imediatamente lembrei do que Lizzy tinha falado para mim e Greg no dia que fomos à Corleone. Mas se ela passou porque ela não quer ir? Não fazia nenhum pouco de sentido.

Quando ouvi ela prometer que ia pensar, vi minha deixa para entrar. Abri a porta e notei a surpresa dela ao me ver ali. Ela logo pediu para o miserável sair. Ele foi, mas não sem antes pressioná-la uma última vez. Indo até ela, sentei ao seu lado e pedi uma explicação.

 

flashback on

 

“Pode me explicar?”, perguntei em um tom calmo.

Ela assentiu e começou a contar tudo.

“Há umas duas semanas Daniel me falou de um programa de estágio para alunos interessados em negócios. Fiquei curiosa e, por incentivo dele, acabei me inscrevendo. Falei isso para você e o Greg no dia que nos encontramos na Corleone.” Concordei, lembrando daquele dia. “Não entrei em detalhes porque não acreditava que passaria. Não queria criar esperanças ou discussões à toa. Ele veio me dizer hoje que eu consegui uma vaga.”

“E isso não é bom? Não era o que você queria?” Expressei minha dúvida com certa preocupação. Por que ela está hesitando tanto?

“Era. Só que o estágio não é em Nova York… É em Londres o verão todo.”

O-o q-quê??

Lentamente fui assimilando o que ela acabou de me dizer e senti meu peito apertar com a ideia da partida dela. Londres? Do outro lado do oceano? Por dois meses? A gente acabou de ficar junto e é isso que acontece?! O aperto no meu peito aumentou e não sabia o que pensar. O que eu vou fazer sem ela aqui? Senti minha cabeça girar com a ideia de perdê-la depois de sofrer tanto para saber se ela também gostava de mim.

Ainda meio desorientado com o choque da notícia, questionei, na esperança de tudo aquilo ser um pesadelo.

“Londres? Por dois meses?” Ela assentiu e minha última esperança morreu. O aperto no meu peito subiu para a minha garganta e eu tive dificuldade em fazer a pergunta seguinte: “E quando você teria que ir?”

“Domingo seria o último dia possível.”

“Daqui a 6 dias…”, murmurei, sentindo o gosto amargo da derrota na boca.

Não conseguia dizer mais nada e muito menos olhá-la. O aperto no meu peito lentamente se transformou em uma dor que eu nunca tinha sentido antes. A única pergunta que rondava minha cabeça era: por quê?

Eu sabia que ela não tinha planejado aquilo; não era culpa dela. Ela só tinha tentado algo na esperança de realizar um sonho. Como eu poderia condená-la por isso? Mas tomar consciência disso não fez minha dor diminuir; ao contrário, ela aumentou. E o que a dor gritava pra mim era que eu pedisse para ela ficar, que a abraçasse e não permitisse que ela fosse. Por um segundo, quase deixei que o pedido saísse pela minha boca, mas no último instante reprimi. Uma vida inteira sendo obrigado desde cedo a tomar decisões responsáveis segurou minha língua.

Ela ficaria. Eu sabia que se fizesse aquele pedido ela não iria. Eu a conhecia bem. Mas não podia fazer isso com ela. Não era justo. Eu não tinha esse direito. Por isso respirei fundo e falei a única coisa que eu podia naquele momento, pensando no melhor pra ela.

“Vá.” 

“O-o quê?” Ouvi sua voz levemente embargada, mas tentei manter minha decisão firme.

Endireitei a postura, dando o meu melhor para olhá-la nos olhos e repeti:

“Vá.”

As lágrimas no seu rosto me disseram que ela tinha entendido minha decisão como uma rejeição, e eu senti uma pontada no coração ao ver a dor nos seus olhos. Então ela perguntou em um fio de voz:

“V-você está t-terminando comigo?”

Sem a menor intenção de me controlar, puxei ela pelos braços e a beijei. Não foi um beijo delicado, nem calmo; era louco e desesperado. Eu queria que ela sentisse o quanto eu não queria que ela fosse, o quanto a ideia de tê-la longe me deixava louco, o quanto eu sentia dor com tudo aquilo. 

Quando encerrei o beijo, nós mal conseguíamos respirar. Encostei a cabeça em seu ombro, ainda segurando seus braços. Alguns segundos depois, murmurei algo. Ela pediu que eu repetisse e assim o fiz, agora olhando em seus olhos.

“Claro que não tô terminando com você.”

“Então por que me diz para ir?” perguntou, com os olhos ainda marejados.

“Porque não quero que desista do que sonha por minha causa. Não é justo, Lizzy.”, disse, em um tom angustiado, implorando que ela entendesse. 

Fechei os olhos, respirando fundo e pedindo forças a Deus. Tentei pensar que aquela viagem era muito importante pra ela; que mesmo longe ela ainda pensaria em mim; que se ela havia gostado de mim todo esse tempo dois meses não iriam nos separar. Esses pensamentos me trouxeram um pouco de paz, então quando abri novamente os olhos para encará-la, eu estava mais calmo e controlado.

Subi minha mão para acariciar seu rosto e limpar suas lágrimas, com um leve sorriso de lado.

“Vá. Eu vou estar aqui quando voltar.”

Essa era minha promessa. Eu esperaria por ela o quanto fosse necessário.

 

flashback off

 

Os pensamentos de consolo ainda me animavam, mas não faziam a dor passar. Eu sabia que iria piorar quando ela fosse embora, mas me apegava à ideia de que ela voltaria pra mim e tudo ficaria bem.

 

Subi as escadas de casa tentando não fazer barulho. Ainda era cedo - cerca de 8h da manhã - e eu não queria de forma alguma acordar a Tonya.

Abri a porta da sala procurando a mãe e ouvi barulhos baixos vindo da cozinha. Fui até lá e encontrei ela preparando o café da manhã. Quando me viu ela sorriu.

“Bom dia, filho.”

“Bom dia, mãe. Eu… tenho algo pra contar.” Ela parou imediatamente o que estava fazendo e me encarou desconfiada.

“O que foi que você aprontou, garoto?” Soltei um suspiro cansado.

“Será que dá pra parar 5 segundos e pensar que eu não fiz nada de errado?”

Vi sua expressão se suavizar e ela gesticulou para que eu continuasse.

“Vim pedir pra Lizzy jantar com a gente hoje.” Ela franziu o cenho um pouco confusa.

“E precisa pedir? Lizzy já é de casa.” De repente ela me olhou sugestivamente. “Vocês vão contar sobre vocês?”

“Não. Pelo menos ainda não. É sobre outra coisa.” Ela me encarou, esperando que eu contasse logo. Claro que ela não ia querer esperar até o jantar. Respirei fundo e contei. “Lizzy se inscreveu em um programa de estágio e conseguiu uma vaga.”

“Isso é maravilhoso!” Apenas assenti e ela percebeu minha falta de animação. “O que foi? Não estão felizes com isso?”

“Estou orgulhoso dela por ter conseguido, mas não sei se posso dizer que estou feliz.” Ela me encarou novamente, esperando uma explicação. “Mãe… O estágio é em Londres o verão todo.”

Seu olhar de choque ficou fixo no meu até que se transformou em compaixão. Ela se aproximou devagar e pôs a mão no meu rosto.

“Ah, meu filho...” Ficamos um tempo em silêncio até que ela perguntou: “Quando ela vai?” Me forcei a responder.

“Domingo pela manhã.” Seu olhar de compaixão se intensificou.

Tentei não me sentir desarmado com o olhar dela, mas era praticamente impossível. Minha mãe me conhecia bem. Funguei de leve, e tentei continuar com o assunto.

“Bom, ela vai ter muita coisa para resolver e ajeitar nesses cinco dias, então vou ajudar ela com isso. Pedi dispensa pro Doc e pedi pro Drew me cobrir, tudo bem?”

Ela assentiu de imediato.

“Claro. Ele pode ficar no seu lugar sim.” Ela hesitou um pouco antes de perguntar: “Arthur e Hellen já sabem?” Neguei com a cabeça.

“Ainda não. Vamos almoçar com eles hoje e contar.” Ela assentiu. Ficamos mais alguns segundos em silêncio até eu falar de novo. “Bom, acho que isso é tudo. Tô indo.”

Fui na direção da porta da cozinha até parar ao ouvi-la me chamar.

“Chris…” Virei para encará-la com uma expressão neutra. “Você está bem?”

“Não sei dizer.”

 

Quando saí de casa, vi Lizzy subindo a calçada vindo do outro fim da rua. Pela cara triste, a conversa com a Donna e as meninas tinha sido tensa. Ela me viu e sorriu de leve, vindo parar na minha frente.

“Como foi lá?” Ela soltou um suspiro cansado.

“Um pouco tenso e bem triste. As meninas choraram… Donna me desejou boa sorte e disse que quando eu voltar o emprego ainda é meu.”

“Isso é bom, pelo menos.” Ela assentiu.

“Sim. Falou com o Doc e a sua mãe?”

“Falei. Bem mais fácil do que eu pensei. O que você quer resolver primeiro antes de irmos à casa dos seus pais?” Ela pensou um pouco e fez uma leve careta.

“Tenho que ligar pro Dan e perguntar quais documentos ainda faltam para eu enviar.” Respirei fundo, conjurando toda a minha paciência.

“E depois disso?”

“Ele disse que a passagem e a estadia é por conta do patrocínio do programa, então só preciso esperar que ele me passe os detalhes.”

“Ok então.”

“Eu fiz uma lista ontem à noite depois que você saiu”, ela disse, pegando minha mão e nos guiando para dentro da casa dela. Subimos as escadas e entramos no quarto dela. “Não consegui dormir direito ontem então preferi começar a organizar as coisas na minha cabeça logo.”

Ela ia soltar minha mão para ir até a escrivaninha que ficava em um dos cantos do quarto, mas não deixei. Puxei-a levemente pra mim para olhá-la direito. Ela estava com leves olheiras e eu franzi o cenho preocupado.

“Você não vai poder se descuidar lá. É um país estranho e, embora falem a mesma língua que a gente, você não conhece ninguém.” Ela assentiu.

Então a soltei e ela foi até e escrivaninha, pegando um papel que estava lá e me entregando.

“Acabou não sendo tanta coisa quanto achei que seria. O que mais me preocupa é que tenho que zerar a geladeira e a despensa. E acho que os mais urgentes são comprar uma mala maior e algumas roupas de frio.” Desviei os olhos da lista e encarei ela um pouco confuso.

“Lá não tá no verão?”

“Tá, mas Meggie me disse que é quase sempre nublado e costuma chover em qualquer época do ano. Além da temperatura ser alguns graus mais baixa também.”

“Entendi. Então você quer ir logo comprar essas coisas?” Ela assentiu.

“Sim. Aí de lá vamos pros meus pais?”

“Pode ser. Vamos?”

Ela assentiu e descemos para pegar a chave do carro.

 

POV. LIZZY

Não rodamos muito no carro para pararmos em frente a uma Target. Era literalmente a minha loja de departamento preferida, além de ter tudo o que você possa imaginar lá dentro. Estacionei e logo entramos para procurar o que eu precisava.

Nunca fui de demorar muito para escolher coisas, então não foi surpresa pro Chris quando escolhi a segunda mala que vi. O tamanho era bom e eu gostei da cor (cinza claro), então foi bem fácil. Nas roupas de frio não foram muito diferentes. Escolhi dois suéteres - um branco e um verde claro -, uma bota preta de salto médio, e um casaco médio leve azul claro. Então, pouco depois, eu e Chris já colocávamos as sacolas no porta-malas e íamos na direção da casa dos meus pais.

Fiquei feliz por ter chegado cedo, por volta das 10h. Meus pais nos esperavam. Tentamos disfarçar nossa nova relação, procurando ficar um pouco afastados. Foi algo acordado em silêncio porque sentimos que não era a hora de contar ainda.

Contamos para eles sobre a viagem e esperamos a reação. Eles ficaram um pouco em silêncio até conseguirem falar. Meu pai falou primeiro.

“É realmente o que você quer, filha?” Assenti sem hesitação.

“É sim, pai. Fiquei muito feliz quando soube que consegui a vaga.”

“Mas, Lizzy…” Minha mãe começou, mas se interrompeu. “Você vai ficar lá sozinha.”

“Tudo é organizado pelo programa de estágio, mãe. Não há com o que se preocupar.” 

Contei em detalhes como seria a viagem e prometi que contaria mais assim que eu soubesse. Eles prometeram que iriam me ligar sempre que pudessem e eu fiquei mais feliz. Eu sabia que o Chris não poderia se dar a esse luxo. Ligações internacionais eram muito caras.

Passado o assunto tenso, fiquei conversando com meu pai sobre gestão de empresas. Com mais 20 anos de experiência em grandes empresas, meu pai tinha muito o que compartilhar comigo. Enquanto isso, minha mãe foi fazer o almoço e Chris se voluntariou para ajudá-la. Em algum ponto da conversa, ouvimos os dois rindo na cozinha e viramos para olhá-los.

“Eu sempre vou ficar muito feliz ao ver eles dois se entendendo tão bem”, comentei com meu pai. Ele assentiu, rindo levemente.

“Eu também. Chris já é da família e fico muito satisfeito que, apesar do começo conturbado, ele e Hellen se deem tão bem.” Concordei, mas notei ele me olhando curioso.

“O que foi?”

“Nada. Só estava pensando que confio nele e seria bom tê-lo como genro.” Senti o sangue subir direto para o meu rosto.

“Pai!” Ele riu na minha vergonha e continuou:

“Sua mãe e eu notamos que tem alguma coisa acontecendo entre vocês já tem um tempo, mas se ainda não querem contar, tudo bem.”

Abaixei os olhos e assenti de leve. Senti sua mão afagar o alto da minha cabeça com carinho. Depois ele voltou a falar de administração como se nada tivesse acontecido.

 

Saímos da casa dos meus pais por volta das 15h e logo chegamos em casa. Chris subiu comigo para levar o que comprei até o quarto. Depois que já tínhamos colocado tudo no lugar, resolvi contar pra ele os comentários do meu pai.

“Chris”, chamei quando ele sentou na minha cama.

“Que foi?” Ele analisou meu rosto com uma expressão confusa.

“Ahm, meu pai soltou uns comentários sobre a gente hoje…” Vi o olhar curioso dele mudar para preocupação.

“M-mas o que ele disse?” Sentei ao seu lado e segurei uma de suas mãos, sorrindo para acalmá-lo.

“Não precisa ficar nervoso. Não foi nada ruim.”

“Então o que foi?”, ele pressionou.

“Ele disse… que seria bom… te ter como genro.”

Superei minha vergonha para não perder a reação dele e não me decepcionei. Ele me olhava com uma expressão de surpresa e incredulidade; a boca levemente aberta. Alguns segundos de silêncio depois, ele falou:

“É sério?” Assenti. “Tem certeza que ele não estava brincando?” Assenti novamente.

“Ele até falou que ele e a mãe já tinham percebido algo entre a gente, mas que respeitam nossa vontade de não contar ainda.”

Ao escutar o que eu disse, ele começou a rir, soltando um suspiro de alívio.

“Deus, que alívio. Pensei que quando descobrisse ele ia tentar separar a gente.” Ri em descrença.

“Você é muito exagerado.”

“Não, eu tenho uma irmã mais nova e sei o que meu pai faria com qualquer namorado dela.” Acabamos rindo da ironia que era toda aquela situação.

 

Às 19h fomos jantar na casa dele e não foi nada diferente de outros jantares que já fui lá. Para o nosso alívio, Dona Rochelle não comentou nada sobre eu e o Chris estarmos juntos, com certeza a pedido dele. Também fiquei aliviada e feliz com o apoio deles, principalmente da Dona Rochelle. Eu sabia que ela estava ciente que eu faria o filho dela sofrer, mas ainda assim ela me apoiou. 

Depois do jantar, Chris foi me deixar em casa. Achei que ele iria subir comigo, mas ele me segurou nos primeiros degraus da escada. Virei para ele, curiosa, vendo ele sorrir para mim aquele sorriso que eu adorava. Me deixei ser puxada por ele, enquanto ele passava os braços pela minha cintura e eu me apoiava em seus ombros.

“O que foi?” perguntei, sorrindo.

“Nada”, ele respondeu me abraçando. Suspirei, aproveitando o calor dele.

“Apesar de tudo, gostei muito de ter passado o dia todo com você.” Senti seu corpo vibrar com uma risada e sua voz rouca ao meu ouvido.

“Bom saber disso. Então não vai achar ruim se eu te monopolizar pelos próximos quatro dias, né?”

Me afastei um pouco para olhá-lo.

“Como assim monopolizar?” Ele deu de ombros, fingindo descaso.

“Ah, você praticamente resolveu o que era mais urgente hoje, então o que sobrar dá pra fazer no sábado. Eu avisei que a gente passaria todo o tempo livre juntos.”

Ri animada com a possibilidade de ter todo esse tempo com ele.

“Ok. Então não me importo com o monopólio. O que vamos fazer?”

Ele me negou a informação, para a minha frustração.

“Não. É surpresa. Só adianto que você vai gostar muito, e vamos sair relativamente cedo amanhã. Posso vir te pegar às 8h?” Assenti, já me sentindo bem animada com tudo aquilo.

“Preciso levar alguma coisa?” 

“Sua câmera”, ele responde e aperta um pouco minha cintura, me levando um pouco mais para perto dele.

Não resisti seus olhos em mim e me inclinei para beijá-lo. Ele retribuiu, e eu senti sua mão subir da minha cintura para o meu rosto. Assim que sua língua tocou a minha, toda a minha hesitação de que talvez nosso beijo não fosse o mesmo depois de tudo o que tinha acontecido desapareceu. Ao contrário, seu toque demonstrava saudade e isso despertou a minha saudade que já começava a doer no meu peito. Correspondi ao beijo com mais paixão, sentindo minha garganta fechar levemente ao pensar que iria deixá-lo. Ele compreendeu minha urgência e me beijou com mais intensidade, fazendo um suspiro de satisfação deixar minha boca. Seu corpo guiou o meu até que eu estivesse encostada à parede da escada. Seus braços ao meu redor formavam uma armadilha da qual eu não podia nem queria sair.

Cedo demais na minha opinião, encerramos o beijo pela falta de ar. Então puder ver em seus olhos um pouco da dor que eu tinha visto na noite que lhe contei da viagem. Mas logo isso sumiu e ele sorriu de canto para mim, afagando meu rosto.

“Até amanhã às 8h”.

Sorri, confirmando com um aceno e retribuindo seu sorriso. Ele me deu um beijo demorado no rosto e foi para casa.

 

***


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como serão esses quatro dias hein? Vocês têm algum palpite?

Próxima Leitura: Todo Mundo Odeia Despedidas - Parte 2



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nem Todo Mundo Odeia o Chris - 3ª Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.