Chegando em casa, um cansado Killian se depara com uma preocupada Emma, sentada na sala de estar, enquanto toma uma xícara de chá esperando ansiosa pela vinda do marido.

–E então, como ela está? – pergunta Emma nervosa.

–Nada bem, amor. – Killian se senta pesadamente no mesmo sofá que Emma.

–O que houve com ela?!

–Emma... você quer mesmo saber?

–Por favor, KiIlian, eu preciso saber.

Killian suspira profundamente e esfrega o rosto cansado:

–O médico disse que ela estava tendo uma tal de falência do fígado –imediatamente, Emma tapa a boca de espanto e choque – , o que pelo visto é bem ruim. Ele disse que...

–Disse o que, Killian?

–Nada.

–Killian!

–Emma! Por favor! Não me faça dizer isso!

–Killian, ela é também minha filha, carreguei ela durante nove e inteiros meses dentro do meu ventre e eu tenho esse direito, como mãe, de saber o que o médico disse sobre minha filha. – diz Emma, começando chorar.

–Emma... só para avisar que eu estava tentando de preservar do pior. Aquilo que o médico disse, que eu não queria te contar é... que Natalie tem por volta de somente três dias de vida.

Novamente, Emma tapa a boca e começa a chorar ainda mais, agora abraçando Killian com muita força, que se controla para também não começar a chorar descontroladamente.

–E... – continua Killian – Robin se ofereceu como doador para o fígado de Natalie, mas eu não sei se ele tem o mesmo tipo de sangue que ela, e como vimos, o meu tipo de sangue é o mesmo que o do de Natalie, então eu gostaria de doar um pedaço do meu fígado para ela.

–Você faria mesmo, Killian?

–Ela é minha filha, que outra escolha eu tenho? Além do mais, um pedaço não mata ninguém.

–Killian, eu estou muito medo! – Emma abraça Killian com ainda mais força ainda.

–Eu também, amor. Eu também.

–Você acha que... ela vai sobreviver?

–Acho que sim, Emma. Se ela é mesmo minha filha, do pirata que é bom em sobreviver, então ela com certeza herdou isso.

De repente, o celular de Killian começa a tocar. Killian o apanha e atende.

–Alô? Robin? – diz Killian, ao atender o celular.

Killian, oi. Eu falei com Regina à respeito daquela conversa importante que você e Emma gostariam de ter conosco, e ela concordou, então... estamos esperando por vocês. Até logo.

–Até logo. – Killian desliga o celular e o coloca novamente no bolso.

–Quem era, Killian?

–Era Robin, e ele disse que já estão nos esperando para a nossa importante conversa.

–O quê? E qual seria?

–Ah! Desculpe, amor, eu não tinha te dito, é a conversa sobre que Natalie é a nossa filha.

–E vamos agora?

–Bem... sim. Quanto mais cedo melhor.

–Mas e Annie?

–Você não pode pedir para seus pais para cuidarem dela durante a noite?

–Durante toda a noite? É, pensando bem talvez venha a ser uma longa noite.

–Exatamente. Emma, aonde estão os nossos exames de sangue?

–Dentro da gaveta do banheiro. Por quê?

–Receio que provavelmente teremos que precisar de provas.

Emma liga para seus pais, que se assustam pelo horário da ligação, mas acabam aceitando cuidar da neta durante o resto da noite. Enquanto Emma troca de roupa, Killian pega os exames do banheiro, as coisas de Annie e, é claro, a própria Annie, pegando-a cuidadosamente no colo para não acorda-la e esperando Emma no andar debaixo. Emma desce as escadas e os dois andam rapidamente até a casa de seus pais, aonde David espera na porta. Killian larga Annie e suas coisas cuidadosamente no colo de David.

–Mas o que vocês exatamente vão fazer que temos que ficar cuidando de Annie? – pergunta David.

–Contar para Regina e Robin que a menina que eles adotaram é a nossa filha perdida Natalie.

–Já estava na hora. Boa conversa.

–Obrigada, pai. – Emma beija na bochecha de David.

Emma se agarra no braço de Killian, os dois se despendem levemente da adormecida Annie e de David e saem rapidamente dali.

–Você contou aos seus pais?

–Mais ou menos um dia atrás.

–E por que você não me contou que você contou pra eles?

–Não te contei? Opa! Desculpa.

–Me admira que a cidade inteira ainda não saiba!

–Não é pra tanto assim!

–Lembra da sua primeira gravidez que você ia me contar, mas que contou primeiro aos seus pais?

–É, aquilo foi realmente bem chato.

–Passei o dia inteiro recebendo sorrisos e indiretas sem entender nada!

–A questão é: eles sabem que isso é coisa séria e não vão espalhar para todo mundo ao amanhecer.

–Eu espero.

Eles chegam em frente à casa de Regina e Robin. São uma e meia da manhã, mas Emma e Killian parecem mais acordados do que muitas noites.

–Você está com os exames? – pergunta Emma.

–Bem na minha mão. – Killian estende a mão boa, mostrando os papéis.

–Tudo bem. Vamos torcer que tudo de certo.

Emma se agarra mais ao braço de Killian, eles trocam olhares, dão um selinho e Killian bate na porta.