Kotori escrita por Berlim Hime
Notas iniciais do capítulo
É a primeira vez que escrevo com Tokyo Ghoul, e Touka é uma de minhas personagens favoritas. Escrevi numa madrugada entediante, portanto espero que não tenha ficado (tão) ruim.
Touka Kirishima ouviu o impacto de um corpo pequeno se chocando contra o vidro da janela de seu quarto. Uma pedra, ela pensou inicialmente, enquanto se aproximava para avaliar os danos causados.
Quando viu que o pequeno corpo se tratava, na realidade, de um pequeno pardal ferido, levantou as sobrancelhas em uma expressão de surpresa que raramente permitia estampar-lhe o rosto.
Pássaros são tão estúpidos que estão sempre se chocando contra o vidro, pensou. Não gostava de pássaros, e levantou um pé para esmagar de uma vez só o pássaro, o que seria muito mais rápido e prático que...
Voltou o pé a sua posição original, impossibilitada por si mesma de machucar a avezinha. Pensou em Hinami e seu irritante Hetare, e pegou o pardal nas mãos postas em forma de concha.
-Céus, espero que você morra logo – resmungou, sentindo a sinceridade vacilar nas próprias palavras.
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Por dois dias cuidou do pardal com grãos e água, deixando que dormisse em um ninho improvisado de almofada e lenços. Olhava-o com desprezo quando retirava os lenços sujos dos dejetos do pássaro, que não parecia machucado aos olhos de Touka. Não obstante, provavelmente teria quebrado uma asa na queda.
-Como se eu me importasse contigo – murmurou, mais para tentar assegurar a si mesma de que não havia sentido no que fazia do que qualquer outra coisa.
Reprimiu-se a tempo de afastar o dedo que se aproximava da cabecinha do pardal para acariciá-lo e deu as costas para o quarto, preparando-se para mais um dia de trabalho.
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-Irmãzinha? – Hinami girou timidamente a maçaneta do quarto de Touka. Era quase a hora da pequena se deitar.
-Pode entrar, Hinami – Touka permitiu. A menina era uma das poucas pessoas que recebiam de forma quase automática a gentileza de Touka.
-Não consigo preparar café sozinha – admitiu a pequena ghoul, envergonhada, limpando as mãos sujas de pó de café no avental que usava.
-Ah, nisso eu posso te ajudar sem cobrar – brincou Touka, e Hinami sorriu.
-Obrigada, irmãzinha! – agradeceu. Correndo o olhar pelo quarto impecável de Touka. –Está cuidando de um passarinho? – olhou encantada para o animalzinho.
Touka cerrou os dentes.
-Não conte a ninguém, Hinami. Venha, vou te ensinar a fazer café.
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Algumas semanas depois, Kaneki flagrou Touka soltando, com um sorriso, o pardal já totalmente recuperado na entrada do café. A garota ghoul observou o pardal voar, livre, como se nunca tivesse se machucado.
-Achei que não gostasse de pássaros, Touka – Kaneki abordou-a, colocando uma mão em seu ombro.
-Cale a boca, Kaneki Ken – repeliu o toque do garoto – Eu não gosto.
Deu as costas, e Kaneki sabia tanto quanto ela que não falava a verdade.
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Obrigada por terem lido ^^