Pedro

O dia começou normalmente bem para Pedro, uma manhã bonita de céu amarelo e sem nuvens. Desceu as escadas de seu apartamento depois de ter escovado os dentes e se arrumado, e praticamente voou pela portaria. Estava ansioso para a inauguração do Starbucks na sua cidade.

Caminhou pelas ruas ensolaradas da cidade até o local. Tinha marcado de se encontrar com uns amigos, mas no caminho notou algo que não devia estar ali. A calçada abria-se para um beco, que Pedro nunca antes vira. Decidiu entrar lá, por motivos que nem ele sabe por quê.

O beco continuou, e estava particularmente quente e abafado por entre as paredes. Tinha ficado escuro de repente e o chão havia ficado mais fofo. Somente quando a luz entrou pelas folhas das árvores que ele percebeu que estava agora numa trilha de barro. Continuou andando.

O caminho bifurcava-se, e Pedro continuou pelo caminho da direita. Agora que tinha menos árvores tinha ficado mais claro. O chão era úmido, não quebradiço e ressecado, como se imaginaria num caminho para um sítio. As folhas das árvores eram variadas, tinham verdes e amarelas.

Uma leve brisa fria correu pelo local. Pedro tinha chegado em um lugar aberto. Finalmente o longo caminho tinha chegado ao fim. À sua frente tinha uma imensidão de grama e de árvore. Uma ave alimentava-se de peixes num grande lago de águas cristalinas.

Pedro foi ficando tonto. Não sabia o porquê mas precisava se esconder. Algo lhe dizia isso, como se o vento sussurrasse palavras. Ele fez um pouco de força e a tontura passou. O mais estranho do local era a calma. Ouvia apenas um piar aqui e outro ali, mas nenhum outro som.

Tentou voltar, mas seu corpo estava contra isso. Sentiu então vontade de explorar o local. Nunca antes tinha visto algo tão calmo e bonito naquela cidade grande. Foi caminhando e não tardou para encontrar uma região montanhosa. Lá tinha uma caverna bem iluminada.

Entrou na caverna, bem, as pedras eram frias. Andou um pouco mais pro fundo, e foi escurecendo. Não sabia se era por causa de falta de iluminação ou porque sua tontura estava voltando. As coisas embaçaram-se e Pedro desabou.

Desmaiado. No meio do nada. E o dia seguiu-se assim.