Giants Wizard escrita por NekoOujouBaka


Capítulo 25
A bee da Ana Cláudia


Notas iniciais do capítulo

Antes de começar, aconselho abrir uma página com um dicionário de gírias gays, que nesse episódio vai aparecer um monte!
Alias, só para entender o titulo você vai precisar saber do Pajubá... ;3
E sim, esse vai ser um daqueles capítulos beeeeem polêmicos.



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— Daichi-san, qual é a cidade mais próxima?

Indagou Sucker ao grande dragão.

Se encontravam no ar, Sucker passou a se sentar perto da orelha direita do dragão. Tanto ele quando a Lucy eram os únicos que conseguiam conversar de igual a igual com o dragão. Seus corações puros o respeito pelos seres vivos e a busca do entendimento sem quaisquer malicia fizeram que aos poucos, o dragão amolecesse perto deles, fez que passasse a confiar.

— A quarenta quilômetros a noroeste, Silver Town. Têm uma incrível diferença social... Os humanos são realmente uma merda. Querem bancar de moscas?

A visão de um dragão é terrivelmente mais poderosa do que a de qualquer animal, conseguem enxergar coisas a vários e vários quilômetros de distância, ainda mais do céu. Achar a cidade e descobrir o nome dela e a condição social era fichinha. Em relação a segunda parte... Ele praticamente perguntou se era para ele descer ali ou não.  

— O que você acha Lu-san?

O azulado indagou para a mulher, igualmente perto da cabeça do dragão. Eles agiam como os administradores, escolhiam os lugares que iriam passar ou não, cuidavam do dinheiro, da quantidade de alimento e os gastos do grupo.

Mas, de longe, chegavam a ser a cabeça. Esse papel era dado ao Jauhar, apesar de sua personalidade sacarstica, mal humorada e grosseira, ele sem sombra de duvidas era o mais inteligente dali, só perdia mesmo para Daichi, com seus séculos e séculos de conhecimento. Ele que analisava a situação, com os dados decidia o que era o melhor a fazer, principalmente em lutas. Aliás, fora ele que separava o que cada um iria fazer.

Thairo, responsável pelo bem estar de cada um seja em relação a saúde corporal ou mental além de ser praticamente o professor de treino de cada um, hábito a fazer decisões rápidas e com suas habilidades era responsável por ataques a longa distância também.

Flare e Enma eram casos a parte, normalmente eram elas que saiam para caçar ou pescar uma vez que eram as mais poderosas no quesito de força e agilidade. Adaptáveis em lutas de curta e longa distância, reflexos rápidos e  capacidade de analisar tudo ao redor a tornavam inimigas poderosas e aliadas mais poderosas ainda.

Cada um tinha o seu papel.

— Você ainda pergunta? Se tem um tipo de cidade que não suporto é uma que mesmo ganhando dinheiro a quantidade de miseráveis consegue ser maior dos que quase não ganham. Injustiça, ódio, medo e raiva das pessoas desses lugares é grande. Acredite, eu já pude ver com meus próprios olhos.

Falou num leve tom de nostalgia e tristeza. Com certeza algo relacionado ao seu passado, na mansão onde a grande maior parte permanecia totalmente as escondidas, coisas que apenas a loira tinha visto e guardado durante anos e anos.

— Minna! Daqui a pouco vamos aterrizar, estejam preparados.

Daichi, nunca, nem uma vezinha se quer pousava tranquilamente, sempre com manobras perigosas, voltas, cambalhotas e velocidade absurdas. Cada um tinha que se segurar da maneira que podia.

No começo, era aterrorizante, mas com o tempo passou a ser uma diversão para todos.

Eram magos, eram mônades, eram um com a natureza, viviam de riscos, adrenalina sem sombra de duvidas era algo que lhes agradava, e muito.

De fato, todos sorriram, gargalharam, uivaram e se divertiram com a descida brusca.

Jauhar, o único ali que possuía a estanha habilidade de levitar, não se prendeu, e simplesmente deixou-se cair em queda livre junto ao dragão, quase que competindo. Flare com o seu cabelo envolta do dragão sorria largo, os olhos fechados, aproveitando o vento e o coração palpitando dentro de si.

Thairo, sentindo os sentimentos de todos tão forte quando o seu, gritou alto, sentindo mais poderoso do que nunca. Enma, por sua vez, uivava alto com a sensação de liberdade que lhe era proporcionada, assim como Lucy também uivava, com o corpo inteiro no ar também, numa espécie de bungee jump, com o Fleuve d'étoiles preso no corpo musculoso do dragão, a sensação de liberdade, era tão intensa que não conseguia segurar dentro de si mesma.

Sucker gargalhava, uma gargalhada alegre, com os braços estendidos no ar, suas runas o prendiam ao dragão, assim como prendiam os outros que não tinham como se segurar por conta própria.

O dragão sorria de canto, igualmente animado, a sensação de uma queda livre, sem sombra de duvidas, era a melhor de todas.

Estavam bem perto do chão quando o dragão se movimentou graciosamente, saindo da posição de queda livre para uma de planar, sobrevoando por mais alguns poucos segundos até pousar de fato.

Todos riam. A adrenalina ainda era forte, as batidas rápidas e respiração descompassadas denunciavam seu estado corporal, mas a expressões alegres em seus rostos mostravam o quão calmo estava o estado mental, num total contraste a todo o resto.

Demoraram certo tempo para se acalmarem o suficiente para poderem ir em direção a cidade, pouco importava se o cabelo de todos tivessem embaraçados graças aos ventos fortes que receberam, assim como suas roupas mais soltas ao corpo tivessem ficado quase as avessas, o resultado do vento forte no rosto que o deixou levemente amassados e vermelhos. Do que se importava suas aparências? Não iam a nenhum desfile.

O tempo vez até mesmo que o mais vaidoso a se tornar simples. Acredite, quando se passa constantemente em riscos de vida ou morte, quando se convive cara a cara com a natureza, quando luta-se contra os grandes, a sua aparência vai ser a última coisa que vai se preocupar.

Entraram sem cerimônias, primeiro na parte rica. Recebendo olhares as avessas pela a aparência, por cada pessoa ser quem ela é, corpo, cabelo, roupas, pele, tudo fora julgado naqueles breves momentos. Eles não ligaram.

"Hey, quem são esses... Imudos?"

"Deixaram a ralé entrar aqui! Esses guardas são uns inúteis!"

"Mendigos, só podem!"

"Pobres porcos, aposto que não deve saber nenhuma etiqueta..."

"Não estão falando, mas se começassem aposto que seriam terrivelmente escandalosos."

"O que a escória faz aqui?"

Frases dessas, e muitas e muitas outras eram sussurradas de boca a boca. Ricos, sua grande maioria, brancos reclamavam em sussurros, olhavam raivosos, alguns falavam em alto e bom som para as suas crianças ficarem longe. 

Eles atravessaram em silêncio, de cabeça erguida, alguns sorriam com os argumentos, talvez por achar graça, talvez por estarem pensando em alguma forma de torturá-los. Outros nada mai esposavam do que uma clara cara de indiferencia, realmente, não se importava. Outro, sério, olhava apenas para frente, para o seu caminho. Talvez um olhasse ao redor, talvez ameaçando com o olhar, talvez apenas analisando.

Independendo como, eles passaram, cada um ao seu modo. Seja educado, seja relaxado, seja tramando mil e umas coisas, seja não pensando em nada. E mesmo sem nenhuma palavra, mesmo sem parar, mesmo seguindo seu caminho, atraíram a atenção de todos, foram criticados e esculachados, julgados mesmo sendo a primeira vez que aquelas pessoas os viam.

Até que alguém parou um deles, melhor, uma delas.

— Lucy-san! Quero dizer... Senhorita Heartfilia?

Era um homem, jovem, aparentemente animado surgiu, começando a conversar a loira.

Claro, o nome de alguém da alta sociedade como todos os outros ali fizeram parar momentaneamente os xingamentos. Não seria possível, seria? Alguém de riqueza exuberante, umas das empresas que tinham passado por uma crise durante quase uma década e que tinha se reerguido das cinzas como uma fênix, sendo agora uma das empresas mais famosas e ricas de toda Fiore? A herdeira de tudo isso, ali, andando com... Ralé, porcos imundos. Pior, agindo como uma ralé!

— Não é possível, por acaso seria o Murakami-san? A quanto tempo!

Sem maiores cerimônias, o jovem a abraçou dando um beijo em cada bochecha, sem se importar a sujeira aparente que a loira se encontrava após sair de uma semana inteira na floresta.

— Oh, por favor, sem tanta formalidade! Venha, está precisando de um banho ur-gen-te-men-te!! Venha, suas amigas e esses boy magias lindos também podem vir!

— Claro, iriamos adorar. Não é minna?

Lucy riu primeiramente do jeito afeminado do amigo, conhecidos de longa dada, graças a uma aliança antiga, ambos ficaram diversas vezes se encontrando em alguma reunião entre ambas as empresas das famílias, se tornaram amigos com o tempo e Lucy nunca deixou de apoiá-lo a revelar que era gay para o seu pai e se quem ele é, sem se importar com o que os outros iriam dizer.

Flare concordou tímida, Sucker por sua vez concordou animado, era comum ver afeminados que muitas vezes foram simplesmente jogados lá ou vendidos pela própria família, sentia falta da animação e do jeito deles. 

Enma apesar de meio recusa aceitou também. Assim como Thairo, não tão acostumado. Já Jahar, aproveitou para fazer uma piada em sussurros com o amigo.

— Esse aí consegue ser ainda mais afetada do que você Thairo...

Riu malicioso, sendo ralhado pelo Thairo logo em seguida.

— Ai que tudo! Que bom que aceitou monamur, há anoooos você não aparece! Demos muuuitos babados para colocar em dia. Sabe a Hiro-chan? Então... Acredita que a bicha conseguiu arranjar uma barbie que viiveee se pagando de bicha bofe! A loka, a bill vive fazendo carão e gonga das coitadas mas é um PAM pintosa mesmo. E para piorar ele é tudo!! Consegue acreditar?!

Pára o show! Bofes assim tem em todo lugar né? Põe a cara no sol querida! Bicha, pare de equê que tá podre. Puro recalque das bee. Por que simplesmente ele simplesmente para de bafão e atende?!

Surpreendendo a todos, Sucker entra na conversa usando as girias gays com a maior naturalidade possível.

A loca! Não sabia que tinha gatos na garganta Sucker... resolveu virar? Alias, se for para atender, que faça a chuca, ninguém merece passar cheque!

— Não é?! Aí... Mas eu queria achar um bofe odara, mas o último tinha afofi! Fiz carão, larguei a gravação, fiz a egípcia e fui embora. Me erra! Mala com olofom é para desaquedar mesmo...

E continuaram os três a falar, com o resto do grupo com uma cara enorme de interrogação, como se eles tivessem falando uma língua totalmente diferente. O que não deixava de ser verdade, de certa forma.

— Okaaay, parece que seu "bofe" também é bastante "pintosa" também.

Gargalhou Jauhar, entendia uma gíria ou outra, o suficiente para zoar o Thairo.

— Realmente, mas não esperava que a Loirinha também fosse tão ligada nesse meio gay...

Comentou Flare, entrando na conversa, surpresa.

— Acho que ninguém esperava por isso.

Dessa vez foi a Enma.

Enquanto as duas bichas... Er, digo, o Sucker e o amigo da Lucy conversavam com ela, os quatro também passaram a discutir sobre o quão estranho eram algumas palavras do mundo gay e questionavam-se seu significado.

Outros... Bom, preferiam nem questionar.

Ignorando os olhares atravessados, conversaram até chegar na mansão do jovem que descobriram ter o nome de Kou Murakami, dono de uma aliada antiga dos Heartfilia. E também uma das poucas empresas que metade do dinheiro arrecadado por sua empresa era doado para uma instituição que fornecia comida, roupas e objetos para as pessoas pobres da cidade.

Dinheiro em que Lucy teve certeza que era desviado. Conhecia Kou o suficiente para saber que ele realmente era dedicado a ajudar as minorias, e o dinheiro que ele ganhava era grande. Sendo assim, a miséria não deveria ser tão grande no outro lado da cidade.

Tinham passado por uma parte da cidade pobre, e caso o instituto em que Kou doava seu dinheiro fizesse seu trabalho correto, a miséria não seria tão grande.

Após o banho, ambos, Lucy e Kou foram para uma sala de reunião, deixando o mordomo dele para dar atenção aos outros. Querendo ou não, ambos eram donos de grandes empresas e precisavam discutir sobre sua aliança. Além de que Lucy precisava dar o alerta pra o amigo sobre o dinheiro desviado.

— Okay, então monamur... Como tem estado? Acompanhei todas as novidades da empresa Heartfilia e nunca a deixei de apoiá-la. Claro, assim que vi que você tinha entrado na Fairy Tail comprei todaaas as revistas para poder saber como você estava. Nunca mais me escreveu nada. Por um instante pensei que estava bancando a egípcia comigo!

— Kou-chan, sabe que eu nunca faria isso! Você é a minha bee favorita, não iria jogar o picumã para você. Minha vida esteve bastante corrida, então realmente não deve tempo... Você deve ter sabido não é? Dos sete anos em que eu fiquei "congelada".

— Sei, sempre soube que era equê o babado que você tinha morrido. Mas e nesse ultimo ano? Você simplesmente deu a loca e desapareceu!

Bee... Eu fui presa, transformada em escrava. Perdi totalmente a minha visão. Eu não enxergo bee, não vejo nada! Te reconheci por sua voz e seu jeito de falar... Eu... Eu sofri tanto lá bee, você não tem ideia! E... As vezes, as memórias daquele lugar... Elas veem e me adormentam! Ainda sindo as dores que eu senti como se tivessem acontecendo tudo de novo... Kou-chan...

Lucy começou a chorar, fazia tempo que falava o que sentia sobre aquilo, quase ninguém sabia. Talvez o Thairo soubesse. Ou o Daichi. Não, tinha certeza que o Daichi sabia...

Acariciou as costas do pequeno dragão enrolado no seu braço, adormecido se assemelhava a um bracelete de tão calmo que ficava.

— Aí miga... Tô bege, sério... Desculpa, eu não queria que você lembrasse... Nem consigo imaginar o quão horrível deve ter sido!

Kou falou manso, abraçando a amiga, também chorava, sempre foi sensível, ainda mais em relação a loira. Quantos pequenos, vivia vendo a loirinha chorar e era sempre ele que a ajudava, a consolava já que seus pais estavam sempre ocupados demais. 

Era como se tivesse voltado no tempo, mas... De uma maneira bem pior.

Eles ficaram alguns minutos assim, um abraçado ao outro, não falaram mais nada, não precisava.

Lucy, depois de um tempo, lembrou do resto que precisava falar, então continuou.

— Kou... Suas doações, estão sendo boicotadas, alguém está dando a elza, e temos que parar com isso. Eu visitei a outra parte da cidade antes de vir aqui... Aquele lugar, parece um lixão! E os humanos ratos imundos que catam o que conseguem para viver... É horrível. Fico feliz que você esteja tentando ajudar, mas se isso continuar, eu temo no pior.

— Não creio, está acontecendo um bafão dentro da minha empresa! Bem abaixo dos meus cílios postiços e eu não percebi!! Pior! A Ana Cláudia que acabou de chegar percebeu!!

— Ai Bee, é de fato algo horrível, mas não faça uma salada e firma o toco, meus amigos são inteligentes e estamos procurando exatamente ajudar essa parte a cidade mais pobre, então deixa a gente te ajudar que eu posso ver se consigo achar uma bear para você. Ainda gosta das bear certo?

— Sua sapa! Sabe exatamente o que fazer para me ferver! Claro que gosto, irei até fazer a chuca, se tudo ter certo.

— Pensei que não gostasse de ser a diza.

— Querida, quem não gosta de dar ao menos uma vez!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

polêmico, polêmico, polêmico!
Questões sociais, supremacia branca entre as pessoas ricas, gays afeminadas, enrustidos e mais outros em um só capítulo... Acho que me superei.
Sorry bee, é que eu sou totalmente a Ana Cláudia! Amapoa também quer abalar querida!



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