Quando o almoço no avião começou a ser servido, Alice e Peter estavam no meio de uma conversa.

– E também tem a CN Tower, que são apenas 533,33 metros de altura. – disse ele ironicamente - Lá tem um chão de vidro que dá pra você ver tudo lá em baixo. Você vai adorar!

– Nossa, não vejo a hora de conhecer todos esses lugares em Toronto. – Alice já estava planejando conhecer todos os lugares que Peter falava.

– Se você quiser ir para outras cidades também dá. Os trens são super confortáveis, apesar de não serem tão rápidos, mas, é uma boa opção para observar a natureza. – Peter sorriu ao perceber que Alice olhava concentrada para ele.

– Parece que é outro mundo. Nem da pra acreditar...

– Com licença casal, o que os dois vão querer para o almoço? Temos omelete de frango e macarrão ao molho branco. – A aeromoça chegou tão de repente que eles só perceberam quando ela estava lá, do lado deles.

– Hm... – Peter olhou para Alice e percebeu que ela ficara corada, talvez pela aeromoça ter chamado eles de casal – vou querer o omelete. E você, querida? – ele resolveu brincar um pouco com Alice.

– Eu.. é... macarrão. – Ela sorriu – Macarrão, querido. – Ela quis entrar na brincadeira também.

– Aqui está. Macarrão para a senhorita e omelete para o senhor. Bom apetite. – E, tão rápido quanto ela chegou, ela partiu para servir os outros passageiros.

– Então, querida – Peter olhou para ela e riu – o que você faz no Brasil?

– Faço faculdade de jornalismo. Iria começar o terceiro ano, mas acho que precisava de umas férias e decidi viajar. Se foi uma boa ideia? Vou descobrir ao longo desses três meses – Ela riu e começou a comer.

– jornalismo? Serio? Que Incrível. Sempre quis fazer esse curso.

– E por que não fez? O que você faz? - Ela estava empolgada com a conversa.

– Faço psicologia. Terceiro ano também. – Aquele sorriso deixava Alice toda boba.

– eu queria fazer psicologia quando era mais nova – ela riu pela coincidência – Mas achei que não ia me dar bem na área, e como comunicação social é a área daqueles que não sabem muito bem o que querem fazer, decidi arriscar.

– Quem sabe no futuro você não faça em Toronto, huh? – Ele deu uma piscadela para ela.

– É, quem sabe... – isso não tinha passado pela cabeça de Alice, até esse momento.

Os dois comeram o resto do almoço em silêncio e Alice estava começando a sentir sono, afinal, não dormiu quase nada. Depois de terem seus pratos recolhidos Peter olhou para ela e percebeu que seus olhos estavam cansados.

– Vou assistir a um filme, quer me acompanhar? – disse ele oferecendo um dos lados do fone de ouvido.

– Claro! Qual o filme? – ela colocou o fone em seu ouvido direito e esperou que o filme começasse.

– Divergente. Conhece? – ele sorria para ela.

– Sim. - disse ela animada - Amo esse filme! – por um instante o sono estava indo embora.

– Eu também, adoro como a Tris é valentona e, cá entre nós, uma gata!

– Ow... – Alice deu um tapinha no braço dele, mas depois de ter feito, não sabia o porquê. Afinal, ele não era seu namorado nem nada parecido.

Peter riu e achou uma graça ela ter feito isso. Após dez minutos do inicio do filme, ele percebeu que Alice tinha caído no sono. Ele ficou olhando para ela, que estava com a cabeça apoiada em seu ombro e pensou o quão bonita ela era. Aqueles cabelos morenos e aquela pele clara, o contorno de seus lábios que eram perfeitamente desenhados. Ele estava louco por pensar assim de uma menina que acabara de conhecer? Ele não se apaixonava por alguém desde o seu ultimo relacionamento, há 2 anos. Alice parecia ser tudo o que ele gostaria de ter ao seu lado, mas era loucura começar a gostar de alguém assim, em um avião. Então ele fechou os olhos, apoiou sua cabeça na dela e adormeceu com esse pensamento.