Doce Fruto de um Passado Amargo escrita por XxLininhaxX


Capítulo 9
POV Camus/ POV Milo


Notas iniciais do capítulo

Yeah ^^/

Terminei o segundo cap q prometi XD!! Agora ficou faltando a batalha dos doze mestres, que vou postar amanhã sem falta XD!! Já são 4h21 e eu tô caindo de sono XD!!

Sarinha, sei q vc vai entender XD!! E pra compensar meu atraso, além do cap dos doze mestre, prometo postar mais um de Doce fruto, ok?

Espero q esses dois já deixem vcs felizes e prometo estar aqui amanhã novamente, postando mais caps XD!!

Agradeço a quem tem comentado na fic e peço para q continue mandando a opinião de vcs XD!!
Eu vou responder todos os reviews... esperem um pouco q eu respondo XD!!

Chega de enrolação, né...
Lá vai mais um cap XD
Espero q gostem XD
Tenham uma boa leitura ^^/

=**
^^v



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Eu não sabia o que fazer. Minha cabeça estava girando com a cena do meu filho fumando. Fumando! Aquilo estava tão errado de tantas maneiras que eu sequer sabia como reagir. Nesses momentos eu procurava ser o mais racional possível, pelo menos até que meus sentimentos se acertassem e eu não cometesse nenhuma besteira da qual eu poderia me arrepender depois. Mas aquele estava sendo um teste muito cruel. Eu não sabia sequer o que eu estava sentindo. Ver Hyoga fazendo algo que eu abominava tanto tinha me tirado do eixo. Eu jamais imaginaria que um filho meu e de Natássia fosse capaz de algo daquela forma. Eu sequer conhecia meu filho! O que eu poderia fazer? Não sabia nem mesmo o que esperar! Só sabia que aquilo eu não esperava. Mas eu o colocaria nos eixos. Ah sim! Disso eu não tinha a menor dúvida. Se ele não tivera um pai nesses 14 anos para ensiná-lo o que era certo ou errado, agora ele tinha. Onde já se viu? Um adolescente de 14 anos fumando. Mesmo depois de adulto eu não aceitaria tal atitude. Debaixo do meu teto então, que não aceitaria mesmo. Ele não parecia ser um garoto bobo que não sabia o que estava fazendo. Pelo jeito que eu o vi fumando, não parecia ser algo recente. Ele sabia como tragar, como expelir a fumaça e como inalar sem engasgar. Eu nunca tinha fumado na vida, mas eu sabia que no início não era algo tão simples quanto se parecia. Há quanto tempo então? Há quanto tempo ele fumava? Não era possível que ele não sabia o mal que aquilo causava. Natássia estudou medicina e se formou, apesar de não ter exercido a profissão, apenas durante o período de residência. Então onde ele tinha aprendido a fumar? Com quem? A senhora Valéria não conseguiria fumar nem se quisesse e ela não parecia se agradar daquilo também. Como? Quando? Eu sinceramente não entendia.

O que fazer? O que fazer? Eu não podia simplesmente dar uma surra nele. Eu sequer explicara para ele como as coisas funcionariam a partir de agora. Mas aquilo era muito sério para deixar passar. Algo deveria ser feito e eu faria. Mas precisava conversar com ele antes. Precisava esclarecer algumas coisas, para que depois ele não viesse reclamar, dizendo que eu não avisei. Até porque, ainda era muito cedo pra tomar uma medida muito extrema. Eu não queria me impor a ele. Eu queria que ele me aceitasse e entendesse, para que eu não bancasse o carrasco. Claro que se as coisas começassem a desandar muito, eu assumiria o papel de carrasco. Agora que tinha encontrado meu filho, não deixaria que ele se perdesse. Daria para ele um futuro digno, uma educação de excelência e faria de tudo para suprir qualquer necessidade que ele tivesse. Mesmo que para isso eu tivesse que passar por cima dos desejos dele.

Estava silêncio dentro do carro. A senhora Valéria parecia extremamente apreensiva. Hyoga estava cabisbaixo. Eu realmente não entendia aquele garoto. Ele me desrespeitou mais de uma vez em menos de um dia. Pra quem me conhecia, sabia que era mais do que eu permitiria normalmente. Ele provocara aquilo e sabia o que tinha feito, mas agora estava simplesmente cabisbaixo, como que aceitando que estava errado. Mas não parecia arrependido. Parecia chateado com outra coisa e eu não sabia o que era. Aquele sentimento de impotência era horrível. Eu queria entender meu filho. Queria me aproximar dele e conhecê-lo melhor. Se ele estivesse passando alguma dificuldade, eu queria ajudá-lo. Mas como forçá-lo a me dizer o que estava acontecendo ou o que já tinha acontecido? Como forçá-lo a confiar em mim? Isso era algo que vinha com o tempo. E eu já havia perdido tempo demais. Eu estava de mãos atadas, sem saber como resolver aquela situação.

Chegamos em casa rápido. Coloquei o carro na garagem e nos dirigimos pra dentro de casa. Hyoga ajudava a senhora Valéria em tudo. Como podia aquele garoto atencioso e gentil agir de maneira tão rebelde? Não fazia sentido!

Assim que entramos na sala, fui logo deixando claras as minhas intenções.

— Hyoga, pro quarto, agora!

Ele não me questionou, apenas obedeceu. Milo olhava para mim, também confuso com a atitude dele. Antes que eu subisse atrás dele, fui parado pelo apelo de senhora Valéria.

— Por favor, tenha paciência com ele. Sei que ele está passando dos limites, mas tente não ser duro demais.

— Não se preocupe, vai ficar tudo bem. – respondi. – Por falar nisso, a senhora sabia que ele estava fumando?

Ela abaixou a cabeça, como se estivesse envergonhada.

— Eu sinto muito, senhor Camus. Eu desconfiava, mas ele nunca fumou na minha frente para que eu dissesse qualquer coisa. Além disso, eu sempre estive em uma posição muito delicada. Apesar de Hyoga me obedecer sem nenhum questionamento, eu nunca me impus muito. Mesmo que ele me considere avó, eu não tenho nenhum laço sanguíneo com ele. Não me sentia confortável em impor uma autoridade que eu não possuía. – ela falava triste.

— Imagina, senhora Valéria. A culpa não é sua. Eu entendo perfeitamente a sua situação. Eu faria a mesma coisa em seu lugar. Mas agora Hyoga não tem desculpa. Se a senhora tivesse se imposto, ele já não poderia falar muito, pois independente de laço sanguíneo ou não, você é sim uma autoridade na vida dele. E provavelmente ele te obedecia por entender isso.

— Eu agradeço muito pela sua compreensão. Sei que Hyoga está em boas mãos. – ela me sorriu docemente.

Nada mais foi dito. Eu apenas segui meu caminho e meu marido veio atrás de mim. Subimos para o quarto de Hyoga. Eu nem bati na porta, já entrando. Ele estava deitado na cama, de barriga pra cima e com o braço sobre os olhos. Não levantou nem quando entramos, mas ele não ia me ignorar. Mas não ia mesmo.

— Hyoga, levanta e me dê agora todas as caixas de cigarro que você tem. – eu falei calmo, esperando que ele tivesse alguma reação.

— Estão em cima do criado, pode pegar.

Foi então que percebi que em cima do criado, ao lado de sua cama, estavam pelo menos umas dez caixas de cigarro. Aquilo me deixou surpreso. Onde ele comprara aquilo tudo? Não acreditava que na cidade onde ele morava se vendia aquele tipo de coisa para menores de idade. Então como ele comprou tudo aquilo? Eu não ia pegar aquelas caixas naquele momento. Eu precisava entender. Eu precisava saber o que estava acontecendo. Suspirei pesadamente e senti a mão de meu marido em meu ombro. Ficava feliz por ele estar ali do meu lado. Fui na direção da cama e me sentei ao lado de Hyoga.

— Hyoga, levanta e olha pra mim.

Ele tirou o braço dos olhos e se sentou. Aquela obediência toda não fazia o menor sentido depois da maneira que ele agiu lá no parque. Quanto mais ele agia, mais contraditório ficava.

— Hyoga, o que está acontecendo? Existe alguma coisa te incomodando? – eu perguntei calmamente.

— Fora estar aqui com você? Não, nada. – lá estava o Hyoga rebelde.

— Me odeia tanto assim? – minha voz saiu mais ressentida que o normal.

Ele ficou calado. Por um momento, parecia que eu vi seus olhos marejando. E naquele momento eu tive a certeza de que meu filho não era aquele desordeiro que ele estava se esforçando pra ser. Aquilo me deixou completamente aliviado. Sabendo que aquela não era a natureza dele, eu teria mais paciência para lidar com ele. Não precisaria tomar atitudes drásticas de forma tão precipitada.

— Meu filho, eu não sei o que você passou nessa vida. Eu não sei como você se sente depois do naufrágio que levou sua mãe. Sequer sei o que você viu naquele dia. Também não sei como foi sua vida após aquilo. Podem ter acontecido tantas coisas. E eu preciso entender, Hyoga. Eu preciso saber o que aconteceu. Não por querer invadir sua privacidade ou algo assim. Eu apenas quero tentar te ajudar e compensar por ter estado longe de você por 14 anos.

— Você não pode me compensar por nada. O que passou, passou. – Hyoga falou de uma maneira tão forçada que senti meu coração se apertar.

— Como quer que eu acredite em você, se nem você mesmo acredita no que está falando? – eu perguntei e ele pareceu surpreso.

Ele abaixou a cabeça e ficou calado. Eu suspirei profundamente. Ele não ia me contar nada naquele momento. Eu teria que ter paciência até que ele resolvesse se abrir comigo. Levantei e peguei as caixas de cigarro. Dirigi-me para a porta, mas ainda tinha algo para dizer antes de sair.

— Hyoga, você está de castigo até segunda ordem. Não quero que saia desse quarto até que eu diga o contrário ou que eu permita. Eu entendo que não queira me contar o que aconteceu e como se sente e também não vou forçar para que o faça. Mas não é por entender o seu lado que eu vá permitir comportamentos levianos e inadequados em baixo da minha tutela. Independente de qualquer coisa, eu sou seu pai e você me deve respeito acima de tudo. A partir de agora, não vou mais tolerar mal criação, má resposta, desrespeito e coisas do tipo. E isso vale para Milo e a senhora Valéria também. Além disso, você não pode sair sem minha permissão ou de Milo. Também não quero vê-lo com cigarro, nem apenas segurando. Bebida alcoólica também não é permitido. Essas são as regras básicas. À medida que for passando o tempo, eu vou complementando essa lista, mas por enquanto essas são as que você precisa saber. Caso você resolva ultrapassar esses limites, você será punido de uma forma ou de outra. Fui claro?

Ele não respondeu, apenas balançou a cabeça em afirmativa. Era suficiente para mim.

— Vamos, Milo.

— Pode ir. Vou ficar um pouco mais com Hyoga.

— Milo, não o force a dizer nada. – falei preocupado.

— Não se preocupe, vou apenas conversar com ele.

— Ok então.

Eu saí do quarto já imaginando que Milo não me daria ouvidos. Só esperava que ele não piorasse as coisas.

 

POV Milo

 

Camus saiu do quarto, me deixando a sós com Hyoga. Eu entendia o lado do meu marido, mas não sabia se concordava muito. Hyoga precisava de ajuda e pra isso precisávamos entender o que estava acontecendo. Eu não ia forçá-lo a dizer nada, mas era esperto o suficiente para tentar arrancar alguma informação que pudesse me ajudar a desvendar aquele quebra cabeças.

Hyoga não olhava para mim. Ele tinha se encolhido sentado, abraçando as pernas e abaixando a cabeça, apoiando no joelho. Eu não sabia o que ele estava sentindo naquele momento. Camus finalmente percebera o que eu já tinha certeza, Hyoga estava tentando passar uma imagem diferente do que ele realmente era. E o fato de Camus ter percebido isso, provavelmente lhe deixou mais tranquilo. Mas eu via as coisas um pouco mais a fundo. Eu sentia que se as coisas demorassem muito para se resolver, Hyoga faria alguma besteira muito grande. Eu não sabia o que ele estava planejando, mas aquela cabecinha loira não me enganava. Ele já tinha algo em mente. Mas o azar dele foi não ter pensado que Camus estaria casado com alguém tão esperto e sensitivo como eu. Não era à toa que eu era dono de um grande grupo de empresas. Eu sabia decifrar o que as pessoas queriam, sabia ler nas entrelinhas e sabia o que devia fazer para conseguir o que queria. Hyoga não perdia por esperar.

Sentei na beirada da cama. Ele não se mexeu. Eu apenas queria conversar.

— Diga-me, Hyoga. Quem te ensinou a fumar?

Ele levantou a cabeça, apenas para me fitar com aquela sobrancelha arqueada. Eu olhava firme para ele, mas de maneira tranquila.

— Por que você acha que alguém me ensinou? – ele parecia cauteloso, tentando ver aonde eu queria chegar com aquilo.

— Porque eu já fui fumante. E eu sei que ninguém começa a fumar do nada. Sempre tem um exemplo a ser seguido ou alguém que lhe oferece uma primeira vez. Além do que, acho difícil que você tenha comprado aquelas caixas por si só. Com certeza tem outra pessoa envolvida.

— Entendi. – Hyoga sorriu debochado. – Mesmo que tivesse outra pessoa, o que não estou dizendo que teve, por que você acha que eu diria para você?

— Bom, você não precisa me dizer. Eu poderia descobrir por conta própria. Alguém influente como eu não teria muitos problemas para investigar a vida de alguém.

— Isso é uma ameaça?

— Não. Apenas estou lhe dando a oportunidade de me contar você mesmo. Pense pelo lado lógico da coisa, Hyoga. Seu pai não vai desistir de você, não importa o que você faça. Então, você pode poupar qualquer tipo de sofrimento e abrir o jogo de uma vez.

Ele ficou calado. Acho que ele entendera meu jogo. Garoto esperto! Mas eu não ia desistir.

— Bom, já que você não quer falar, vou dizer o que eu acho. Existe mais uma pessoa que apareceu em algum momento da sua história. Eu não sei o que ela queria nem como você a conheceu, mas com certeza era alguém maior de idade. Acredito até que tenha sido alguém bem mais velho que você. E você se aproximou dessa pessoa de uma forma muito íntima, tal qual vocês pudessem partilhar de alguns hábitos. E foi através dessa pessoa que você aprendeu a fumar.

Eu fiquei calado, apenas observando suas reações. Ele parecia surpreso, o que era de se esperar. Mas logo depois, ele riu de canto de boca e vi lágrimas descendo por seu rosto. Aquilo me assustou. Não era algo que eu esperava. Acho que eu tinha ido um pouco longe demais. Chega de pressão. Vê-lo chorando fez meu coração amolecer. Aproximei-me dele e, com muito cuidado, o trouxe para perto de mim para que eu pudesse abraçá-lo. Por incrível que fosse parecer, ele não ofereceu nenhum tipo de resistência. Muito pelo contrário, ele se achegou a mim e afundou o rosto em meu peito. Eu apenas afaguei sua cabeça, sentindo suas lágrimas quentes através da minha camisa.

— Abra esse coração para mim, Hyoga. Eu só quero ajudar. Se você quiser, posso manter segredo do seu pai até que você se acostume.

Ele se afastou de mim por um momento e limpou as lágrimas.

— Eu não posso. – ele falou cabisbaixo, mas com a voz firme.

Continua...


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