Doce Fruto de um Passado Amargo escrita por XxLininhaxX


Capítulo 6
POV Hyoga


Notas iniciais do capítulo

Yooo pessoas XD

Tudo bem? Então, esse cap ficou mais curtinho, mas procurei deixar bastante dúvidas neles... só pra torturar um pouco... hauhauahuahauahauahau XD!!
Não tenho mto o q falar dessa vez, então espero q gostem XD

Tenham uma boa leitura e non se esqueçam de deixar comentários XD
Eu vou responder todos, ok... Só tenham paciência pq eu sou meio lerda (como vcs já notaram XD)

=**
^^v



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— Bom dia. – falei meio que bocejando.

Não percebi que tínhamos visita. Andava meio que dormindo pela casa. Fiquei um tanto sem graça quando vi todos olhando diretamente para mim. Com razão, já que vestia apenas uma boxer preta.

— Bom dia. – responderam todos.

— Hyoga, isso é jeito de sair do quarto? – disse minha avó.

— Dá um caldo, hein? – disse um rapaz moreno, mais ou menos da minha idade.

— Ikki! – um dos adultos chamou a atenção dele.

— Tudo bem. A culpa foi minha de ter aparecido desse jeito. Peço desculpas pelo inconveniente e agradeço pelo elogio. – respondi sorrindo docemente.

Vi o rapaz, chamado Ikki, ficar sem jeito com a minha reação e tive que segurar para não rir. Eu realmente não estava no clima para ser gentil, mas nunca fui mal educado. Ok, eu admito que no dia anterior eu bati meu recorde, mas nada que não estivesse dentro do planejado. Só não sabia por quanto tempo eu conseguiria manter as coisas daquela forma. Eu olhava para Camus e tinha a certeza de que minha mãe tinha razão. As lembranças que possuía dela não eram muitas, mas eu recordava muito bem quando ela me falava que eu e meu pai nos daríamos muito bem. Ele era exatamente como minha mãe dizia. Era o herói que eu idealizava. O homem que eu tomaria como exemplo para a vida. Eu nem precisaria fazer esforço para me dar bem com ele. Mas o esforço para o contrário seria enorme. Eu sabia que estava fazendo besteira, mas eu não queria que acontecesse com meu pai o mesmo que acontecera com a minha mãe. Eu tinha que me certificar que nada iria atrapalhar a felicidade dele. Foram 14 anos! Ele não merecia aquilo de forma alguma. Eu não podia simplesmente dizer o que estava sentindo, porque mesmo que eu estivesse certo, ninguém me daria razão. E por mais que eu tenha sofrido nesses 14 anos de existência, eu detestava quando as pessoas sentiam pena de mim. Eu não precisava daquele tipo de sentimento! Não ajudava em nada, só piorava as coisas. Então aprendi a vestir um sorriso e seguir meu caminho. Para evitar que aquele inconveniente me atingisse.

Olhei para todos na sala. Eu ainda estava com sono, muito sono. A viagem tinha sido muito cansativa e, como sempre, eu não conseguia dormir bem à noite. Ficava preocupado com o estado de saúde da minha avó e sempre que conseguia dormir, tinha um pesadelo e logo acordava. Eu me sentia completamente infantil naquela situação, mas desde que minha mãe morrera, aquela tinha sido a minha rotina. Aquela imagem vinha me assombrar todas as noites. Eu me lembrava nitidamente daquele dia. E pensar que ela sorriu para mim até o fim. Como se aquilo pudesse espantar o medo e o desespero de uma criança que se vê obrigada a se separar da mãe. Eu queria ter sorrido para ela de volta. Mas eu tinha apenas 4 anos e tudo que eu consegui fazer foi chorar e gritar por ela. Maldito destino! Eu poderia simplesmente culpar meu pai, por tudo de ruim que nos aconteceu. Seria razoável, aceitável. Qualquer um compreenderia se assim eu o fizesse. Por isso escolhi esse caminho. Mas eu realmente sentia aquilo? Claro que não! Eu não sou nenhum idiota! Eu bem sabia que meu pai era a maior vítima de todos naquela história. Por mais que eu amasse minha mãe, eu jamais concordara com a atitude dela. Então a culpa era dela? Também não! Eu não podia julgá-la. Ninguém podia. Ela fez o que achava melhor para proteger quem ela amava. Talvez não tivesse sido a melhor decisão, mas foi o que ela conseguiu fazer. Então eu simplesmente culparia o destino? Não! O culpado nessa história toda era... eu. Fui eu quem matou minha mãe. Por quê? Simplesmente porque eu estava lá. Eu existia naquele momento. Uma criança completamente inútil, desnecessária. E agora, mais uma vez, eu me via naquela situação. Qual era a necessidade de entrar na vida do meu pai? Eu só traria problemas. O fruto de um passado amargo, indesejável. Nada de bom poderia vir daquela situação. E definitivamente meu pai não merecia aquilo! Mas tudo já estava organizado em minha mente e, assim, eu sumiria de vez da vida dele. Poderia ser um pouco cruel, depois que ele já me conheceu e soube da minha existência. Mas eu não prolongaria aquele sofrimento por muito mais tempo. Eu não me importava de sofrer, já estava acostumado. Mas não suportaria fazer meu pai sofrer.

Bocejei novamente e vi minha avó, vindo em minha direção e me abraçando. Ela era a única que estava apta a suportar a minha existência.

— Vamos, meu filho, você precisa trocar de roupa. Vamos sair daqui a pouco. – ela disse.

— Sair? Agora? – perguntei desanimado.

— Isso mesmo, Hyoga. Vamos sair daqui a pouco. Mas já que está aqui e todos já te viram desse jeito, vou apresentá-los. – meu pai veio para perto de mim também. – Aqueles são nossos amigos, Shaka e Mu. E nossos afilhados, Ikki e Shun.

— Prazer em conhecê-los. – disse, cortês.

— O prazer é nosso. – disse o chamado Mu.

— Você se parece demais com a sua mãe. – Shaka olhava para mim com um olhar nostálgico.

— Conheceu minha mãe?

— Sim. Éramos grandes amigos.

— Nesse caso, tenho certeza que nos daremos muito bem também. – falei sorrindo amavelmente.

— Espero que sim. – ele também me sorriu.

— Bom, feitas as devidas apresentações, peço para que vá se arrumar. Milo já deve estar quase pronto, então não vamos nos demorar muito mais. – meu pai dizia.

Eu nada disse, apenas me virei e acompanhei minha avó, ajudando ela a subir as escadas. Eu não queria sair. Eu tinha esperança de dormir um pouco mais. Devia ter ficado quieto na cama, mas fiquei preocupado com a minha avó. Ela também não dormia muito bem, tossia muito à noite. Isso quando não acordava com dor no peito. Eu tinha sempre que ficar alerta, caso precisasse socorrê-la. Mas, pelo que eu via, ela estava bem. O novo remédio que meu pai receitara deve ter sido muito bom. Eu jamais teria como retribuir aquele gesto, o que me fazia sentir ainda mais culpado.

Deixei minha avó no quarto dela, pois ela também iria se trocar, e fui para meu quarto. Caí de bruços na cama e fiquei olhando para o teto. Senti meus olhos marejando. Naquela época tudo ficava pior. E ter encontrado com meu pai não ajudava em nada. Pelo contrário, só piorava as coisas. A imagem de minha mãe estava ainda mais forte em minha memória. E pensar o quanto ela poderia ter sido feliz ao lado do meu pai. Se eu não estivesse lá... Se eu não estivesse lá... Droga! Por que ela tinha que morrer? Por que minha mãe me deu à luz e me deixou pouco tempo depois? Aquilo não podia estar certo! Aquilo não podia ser certo! Eu sentia como se ela viesse me ver todas as noites, sorrindo para mim. Mas eu nunca conseguia alcançá-la. Ela sempre sorria para mim com lágrimas nos olhos e se afastava do meu campo de visão aos poucos. Perguntava-me quanto tempo mais eu teria que viver daquela forma. Será que eu teria paz algum dia? Isso era algo que eu duvidava.

Ouvi batidas na porta. Limpei minhas lágrimas o mais rápido possível. Logo vi Milo na porta.

— Bom dia Hyoga. – ele falava sorrindo.

— Bom dia. – respondi.

— Estava descendo e resolvi passar aqui para lhe chamar. Imaginei que ainda estivesse dormindo e vim lhe acordar, pois vamos sair.

— Já desci e conheci a todos. Subi para me arrumar. – falei me levantando e procurando alguma roupa.

— Ah! Que bom que já sabe então!

Ele ficou parado na porta, me observando. Senti que ele se aproximou de mim lentamente. Não estava prestando atenção em seus movimentos. Quando percebi, ele já estava bem perto de mim e segurou meu queixo, como que querendo que eu olhasse para ele.

— Estava chorando. – ele falou simplesmente.

Fiquei um pouco surpreso de ver que ele tinha percebido. Teria que tomar cuidado com ele ou meus planos poderiam ir por água abaixo. Por um lado eu estava feliz de ver que meu pai estava em um relacionamento homossexual. Eu realmente não tinha estômago para suportar uma madrasta. Pensar que alguém poderia querer tomar o lugar de minha mãe ou sequer insinuar querer ter uma relação desse nível comigo. Lidar com Milo seria bem mais fácil, apesar de que ele parecia ter mais sensibilidade que meu pai. Então eu teria que dar um jeito de me manter distante dele também.

— Não. Apenas estou com muito sono. – desviei de seu olhar.

— Você até pode querer enganar o Camus, mas esse truque não funciona comigo. Se quiser mentir, terá que fazer melhor que isso. – ele sorria, arrogante.

— O que é você? E o que pensa que está fazendo? Mesmo que eu estivesse chorando, o que não é o caso, por que eu deveria lhe dar alguma satisfação? – eu tentava manter a coerência.

— Na verdade, não lhe pedi satisfação alguma. Apenas disse que estava chorando. Mas eu vou querer saber o porquê disso, sim.

— Uma pena você não ter o poder para me fazer falar qualquer coisa.

— Mas eu terei.

Ele continuava rindo com certa arrogância. Ele estava tão seguro de si que até me deixou um pouco balançado. Talvez eu pudesse confiar nele. Talvez ter alguém para quem desabafar não seria má ideia. Mas eu não poderia me dar ao luxo de desabafar justo para ele. Ele tinha cara de fofoqueiro e provavelmente contaria tudo para meu pai. Eu não permitiria que aquilo acontecesse, nem que tivesse que bancar o difícil com ele também.

Ele se afastou e foi em direção à porta. Antes de sair, ainda se dirigiu a mim.

— Vou deixar que se arrume. Mas saiba que essa conversa não acaba aqui. Eu não desisto tão fácil.

Ele nem me deu a chance de resposta e saiu. Sentei na cama e suspirei. Aquilo poderia ser mais difícil do que eu esperava. Afastei aqueles pensamentos e terminei de me arrumar. Ainda tinha um dia todo pela frente. Não era hora de fraquejar, ainda mais logo no início da manhã. Saí do quarto e passei no quarto da minha avó, esperando que ela estivesse terminando de se arrumar. Mas ela já havia descido. Fui descendo para a sala, encontrar-me com todos.

Logo que entrei no recinto, todos os olhares se voltaram para mim novamente. Sentia o peso do olhar de Milo sobre mim. Tentei ignorar aquilo e fingir que não me incomodava.

— Bom, agora que está pronto, acho que já podemos ir. – disse Milo.

— Afinal, para onde vamos? – perguntei, um tanto perdido.

— Hoje terá a inauguração de um parque na cidade. Como nós somos os grandes patrocinadores, em parceria com a prefeitura, precisamos estar presentes. – Milo respondeu.

— Patrocinadores? – minha avó questionou.

— Milo é o dono de um grande grupo de empresas multinacional. E Mu é um dos diretores. – meu pai explicou.

Olhei para Milo com certa surpresa. Ele parecia ser esperto, mas não imaginei que fosse tanto ao ponto de ocupar uma posição tão influente e importante assim. Dependendo do quanto ele se interessasse por mim, ele poderia descobrir coisas que definitivamente não deveriam ser descobertas. Isso me deixava um pouco preocupado, mas se ele realmente quisesse, eu não teria como impedi-lo. Só poderia negar qualquer coisa que ele descobrisse. Mas era melhor não pensar sobre isso naquele momento.

— Será que eu poderia comer alguma coisa antes? – falei.

— Não dá tempo, estamos atrasados. – disse Milo.

— Vamos comprar algo para você em algum lugar perto do parque. Não se preocupe. – disse meu pai. – Então vamos.

Segui os dois, ajudando minha avó no caminho. Não tinha nem ideia de como iríamos. Assim que saímos de casa, vi meu pai se dirigindo para a garagem. O portão se abriu e ele entrou. Milo, minha avó e eu ficamos esperando, enquanto os visitantes se dirigiam ao carro que estava parado em frente à casa. Vi um carro esporte, azul, saindo da garagem. Era lindo! Talvez fosse algo comum para os outros, mas eu não tive muito contato com coisas assim onde eu morava. Então, mesmo parecendo bobeira, admito que fiquei um pouco encantado e ansioso. Ajuda minha avó a entrar no carro e entrei logo em seguida.

Continua...


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