Trilogia Badlands - O Útimo Inimigo escrita por Stravinsky


Capítulo 9
Nossa vida normal




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O RED vai caminhando para fora da base, quando um tiro rompe o silêncio. Sniper havia sido atingido na perna, fazendo que Medic e Anya fosse ir até ele.

– Não! - disse Sniper. Ele foi se levantando, se segurando no braço de Anya - Não... Eu estou bem! Estou bem!

Ainda restavam homens de Marloon.

– Só matem esses malditos antes que eu os empurre montanha abaixo - disse Sniper.

Enquanto o RED atirava, Anya colocou o braço de Sniper em seu pescoço e junto com Scout, eles saíram do lugar. Assim que estavam fora, foram recebidos por poucos homens, que estavam armados.

– Ah, legal - disse Scout.

– Não se mexam!

– Nós somos estátuas, companheiro - disse Sniper.

– Não se mexam e nem falem!

Sebastian e Maddy chegaram atirando nos homens, dando tempo para a equipe fugir.

– Fujam! - disse Sebastian - Agora!

Enquanto fugiam, Scout ficou um pouco mais afastado, caso alguém tentasse os emboscar, mas no caso, ele foi emboscado, sendo nocauteado por um dos homens de Marloon. Ele caiu no chão, apenas vendo dois borrões vermelhos que deveriam ser Anya e Sniper.

– Scout!

Foi a última coisa que ele ouviu. Em seguida, tudo foi apagando até que ele desmaiou.

– Vai sim. É uma promessa. Nós vamos nos reencontrar novamente, Scout.

– Quem é Maykon?

– Scout. Estou feliz por te reencontrar.

– O que você não contou para mim?

– Você mente muito mal.

– Ela parece ser gente boa. Sou contra o que o Soldier disse. Ela é apenas uma garota, não vai nos fazer mal. Qual o nome dela mesmo?

– Anya Mann, você está com ciúmes?

– Eu sou a Anna. Eu absorvi a filha do Gray, eu matei ela, quer dizer... Eu sou ela agora. Eu sou a filha do Gray. É por isso que ele me tratava daquele jeito. Eram dela aquelas memórias.

– Mas, Anya... Eu não quero. Eu te amo... Não quero te perder mais uma vez.

– Meu pai diz que eu precisava ser perfeita e que... E que eu deveria ser que nem meus irmãos.

– O que você fez com a Anya?

Tudo ficou calmo.

– Sabe que sempre pode contar comigo, companheiro.

– Eu sei e é por isso que você é meu melhor amigo, Sniper.

– Bom, eu já teria a pedido em namoro desde a salvamos do Gray ano passado.

– Ficamos quatro meses, nunca fiquei tanto tempo com uma garota.

– E você tem medo.

– Eu tenho medo!

– Você a ama? Quer a perder novamente? A perder para o Maykon?

– Nada disso! Eu não vou a perder, nunca mais!

Lentamente, ele vai despertando. Com uma forte luz vindo do teto, ele põe a mão na frente do rosto, querendo se acostumar com a luz. Assim que seus olhos se acertaram, Scout observa onde estava. Era um quarto de hospital simples, todo branco, cheio de caixas, suas armas em cima de um dos balcões e um sofá ao lado da porta onde dormia Sniper, com o chapéu cobrindo o rosto, tendo a perna esquerda enfaixada. Scout tenta se mexer e solta um grito ao perceber que a perna estava quebrada. Sniper se levanta rapidamente, coloca o chapéu e vai até o colega.

– Calma ai, companheiro. Você ainda não está em condições de se levantar.

O mercenário olha a perna enfaixada de Sniper, que apenas olhava o colega.

– Foi muito feio?

– Não muito.

Sniper se senta, com dificuldade, em uma cadeira ao lado da cama.

– E porque o Medic não te curou ainda?

– Porque ele está cuidando dos outros - Sniper se ajeita na cadeira - Quem se safou mais foi o Spy. Quase levou um headshot, teve quase todo o terno cortado... Isso é pouco comparado ao resto da equipe. Eu posso sobreviver a um tiro na perna.

Scout olha o lugar.

– Onde estamos?

– Na enfermaria do Ivan. Ela não ficava no mesmo prédio que a base principal. Ainda bem, porque depois que eles te nocautearem, a base toda caiu. Não sobrou nem mesmo um pedaço de madeira para contar história. Nós rendemos os homens restantes do Ivan, tomamos tudo e nos instalamos temporariamente.

– O que houve antes de os caras me baterem? - Scout esfrega a cabeça, confuso - A última coisa que eu me lembro era eu, você e... E a... A Anya. Anya! Cadê a Anya?

– Ei, ei, ei! - o mercenário segurou Scout pelos ombros - Se acalma, companheiro! Ela está bem!

Scout se sentou novamente.

– Depois que rendemos todos os homens do Ivan, levamos todos que estavam feridos para cá, a enfermaria. O Heavy teve que arrastar você, a Miss Pauling me ajudou e o Spy trouxe a Anya, porque ela acabou levando uma facada profunda no ombro de um dos homens do Ivan.

– Meu Deus. E o pessoal? Como eles estão?

– Bom, o Soldier levou dois tiros de raspão no braço e quebrou o pé, o Pyro quebrou um dos braços, o Demo conseguiu se salvar de um tiro de um rifle por causa da garrafa e está bem, o Heavy apanhou muito, mas conseguiu aguentar e está bem, o Engie acabou sendo empurrado da montanha, ele saiu rolando lá para baixo e conseguimos salvar ele antes que ele fosse para a água, mas acho que ele ainda está desmaiado, o Medic foi um dos únicos que não se machucou muito e a Miss Pauling também. Resumindo, estamos praticamente como uma pós-batalha contra o BLU.

Scout riu.

– Você só está com um galo na cabeça e com a perna quebrada - Sniper parou - Comparado aos estados dos colegas do Maykon, você está bem e de pé.

– Muitos morreram?

– Sim, muitos. A maioria do Ivan. Os que se renderam ou nos ajudaram ou fugiram de Dustbowl.

– Eu quero ver a Anya.

– Vai ter que esperar o Medic, companheiro. Ele deve estar cuidando de alguns colegas do Maykon agora.

Alguém bate a porta e entra, era Medic. Ele não tinha nenhum machucado e nenhum sinal de que havia sido ferido.

– Bom... Isso foi estranho - disse Sniper.

– Scout, quer ir ver sua namorada? - perguntou Medic.

E... Após curar o mercenário, Medic leva Scout pelos corredores do lugar, até encontrar um quarto que estava com a porta fechada. Eles entram, vendo Anya na cama e Miss Pauling ao sofá. A assistente estava com alguns arranhões pelo rosto, enquanto observava alguns papéis em uma prancheta quando os colegas entraram e ela apenas os cumprimentou com um aceno de cabeça.

– Ela está bem? - perguntou Scout.

– Sim, eu apenas a anestesiei - disse Medic - Ela acordou e queria te ver de qualquer jeito, sendo que o braço dela estava em péssimo estado. Miss Pauling e Spy a seguraram e eu a sedei.

Scout vê uma grande cicatriz no ombro da garota.

– Meu Deus - disse Scout.

– Por isso eu tenho que me desculpar - disse Medic - Não sei porque, a arma médica falhou quando eu fui a curar e ela acabou ganhando essa cicatriz.

– Não importa - disse Scout - Pelo menos para mim, importa que ela está viva.

Medic concordou com a cabeça, tirou uma seringa do bolso e colocou junto ao soro. Após isso, Anya começou a se mexer lentamente e Scout se sentou ao lado da namorada. Ela abriu os olhos devagar e os fechou quando sentiu a luz forte vindo.

– Scout? - perguntou Anya.

– Ei - disse Scout.

Scout pega a mão de Anya, vendo que ela estava um pouco fria, parecendo morta.

– Você está bem? - perguntou Anya, em um tom baixo.

– Sim - disse Scout - Só vou ficar com um galo na cabeça.

A garota percebe que havia mais gente no quarto, sendo Medic e Miss Pauling de pé no fim da cama.

– Eu acho que vou voltar para meu quarto e deixar os dois a sós - disse Pauling.

– Eu vou ver os colegas de Maykon, muitos ainda precisam de ajuda - disse Medic.

– Obrigado Medic - disse Scout - Por tudo.

– Esse é meu trabalho, garoto - disse Medic - Manter vocês vivos.

Os colegas saíram da sala, deixando Scout olhando para sua namorada, que parecia meio perdida. O efeito da anestesia era esse, deixava a pessoa mais louca do que já era.

– Onde estamos? - ela estava grogue.

– Na enfermaria da base do Ivan. Eu acordei não faz muito. Sniper me contou tudo, desde que me apagaram na hora da nossa fuga.

Anya pensou em algo e começou a derramar algumas lágrimas.

– E... O Maykon? Ele realmente...

– Sim, o pessoal encontrou vários corpos no final da montanha e do Maykon e do Marloon estavam lá - ele queria poder fazer algo para ela não chorar - Me desculpe, amor.

Scout a beija na testa e puxa a mão dela para mais perto.

– Ele se sacrificou por mim - as lágrimas caiam para a cama - Agora você não vai ter mais ciúmes.

Ele riu e a olhou, vendo que Anya sorria.

– Vou sim, tem ainda o Scout do BLU que fica te cantando. Eu não vou parar de ter ciúmes tão cedo.

Ambos riram dessa vez e se olharam.

– Podemos ter uma vida normal agora? - o mercenário perguntou.

– Como assim?

– Ficar em casa sem que caras inimigos invadam nosso apartamento, sem fugir de outros caras que querem te matar a todo custo - Anya riu quando ele disse isso - Ter uma vida normal, ter um emprego e amigos...

– Ei, nós trabalhamos para o RED. Nós nunca vamos ter uma vida normal. Isso é só o bônus.

Scout riu dessa vez.

– Você não matou mais ninguém importante, não é?

– Não que eu saiba.

Eles riram novamente.

– Podemos ter nossa vida normal, que é matar o BLU a toda hora, enquanto eu fico olhando vocês das câmeras, ajudando a Administradora e Miss Pauling, ficar com o RED no salão, conversando sobre a batalha e fugir do Demo quando ele trazer o jantar - ela se lembrava de mais e mais fatos sobre a vida da equipe - Pegar maletas, impedir carrinhos bombas de chegarem a base e empurrar para a base do outro, capturar pontos de controle e impedir que eles capturem nossos pontos... Isso ainda é pouco com os outros modos das batalhas que vocês já tiveram. Eu quero voltar a ter essa vida, Scout.

– E podemos ter! A vida que você tinha antes de caçadora de recompensas causou tudo isso!

– Eu sei que é culpa minha! Mas agora acabou! - ela suspirou - E eu quero voltar a ter nossa vida normal, amor. Quero esquecer essa coisa de que sou metade robô e todos vão querer vir atrás de mim, quero parar de tentar descobrir se sou humana ou robô... Quero ter a vida das pessoas que me ajudaram a me criar: O RED.

Scout parou e olhou para sua namorada. Ela era tudo para ele, o mercenário nunca tinha tido um amor tão profundo por aquela garota-robô e nem por nenhuma outra mulher e agora, ela queria ter a vida igual a dele, esquecer o passado. Aquele passado foi tenebroso com todos do grupo, incluindo ela. Ela ainda não havia descoberto quem realmente era, mas Scout sabia a resposta agora.

– Mas eu sei quem você é, a resposta que você procurou durante todos esses anos.

– E quem eu sou?

– Você é uma mercenária. A mercenária-robô Anya Mann. Mesmo tendo esses poderes para absorver outras pessoas, você criou uma nova pessoa. Tem características da Anna, minhas, do Sniper, Engie, Spy, Heavy... Todos do RED! Você é uma pessoa como qualquer outra no mundo, mas para nós, principalmente eu, você é nossa colega, companheira e minha namorada. Eu te ajudo a esquecer o passado, amor. Tudo! Se você quer recomeçar novamente, como você fez quando se juntou ao RED ano passado, eu te ajudo, todos nós... Inclusive a Administradora.

Anya ouviu tudo o que seu namorado havia dito e sorriu. Ela havia finalmente entendido.

– Eu te amo, Scout.

O mercenário ajudou Anya a se levantar da cama, colocar o casado vermelho do RED e o colar com o diamante. Após ver como sua namorada havia mudado tanto ao longo dos três anos que ele a conhecia, ele se recorda daquela garota que ele encontrou em uma batalha em Coal Town contra os robôs de Gray Mann.

– Mas o que? Você está bem? Quem é você e como conseguiu chegar aqui?

Anya vê que Scout estava longe.

– Amor? - o mercenário volta a si - No que estava pensando?

– Em você. Lembra daquela garota que nem falava com ninguém, escondia um segredo que envolvia a equipe toda, arrumou briga com o Soldier, sabia atirar muito bem com um rifle e adorava os sanduíches do Heavy? - a garota riu com tudo do que o mercenário falou - Bom, agora eu vejo uma mercenária que é amiga de todos, não esconde mais nenhum segredo, é mais corajosa que o Soldier, tem seu próprio rifle que é feito por ela mesma e ainda ama os sanduíches do Heavy. Você é única, Anya.

Ela olha seu namorado e o abraça. Mesmo que ela fosse alguns centímetros menor que ele, Scout sempre a tratava como baixinha e ela ficava zangada. O casal se beija, se olha e continua a aproveitar o abraço depois de algum tempo afastados um do outro, com brigas, perseguições, mortes, traições e mais. Um silêncio ficou no local.

– Eu te amo, Anya.

– Eu sei, Scout.

Continua...


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