- Dia dos namorados... Dia dos namorados... Dia... Dos namorados... – Coçava sua cabeça. Estava impaciente. – Eu deveria dar algo para ele?

- Eijun-Kun, do que está falando? – Perguntava Haruichi aproximando-se do moreno.

- Ei, Harucchi... O que você daria para alguém especial no dia dos namorados? – Sawamura olhava para o garoto com um olhar esperançoso.

- Nessa época é comum darem coisas como chocolate ou flores, não é? – Dizia o menor.

Sawamura Eijun corou. Estava tão envergonhado em pensar em dar essas coisas para ele que pôs suas mãos em sua face, tentando esconder o quão envergonhado estava.

- Eijun-Kun, você está bem? – Perguntava Haruichi enquanto colocava uma de suas mãos no ombro do outro.

- EU NÃO VOU FAZER ISSO! – Ele gritava com as mãos para o alto e logo depois deu uma gargalhada.

- Parem de conversar e vão treinar! – Dizia um aluno do terceiro ano.

- SIM SENHOR! – Gritava Sawamura.

O Treino ocorreu como sempre, o moreno levava broncas pela sua falta de controle em seus arremessos e suas competições com Furuya aconteciam várias vezes ao dia.

- Sawamura, espere ai. – Miyuki chamava o garoto que iria tomar banho. - Precisamos convers- – Foi interrompido

- Conversar sobre o que? – Dizia o Moreno tentando evitar olhar para o outro.

- Sobre seus arremessos, óbvio. – Suspirou – Você está bem?

- É CLARO QUE ESTOU! – Bufou – Eu sabia que era isso... Já sabia...

- Você realmente está bem, Sawamura? – Ele falava num tom preocupado.

- Estou... Eu vou tomar banho. – O moreno andava.

“Ele nem olhou na minha cara...” pensava Miyuki. O garoto realmente estava preocupado.

Miyuki tomou um banho logo depois do moreno e encontrou Haruichi no caminho de volta ao dormitório, chamou o garoto que estava distraído.

- Kominato – Chamou.

- Boa noite. – Dizia o menino.

- É... Você sabe o que aconteceu com o Sawamura? – Ele olhava para o lado. Estava envergonhado em perguntar isso do nada.

- Ele estava preocupado com o dia dos namorados pelo que entendi. Parece que tem alguém especial para ele. – Sorriu.

- Especial? O Sawamura? – Ele dizia surpreso e deu uma risada mínima. – Obrigado, Kominato.

- De nada.

“Então é isso...”.

X

No dia seguinte Miyuki resolveu não falar com o moreno. No fundo, ele sabia que Sawamura gostava dele e por isso não queria forçar a barra. Ele “resolveu’’ não falar, mas acabou não cumprindo o que decidiu.

- Sawamura, eu gosto de chocolate. – Brincou.

- E O QUE ISSO TEM A VER COMIGO? – Gritava.

- Eu só estou dizendo que gosto. Ah, flores também são legais. – Ele afagou os cabelos do moreno.

- Eu não me importo. – Murmurou.

Miyuki tinha vontade de agarrar o moreno no mesmo instante, mas resolveu esperar a decisão do outro.

Dias se passaram e Sawamura sequer dizia bom dia para o veterano. O menino de óculos ficava preocupado, realmente muito preocupado.

“Será que eu me enganei? Ele não gostava de mim e ficou bravo?”

Miyuki era o tipo de pessoa que falavam que tinham uma má personalidade. O garoto não se importava realmente com isso, na verdade, ele não se importava quando as pessoas diziam isso ou simplesmente diziam que não gostavam dele, mas quando se tratava do moreno, ele realmente se importava.

- Será que eu ferrei tudo? – Ele se virava em sua cama. – Mas eu não vou deixar assim.

Adormeceu logo em seguida.

Kazuya Miyuki acordou cedo no dia seguinte e resolveu sair do dormitório do colégio. Passeou pela cidade e comprou um buquê de flores e uma caixa de chocolate. Sawamura não queria se declarar e entregar chocolates para ele, mas o outro não se sentia da mesma forma. Não aguentava mais esperar uma iniciativa do outro e resolveu agir por contra própria.

- Flores... Você pode me fazer um buquê? – Perguntava o menino, meio sem graça.

- Mas é claro! Que tipo de flores você quer? É para sua namorada? – Perguntava a idosa.

- Podem ser rosas, eu acho... Ele ainda não é meu namorado, mas eu espero mudar isso hoje. – Sorriu.

- Ora, Ora. Como é boa essa juventude. – Riu. – Rosas são uma ótima escolha, rapaz.

A velhinha juntou um punhado de rosas e fez um belo buquê. Miyuki pagou logo em seguida e saiu da floricultura, ele ia direto encontrar o moreno.

- Quem é? – Perguntava Sawamura que estava dentro do quarto.

- Sou eu. Abra logo. – Miyuki disse com raiva. Havia um tempo que não trocava palavras com o outro e isso estava o matando.

O moreno abriu a porta para o mais velho.

- O que é isso? – Arregalou os olhos.

- Dia dos namorados, você sabe.

- Mas nós não namoramos e... – O moreno parou de falar ao olhar para os olhos de Miyuki.

- Eu sei que não estamos. E isso é algo que eu quero mudar hoje, Eijun. – Ele entregava o buquê.

- Obrigado... – Sawamura ainda analisava a situação.

- E bem... Isso aqui também... Eu não sabia que tipo de chocolate você gostava e então fiquei um pouco indeciso. – Ele corava fortemente. Seu coração batia tão forte que parecia que ia sair pela boca.

Fez-se um silêncio. Sawamura olhava atentamente as ações do outro.

- Você sabe? Eu gosto de uma pessoa. – Começava.

- Eu percebi... Qual é o seu motivo para gostar dela? – O moreno tentava encontrar uma explicação para aquela situação.

- Eu não sei... O garoto que eu gosto é um completo idiota. Ele fala alto e é muito cabeça quente, ele simplesmente é um burro e não leva nada a sério, com exceção do Baseball. Mas... – Ele parou.

- Mas? – insistia o moreno.

- Mas o sorriso dele é algo incrível. Seus olhos também são tão hipnotizantes e sua voz quando calma, o que é raro, é algo maravilhoso. Ele também é uma pessoa sincera e amável. E eu amo aquele idiota. E não quero que ele pare de sorrir. Eu amo aquele sorriso e aquela idiotice, afinal, eu o amo por inteiro.

Sawamura deixou um sorriso escapar. Ele havia desistido da ideia de dar chocolates para o veterano, mas vê-lo ali daquele jeito, dizendo coisas tão bonitas fez o moreno se arrepender.

- ESPERA! EU TAMBÉM VOU DIZER C-COISAS LEGAIS! – Ele corria para dentro do quarto, estava sozinho.

- Gaguejar deixa tudo menos romântico. – Brincou o mais velho.

- FICA QUIETO! – Gritava o moreno. – Entre.

Miyuki entrou e sentou na cama de Sawamura.

- Aqui está. – Ele entregava uma caixa de chocolates.

- Caseiros? – Arqueou uma sobrancelha.

- Sim. Eu sou bom com doces, mas apenas isso. – Ele virava sua cara.

- Não vire a cara. Gosto do seu rosto corado. - Miyuki aproximou-se do moreno, ele iria beijá-lo.

- Espera! – Empurrou o veterano.

- Eu não aguento mais esperar, Sawamura. – Seu tom de voz era sério.

- Eu também gosto de alguém! E ELE É UM IDIOTA E DEVERIA SER UM BOM VETERANO! ELE TEM UMA PERSONALIDADE PÉSSIMA, MAS EU NÃO ODEIO ISSO. E EU VOU SER UM ÁS E ELE VAI PEGAR TODAS AS MINHAS BOLAS. VOCÊ VAI VER! EU VOU TE MOSTRAR QUE VOU SER UM GRANDE JOGADOR E VOCÊ VAI TER ORGULHO DE DIZER QUE SOU SEU NAMORADO.

- Então você é meu namorado? – Miyuki abraçou o outro. Dessa vez Sawamura não teve tempo de resistir.

- S-Sou... Você que pediu, não é? – Ele afundava a cabeça no peito do outro.

- Por favor, cuide de mim. – Sussurrava no ouvido do menor.

- E-Eu digo o mesmo.

- Posso te beijar? – Dizia Sawamura.

- É claro que pode. – O mais velho riu da pergunta do outro. Eles eram namorados! Era meio óbvio que ele podia beijá-lo.

Aproximaram-se lentamente e se beijaram. Foi um beijo longo e eles deixavam risadas escaparem no meio do beijo. Estavam tão felizes que não conseguiam segurar.

- Eu amo você, Eijun.

- Eu também amo você, Kazuya.

E comeram os chocolates e viram alguns DVD’s de partidas anteriores, comentaram sobre suas falhas e brigaram bastante naquela noite, mas nada que beijos apaixonados não pudessem resolver.