Uma das coisas favoritas sobre se estar em uma relação, Dean decidiu, é que ele podia somente se aconchegar nos braços da outra pessoa, sem medo de ser visto como estranho ao abraçar alguém só pelo contato, sem nada sexual, e não se sentir extremamente envergonhado por seu sentimentalismo depois.

Cas, em todo o seu poder de Anjo do Senhor, não entendia nada sobre o quanto a sociedade achava que um homem devia querer abraçar seu parceiro sem nenhumas segundas intenções, assim Dean não conseguia se sentir embaraçado ao passar o dia inteiro abraçado com o cara numa maratona de Star Wars. Castiel parecia realmente gostar, na verdade, se aconchegando no ombro de Dean e contando as sardas em suas bochechas enquanto Dean brincava com seu cabelo negro macio, os filmes um tanto esquecidos enquanto aproveitavam a presença um do outro..

Deitado ali, tão confortável e feliz, Dean não conseguia dar a mínima para o que a sociedade achava apropriado. Ele olhou para Cas, uma careta concentrada enquanto passava a ponta do dedo indicador em cada sarda contada, seus olhos impossivelmente azuis intensos e os lábios rosados comprimidos. Ele era lindo. Dean sorriu, seu coração quase explodindo com o tanto de amor que sentia por ele. Tomado por uma súbita onda de romantismo cliché, Dean se inclinou alguns poucos centímetros para pressionar um beijo suave na testa de Cas.

— Eu te amo, anjo. — sussurrou no ouvido dele, a respiração quente em seu pescoço fazendo Castiel se arrepiar. Fazia muito tempo desde que Dean tinha quebrado a barreira que lhe impedia de transmitir o que realmente sentia por meio de palavras e, depois que as falou pela primeira vez, um pouco em pânico e totalmente envergonhado, ele parecia não conseguir parar mais.

Cas lhe encarou por um momento, sua careta confusa enquanto inclinava a cabeça um pouco para o lado, como se, quando o visse de outro ângulo, seria capaz de entendê-lo melhor.

— Eu também te amo, humano. — replicou ele, sua voz ainda um tanto confusa embora agora houvesse uma nota de carinho junto dela. Dean riu um pouco, seu tom sendo abafado quando batia a pele suave do pescoço de Cas. Ele era um pouco fofo assim, sempre entendendo as coisas ao pé da letra. — Por que você está rindo, Dean? — ele perguntou, e Dean quase podia sentí-lo fazendo uma carranca.

— Nada, Cas. — Dean respondeu, melódico, lhe dando um beijo antes que ele pudesse replicar. Dois, só para ter certeza.