— Vanessa... Espere. — Sussurra carinhosamente olhando furioso pra mãe dele. Ela puxa a mão e sai andando. — Vanessa! — Chama com a voz séria, mas ela continua andando. — Mãe? Qual é o seu problema? A Vanessa te fez alguma coisa? Porque eu não vejo motivo pra você ter essa hostilidade com ela. — Fala com a voz brava, irritado com a situação.

— Meu filho, ela é uma mulher muito bonita, sensual, atraí todos os olhares por onde passa, se arruma demais e chama muita atenção... E na minha opinião mulheres casadas não devem ser assim, exuberantes desse jeito, apenas na privacidade para seus maridos! E ainda por cima ela era dançarina, tem mais exposição do que essa? — Diz olhando para Vanessa caminhando e depois olhando pro filho, que devolve um olhar de incredulidade para ela, não acreditando no que a mãe está dizendo. Ela sempre foi muito conservadora e intolerante, mas quase sempre passa dos limites.

— Não é possível que você esteja falando isso! Você acha então que ela deve andar como? Porque eu vou lhe dizer, ela pode andar como for sempre vai atrair olhares, porque ela é bonita por natureza. E a Vanessa é minha mulher, minha, e quem tem que reclamar e achar ruim ou não a maneira como ela se veste e anda sou eu, não a senhora porque eu sou o marido dela. E eu sei muito bem que ela atraí olhares e que chama a atenção, quem mais sabe disso sou eu que ando com ela, mas eu não posso fazer nada a respeito disso porque apesar de eu não gostar muito disso, não tenho controle sobre as outras pessoas. E por favor, pro bem da nossa relação deixe ela em paz, ela não merece isso só porque a senhora tem seus costumes conservadores. — Sussurra alterado mas ciente de que precisa fazer a mãe entender isso, porque ele já estava farto também.

Então sai andando indo atrás da esposa que ele não estava mais avistando. Respira fundo para se recompor, ele não quer ficar estressado quando deveria estar curtindo o baile com a esposa, já passaram por tanto estresse que não é possível que a mãe dele venha com essa situação agora. Ele encontra a esposa conversando com um homem perto da pista de dança.

— Nessa. — Chama pegando carinhosamente no braço dela. — Estava lhe procurando. — Comenta olhando de soslaio para o homem na frente dele.

— Seu marido, não é? Roland Oldenburg? — Pergunta o homem, olhando de Vanessa pra Roland. — Prazer, adoro seus livros, principalmente os de ação. — Diz apertando a mão dele, trocando cumprimentos.

— Fico contente em saber.

— Reconheci sua esposa de longe, como sempre, linda e exuberante. Ela não lembrava de mim, mas já dancei com ela a muito tempo, logo no início das nossas carreiras. — Comenta enquanto os dois escutam. — Mas vou me retirar, obrigada pelo breve papo Vanessa. Prazer, Roland. — E sai, deixando os dois sozinhos.

— Sempre requisitada você. — Sussurra abraçando a cintura dela, sorrindo amorosamente tentando amenizar o clima tenso que sua mãe causou. — Amor, por favor não fique brava nem zangada, não vamos estragar nossa noite. Não quero justificar os atos da minha mãe mas ela é conservadora e crítica com tudo... Você bem sabe que ela nunca aceitou bem essa história de eu ser escritor, ela sempre achou que eu deveria ser igual ao meu pai e andar de terno e gravata dentro de um escritório sendo um empresário ou coisa do tipo.

— Sei muito bem que nunca estive dentro dos padrões dela. Isso não é novidade. — Diz revirando os olhos. — Mas dessa vez Roland eu não tive como ficar calada, eu senti que ela estava querendo insinuar alguma coisa a respeito da minha fidelidade a você, e isso eu não tolero, eu não sou esse tipo de mulher que ela pensa que eu sou. Eu sempre ignoro mas algumas coisas eu não admito de ninguém. — Olhando para ele, retruca séria e decidida.

— Eu sei meu bem, eu conheço muito bem você, mais do que qualquer outra pessoa e você tem uma dignidade incrível. Vamos deixar isso pra lá. — Pede, apertando ela contra seu corpo, passando a mão em seus ombros expostos parando na cintura novamente.

— Tudo bem, amor. Eu não estou chateada, dificilmente fico magoada ainda mais em pleno baile de máscaras onde eu posso beber, dançar e curtir. Apenas fico incomodada, mas deixa isso pra lá.

O garçom passa com bebidas e a Vanessa pega mais uma, dessa vez champagne. Roland pega uma taça também.

— Vamos dançar? Eu preciso. — Ela convida terminando a bebida.

— Claro, mas não quero matar você de vergonha.

— Não se preocupe, você dança bem e pode deixar que eu conduzo você.

Eles deixam as taças na mão de um garçom e entram na pista de dança ao som de O’Children de Nick Cave, como era uma música meio lenta a pista se enche rapidamente de vários casais.

Roland passa as mãos pela cintura dela e ela coloca os braços ao redor de seu pescoço e eles se movem graciosamente pelo salão, com os rostos colados. Algumas pessoas de vez em quando olham para os dois, interessados na desenvoltura da Vanessa com a dança pois ela se movimenta como se fizesse parte do corpo dela aquilo, seja qual for o estilo. Quase no fim da música, quando ela torna-se mais agitada, Roland gira a esposa puxando ela em seguida de volta para seus braços fazendo ela sorrir apaixonadamente. A música então termina e eles vão em direção a Sasha, ao Dimitri e um rapaz que conversava animadoramente com eles.

— Nessa! — O rapaz observa ela se aproximar e diz euforicamente, e ela fica olhando não reconhecendo de imediato depois abre um sorriso e corre para abraçar ele. É o amigo dela e da Sasha, que sempre oferecia a casa dele quando elas iam dançar em Nova York e não queria ficar em hotéis.

— Benton! Quanto tempo, poxa. — Diz animadamente ainda nos braços dele enquanto no fundo começa a tocar uma música animada e ele começa a balançar ela em seus braços, dançando, fazendo ela e a Sasha rir. Roland coloca as mãos no bolso e sorri interrogativamente tentando lembrar se conhece o rapaz.

— Você está muito mudada, está com cara de mulher casada. Não vai me apresentar a ele? — Pergunta empolgado olhando para o Roland que sorri.

— Mas é claro! Benton, esse é Roland meu marido. Roland esse é Benton, ele fornecia a casa dele para mim e a Sasha ficar quando íamos nos apresentar em Nova York, e não queríamos ficar em hotel. — Eles apertam as mãos.

— Eu soube que você estava grávida, mas a Sasha me disse que vocês perderam... Sinto muito Nessa, você seria uma ótima mãe e tenho certeza que você também seria um bom pai Roland. — Comenta sincero, fazendo Sasha olhar para ele com cara de constrangida. Vanessa e Roland se olham incomodados e mexidos com o comentário, certamente inapropriado para a ocasião mas a Vanessa entende que o Benton não sabe pelo que eles passaram nos últimos meses, apenas a Sasha e o Dimitri sabem e ambos parecem incomodados com o comentário também.

— Tudo bem Benton, nós já superamos. Obrigada pela preocupação. — Vanessa decide comentar para quebrar o clima tenso, sendo sincera mas breve a respeito do ocorrido. Ela sorri amigavelmente.

— Mas meu amigo, que belezura de mulher em? Você é o cara, que responsabilidade em assumir tudo isso. E você Nessa, pra que foi nascer com tudo isso? É injustiça com o mundo. Ainda coloca essa máscara. — Elogia Dimitri, quebrando o clima desconfortável. Roland sorri convencido e olha pra esposa, beijando seu pescoço fazendo ela se arrepiar toda e sorrir meigamente.

— E você Roland, pra que foi nascer com tudo isso também? Lindo desse jeito, ninguém resiste em amiga? — Sasha comenta fazendo os quatro sorrirem.

— Pois é amiga, e ainda me inventa de ser escritor, ainda por cima de romance, deixando essas mulheres sonhando pela cidade. Ele é cheio de fã pela cidade, já disse a ele mas ele finge que não sabe que é bem popular no coração e na cabeça dessas meninas sonhadoras e desesperadas. — Vanessa diz fazendo todos rirem.

De repente o pai do Dimitri sobe ao palco e anuncia que o jantar vai ser servido e que todos devem se dirigir ao salão ao lado onde tem as mesas e escolherem seus lugares para aproveitarem a refeição confortavelmente. As pessoas então começam a caminhar em direção ao salão, Vanessa, Roland, Dimitri, Sasha e Benton sentam na mesa onde já está a mãe e a irmã de Dimitri e o pai e a mãe de Roland. O jantar começa a ser servido e uma multidão de vozes se aglomera no salão enquanto todos conversam e degustam a comida. De prato principal tinham vários tipos de peixes preparados de diversas formas acompanhados de saladas, macarrão ou arroz, todos com vários tipos de preparos e molhos refinados. Enquanto come Vanessa cruza as pernas e então Roland coloca a mão na perna dela e fica alisando a parte exposta de sua coxa, entre a meia e o vestido e ela olha e sorri para ele e continua a comer adorando a comida. Ele então sobe mais a mão e enfia por debaixo do vestido dela chegando até a lateral da bunda, apertando e acariciando. Ela pede um pedaço do peixe dele que era flambado e ele corta e leva até a boca dela, ela abre a boca e mastiga o peixe saboreando, ele então limpa o canto da boca dela com o polegar que estava com um pouco de molho. O garçom chega trazendo mais bebida dessa vez vinho branco geladinho para acompanhar a comida.

— Não, chega de beber. — Roland adverte ela percebendo seu interesse em pedir uma taça.

— É para acompanhar a comida, eu não posso comer no seco... E outra, qual o problema? Eu nem bebi quase nada.

— Você sabe que quando bebe um pouquinho a mais fica sentindo o estômago pesado e depois fica indisposta se sentindo inchada. — Sussurra sincero, preocupado.

— Oh amor, eu sei mas depende da bebida, se for algo muito pesado e no caso esse vinho branco é leve e é apenas para acompanhar a degustação da comida. Você não quer que eu coma com água não é?

— Só mais essa taça, Vanessa. Depois chega, pra depois você não ficar gemendo de incômodo de noite. Certo? — Pergunta olha pra ela e chamando o garçom que ainda estava ali distribuindo a bebida. Ela assente com a cabeça e pega a taça com o garçom dando um belo gole, Roland acaba pegando uma também.

Termina o jantar e as sobremesas são servidas, Vanessa escolhe um picolé artesanal feito com frutas e chocolate e Roland prefere um muffin de morango.