Born To Kill escrita por Vlk Moura


Capítulo 10
Capítulo 10




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Tive de adiar a invasão ao laboratório, Logan ficou louco em saber que teria de esperar mais, mas compreendeu que os G.I.Joe têm outros serviços com os quais se preocuparem.

Quando retornamos da montanha, quer dizer, eu retornei, Roadblock e Ripcord foram até a montanha e buscaram Snake lá mesmo e foram para uma missão, eu voltei sozinha, descendo pelas pedras que agora me eram mais assustadoras por saber que poderia morrer, mas então eu entendi porque os humanos, quero dizer, seres como eu sou agora faziam esportes radicais nos quais suas vidas eram postas a risco, era pela simples adrenalina que agora eu sentia. Quando cheguei ao pé da escada olhei o topo, senti falta do meu celular.

– Ah, deve ser brincadeira! - eu sentei ali, descansei um pouco e voltei a subir.

Eu sabia que conseguir fazer aquilo era um resto do meu eu mutante, era o que me restava de resistência dos meus tempos de glória, que na verdade nunca existiu.

– Achei! - peguei o celular e no mesmo instante ouvi o som de invasão. - Ah, fala sério, eu fico sozinha e sem meus poderes e esses caras invadem.

Corri até o quarto de Snake, eu ouvia os invasores se aproximarem, coloquei o celular no silencioso para evitar que o sensor do Wade fizesse com que ele me ligasse. Digitei a senha, arrumei o retrato, desci pela escada, a passagem se fechou, as luzes se acenderam, caminhei até as sombras, as luzes apagaram, eu ouvia o barulho na superficie, eles se aproximavam. O computador ligou.

"Agnes"

– Sh... - que beleza agora estou falando com um computador.

"Ali naquela porta" as luzes me guiaram "tem armas e parece ser bom para se esconder"

Segui o que o computador falou, entrei na porta, outra enorme sala com armas de fogo, armas brancas aquele arsenal era maior bem maior que o do QG, como ele tinha subido com aquelas armas? Peguei duas facas as coloquei na bota, peguei duas espadas as prendi ao cinto, eu escutava destruirem tudo acima. Apertei as armas em minhas mãos, coloquei as munições no meu bolso. As luzes se apagaram, ouvi alguém descer, me encolhi em um canto, outra passagem se abriu e eu fui sugada, caí dentro do que me pareceu ser um carro, ele foi acionado com a minha presença, parecia que eu estava dentro da Batcaverna se ela ainda existisse. Me posicionei para dirigir, dei a partida, os pneus cantaram.

"Seja bem-vinda, Agnes"

– Quer merda é essa? - eu me assustei, o carro falou comigo.

"Conectando com Snake Eyes"

– Não!

"Conexão cancelada"

– Ele não precisa se preocupar comigo, não enquanto estiver em missão.

"Vale lembrar que ele não se preocuparia com você e sim com este veículo"

Mas que droga era essa? A máquina agora deu para me responder e me jogar na cara que ela é mais importante do que eu., era só o que me faltava.

Parei no semaforo, não sei onde aquele túnel saia, só que eu estava na cidade.

– Ligar para Anung. - falei coma máquina.

"Nome não identificado"

– Hellboy.

"Nome não identificado"

– Abe Sapiens.

"Concluindo ligação".

Sério isso? Você não encontra o Hellboy, mas encontra o Abe? Essa coisa deve estar me zoando.

– Ahm... Alô?

– Peixinho!

– Agnes?

– Eu mesma - ele ia falar algo, eu o cortei - Você consegue rastrear de onde eu estou te ligando? - olhei no retrovisor, eu estava sendo seguida - O que eu estou fazendo? Você precisa me rastrear e me dar o caminho mais rápido até vocês.

– Você está com algum problema? Parece meio agitada e...

– Vai, peixe, faz isso!

– Estou fazendo, estou fazendo.

Eu entrei em várias ruas, virei na contramão, abaixei o vidro do carro e coloquei a cabeça par afora, um deles estava armado.

– Essa coisa sabe atirar?

"Não fui criado para ser uma maquina ofensiva"

– Que beleza, hein, Snake.

– Achei! - olhei para o rádio onde o nome do Abe piscava conforme ele falava - Você está a dez minutos daqui. Vire a direita!

Eu virei, duas motos derraparam e cairam, menos mal, menos me perseguindo.

– Próxima esquerda.

– Você ta me zoando?

"Estamos no trânsito, Agnes, os sinais devem ser respeitados"

– Eles querem me matar e você ta indicando onde vamos virar!

"Respeitamos o trânsito, como esse sinal vermelho que se você não brecar não irá parar"

– Eu não vou parar!

Ele freou, bati no volante, eu teria de reprogramar essa coisa. Olhei no retrovisor, as motos tinham sumido, respirei relaxada, mas foi cedo demais, uma arma estava apontada para mim do vidro do passageiro, outra moto encostou.

– Acelera, acelera, acelera!

"Verde!"

O carro partiu, Abe ainda nos passava os comandos.

– Você tem piloto automático?

"Você estava acreditando que você era quem estava dirigindo?"

O quê? Eu estava dirigindo, não estava?

– Ótimo - olhei o teto - Abre o teto-solar.

Peguei uma arma, o teto foi aberto, Abe dava os comandos, mirei em um dos motoqueiros, o acertei, mirei no outro, errei.

– Esse você consegue despistar?

"Pode deixar"

O carro virou, sim, ele deu a seta, eu quase caí, me sentei no banco do piloto, coloquei o cinto de segurança, aquela máquina era maluca, Deadpool a amaria. O motoqueiro sumiu. Voltamos para a avenida principal, eu respirava mais calma, o carro encostou de fora do prédio.

"Chegou ao seu destino"

Eu o encarei, não era necessário aquilo.

Desci com minhas pernas tremendo, correr o risco de morrer era horrível, como os Joe conseguiam viver com isso? Meu coração está batendo mais rápido do que o Flash. Uma mão tocou meu ombro, torci o braço e derrubei a pessoa, Abe estava caído com o rosto na calçada.

– Ai meu deus! Desculpa, eu não queria te machucar, eu estou meio assustada, eu eu eu...

– Calma - ele limpou a roupa - Vamos entrar, lá você ficará melhor, não?

Confirmei.

Ele me guiou, me levou para a sua sala, me serviu café e chá, algumas bolachinhas, fiquei comendo ansiosa, eu queria ver o Anung, precisava de um rosto conhecido.

– O Wade não está aqui? - perguntei depois de acalmar meus nervos.

– O senhor Deadpool saiu daqui há três dias, disse que o cachorro precisava dele.

– O cachorro morreu tem mais de um ano - Abe me olhou.

– Acho que ele não sabe disso, me mostrou uma foto.

– Aquele crânio? - ele confirmou - Aquilo é de gato e já tem mais de anos - Abe pareceu se assustar - Mas faz bem para ele, enquanto ele achar que o cachorro está vivo é bom.

– De quem é esse carro ai fora? - Anung perguntou e ao me ver me deu um forte abraço - É seu aquela coisa?

– Snake Eyes - falei dando de ombros - Anung, você pode me levar para o QG dos Joe?

– Não. - eu o olhei - Passe a noite aqui, se eles precisarem de você te ligam - confirmei.

Fui para meu quarto, abri a janela uma brisa soprava toda a poluição, era noite de lua cheia, os lobisomens deveriam estar a solta, Anung devia ter muita trabalho junto do Abe, mesmo que fosse perigoso eles não sairiam da rua, eu sei disso.

Subi para o terraço, agora é um percurso bem mais dificil mesmo sem as pernas do Wade. Encarei o outro prédio, ele parecia ser algo próximo. Tomei distância e pulei, senti minha mão bater no cimento e apenas os dedos da mão direita conseguiram me segurar, fiquei pendurada, não conseguia subir e muito menos descer.

– Ah, que beleza... - eu fiz um pouco de esforço - Quero meu selo de burrice quando sair daqui, mesmo que o receba postumamente.

Eu ouvia os uivos, meu esqueleto se arrepiava em ouví-los, acho que viro comida de lobo antes de meus dedos se cansarem.

Ouvi gritos vindos do prédio do Anung, e chamavam pelo meu nome.

– Anung!

– Agnes? - ele olhou pela janela.

– Aqui em cima!

Ele olhou e pareceu se assustar. Subiu até o terraço, tomou distancia e saltou, ele se pendurou, rachou a parede do outro prédio.

– Deve ser chato - ele começou - não conseguir nem saltar.

– É péssimo, agora se você não se importa eu estou cansada e...

Meus dedos soltaram, Anung me agarrou por um dos braços, só então olhei para baixo, estavamos altos, eu iria morrer na certa. Anung me jogou para o alto, me pegou como se eu fosse uma boneca, saltou de volta para o seu prédio, me colocou no chão.

– Isso foi...

– Suicida - ele completou.

– Eu ia dizer incrível, mas suicida me parece correto também - ele riu - Você já sentiu isso, essa impressão de que a morte está restes a te levar? - ele negou.

– Acho que você está mais mortal do que eu pensei. - ele bagunçou meu cabelo - Preciso ir trabalhar, vê não se mete em nada suicida.

Confirmei.

Entrei junto dele no meu quarto, fui encontrar Abe, ele não sairia na caça, Liz estava se despedindo do peixinho.

– Peixinho...

– Diga.

– Você sabe algo sobre Hydra? - ele me olhou.

– Já ouvi falar deles - ele me olhou - É um grupo antigo, acho que não existem mais.

– Não, não o do Capitão América - ele me olhou - Esse é novo, eles têm ligação com o laboratório que me criou, ao Logan e ao Wade, você acha que consegue algo?

Ele confirmou.

Voltei para meu quarto, os lobisomens estavam loucos essa noite, saltavam para todos os lados, do terraço eu via a caçada, Liz e Anung trabalhavam bem juntos, sempre conseguiam deixar a noite sem nenhuma mancha dos seres sobrenaturais.

Ouvi um uivo atrás de mim, um lobisomem me encarava, os olhos brilhavam como a lua cheia.

Ele me atacou, desviei de sua mordida, ele era rápido, mas não como o Snake, fora que era barulhento, a baba na boca fazia barulho conforme ele corria ou mordia ou lambia o focinho. Ele me atacou, saltei sobre ele e torci seu pescoço para trás, o som do choro, logo o corpo do Anung pousou ao meu lado.

– Pena que agora é tão arriscado, você ainda leva jeito - ele levantou o corpo no ombro - Já estou voltando.

Confirmei, ele sumiu pelos prédios. Eu me sentei a luz da lua, eu sentia falta das missões com mutantes, não as que fui com os Joe, mas as que eu ia com o Wade, aquele sentimento de perigo eu não conhecia naquela época, mas conseguia me divertir tanto quanto agora, eu senti falta da sensação de salvar os companheiros. Lembrei da noite da Phoenix, minha nuca eriçou.

– Pensando sobre a vida? - Liz sentou ao meu lado, apoiei a cabeça em seu ombro.

– Estou lembrando da noite da Phoenix - senti seus ombros se mexerem agitados - Naquela noite algo dentro de mim cresceu - ela me ouvia atenta - Você a conheceu, a Jean? - ela negou - Era uma boa moça, de todos dentro do instituto parecia ser a única que não tinha medo de mim, até o Professor não quis que eu ficasse, a Jean o convenceu, na mesma noite a Phoenix despertou, matou o Scott sem dar a chance dele reagir. Logan quase foi morto, tentou acalmar a Jean, mas ela desfazia as moléculas de quem tentava se aproximar. Em desespero eu saltei sobre ela, quebrei seu pescoço, as coisas se acalmaram, quando o corpo caiu acertei-lhe no coração e arranquei-o. Os X-Men não aceitam que essa era a única forma de pará-la. Logan vivenciou algo enquanto foi quase morto, algo que permitiu que ele me perdoasse. Mas depois desse dia o medo do Professor sobre mim aumentou, ele me expulsou na noite em que me programei para fugir. -apertei minhas pernas - Desde esse dia eu me prometi que não iria matar nenhum mutante, ninguém mais a menos que fosse extremamente necessário.

– Por isso você sempre os acerta nos joelhos? - confirmei - Deve ser horrível.

– Você não faz ideia do quanto, eu gostava de culpar a minha natureza, sabe, eu fui criada apenas para matá-los, eu não tinha outra razão para viver, mas quando fui colocada frente-a-frente com minha mãe e me obrigaram a matá-la eu decidi que não faria mais isso até a noite da Phoenix. Agora, todas as noites minha mente é tomada por essa dor, a dor da nascida para matar.

– Mas você superou isso, você não mata mais.

– Mas não tenho pelo que viver - ela me abraçou.

– Não fale besteira - a olhei - Você tem o Wade, o Anung, a mim, até ao Abe, tem os Joe e o Logan que ainda se importa com você. Agnes, você não tem pelo que viver, mas tem por quem viver e isso vale mais do que qualquer motivo.

Deitei em sua perna, ela passou a amão pelo meu cabelo, Liz não é muito mais alta do que eu, mas as pernas são incrivelmente mais fortes do que as minhas, mesmo depois de ter tido os filhos ela apresenta uma forma invejavel no seu 1,74, cabelo curto, pele mais branca do que a neve, ela está de causar inveja em qualquer adolescente.

Ali era confortável, o colo de uma mãe, eu poderia passar muito tempo ali, mas preciso voltar ao QG, mesmo que tenha de ser naquele carro maluco do Snake. E na verdade, foi nele mesmo. Me despedi do trio e entrei no carro que hoje parecia mais relaxado que no dia anterior, quando chegamos ao QG encontramos um grupo assustado que ao nos ver relaxou. Ripcord me abraçou aliviado, assim como Roadbock e Scarlett.

– Vou avisar o Snake que você está de volta. - Duke falou, eu o segui, ele ia para o quarto dele. - Ela está aqui - ele falou abrindoa a porta.

Entrei no quarto do meu sensei que num gesto assustador me abraçou, ele apertava minha cabeça contra seu peito, era onde eu o atingia.

– Desculpa por tê-lo preocupado - ele me fez sentar em sua cama, começou a olhar minha garganta, minhas orelhas, ter certeza de que não tinha nenhum arranhão - Invadiram sua casa - ele confirmou - os computadores malucos me levaram até o carro - ele me olhou - O carro foi ótimo, é um pouco mal-educado, mas graças a ele eu estou bem, passei a noite na casa do Anung onde matei um lobisomem - eu me cheirei - Ainda estou fedendo a lobisomem, sente.

Ele me cheirou e se afastou.

– Ah, você não gosta de cheiro de lobisomem? - perguntei rindo, ele negou coma cabeça - Vem cá deixa eu te dar um abraço, sensei.

Ele começou a se afastar, eu ria enquanto corria atrás dele, ele me prendeu afastada dele, eu o prendi com minhas pernas, ele me rodou e jogou na cama, o prendi coma cabeça em meu peito onde cheirava mais a lobisomem, ele tentava se soltar enquanto eu ria. A porta do quarto, se abriu, eu o soltei, nós dois retomamos a postura enquanto Scarlett e Ripcord nos encaravam assustados.

– Duke quer encontrar todos. - falaram.

Olhei Snake, ele me olhava, mas eu não sabia se ria ou não, eu ria, as reações dele com minha aproximação eram as melhores.

– Depois continuamos nossa batalha de cão e cobra - ele me olhou, imagino que se não fosse o voto de silêncio ele teria me xingado, mas ele apenas seguiu para a sala de reunião, eu o segui.


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