Ninguém tirava os olhos daquele médico. Então ele respirou fundo e começou a falar o diagnóstico de Marta:

— Posso dizer que tentamos fazer de tudo, a cirurgia ocorreu bem, mas infelizmente seu corpo não reagiu... - Nesse momento, lágrimas escorriam do rosto de todos os membros da família, não poderia ser pior. Mas o médico continuou- Já havíamos considerada como morta, mas parece que ainda ela não cumpriu sua missão na terra. Por um motivo que a ciência não acredita e nós chamamos de milagre, ela voltou. É como se Maria Marta Medeiros morresse e ressuscitasse em menos de uma hora!

Zé que chorava, depois de ouvir aquilo suas lágrimas se enxugaram sozinhas e seus olhos voltaram a brilhar, estava realmente muito feliz! Ele não importou o que estava a sua volta, apenas saiu correndo pelo corredor do hospital e esbarrando em todos os enfermeiros. Chegando ao quarto de Marta, parou de correr e entrou silenciosamente. Olhava o rosto de sua mulher que dormia profundamente, ele soltou um sorriso de tranquilidade em saber que ela estava bem. Deus me deu outra chance!

Zé se aconchegou na cadeira ao lado de Marta e segurou carinhosamente sua mão. Em míseros minutos ele lembrou de tudo que os dois passaram, dos momentos bons e também dos ruins. Como ele queria ver novamente os olhos verdes de Marta o encarando, como ele queria poder abraça-la e beija-la novamente igual fez na Sapucaí... De repente ele ouve o barulho da porta se abrir, era o médico que adentrava o ambiente:

— O senhor não deveria ter entrado aqui. Dona Marta precisa descansar, me acompanhe! - O médico falou em voz baixa e mais rouca ainda. Zé não queria deixar Marta sozinha, mas ela realmente precisava descansar. Então ele depositou um beijo na testa da Imperatriz e seguiu até o corredor junto do médico.

— Me desculpe doutor, mas eu precisava vê-la!

— Vai ter bastante tempo para isso, ela irá descansar mais um pouco e hoje a noite terá alta! - Comendador estava muito feliz com isso, queria sair correndo e contar para Manoel e Antoninho. Porém não iria sair se quer um minuto do lado de Marta, queria estar lá quando ela fosse liberada e queria ser a primeira pessoa que ela visse, quando abrisse seus olhos novamente.

Zé Alfredo voltou para a sala de espera, seus filhos já tinham ido visitar Marta, que ainda dormia. Ele se sentou e olhando para a parede imaginava o quanto feliz seria sua vida dali para a frente, Zé queria aproveitar cada momento com Marta sem se preocupar com o outro dia, pois hoje ele viu que poderia ter perdido sua Rainha para sempre. Apesar de ser trágico foi uma lição da vida! Ao mesmo tempo ele imaginava como terminaria tudo com Ísis, apesar de descobrir que ama muito Marta, Zé não queria magoar a ninfeta.

— Pai... - Falou Lucas em um tom um pouco mais alto, tentando fazer seu pai voltar em si.

— Ah Lucas... o que foi?

— Então nós vamos ficar aqui com o senhor, até a mãe ser liberada

— É melhor você e a sua mulher irem para a casa, cuidar dos meus bacurizinhos e eu fico aqui. Clara, Pedro e Cris é melhor irem descansar um pouco.

— Esta bem pai, mas nos manta informados sobre a mamãe - Disse Clara se despedindo de seu pai.

Todos saíram e no hospital ficou apenas o Imperador, ele então resolveu voltar ao quarto de Marta, para poder vê-la e se certificar que ela estava bem. Chegando lá ele admirou o rosto de sua mulher, depois foi até a janela começou a admirar a paisagem. Ele via uma praça simples, porém cheia de crianças brincando. Se lembrou dos bons tempos quando seus filhos eram pequenos e ele, Marta e as crianças brincavam e se divertiam muito juntos.

— Zé? - A voz de Marta se ouvia fraca e rouca. Ela havia acordado!