Lucas segurava no ombro de Du, que sentia seu coração pular pela boca. Marta estava logo atraz de Zé Alfredo, que segurava na maçaneta da porta. A preocupação era geral, mas teriam que encarar a realidade.

Comendador toma coragem e abre a porta. Du e Lucas correm para o berço e se deparam com ele vazio. Como aquilo era uma sensação horrível, sentiam seus corações vazios. Eduarda sempre foi uma moça de personalidade forte, mas desta vez desabou. Encostou sua cabeça na parede e chorou.

— Lucas, os lekinhos, nossos lekinhos! Eles pegaram duas crianças, que não tem nada haver com essa história - Du soluçava e seu rosto se encontrava afogados em lágrimas. Quando estava bem no inicio de sua gravidez a moça nem fazia ideia de quanto amaria esses filhos. Amava os seus lekinhos mais que a si própria.

— Calma, lek. Eu te garanto que vai ficar tudo bem com nossos filhos - Como era difícil tranquilizar alguém. Lucas também chorava, como amava aquelas crianças. Ele encostou a cabeça no ombro de sua mulher e a abraçou. Como aquele abraço era confortador, para Du!

Marta olhava para o berço e tentava imaginar que ficaria tudo bem. Mas a preocupação a dominava por inteiro, lágrimas escorriam por seu rosto. Lembrava como era bom os momento em que ela passava com os netos, seu filho e Eduarda.

Clara e Pedro, apesar de estarem sempre na empresa se dedicando ao trabalho. Gostavam muito das crianças e torciam para que tudo ficasse bem. Pedro temia que essa história não terminasse bem, queria muito arrumar um jeito para ajudar seu pai e ganhar sua confiança novamente.

Zé Alfredo estava com os nervos a flor da pele. Sentia uma raiva tremenda de Fabrício Melgaço, queria acabar com a raça daquele desgraçado. Ao mesmo tempo, temia que seu grande inimigo fizesse alguma coisa com seus netos.

— Se acalmem! Ele não quer meus netos, esse Melgaço quer a mim...

— E o que você pretende fazer, pai? - Questiona Lucas

— Descobrir onde esse desgraçado, está - Falava o Comendador enquanto cochava seu bigode pela décima vez

— Mas o Rio de Janeiro é enorme, como vamos saber onde esse homem está? - Perguntou Clara, que também estava no quarto. Eles haviam ligado para Cristina e ela logo chegaria na mansão.

— Eu tive uma ideia - Exclamou Marta, tentando conter sua lágrimas - Não fazemos a minima ideia onde o Maurílio, Fabrício e companhia estão. Mas sabemos exatamente onde a idiota da Ísis está...

— E o que aquela sugar baby tem haver com isso, mãe? - Perguntou Pedro

— Ainda não tenho certeza, mas é bem capaz que ela esteja junto com o Maurílio nessa. E agora ela deve estar se arrumando para o empreguinho dela. Eu vou até aquele apartamento e vou fazer aquela garota falar, nem que seja a força, onde estão meus netos! - Explicou a Imperatriz

— Pois então pode ter certeza que eu vou com você, Marta - Falou Eduarda, enxugando as lágrimas.

— Eu também - Disse Zé Alfredo

— Nem pensar, você vai ficar aqui esperando a Cristina. Qualquer noticia eu e Eduarda ligamos - Marta pegou sua bolsa e junto com sua nora foi para o carro.

Marta mesmo dirigia o carro, ao seu lado estava Du. A mocinha dos cabelos vermelhos estava tão nervosa, tentava se acalmar, mas não era possível. Marta também estava preocupada.

— Se acalme, Du. A Ísis vai falar onde estão os lekinhos. Ah se aquela garota não falar, vai se arrepender de ter nascido! - Exclamou Marta

— Ela vai falar por bem, ou por mal. Mas eu ainda tenho medo desse Melgaço!

Depois de um tempinho, as duas chegam no apartamento de Ísis. A Imperatriz aperta o elevador várias vezes, mas ele não descia logo. Então as duas sobem correndo pela escada. Batem na porta e logo a ninfeta atende:

— Desculpe-me dona Marta e Du, mas estou atrasada para o emprego. Vocês vão ter que vir me visitar outra hora - Falou Ísis sínica

— Chega de enrolar garota e falo logo onde o Maurílio está com os meus filhos - Responde Eduarda, um pouco alterada. No começo ela não tinha acreditado muito em Marta, mas depois que começou a ligar as peças viu que com muita certeza Ísis estava junto com o Maurílio e Fabrício Melgaço.