Through the pages escrita por mlna


Capítulo 6
Capítulo 6 - Halo


Notas iniciais do capítulo

Lindes, mais um capítulo saindo do forninho.
Eu vou tentar atualizá-la sempre, prometo! Eu faço faculdade de Letras, o que significa que tenho que ler um milhão de textos e livros e escrever muito :( então, isso tem tomado meu tempo, mas tô começando a gerenciá-lo pra poder escrever aqui também :}
A música desse capítulo é Halo - Beyoncé
Espero que amem :-]
p.s. MILLS, OBRIGADA PELA RECOMENDAÇÃO! FIQUEI EMOCIONADA MESMO :')



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I swore I'd never fall again

But this don't even feel like falling

Gravity can't forget

To pull me back to the ground again

Feels like I've been awakened

Every rule I had you breaking

It's the risk that I'm taking

I'm never gonna shut you out

___________________________

Quando a última convidada, Belle, foi embora, depois de longos papos com Henry sobre contos de fadas e super-heróis, um silêncio se estabeleceu pelo primeiro andar da casa. O menino fechou a porta da frente e voltou como um foguete para a sala de estar, onde Emma e Regina já começavam a arrumar algumas coisas.

“MELHOOOOOR ANIVERSÁRIO DE TODOOOOS!!!” Henry abriu os braços e abraçou sua mãe. “MÃE, FELIZ ANIVERSÁRIO!!!! VOCÊ ESTÁ FELIZ? MUITO FELIZ? DEMAIS FELIZ? FELICÍSSIMA? Essa última eu aprendi outro dia na escola!”

Regina deixou escapar uma risada alta e desarrumou o cabelo de seu filho, rapidamente o envolvendo num abraço agitado. “Meu amor, você tem razão! Esse aniversário foi... surpreendente. “ Mas é claro que o glossário para definir como havia sido aquela noite era muito mais extenso: assustador, tremendo, tenso, engraçado, revelador, perfeito. “Mas, filho, não é para mim que você tem que dizer isso.” Os olhos de Regina rapidamente encontraram os de Emma, que já estava assistindo àquela cena.

“Claro! Emma, você é mais que demais!” Henry correu na direção de Emma com um sorriso aberto. A loira levantou a mão para que o garoto e ela pudessem dar um high five no ar. Henry abaixou muito o tom de voz, o suficiente para que apenas eles dois escutassem, já que sua mãe já havia voltado para a limpeza pós-festa de arromba. “Sério, Ems, muito obrigado mesmo. Eu nunca vi minha mãe tão feliz em toda a minha vida. Acho que você não é uma heroína. Você é um anjo.” Seus pequenos olhos acinzentados sorriram travessa, porém, inocentemente. “Não foi nada, garoto.” Emma devolveu no mesmo tom abrasador. “Ei, quer saber um segredo?” Ele fez que sim com a cabeça repetidas vezes. “Eu sou um anjo. Mas sou um anjo diferente; sem asas, auréola e um pouco bêbada.” A jornalista riu quando pronunciou a última parte, levando o menino a rir também. Ela piscou para ele e logo voltou à faxina.

“Bom, mãe, Ems, eu já vou dormir. Apesar de vocês estarem sendo um pouco imprudentes ao não me mandarem para a cama, entendo que estão muito felizes ainda por causa da festa. Eu também estou. Mas tenho aula cedinho e amanhã é minha feira de ciências! Você lembra, né, mãe?” Henry anunciou, parado em um dos degraus da escada.

Regina, que estava catando uns copos em cima de sua mobília de madeira maciça e, certamente, caríssima, virou-se para seu filho. “Hum, claro, querido! Às 10h, não é? Estarei lá. Prometo.” A morena concluiu com um sorriso apaixonante.

“E a Emma também vai. Não é, Emma?”

“Ahn, é... claro, garoto. Vou sim...” Emma rapidamente olhou para a Regina, seus olhos um pouco confusos e assustados. Regina apenas assentiu levemente, para que Henry, daquela distância, não pudesse notar nada. “Vou sim!” Terminou e ofereceu ao menino, já sonolento, um sorriso um pouco nervoso. Henry continuou subindo as escadas e foi para o banho.

O silêncio no primeiro piso já estava se tornando ensurdecedor, mas nenhuma das duas o quebrava. Nenhuma das duas sabia como.

“Então,”

“Você-“ Elas falaram ao mesmo tempo. Riram brevemente e Regina fez um gesto dando a fala à Emma.

“Você... se divertiu hoje?” Emma perguntou hesitantemente, mesmo sem saber por que havia falado dessa maneira.

“É... até que sim.” O tom de Regina era divertido e as duas se olharam sorrindo. Emma já sabia, através de Henry, que aquela havia sido a melhor noite da vida de sua colega de trabalho – e outras coisas mais.

“E você? O que ia me falar?”

“Então, anjo, huh?” Apesar de elas não terem se olhado, sempre focadas em arrumar a casa, Regina sabia que Emma estava com os olhos arregalados e a testa enrugada em perplexidade.

“Do que você está falando?” A loira tentou soar natural.

“Quando se tem fama de perversa no trabalho e o apelido de Rainha Má, você tem que começar a aguçar sua audição, a fim de pescar todas as fofocas a seu respeito. Ouvi você e Henry conversando.”

“Ah, sim... claro. Aquilo foi brincadeira. Bem, a parte do ‘um pouco bêbada’ não foi tão mentirosa assim.” As duas riram por mínimos instantes, até que Regina retomou a conversa.

“Não. Mais uma parte era mentira.” A morena falou essas palavras rapidamente. Rápido demais.

“Como assim?” Emma parou de enxugar os pratos, na cozinha, e permaneceu com a cabeça imóvel para frente, apenas com os olhos virados para trás.

“Nada. Deixa para lá.” A outra mulher respondeu, também precipitadamente.

Ao concluir a limpeza na sala, Regina também se dirigiu à cozinha a fim de dar uma mãozinha do que fosse preciso. Porém, ao entrar e dar de cara com Emma, de costas, Regina não quis dar uma mãozinha; ao invés disso, tudo o que ela queria, ao ver aquela figura angelical, de cabelos dourados, corpo fino, porém definido, revestido por um jeans escuro e uma jaqueta, era envolver a cintura de Emma com os braços e depositar um beijo em seu pescoço. Após alguns segundos, Regina afastou esse pensamento e só aí lembrou-se de respirar, chamando a atenção de Emma.

A loira se virou e sorriu. Aquele sorriso de sempre, jovial e cativante, que levantava suas bochechas e fazia com que seus olhos sorrissem também e que fazia com que cada parte do corpo e da alma de Regina sorrisse também.

“Vejo que posso confiar na sua versão bêbada, afinal. Não quebrou nenhuma louça e, ainda por cima, me ajudou a zoar nosso chefe. Nada mal.” A morena carregava em seu rosto um sorriso travesso.

Zoar? Sério? Regina Mills, a classuda Rainha Má dizendo zoar? Isso sim não é nada mal.” Na verdade, na cabeça de Emma, aquilo era excitante: ver sua colega de trabalho – e outras coisas mais – rebaixando o vocabulário e mostrando-se, cada vez mais, uma pessoa comum.

“Obrigada. Por ajudar a arrumar tudo, depois de tudo o que você já tinha feito por mim.” Seus olhares estavam conectados. Esmeraldas se mesclavam com chocolate.

“Não há de quê. E, além do mais, você também tem expediente amanhã cedo. Não seria justo deixar você arrumando isso aqui tudo sozinha, ainda mais a arrumação de uma festa pela qual você nem pediu. Aliás, me desculpe por qualquer coisa, Regina. Eu tentei barrar alguns convidados que eram meros acompanhantes, nem trabalhavam na redação, mas não consegui. Foi mal mesmo.”

“Que isso, Ms Swan. Não foi nada.” Após um momento de silêncio, Regina desconectou seus olhares e virou-se de costas para a loira, apoiando as mãos no balcão. “Na verdade... eu pedi, sim.” Seus olhos agora expressavam tristeza.

“Como?” Emma cruzou os braços lentamente e também apoiou as costas no balcão do lado oposto.

“A festa. Eu pedi por ela. É o que eu tenho pedido há muitos e muitos anos. Hoje, especialmente, desejei não ter que passar meu aniversário sozinha. Se eu não fosse uma cética de carteirinha, diria que foi magia!” E um sorriso bem triste se desenhou em sua boca.

“As pessoas vivem esperando soluções mágicas para seus problemas, mas todos se recusam a acreditar em magia.” O tom de Emma era sério e certeiro em sua resposta. “Mas é ainda mais triste quando se recusam a acreditar em si mesmas.” Houve uma pausa, mas seus olhares nunca se descruzaram. “O que quero dizer, Regina, é que... quero dizer, olha só pra você! Uma mulher linda, bem sucedida, mãe do ano, interessante... olha só quanta gente veio no seu aniversário! Eu juro que não subornei ninguém. Alguma persuasão, sim, mas apenas o necessário para convencê-los de te dar uma chance. E olha só o que você fez! Você distribuiu sorrisos, abraços, beijos... Regina, você elogiou o trabalho de Mary Margaret! Sim, eu já sei, ela me mandou uma mensagem, logo depois, que dizia: Regina Mills disse que sou ótima no que faço! :-O o que você fez com ela? Você tem amigos, Regina. Amigos que te adoram. Que não deixaram você passar seu aniversário sozinha. E, se você acreditar em si mesma, nunca mais terá que passar seu dia especial olhando para as paredes.”

“Emma, isso é –“ A resposta de Regina saiu em meio a um suspiro, mas, logo depois, ela ergueu a cabeça, arqueou uma sobrancelha e repousou as mãos na cintura. “Espera aí: como assim ‘o que você fez com ela?’ Emma, Mary Margaret Blanchard sabe de nós duas?” A expressão da morena tornou-se carrancuda e raivosa. A velha Regina estava de volta.

“Não! Pffftt, céus, Regina, claro que não! Ela-“ Emma tentava não atropelar as palavras e manter a compostura.

“ELA SABE, NÃO SABE?” A jornalista gritou, com os olhos fechados, a veia em sua testa quase estourando.

“SABE!” O grito saiu como um jato, e a loira socou o balcão. “Ela sabe, Regina. Mas, eu juro, eu não tive a intenção.”

“Ah, não?” A voz de Regina já estava normal, embora fosse um tom claramente sarcástico e venenoso. “Então como ela descobriu? Nos seguiu e tirou fotos como uma boa paparazzi? Ela leu nossas mensagens marcando nossos encontros? Desembucha, Emma! E fale baixo, meu filho está dormindo.” A essa altura, seus braços estavam cruzados no peito e seu rosto estava quente.

“Não! No dia em que eu te encontrei no banheiro, naquele estado deplorável, depois de você ter me usado daquela maneira nojenta, eu fui ao bar em frente ao prédio. O bartender bonitão tentou me seduzir de uma maneira perturbadoramente familiar e isso fez com que eu me lembrasse do passado. Mary Margaret estava lá também, mas eu não estava afim de socializar com ninguém. Enfim, juntou a minha raiva de você, do bartender e da Mary e eu simplesmente explodi e desabafei aos quatro ventos que eu e você somos amantes. Foi isso, Regina. Todos os fios dentro de mim arrebentaram e eu não pude controlar o que saía da minha boca. Contudo, fique despreocupada. Mary não contará a ninguém.”

“É bom, mesmo. Claro que ela não contará. Ela depende de mim dentro daquele maldito jornal. Se ela abrir aquela bocarra, está na rua. Simples assim.” Foi tudo o que Regina devolveu.

“Você é inacreditável. Depois de tudo, tudo o que aconteceu hoje, será que você não consegue mesmo amolecer? Por deus, Regina! Ou melhor, por você mesma! Não, melhor ainda: por Henry.”

“Não ouse colocar Henry no meio disso!” E ela caminhou em direção à Emma, apontando o indicador em sua direção e acabando com a distância entre as duas.

“Disso o quê?” Emma levantou o rosto para enfrentá-la, arqueando uma sobrancelha e cruzando os braços.

“Dessa discussão! Essa briga não é dele. Eu amo Henry mais do que qualquer coisa nesse mundo! Meu amor por ele nunca mudará!” Regina projetou a última frase como um berro, ainda apontando para Emma.

“Eu sei disso, sua idiota!” Emma rebateu no mesmo tom. Houve uma pausa. “O que é que eu tenho que fazer pra você, ao menos, gostar das outras pessoas à sua volta, que também te querem bem?” Agora a voz de Emma saiu mais controlada, embora irritada.

Após um longo instante em que seus olhos permaneceram fincados uns nos outros, Regina respirou fundo e suspirou, aparentemente retomando toda a calma de antes daquela discussão. Mal sabia ela e, muito menos, Emma, de que aquela calma estava prestes a ser perdida novamente.

“Isso.”

E foi isso. Regina deu um passo adiante e uma de suas mãos puxou Emma para si, enquanto a outra repousou em sua nuca. Antes que a loira pudesse reagir, a outra mulher grudou seus lábios rapidamente, vorazmente, famintamente. Foi um beijo, inicialmente, apressado. Suas respirações eram inexistentes naquele ponto. Apesar de ter mostrado resistência, foi Emma quem evoluiu o beijo. Sua língua entrou lentamente na boca de Regina e logo esbarrando na dela, o que causou um arrepio na espinha de ambas. A reação fez com que Emma a puxasse ainda mais para perto de si, fazendo com que seus seios se roçassem. Meu deus, que sensação era aquela? A língua de Emma começou a explorar avidamente cada canto da boca de Regina, conhecendo aquele território tão misterioso até então. A morena prendeu o lábio inferior de Emma e o chupou, como uma criança chupa com vigor um pirulito doce. O beijo de Emma era doce e terno, apesar de intenso. A morena enrolou uma mecha de cabelos dourados em sua mão, empurrando mais ainda a cabeça da loira para perto, intensificando o beijo, e acariciou seu couro cabeludo com as unhas. Apesar da excitação que o movimento de Regina lhe causou, Emma se afastou do beijo, mas suas testas permaneceram coladas. E só aí se lembraram de respirar.

“Regina, eu-“

“Eu sei. Me desculpe.” As duas mulheres permaneceram olhando para o chão. O silêncio que assolava aquela cozinha a cada segundo era ainda mais ensurdecedor do que qualquer outro silêncio que elas já compartilharam. “Emma, vá embora.”

Sem dizer uma palavra, sem nem mesmo levantar o olhar para encarar a mulher que acabara de beijar, Emma saiu. Seus passos eram largos e firmes. Bateu a porta e deixou para trás seu cheiro, seu gosto, seu olhar e, especialmente, sua auréola. E Regina conseguia enxergá-la.


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Notas finais do capítulo

E a palavra 'couro' em negrito? kkkkkkkkkkkkkk
Até o próximo capítulo :D
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