Apto 33 - Onde Encontrar A Morte? escrita por Y23


Capítulo 5
Lágrimas de Sangue


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, provavelmente não postarei mais essa semana. Boa leitura.



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O dia nasceu, iluminando os caminhos de muitos nova-iorquinos naquela manhã. Daniel havia saído cedo de casa, tomou um ônibus e partiu. Mas tarde voltaria com sua bagagem, para se estabelecer temporária ou permanentemente na nova casa de Samantha. Sam levantou rapidamente da cama, uma hora depois dele ter ido, tomou um banho, se vestiu e pegou a bolsa que sempre levava para o trabalho. Nenhuma coisa que pudesse ser considerada estranha aconteceu.

Ela deixou o apartamento e começou a andar pelas ruas de Manhattan, encontrou um simpático café que servia tortas e doces muito gostosos, sentou-se em uma das mesas e fez o pedido. Depois de saciar sua fome, que a acompanhou desde a noite anterior, ela pagou a conta e seguiu, ainda a pé, rumo ao trabalho. Não demorou para que chegasse na empresa – um prédio de 18 andares próximo ao parque, possuía diversos escritórios, e um andar todo destinado à sede de um jornal local: Manhattan Day News. Era lá que Sam havia passado os últimos 2 anos de sua vida, se dedicando as matérias diárias, escrevendo suas crónicas do dia-a-dia. Era uma ótima escritora, mas conquistou desafetos e o principal deles era sua chefe, Margaret Mild, que de suave tinha apenas o nome.

Ao entrar na edição do jornal, as pessoas pareciam não nota-la. Quando ela se aproximou de sua mesa viu que tinha alguém sentado em sua cadeira, de frente para o seu computador. Ela ficou possessa, sabia o que aquilo significava. Aquele era apenas um novato, em seu lugar. Caminhou furiosa até a sala de Margaret, com passos largos e decididos, abriu a porta com vigor inigualável, parecia uma onça prestes a agarrar sua presa.

– Então é assim Margaret, sua vaca! Passo dois anos me dedicando a esse trabalho medíocre, para você me demitir e não se dar ao trabalho de me avisar sobre isso?

Margaret estava sentada em seu trono, se sentindo a rainha de um castelo de papéis. Olhava o jornal daquela manhã, sem desviar o olhar para a moça furiosa em sua sala.

– Algumas coisas são necessárias, Samantha, não há como fugir do inevitável.

– Então é só isso que você tem para me dizer? Você sempre foi um lixo como administradora, uma grande invejosa!

– É uma pena Sam, você até que escrevia bem, mas a vida não volta atrás.

Sam estava furiosa, tentou se controlar e deixou a sala, o deboche da senhora Mild tinha passado dos limites, ela seria capaz de matá-la se continuasse ali.

POV SAMANTHA

O que ela pensava que era, aquela mulher sempre foi uma sanguessuga, pegando o melhor que todos podiam oferecer e jogando para si todo o mérito. E agora o que iria fazer? Precisava urgentemente de trabalho. Mas não estava com cabeça para sair procurando emprego, então decidi passar em um mercado comprar algumas coisas e ir direto para casa, precisava esfriar minha cabeça.

Chegando em casa, entrei e deixei as compras na cozinha, depois fui direto para o quarto, tirei toda a roupa e fui para o chuveiro, desliguei o modo inverno e deixei a água fria cair. Depois de me secar, fui até a penteadeira onde existia um espelho e um armário para remédios e aquelas coisas de higiene bucal. Abri a portinha com o espelho embutido e peguei um remédio para dor de cabeça. Ao fechar a portinhola um rosto assustador me devolveu um olhar pavoroso. Eu gritei e ao abrir novamente os olhos vi o meu próprio rosto, uma lágrima de sangue escorreu do meu olho esquerdo, passei minha mão sobre a gota mas não havia nada. Será que eu estava ficando louca?

Aquele olhar era ameaçador, os olhos eram vermelhos feito brasa, com cortes pelo rosto, marcas de garras que iam da testa até as bochechas, com as ferida tão abertas que se podia ver seus dentes, sem que a boca estivesse aberta. Eu sacudi a cabeça tentando tirar a imagem da minha cabeça, decidi ir deitar um pouco, aquela manhã estava começando a ficar super estranha. Não importava o que eu fizesse, aquela imagem não saia da minha mente. A campainha tocou de repente, talvez fosse o Daniel que já havia voltado. Levantei e fui até a porta, olhei pelo olho mágico e eu estava do outro lado da porta, com a face chorona, as lágrimas de sangue desciam pelos olhos. Mesmo com medo me pus a abrir a porta, sem acreditar no que tinha visto, era totalmente improvável que eu estivesse em dois lugares ao mesmo tempo. Quando finalmente destravei a porta e a puxei, o homem de rosto marcado por garras me segurou pelo pescoço com força. Eu realmente tinha enlouquecido, era a única explicação.

– Oi Sam.

Como aquela coisa sabia o meu nome? Ele me pressionou contra a parede e eu tentei agarra-lo, mas senti uma dor latente em minha cabeça... desmaiei.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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