Creatures of The Night - The Called of The Wolf escrita por Giovana Machado


Capítulo 4
Capítulo 4 - Voz real.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Eu sei que demorou, mas tá aí! Boa leitura!



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Ao final da última aula da parte da manhã, Sasha parara em frente ao espelho do banheiro feminino, pensando em como toda a sua autoconfiança havia ido para o ralo em tão pouco tempo.

Ela não tivera só a aula de História com Carla. Todas as outras, assim como as da parte da tarde, eram com a mesma turma e consequentemente com a mesma bruxa adolescente. Talvez isso só fosse uma rasteira do destino, quase podia imaginar a si mesma dizendo "olhem para mim, estou indo para a escola bela e formosa!" e de repente plaft!, um tapa na cara.

– Ai, meu Deus! Eu sou tão patética. - suspirara ela, passando a mão no cabelo. A sua sorte era que o banheiro estava vazio, seria muito humilhante se mais alguém além das privadas testemunhasse a sua auto depreciação.

"Pare com isso!"

Sasha virara-se automaticamente, certificando-se se estava mesmo sozinha ali.

– Oi? - ela chamara inutilmente, fechando a torneira da pia.

Podia parecer loucura, mas a garota tinha certeza absoluta de que ouvira algo, ou melhor alguém e, se a sua percepção estava correta, aquela era a mesma voz que ouvira no sonho.

De repente as portas das cabines pareceram muito suspeitas.

Sasha abrira todas elas com chutes, se alguém estivesse escondido ali, com certeza teria uma surpresa.

– Droga! - bufara ela, cruzando os braços. Aquela era a última porta e encontrava-se vazia, assim como as outras. - Ótimo, passei de patética para doida de pedra.

A garota suspirara, pegando a bolsa do chão. Autumn havia ligado há alguns minutos, dispensando a sua ajuda com o caminhão de mudanças, que estava tudo sob controle e que era para ela não se preocupar.

– Ótimo, era exatamente disso que eu precisava! - extravasara ela, quando sentira alguém esbarrar em seu ombro, derrubando suas coisas. - Se existe um Deus, ele me detesta.

– Você não deveria reclamar tão cedo, sabia? Tudo sempre pode piorar. - a pessoa abaixara-se ao seu lado, ajudando-a à recolher tudo.

– Citando Murphy? Obrigada, mas eu dispenso. - Sasha levantara com certa dificuldade, as botas de salto atrapalhavam bastante e era constrangedor fazer isso estando de vestido. - Muito obrigada, mas foi você quem bateu em mim. Não ganho um pedido de desculpas?

– Eu já ia chegar lá. - o garoto entortara os lábios. - Bela forma de conhecer uma pessoa, não?

– É, a melhor.

– Dia difícil? - perguntara ele, acompanhando seus passos pelo corredor. Alguns alunos estavam sentados no chão, copiando a lição atrasada ou apenas conversando, enquanto outros pareciam mais interessados na comida do refeitório.

Sasha virara o pescoço, mirando a pessoa ao seu lado. Aquele garoto parecia ser do tipo "nerd", com uma camiseta azul escura com a frase "No you can't" em vermelho em baixo do vilão Megamente, camisa xadrez também vermelha e tênis branco.

– Isso é da sua conta porque... - ela arqueara as sobrancelhas. Não era sua intensão ser rude, mas realmente não estava de bom humor para ser boazinha.

– Uau, alguém acordou de TPM. - brincara ele, com um meio sorriso. O cabelo castanho escuro fazia contraste com seus olhos azuis. - À propósito, prazer, meu nome é Charlie. Qual é o seu? Pelo jeito é novata, já que nunca te vi aqui antes.

– Fulana de tal. - bufara ela, passando pelas portas do refeitório. Toda aquela falação já estava fazendo com que pequenas pontadas atingissem sua cabeça.

– Fulana de tal? Nossa, que belo nome! Eu tinha uma tia que se chamava assim. Ela morreu engasgada com um abacaxi. - sorrira ele, sarcasticamente. - Não precisa se sentir intimidada, nem todo mundo aqui é um pé no saco.

– Intimidada? Por quem? Por você? - Sasha parara no meio do refeitório, atraindo alguns olhares para si. Charlie cruzara os braços e levantara uma sobrancelha, com se dissesse "jura?" - Okay, talvez eu me sinta intimidada. Só um pouco. Mas isso não diz respeito a você.

– Claro. Eu sou só o idiota que tenta ajudar. - ele dera de ombros, girando nos calcanhares.

– Sasha. - a garota não sabia por quê, mas sentia que não queria deixa-lo com uma má primeira impressão de si mesma, e foi por isso e só por isso, que o chamara de volta e o convidara para sentar numa mesa vazia. - Meu nome é Sasha.

– Muito prazer, Sasha.

Apesar do garoto ser estupidamente irritante, ele seria útil. Não era como se Sasha pudesse recusar a companhia de alguém àquela altura.

***

– Dá pra acreditar nessa garota? Mal chegou e já está se achando a rainha de todo mundo. - Carla espetava as folhas de alface tão furiosamente que o garfinho de plástico chegara a quebrar. - Droga!

– Você está exagerando. Não vejo nada demais. - a loira dera de ombros, comendo a própria salada. - Ela só está querendo se enturmar. Deve ser difícil para ela, ainda mais naquela idade.

– Que idade?

– Qual é! Não vai me dizer que você não percebeu?

– O que? - a morena parecia impaciente. - Candice eu vou jogar molho ceasar na sua Kate Spade se não me contar logo.

– Ela é mais velha, tipo, muito mais velha que nós. Não sei como não notou. - ela revirara os olhos, enquanto Carla analisava a garota sentada na mesa mais afastada.

– É, olhando agora dá pra ver alguma diferença. Provavelmente é retardada ou alguma coisa parecida. - ela sugara um pouco da Cherry Coke com o canudinho. - Mas não ficou grávida. Não com aquele corpo.

– Está elogiando ela? - Candice arqueara as sobrancelhas, abrindo um meio sorriso zombeteiro.

– Claro que não! - Carla pigarreara. - Mas posso estar errada. Cirurgia plástica não é uma coisa obsoleta ainda. Debaixo daquela roupa horrorosa deve ter muitas cicatrizes.

– Que seja, mas e quanto a festa? Não pudemos decidir nada ainda. Qual é o plano? - ela aboiara o queixo nas mãos, mudando de assunto.

– Eu não sei. Eu quero que seja uma big party digna de inveja, mas duvido que meus pais deixem a casa nas minhas mãos depois da última vez. - Carla suspirara, deixando seu almoço de lado.

– Quem sabe no mirante? A noite vai estar fresca, podemos contratar alguém para montar uma fogueira e o deque de madeira vai ficar perfeito todo iluminado! - a loira parecia muito animada. Fazia um bom tempo desde a última vez em que se divertira e estava louca para se ocupar com a organização de algo.

Algumas risadas estridentes chamaram a atenção das duas.

– É, parece que você não é mais a única a receber a atenção do nerdizinho nojento. - comentara ela, maldosamente. - Até que eles fazem um casal bonitinho. A retardada gostosa e o nerd inteligente. Soa bem, não é?

Candice apenas ignorara a amiga, enfiando um tomate cereja goela abaixo.

Carla sempre que podia usava a paixão, ou melhor, obsessão platônica que o jovem tinha pela amiga para provoca-la e ria às custas dos dois, jogando comentários ácidos e desnecessários na forma mais inconveniente possível.

– É melhor assim. Quem sabe ele não larga do seu pé, não é? Vamos? - ela se levantara, pegando a bolsa Michael Kors em cima da mesa. - Eu dei uma olhada no cronograma mais cedo. Os treinos de natação vão começar ainda hoje e nós temos uma aula de educação física no último tempo, então dobre a dose do condicionador. Seu cabelo anda meio ressecado. - sorrira ela, saindo do refeitório com Candice atrás de si.


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor! Quero saber as opiniões de vocês, o que estão achando, enfim. Isso me faria muito feliz, beijos!



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