Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 84
Ôh laskera!


Notas iniciais do capítulo

Oie. Sei que um caipires pode incomodar mas... O Chico fala assim Ne? Ele pode ser estudado e dar para notar no modo de ele falar algumas coisas, mas... To tentando dar um tom. Pq da muiiito trabalho escrever com sotaques em tudo T_T)



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A vida num era fácil.

Mas era boa.

E agora com poderes tinha ficado bem mió.

Arezorvi conta pra prima o que podia fazer e juntos juramos segredo ate entender tudo que tinha acontescido e donde tinha vindo estas habilidades.

Treinávamos juntos. É o que posso dizer. A verdade é que íamos nos ajudando a descobrir do que o outro era capaz e ate onde ia a limitação e a prima não parecia dar fim de sua força. Cada dia parecia maior e isso assustava mais ela que eu. E eu tava iguar.                              Não tinha santo que batia com o meu.
Ate que pioro.

Tava tarde da noite sentado na bera da janela.

Pensava em como a prima tava ficando forte, bem mais que um toro. Mais que qualquer bicho que já tinha visto.

Me preocupava ate onde ia isso e se ela ia ficar de um jeito que não dava mais pra viver no meio de gente comum, e comigo também.                                   Foi quando uma luz estranha no mato chamou a minha atenção. E mais uma vez uma vontade incontrolável me tomou e sai de pijamas mesmo.

                                                                               Não tava conseguindo dormi de qualquer jeito.

Caminhei foi pouco e logo ouvi um relinchar pesado dando de cara com um fogaréu.

Não acreditei nos meus olhos.

Já tava ficando grandinho de mais pra acreditar nas lendas e parlendas. Mas... O bicho tava bem ali na minha frente parado.

Pensei em correr, mas o corpo não se mexeu. Fiquei olhando pra quilo como se fosse um quadro de museu. Um bem lindo.                              Era uma égua danada de bunita. Pelo dourado e patas finas, eu num era o maior entendedor de cavalos, mas tinha aprendido um pouco sobre e sabia o quando aquele bicho era incrível. Corredor nato forte.

E logo otra se aproximou. A mesma labareda mas outra raça de potranca, otra égua linda grande e pesada com pelos grossos nas patas, e essa sabia que nem tinha no Brasil.

As duas se aproximaram e quando dei por mim estava cercado por cavalos de fogo. Mas não senti medo. Vi no meio das brasas uma mordaça e uma viseira e lembrei na hora das historias da Vó Dita, e agi. Fui sem medo e pus as mãos no meio do fogaréu e puxei aquilo libertando as moças que logo vortaram a virar mulheres na minha frente.

Vixe.

Tudo peladinha.                                          Mas isso é detalhe.

Na hora eu tava era bobinho olhando as coisas na minha mão e impressionado de ter dado certo; olhei pra a que era uma égua estrangeira e vi que a moça não era daqui. E virei de costas e vortei pra casa, zonzo de tanto pensar.

Varei a noite tentando por os miolos no lugar, mas num ia.

Na escola tava mais aéreo que passarinho. ---- Eita Chico. Se ta em que planeta? ---- rosinha toda fofa como algodão veio tentar me acordar. Mas só ouvi, tava tão longe que a boca não respondia.

Quando a aula acabo fui logo pro riu e lá fiquei encarando a água. Não queria entra, só queria fica num cantin pra pensar no que tinha visto.

As águas clarinhas do riu eram tranqüilizadoras, dava pra ver os peixe correndo e o fundo nos lugares mais rasos. O dia tava friuzinho e a água refletia o sol e brilhada bunito que só.

Fiquei lá mó tempão ate me acarmar e comecei a cantar, por que sim. Deu vontade e comecei a cantar uma melodia de um ritmo que não sabia onde tinha ouvido antes, mas tava na cabeça. Catei uma viola que tava ali (por que eu largava ela ali mesmo, tinha ate uma casinha pra por as coisas de brinca no rio pra num estragar e não ficar indo buscar em casa. Quem ia rouba? Lá num era cidade grande não era a vila abobrinha onde todo mundo conhece todo mundo) e assim comecei a tocar a mesma melodia pra ver se lembrava de onde tinha ouvido.

E logo uma voz maravilhosa começou a cantar junto com a viola.

Uma voz aveludada, doce e suave como uma brisa. Me embalou de uma forma que me perdi e mesmo sem lembrar da musica continuei a tocar junto como um coro de armonias; e ate toquei notas que num sabia, aprendi anssim. Na raça mesmo. E quando abri os zóio vi na minha frente parada a moça mais linda dessa vida.

Tava dentro d’água.

Os cabelos longos como uma índia cobrindo os seios e deixando saber que tava sem roupa nenhuma ali.                   Ela sorriu pra eu e pareceu que ia sair. Mas me sentei e vortei a tocar.

Toquei e cantei uma musica que conhecia muito bem e que Rosinha amava quando cantava pra ela e a moça do riu ficou. Não só ficou como se aproximou mais. E de fininho. Devagarinho chegou na margem e vi que o outro lado dela era de peixe.                              Mas não assustei. Tava carmo de mais pra o que tava vendo.

Ela pois a mão sobre o cavaquinho e parecia criança querendo aprender. Ai me aproximei. Sentei quase dentro d’água junto dela e foi mostrando como tocava.

Fiquei ali junto da moça sem trocar uma palavra só a ensina ela a tocar o cavaquinho e o sol foi sumindo. Quando ficou bem escuro me toquei da hora e me levantei todo molhado pra i pra casa. Mas parei. Olhei pro riu e me aproximei.

—--- Tó moça. É um presente pro ce. ---- entreguei o cavaquinho e ela sorriu mostrando uns dentes de piranha orripilantes mas ainda continuava sendo a moça mais linda deste mundão. E pegou o cavaquinho sumindo no riu.

Vortei pra casa e uns dias depois quando pain descobriu que tinha “perdido” o cavaquinho me deu foi uma cintadas.

                                                                                      Mas valheu a pena.
Eu não ganehi outro cavaquinho.

Trabalhei as ferias todas e nas aulas também e logo fui na loginha e desta vez comprei um violão de verdade e voltei pro riu pra tocar e cantar. Ja tava começando a ficar grande e a prima se preparava pra ir embora pra sua nova casa.

Era tiro que queda.

Eu tocada e a moça do riu vinha cantar e tocar junto.

Eu tambem gostava muito da amiga da prima. Uma tal de Magali. Sentia algo bom nela apesar da garota me dar arrepios toda vez que chegava perto dela.

Nóis brincava sempre que ela vinha. Comia muito também. Ela gostava de experiemntar de tudo que podia ter de comer iguau eu e a prima ficava com cara de ecá. ---- Ai! Pegar goiaba do pé sem lavar. E se tiver bicho? ---- eita bicho mais chato isso sim.

—--- Essa vai ser nossa ultima ferias neste paraiso. ----- ela comenta olhando as arvores cheinhas de frutas boas. ---- Vou morrer de saudades Chico. ---- me abraça carinhosa do nada e a Rosinha ja se morde de ciume.

—--- Carma so. A prima falo que vai continuar vindo todo fim de ano. E tu pode vir junto. ---- respondo sem dar trela pra Rosinha. Ela ficava assim toda vez que me via com uma menina que não tinha muita amisade. Ja nem ligava mais pra isso.

                                                                    Ate parece que eu era o cara mais lindo do mundo.

E assim a prima se foi. ---- Ei. Continua atreinar sempre em. ---- me despedi, e sentia que ela tinha que ficar ainda mais forte. Ela e a amiga. ---- E nao esquece. Se precisar de ajuda chama eu. ---- eu não falei da boca para fora. A esta altura ja sentia que tinha algo; e seguia estes sentimentos. Eu sabia que tinah que ta junto seja lá o que for.

                Então quando a prima me ligou não pensei duas vezes e fui ajudar.

Mas o meu maior trabalho foi quando voltei.

Deixar eles “treinarem” com os meus “amigos” não foi nada. Eu realmente não fiz nada, mas quando me trouxeram o pequeno anjo... ai sim a coisa fico dificil.

Na minha juventude aprendi o oposto dos outros jovens e tinha que fingir que concordava com eles. Aprendi que os folclores eram reais. Via todos eles a minha volta e conforme eu agia com um outro se aproximava, ajudei as mulas a sereia veio me ver, fiz amisade com a sereia e fui educado vi o Saci. E ele era o chefao deles tudo.

Então quando a moça, a tar de Aninha veio junto do namorado eu sabia o que fazer.

A menina olhava o ar e gritava de medo, babava feito bebe e não parecia bem da cabeça de geito nenhum. Tinha machucados no corpo todo, em tudo que é lugar mesmo; e o namorado se descabelava com isso.       Chorava todo dia com o estado da garota que não reagia a nada.

Então um dia catei ela no colo de madrugada pra ninguem ver e caminhei mato a dentro.

Parei na frente de um riu diferente, um que dava pra uma lagoa larga e enorme e fui com cuidado tirando a roupa dela por que ela surtava muito se alguem fosse a despir. Principalmente homem.

—--- Ces tão tudo ai. Eu sei. Tão ouvindo ela grita e sofre. ---- orei, desistindo de tirar as roupas dela. ---- Ela é menina inocente. Ajudem eu... por favor.

Enquanto falava fui sentindo um cheiro de fumaça de cachimbo por perto e vi entre o mato o mais chefe de todos os chefões me olhando por entre as arvores ao fumar deu cachimbo, vestindo seus trajes brancos e a cossar sua densa barba ao analisar meu pedido.

Gelei de medo igual criança que apronta.

E logo da agua surgiu um moço de boné na cabeça e roupas descoladas da cidade. ---- Eita. Que moderninho. ---- brinquei pra espantar a intimidaçao que os olhos do mais velho me dava; e o garoto me sorriu.

Ele se aproximou e ela se debateu de medo dele. Gritava e urrava feito um bicho, nem parecia gente mais.

—--- O nome dela é Anna. Os homi da cidade fizeram muito mar a ela. ---- falei sem saber como explicar melhor. E ele assentiu com a cabeça.

—--- Posso fazer ela se esquecer de todo mal que sofreu. —--- falou com uma voz calma e galante passando a mão sobre os cabelos dela e dando um sorriso de canto de boca. —--- Mas é muita coisa. Ela... Nunca sera uma mulher normal como espera. Mas não tera estes ataques de panico ao ver alguem do sexo masculino.

—--- O quanto vai tirar? ---- questionei vendo a dor que ela sentia. Não no corpo mas na mente. Tava destruida a pobrezinha.

—--- Tirarei tudo.—--- ele volta a me olhar e aceno que sim.

E assim ele tira seu chapeu mostrando o orificio em cima de sua cabeça e a abraça levando com sigo para dentro do rio.

Espero.

E espero mais ainda.

Não consigo cochilar pensando no que ela devia ter passado pra ficar com a cabeça tão quebrada, e como o namorado estava destruido por não ter conseguido a proteger. Se fosse com a Rosinha eu...
Ai.        Nem sabia.

O sol tinha apontado a algum tempo e o galo cantando quando ela sai da água sozinha. Bem molhada e sem roupa nenhuma pro meu susto, olhando em volta e se cobrindo.

Tirei minha blusa e a cobri levando de volta pra casa. ---- Onde estamos? Quem é você? Onde eu estou?

—--- Carma. Sou Antonio Francisco Bento. Você esta no meu sitio. ---- falo e ela continua a olhar tudo com um olhar assustado e infantiu. ---- Quantos anos tem? Se chama Anna certo? Apelido Aninha. E namora um tal de Titi.

—--- S-sim. Onde ele esta? ---- fala quase chorando por estar junto de um estranho nua e sozinha no mato.              Não a julgo.

—--- Esta em casa. Te esperando e muito preocupado com você. ---- falo ao chegar nos portões de casa e ver o próprio vir correndo em minha direção possuído de ódio por nos ver assim e eu não conseguia pensar muito no que o dizer. ---- Ela saiu correndo. Tentei ir atrás, mas sabe como ela age com homi. ---- explico ao me afastar da moça, e ela fica a o olhar de cima a baixo como se não o reconhecesse.

—--- Thithi? É você? Esta tão... grande. ---- ela se espanta ao cobrir os seios e tomar um susto ao notar que também estava. ---- O que? O que ouve? O que esta havendo aqui! ---- entra em pânico e logo penso em outra desculpa.

—--- Você tem quantos anos. ---- volto a fazer com que ela olhasse para mim. ---- Você acha que tem oito? Nove? Quantos? O tempo passou, você esta com amnésia e não se lembra de nada de anos da sua vida.

—--- Não pode ser. ---- ela se põe a chorar em um pranto desesperado, e o namorado a abraça e me olha como quem diz: muito obrigado. Cheguei a arrepiar.


—--- Amnésia é muito melhor que lembrar. ---- mais tarde ele vem ate mim. Estava na sacada de casa pensando se fiz bem. ---- Não sei o que fez caipira. Mas... Você a salvou. É primo da Monica deve ter algum poder eu não ligo. Mas muito obrigado.

—--- Que isso so. ---- o respondo com um sorriso ao apontar para a moça que brincava de colher flores como uma criancinha. ---- Só de ver este sorriso já valeu à pena. Era só o que eu queria.

Ela não era uma moça normal. Estava com amnésia e agia como uma criança, mas agora tinha uma chance na vida e não estava mais sofrendo.

Eu ainda não sei que tipo de poder é este de ver coisas e saber o que fazer como instinto.

Mas tinha aprendido a gostar.

Ass: Francisco Antônio Bento o/


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Notas finais do capítulo

( Espero que esteja dando para entender. Fiz varias para não ficar muita coisa e muito longo para um cap só. No primeiro fiz a horigem dos poderes dele e como foi a aceitação neste foi o que ele já fez na trama e por que esta ajudando e no próximo vou mostrar o que esta rolando enquanto todos estão no passado. Ok?)



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