Limoeiro escrita por Dyryet


Capítulo 38
Filler 2 ----- >>> Paparazzo


Notas iniciais do capítulo

(E mais uma vez temos um convidado especial ^_^ mas já podem votar no próximo! Não tem lista vai pelo que você quiser mesmo, põe sua opinião ae! Ah todos os personagens que ela narra irão aparecer, espero não ter me esquecido de ninguém. Se eu esqueci me dêem um toque.)
Sumi e eu sinto muito:
1 tive problemas com o site,
2 a onde eu lia TMJ fechou e não tive mais acesso a nada.
3 Problemas de saúde meu e da minha mae
4 Não estava mesmo conseguindo prosseguir com a saga. Deu um bloqueio total.



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Oieeeeeeeee meus amores!

Estou lisonjeada e muito feliz de ser a narradora especial!

Obrigada a todos que pediram por isso! ♥

OoOoOoOoOo

Naquele dia fatídico acordei cedinho, por culpa dos meus pais que eram tão barulhentos ao conversar enquanto faziam aquela rotina diária de: tomar café, arrumar as coisas e sair. Então fui para o campinho a onde pude ouvir minhas musicas e ler revistas teen. Sim eu era uma criança de 7 anos mas gostava de me manter antenada. Que, que tem?

Mas não demorou muito tempo e a Carmem logo se juntou a mim, trazendo com sigo seu “namorado da vez”. Não sou de julgar ninguém, mas se nós tivéssemos anos 12 ao invés de 7 ela já teria “aquela” faminha.

Pois bem...

Quando a Mônica começou com as coelhadas diárias o clima ficou pesado; ela sabia da queda do Dc sobre a gorduchinha. E mesmo assim... A verdade era que o ser não podia acreditar que um garoto não iria cair a seus pés; por conta disso fez questão de conseguir conquistar o cara mais difícil do bairro e dizer ao mundo que o tinha feito.

Ficamos horas debatendo este assunto ate que...

Você sabe.

Meus pais foram os primeiros a partir.

Na verdade eles mal me deixaram escrever o nome no barracão e me tiraram de lá a força indo para bem longe de tudo e de todos.

Não tive como saber o que aconteceu com ninguém nem como manter contato. Foi terrível! Esperneei e berrei a viagem toda.

Mal sabia eu, que este seria o menor de meus tormentos.

Em um grande resumo grosseiro, meus pai morreram.

Quer mais explicado? Tudo bem vou contar!

Ate parece que eu ia resistir!

Eles estava no trabalho e resolvendo coisas importantes de adultos na cidade e acabaram por passar muito próximo das nuvens tóxicas, e depois ficaram fora do campo de proteção do anjinho o que os levou a óbito.

Mas para mim não foi uma coisa tão simples.

Levaram-se messes de temor e sofrimento, rezando diariamente para que deus não os tirasse de mim assim como tinha tirado todos os meus amigos; e por fim... eles se foram e eu fiquei sozinha. Completamente sozinha sem saber o que fazer da vida.

Era apenas uma criança órfã.

Eu não tinha nada e nem ninguém. Então fui logo jogada em um daqueles abrigos imundos e infernais que chamam de orfanato; mas eu era velha de mais para ser adotada novamente.

É minha gente, não seria a primeira vez que sua querida Denise era adotada.

Meu verdadeiro nome de batismo é Maria Creuza Cabral Pereira Filha, e foram estes pais que me batizaram de Denise, nome que amo de paixão! Mas como fui parar lá da primeira vez vocês me perguntam? Bem foi uma looonga historia, eu não vim aqui para contar esta!

oOoOoOoOoOo

Bem como fiquei exilada do mundo e sem nada para poder distrair minha mente de cair em uma depressão profunda tentei me focar naquilo que importava. Encontrar com os meus amigos!

E como fiz isso? Bem eu sabia tudo sobre eles, podia os encontrar a qualquer momento mas...

Cebolinha, Negi Menezes da Silva tinha voltado a seu antigo bairro, mas estava com tantos problemas para se adaptar que não quis incomoda-lo. O coitado sofria bulling na escola, era espurrinhado pelos pais e não tinha um único amigo; ate tentei contato com ele, mas a mãe proibiu.

Você acredita nisso?

Proibiu, simples assim.

Afirmou que ele estava de castigo e TUM desligou na minha cara. Ate tentei mais algumas vezes, só que sempre tinha a mesma reação ate que parti para outra.

Na verdade tinha conseguido um contato com a Maria Cebola e planejamos de encontra-lo; era para ser uma surpresa mas me assustei quando o vi um dia no shopping “treinando” sua habilidades. Eu não tinha conhecimento das minhas ainda e achei aquilo completamente assustador.

Só que mais assustador que aquilo foi o a Magali Noëlle Guiffray, presenciei quanto ela perdeu o controle do que chamávamos erroneamente de “fome” e não voltei lá nunca mais.

Ate hoje tenho um certo medo dela.

Em falar de medo... Cascão, ou melhor Cássio Marques de Araújo; este tinha ido parar no pior lugar da terra. Tinha traficantes, molestadores e todo tipo de pessoa vil possível. Claro que não me aproximei da casa, mas tentei contato de longe. Por um ou dois dias o ajudei a fugir e ele veio morar no orfanato comigo. Não sei se ele ainda se lembra disso.

Depois que os pais dele o levaram arrastado para aquele inferno eu tentei ir atrás mas... me prendiam e ficavam de olho em mim as 24hr do dia. Então fui pedir ajuda para outra pessoa que eu sabia que iria se importar. A própria Mônica! Só que desta vez quem me impediu de vela foi o próprio irmão dela. Comecei a achar que nunca mais poderia ver nenhum deles.

oOoOoOoOoOo

Do Contra e Nimbos tinham ido parar em outro pais e eu mantinha contato pela internet quase todos os dias. Ate que o Dc desapareceu sem nenhuma explicação.

Nunca descobri do caso do anjinho.

Marina era meu anjo na terra e me enviava roupas lindas em todas as datas importantes. Claro... Só depois que soube o que aconteceu comigo.

Tikara Sasak e Keika Takeda eu nunca tive muita amizade mesmo; igualmente o Nicolas e o Nicolau.

Agora Carmem Frufru sempre foi minha grande melhor amiga, claro que era esnobe e muito arrogante, mas ainda era minha melhor amiga e isto não mudou. Passávamos horas juntas no telefone e ela sempre me acalmava quando sentia falta dos meus pais. Afirmava que tudo iria melhorar e logo que fizéssemos 18 anos iríamos morar juntas e tudo iria parecer um sonho ruim.

E em falar de um sonho ruim...

Lembra que eu não ia dizer sobre minha antiga família?

A verdade é que eu não sei direito.

Tenho varias memórias misturadas como se fossem varias vidas diferentes. É tudo tão confuso e horrível que prefiro deixar pra lá.

oOoOoOoOoOo

Era mais um dia monorrento no orfanato e eu já estava com meus 12 anos; Carmem estava ocupada com alguma matéria e tinha uma festa a noite então não podia ficar batendo papo no telefone comigo; Marina tinha viajado para fora do pais e não iria voltar tão cedo e eu estava pra lá de entediada..

Pequei meu celular nas mãos e comecei a teclar botões aleatórios para me distrair.

Jogada na cama de modo a me parecer com uma boneca de trapos, nem me dei conta de quando tinha anoitecido. Eu havia mesmo passado horas a mexer em um aparelho velho sem internet? Tentei me lembrar o que havia feito em todas estas horas mas nada me veio em mente. Então meu telefone logo toca.

—--- Alo? ---- atendo assustada por não reconhecer o numero, e a pessoa demora a responder me fazendo piorar o nervoso.

[---- Quem é? ---- uma voz masculina responde do outro lado da linha; e então logo me sento sobre a cama. ---- Você me mandou mensagens estranhas...]

—--- Mandei? O que eu mandei?

[---- Que estava entediada. Depois que sentia minha falta, e logo começou a falar coisas sem sentido dobre poderes... ---- ele falava pausado como se não se sentisse à-vontade com o assunto que ele mesmo abordava. ---- Me desculpa. Mas não sei quem é você. Meu nome é Xavec...]

—--- Xaveco!!! ---- gritei animada saltando da cama. ---- Onde você esta? Como você esta?

Não sei por que, mas fiquei muito feliz em saber que era ele do outro lado da linha. Era um contato antigo que tinha perdido e logo meu dia se iluminou, ou melhor noite.

—--- Sou a Denise! Meu deus que bom poder te ouvi! Não reconheci sua voz.

[---- Denise? Você é a Denise? A mesma do Lioeiro? Nossa a quanto tempo! A onde você esta morando? Como estão as coisas? As férias estão próximas bem que podíamos nos ver de novo. Pelo ddd da pra ver que esta em outra cidade...]

Ele se anima tanto que meu coração ate acelera, parecia estar recebendo uma braço carinhoso. Mas logo que comenta do ddd ele desanima, e eu volto a realidade que estava sozinha ali.

[---- Deve ser muito longe... Como me achou aqui?]

Ótima pergunta.

—--- Isso não importa! Como estão as coisas? O que tem passado?

[---- Ganhei um concurso de xadrez! Ainda moramos de aluguel e minha irmã já mora sozinha. E você?]

Meu pais morreram logo depois que sai do limoeiro não consegui encontrar ninguém e me sinto completamente abandonada.

—--- Estou ótima! Gostei da sua idéia de nos vermos nas férias; já que deve ser mesmo longe. Mas eu não tenho dinheiro...

[---- Tudo bem! Olha minhas notas estão ótimas, posso ir pra i antes.]

Travo no telefone.

Claro que queria passar que estava tudo bem, mas como continuar minha farsa? Sempre que eu tinha que contar a alguém o que tinha ocorrido acabava desabando em lagrimas e não queria passar por isso novamente.

—--- Claro! Tem um parque aqui perto, podemos ir lá! acho que a Carmem e a Marina também podem ir. Quem você já reencontrou?

[---- Você é a primeira...]

Não sabia como responde-lo. Sua voz sai triste...

Mas logo mudamos de assunto falando sobre bobeiras do dia a dia e a todo custo o escondo sobre como estava, e ele ate se esquece de voltar a me perguntar como o encontrei.



Os dias se passam e sempre tinha uma mensagem dele no meu telefone pela manha.

Ele queria encontrar os outros, então logo o passei o que sabia.

Os assuntos começaram a ficar mais sérios e tensos.


[---- [...] ...eu te encontro no parque então. ---- ele completa a frase animado, esperava não só por mim mas também Carmem e Marina. ---- Não posso esperar para ver como vocês estão!]

—--- Pervertido! ---- brinco e ele se cala sem graça do outro lado da linha. ---- Também estou curiosa pra saber como você esta. Não reconheci sua voz, lembra?

[---- Não tenho mais 7 anos... Não vou ter voz de criança. ---- ele pareceu querer completar a frase mas para ali mesmo. ---- Me diga Denise. Seus pais não acham ruim você ficar horas falando comigo? Sei que somos amigos de infância e... sentimos saudades de como as coisas eram no Limoeiro mas... Aqui meus pais já ficam encanando. Minha irmã faz ate piadinha... Eu não tinha pensado nisso. Eles não vão encrencar se eu for pra i?]

Claro que não; estão mortos.

—--- Relaxa. Vai estar as meninas e vamos nos divertir muito!

[---- Tudo bem então. Te vejo lá. ---- ele soa brincalhão e posso ouvir que fazia alguma bagunça em seu quarto. ---- Quem sabe cara a cara você não fuja das minhas perguntas.]

—--- Eu não fujo! ---- entornei e ele se calou. ---- Pare de ser ridículo eu não fujo de nada! Você é um idiota sabia!

[---- Denise... eu...]

—--- Como pode dizer que eu Denise fujo! O que você me perguntou que eu não respondi? Affe quer saber! Vai se lascar! ---- desliguei o telefone.

Aquilo tinha me irritado mais do que eu imaginava.

Claro que estava fugindo, mas eu respondia a tudo o que ele dizia. Nunca deixei brechas para que imaginasse algo. Da onde ele tirou aquilo? Fiquei tão furiosa!

O telefone voltou a tocar.

Era ele.

Desliguei.

E foi o dia todo assim.

Ele ligava e eu desligava.

Estava querendo evitar o inevitável. Que descobrisse que eu era uma órfã sozinha.

Claro que Marina e Carmem me ajudavam, mas ele era a única pessoa que não falava comigo com um tom de pena na voz, conversávamos sobre assuntos normais; ele não tomava cuidado para comentar algo de sua família ou ate mesmo reclamar dela; me fazia esquecer que eu não tinha mais uma...

[Toc tock]

Alguém bate a minha porta mas não espera que eu vá abrir.

—--- Esta vestida? ---- a loira invade com uma sacola já a tacando em mim. ---- A resposta é não! Veste isso a-go-ra!

Pego a sacola animada, tirando de lá um lindo vestidinho rodado com uma gola em canoa, tão curtinho e rodado que vinha com um mini-short aclopado para não mostrar nada indevido. ---- Carmem eu te amo! Casa comigoooooo!

Logo me troco e ponho umas sandálias de fivelas que combinassem e saímos a conversar, encontrando com Marina em um ponto de ônibus próximo. Ela me trazia outro presente; um bracelete lindo que dizia ser a minha cara.

Seguimos assim rindo enquanto elas me contavam como tinham sido suas viagens.

—--- Esta tal de Maria Melo me da ódio. Fica roubando minha cena, claro que somos amigas mas quem disse que ela poderia ser uma modelo juvenil como eu? ---- a loura pontua revoltada e Marina só se faz a rir. ---- Como aquela zinha ousa?



—--- Nossa. Você não muda mesmo não é? ---- a voz masculina soa brincalhona, e logo nós três nos viramos espantadas.

Ele estava esperando na entrada do parque e Marina desembesta na frente e o abraça derrubando os dois para o chão.

Ele ainda tinha aqueles mesmos cachos louros, ainda era o mesmo desengonçado que conheci. Estava usando uma camiseta amarela extremamente longa que não deixava se ver direito sua calça que parecia ser em um tom sóbrio e escuro. E sorria como uma criança ao se levantar.

Era o mesmo Xaveco de sempre, entretanto...

—--- Nossa não te reconheci. Esta bonito. Ate ia dizer menos idiota, mas... ---- a loura pontua em forma de zombaria e ele só a encara balançando a cabeça para os lados e depois sorri.

—--- Não muda mesmo.

—--- Vamos entrar! ---- Marina enlaça um de seus braços e logo o arrasta com ela parque a dentro, o forrando de perguntas.

Eu e Carmem só ficamos olhando enquanto os dois cacheados partiam na nossa frente como duas crianças alegres.

—--- Parecem namorados. ---- a loura solta a apunhalada.

Espera!

Por que senti uma apunhalada?

Eu não gosto do Xaveco.

—--- Vocês duas vem ou não? ---- ele grita acenando de uma distancia considerável e as pessoas em volta nos olham; sinto tanta vergonha que queria agredi-lo com meus sapatos.

Mas quando me aproximo ele e Marina estavam tão felizes que perco a coragem; fomos nos brinquedos e falamos sobre trivialidades como escola e coisas do dia a dia, era como se tudo fosse desta foram todos os dias; cheguei a me esquecer do quarto feio de orfanato com aquele papel de parede florido horrorizo.

—--- As pessoas ficam olhando pra cá o tempo todo... ---- comenta ele sem graça ao voltar com um cachorro quente e se senta sobre o encosto do banco de metal.

—--- Claro! Um carinha como você andando com três gatas. As pessoas tem todo direito de se espantar. ---- Marina o abraça brincalhona e ele logo cora derrubando um pouco do refrigerante.

—--- Ou acham que ele é nossa “amiga”. ---- a loura pontua maldosa o tirando o copo das mãos dele. ---- Não deveria tomar este veneno! Sabe quão mal isso faz?

—--- Sabe o quanto é gostoso? Se fizesse menos dieta e divertisse mais não seria tão... chata. ---- ele da uma leve pausa entonando a ultima palavra deixando claro querer dizer outra coisa, logo tirando o copo das mãos da loura e o tomando. ---- E eu não ligo para o que este povo pensa de mim. Só não quero que os pais da Denise causem por ficarmos horas no telefone. Isso em casa já virou piada... é muito chato.

Pra variar ele é extremamente distraído e não nota quando elas se entreolham surpresas enquanto eu gelo da ponta dos cabelos aos dedos dos pés, mas logo Marina sorri e concorda com tudo, mantendo a minha mentirinha.

Amo estas meninas.

Comemos “porcarias”, rimos de brincadeirinhas maldosas e agimos como doidos nos brinquedos ate perdermos a noção do tempo. No caminho de volta para o ponto de ônibus Xaveco fez o favor de espantar alguns garotos chatos que estavam a dar em cima de nós, se fazendo de viado coisa que foi muito engraçada e rendeu gargalhadas o restante da viagem.

Ele esperou que cada uma entrasse em seu devido ônibus e se despediu com o mesmo carinho. Como estava tarde pude me sentar logo na janela e o ver caminhar alguns passos para longe do ponto; fiquei um tanto quanto confusa sem imaginar a onde ele pegaria o ônibus mas logo esqueci.

Cheguei em “casa” destruída atirando os sapatos longe e me atirando na cama fofinha.

[Vrip vrip]

Um sinal de mensagem me faz levantar.

Eu nunca ignorava uma mensagem. Eu sou a Denise!

*[ Desculpe se te irritei mais cedo. Não consegui falar disso hoje; e com tanta bagunça ate me esqueci de perguntar o que queria. Mas tem que ser cara a cara, será que posso ir ai na sua casa amanha?]*

Gelei.

[Na minha casa não vai dar. Minha mãe vai trazer as amigas no fim de semana e vai ficar uma zona. Por que não nos vemos no centro?]

*[Tudo bem. Nos vemos amanha? Umas duas horas da tarde que tal?]*

[Perfeito.]

Desliguei e fui tomar um banho por que ficar suada ninguém merece.

Fiquei imaginando mil coisas do que poderia ser. Mas nada se compararia ao que me aconteceu naquele dia.

oOoOoOoOoOo

Acordei cedo, fui fazer meus exercícios em uma pracinha perto e logo estava com fome, devorando uma saladinha rápida.

Mas de repente os pensamentos voltaram a tona.

O que será que o Xaveco queria? Será que queria me pedir em namoro ou algo assim?

Sei que besteiras são as primeiras coisas que pensamos, então ignoro e tento imaginar o que seria. A curiosidade estava me matando!

Tomei um demorado banho e já estava linda em uma camisetinha da moda com um shotinho transpassado. Chequei as mensagens e as respondi; não iria contar nada sobre este encontro no centro com o Xaveco para aquelas duas se não ouviria o resto da minha vida.

Não era um encontro romântico, apenas iríamos nos encontrar. Não tinha nada de mais.

Passei mais um perfume e dei um retoque na maquiagem e sai.

Estava ansiosa e muito curiosa com o que ele tinha para falar que precisava ser pessoalmente.

E lá estava ele.

Sentado em um banco ao falar no telefone completamente distraído.

—--- Bom dia! ---- gritei e ele deu um pulo derrubando o aparelho. Ri.

—--- Bom dia... ---- cumprimenta sem graça ao recolher o aparelho e o guardar no bolso. ---- Como esta? Você quer ir...

—--- Sem enrolações. O que queria comigo?

—--- An...errr... Como me achou? ---- ele coça a nuca, engole seco e olha para o horizonte evitando qualquer contato visual.

—--- Nossa quanta frescura. E por que esta duvida ainda? Foi você quem me ligou do nada e...

—--- Não, não foi. ---- ele fala firme e logo tira o próprio aparelho do bolso me entregando-o. ---- Veja!

[9:47 Ola! Estou com tantas saudades de todos. / 11:26 Me sinto sozinha aqui, queria alguém para conversar sobre tudo o que esta acontecendo. / 17: 03 Estas habilidades? Estes poderes? Você pode me contar sobre?]

As mensagens vinham do meu aparelho em horas diferentes do dia e não faziam o menor dos sentidos.

Voltei a olhar para ele, e vi que este observava em volta como se fosse um foragido, ou que estivéssemos fazendo algo ilegal.

E então me dei conta...

Os códigos de áreas de nossos aparelhos.

Mato Groço e Roraima.

Como ele estava ali comigo?

Devolvi o aparelho e sai dali as presas.



E se ele fosse como o Negi?

Entrei em pânico e corri o mais rápido que pude.

Conhecia aquela cidade como a palma da minha mão.

—--- Mas como...? ---- gritei incrédula ao o ver parado na minha frente apenas esperando como se tivesse chego lá antes de mim. ---- Como fez isso? Como você faz isso?

—--- Eu não sei! ---- gritou.

Nos calamos.

Eu estava claramente assustada.

E ele mantinha uma certa distancia de mim.

—--- Como você me achou Denise? Isso não faz o menor sentido. Você me achou e achou todos a quem teve interesse. Como fez isso?

—--- Esta me acusando de ser uma aberração como você?

—--- Aberração? Não sou eu quem consegue se infiltrar em todos os tipo de mídia usando um aparelho que nem internet tem!

—--- Como é que é?

—--- Olha para o seu aparelho! Ele não tem a capacidade de entrar na internet. Ele não poderia ter recebido as minhas mensagens estes dias, mas recebeu! ---- ele volta a sacar o telefone e me mostra varias fotos. Todas improváveis de existirem. ---- Como você faz isso?

Éramos nós no parque naquela noite.

Fotos e imagens tiradas de câmeras de segurança entre outros locais. Ótimas fotos em que ficamos muito bem... Todas postadas em um blog pessoal com alguns dizeres e emoticos bonitinhos, luzinhas e coisinhas fofas em movimento.

Bem a minha cara.

—--- Tudo bem... eu posso ir para lugares distantes ao abrir as portas. Mas você...

Fiquei em choque e não respondi mais nada.

Brigamos e voltei pra casa.

oOoOoOoOoOo

Eu não conseguia tirar o que ele me disse da cabeça.

Eu era uma aberração.

Passei dias enclausurada e confinada afim de entender tudo o que estava ocorrendo ali. Mas nada me trazia paz.

Tentei ignorar o caso, fingir que não era comigo e que não tinha sido eu a fazer nada daquilo. Mas as provas estavam bem ali!

Então voltei a pegar meu pequeno aparelho e a mexer nele.

E desta vez prestando a devida atenção.

Com o tempo e muito treino fui compreendendo como podia fazer o que fazia, e tirei proveito disso para saber como todos estavam; e assim conseguir manter o acordo de voltarmos.

Armei cada situação para que nos encontrássemos naquela escola e com isso distraia a minha mente de tudo o que não era agradável. Desejava a todo custo rever meus amigos e quem sabe descobrir o que tinha nos feito ficar desta forma.

Maria Creuza Cabral Pereira Filha.

♥ Denise ♥


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Notas finais do capítulo

(Tentei fazer uma gracinha com a traminha “o concurso das Denise” ai este lance de ela ser adotada e usar o verdadeiro nome como pseudônimo. Agora a roupa do Xaveco que foi narrada foi um vide as primeiras versões de Mauricio a onde ele usava um camisetão que mais parecia um vestido)