"Vai chover hoje."

Tendo dito isso, você suspirava.
Por mais que sempre me dissesse que gostava da chuva, esse seu suspiro habitual me fazia pensar o contrário.
O mais irritante era que você nunca errava. Nunca.

Nesses dias, não era raro te ver debruçado no parapeito da janela encarando o céu com uma expressão verdadeiramente idiota e entusiasmada.
...Que não era muito diferente da habitual, pra falar a verdade.

E quando caía a primeira gota, você fechava os olhos.
Caíam outras duas, três, quatro. De mais mil que ainda viriam.
Sorria enquanto elas desciam do céu e eventualmente acertavam em cheio o seu rosto.

E mesmo eu estando distante nesses momentos, você sempre me arrastava para ver a chuva cair, como se estivesse vendo-a pela primeira ou pela última vez.

"Está chovendo, Yuu, olhe!", você dizia, me olhando nos olhos e sorrindo.

Embora a chuva, por qualquer que fosse a razão, parecesse te deixar triste, você sempre sorria.
Mesmo naqueles tempos atribulados, você sorria.
E sempre adivinhava quando ia chover.

Eu nunca realmente imaginei que iria sentir falta desses e dos seus vários outros hábitos petulantes, mas a verdade é que eu sinto.
Sinto a falta deles e, mais do que tudo, a sua falta.
Você era aquele único raio de sol nos meus dias de chuva.

Sol esse que se pôs.