Promessa Quebrada escrita por Senhorita Simbiose


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic é a "Promessas" que reescrevi, não é necessário lê-la para compreender a história =D
Boa leitura.



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Lembro-me perfeitamente do dia em que nós éramos jovens e que fizemos diversas promessas para o nosso futuro. Você acreditou mesmo que eu ficaria para sempre do seu lado e eu não cumpri a promessa principal, por Deus como pude ser tão tola?

Aquela promessa era tua tábua de salvação, e eu a tomei de ti; Você acreditou cegamente em mim e eu o feri, enquanto cumpria aquela promessa eu o traí pelas costas, abandonando aquela promessa “Para sempre”. Para sempre não existe, Meu Deus, meu amor sinto tanto a sua falta. Não sei como e quando os nossos beijos, abraços ou palavras sussurras depois de uma noite de amor deixaram de ser mágicos? O troquei sem ao menos pensar sobre tua doença e muito menos repensei em como você se sentiria quando eu o abandonasse, eu sou uma droga de uma covarde!

Todos a minha volta me olham com nojo e cospem por onde piso, não os culpo eu sinto nojo de mim mesma, e não tenho o direito de reclamar sobre. Frases como “ Olha essa vagabunda”, “ Essa maldita matou o Bernardo”, “Você deveria ter vergonha de si mesma”, “Como você se sente ao ser a culpada ao ter tirado a vida dele?” já fazem parte do meu cotidiano desde o seu enterro, elas rondam minha mente a cada segundo de minha vida.

Por quê? Por quê? Por quê?

_“És uma covarde mesmo! fugiste quando ele mais precisava de você! Não cumpriste a promessa que fez a ele, que ficaria ao teu lado para o que der e vier!! ELE TINHA UMA MALDITO CÂNCER EM ESTÁGIO TERMINAL E VOCÊ O LARGOU POR UM BÊBADO QUALQUER! E MESMO ASSIM ELE TE SALVOU DAQUELE MALDITO CAMINHÃO!”. Sua irmã disse isso aos berros no hospital quando veio à notícia que você veio a falecer. Nunca chorei tanto na minha vida, aquele tapa doeu muito menos do que a dor em meu peito. Chorei até não aguentar mais e desmaiei por cansaço naquela cama fria de hospital.


Naquele dia fatídico eu estava tão desnorteada pelo fim do meu relacionamento com um desgraçado que nem me lembro de seu nome, o remorso por ter te largado por qualquer um que pudesse esquecer minha covardia, andava sem rumo até chegar a maldita Avenida Paulista ao atravessar a faixa eu parei no meio tendo noção que um caminhão de uma distribuidora vinha na velocidade permitida, eu queria morrer. Não sei como ou quando você surgiu e me empurrou para a calçada para longe do caminhão, mas você não teve a mesma sorte. O motorista tentou frear, e quando virei-me ainda no chão vi seu corpo sendo arrastado por uns metros.

Aquilo foi uma cena vinda do inferno,o estado de choque durou pouco e eu entrei em modo automático levantei cambaleante e corri para onde seu corpo ensanguentado e fraturado estava. Um monte de curiosos se formou em volta enquanto o motorista saía desesperado e gritando por ajuda, cheguei onde você estava empurrando quem estava a minha frente.

_”Bernardo? Meu amor? Fala comigo!”

As palavras me fugiram e eu estava ajoelhada ao seu corpo sentindo sua pulsação. Você respirava fracamente, minha vista embaçou e ouvi você me chamar meu nome em uma voz fraca.

_” M...ari?”

Chorei e gritei até minha garganta arder, me agarrei ao seu corpo e gritei ainda mais, aquela dor era dilacerante. Por Deus, ninguém tinha coragem de me tirar de perto do seu corpo até que alguém tentando me afastar devia ser um dos paramédicos, fiquei tão desesperada que fui sedada e acordei no hospital, ao meu lado estava sua irmã que me olhava sem esboçar uma reação.

Depois tudo foi um grande borrão em minha mente, e cá estou eu chorando em seu caixão fazendo esse discurso fúnebre enquanto me agarrava a sua mão fria em que eu insistia em tentar esquentar. Alguns de seus familiares olhavam com pena outros com raiva, e tinha aqueles que pouco se importavam comigo e meu discurso. O abraço forte que recebi de sua mãe e as palavras de conforto “Eu te perdoo”, me acalmaram naquele momento, mas não retirou toda a culpa de minhas costas.

Depois disso o tempo correu e chegou a hora de fecharem seu caixão para finalmente te enterrarem, novamente tudo foi como um borrão em minha memória. Quando todos se afastaram me deixando apenas eu e você. Agachei perto de sua cova recém coberta e sussurrei enquanto novas lágrimas escorreram por minhas bochechas e pararam no meu queixo.

_“Um dia estaremos juntos novamente, espero que seja paciente e me aguarde quando eu morrer. Não destruirei com essa vida que você protegeu, não sei o que será da minha vida agora, mas, um dia minha hora chegará. Seja paciente e me aguarde por favor.”


Levantei-me e segui para onde sua mãe e irmã me aguardavam pacientemente, segui o caminho lamacento até o encontro das duas que sorriam forçado, sorri de volta mas um sorriso sofrido. Caminhamos lado a lado para fora do cemitério, quando virei e olhei para trás tive a impressão de ter te visto parado sorrindo acenando para mim, parei e fechei os olhos com força e olhei para trás novamente, mas desta vez você não estava mais lá.

_”Mariana o que foi?”

Sua irmã me olhava preocupada tentando imaginar o que eu tinha visto, pois eu sorria mais abertamente.

_”O Bernardo sorriu para mim...”


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