Nunca fui muito de amar.

Nunca chorei por alguém.

Mas de certa forma,eu talvez nunca tivesse achado um amor

E nunca houvesse sido amada

Mas se o amor é sofrimento

Prefiro não tê-lo.

Prefiro deixar que meus dias se vão sem que nunca uma única lágrima me rolasse pelo rosto por não ser amada.

Amores,Amores...Nos matam aos poucos.

Nos fazem definhar.

Apodrecem-nos a alma.

Mas eu o encontrei.

O amor chegou quando o que eu mais queria era ficar só.

Veio disfarçado como brincadeira.

E logo,você roubou meu coração .

E ele bate por dois.

Fui castigada com essa maldição.

Pois não consigo de forma alguma me libertar de ti.

Por mais que eu tente.

Por mais que meu cérebro diga que não posso continuar assim.

É você.

E ponho-me à maldizer teu belo nome que para mim é tão precioso.

Ah,se tu soubesses das noites que ponho-me à chorar.

E que ponho-me à lembrar das promessas sem fundamento que tu fizestes.

Quiseras eu ,que tudo fosse verdade.

Que tu me amasses da mesma maneira que eu.

Tu és tudo o que sou.

E tudo o que corre em minhas veias.

Tu és dor infinita.

Tu és minha outra parte.

E eu sou sempiterno.

Eu sou dor.

Eu sou amor.

Eu sou nós.

Eu,que perdoo cada deslize teu.

Eu,que te acalento e consolo.

Sou tua.

Mas tu não és meu.

Queria poder um dia lhe suprir a falta de carinho.

E matar essa saudade que habita em mim.

Ainda que sejamos próximos.

Sinto falta de ti.

Sinto falta de nós.

Da tua voz de sono nas manhãs de segunda-feira.

Não tenhas medo de me magoar.

De me ferir.

Se este amor é só dor

E nos faz sofrer.

Sofra comigo.

Vá em frente.

Me magoe.

Me abandone.

Me faça em pedaços.

Destrua meu pobre coração vagabundo que insiste em nutrir essa paixão doentia.

E que insiste em lhe dar abrigo.

Mas seja meu.

E apenas meu.

Porque já sou tua.

De corpo

Alma

E espírito.

Cada mísero centímetro meu é teu.

E só teu.

Penetre-me a carne e envenena-me com teu ser.

Droga-me.

Me permita essa embriaguez.

Afinal,se tu não és meu

Por que ficas?

Por que não te vais?

Deixa-me aqui à mercê da insanidade

Das memórias póstumas de nosso antigo amor.

Que hão de jazer aos teus pés.

Como num túmulo sombrio e esquecido.

Semelhante à um quarto escuro que anseia para que a janela se abra

E a luz entre.

Ansioso para despertar.

E ser explorado.

Estamos vivos,amor.

E somos jovens.

Ainda há esperança para nós dois.

Se a semente foi plantada então ela há de florescer.

Só precisa ser alimentada.

Não negues que me queiras.

Aceitai o amor.

Viva-o!

Mesmo que venha à ser nossa ruína.

E que morrerei disto.

Depois de ti não há nada.

Tudo estará acabado.

E então eu,

A criança tola e apaixonada

Serei verdadeiramente feliz.

Mía