(NARRADO PELO SARGENTO HANK VOIGHT)

–Hey!Vamos baixar a bola aí, vocês dois- diz Antônio me puxando.

–Todos nós queremos encontrar Erin, brigar não resolve- disse Alvin colocando o braço por cima de Jay o puxando para longe.

–Não fui eu que menti pra Erin- disse Jay dando de ombros e saindo

–Também não contou a verdade pra ela Halstead, você sabia tanto quanto eu!- eu cuspi aquelas palavras nele.

–Você me obrigou a guardar segredo, queria que eu fizesse o quê? Se eu contasse você chutava meu traseiro.

–Chega, Jay, vai tomar um ar, vai!- disse Antônio empurrando Jay, que virou as costas e saiu bravo, entendo sua irritação, também estou preocupado com a minha filha.

Eu fui para minha sala, não parava de pensar nas últimas palavras dele, eu juro, que se ele a estuprar, eu o mato, eu juro que eu o mato.

ENQUANTO ISSO [...]

(NARRADO PELA DETETIVE ERIN LINDSAY)

Eu estava abrindo os olhos devagar, sentia uma dor de cabeça terrível, queria que tudo fosse um sonho, mas então, percebi que não conseguia mover minhas pernas, estavam amarradas,junto com meus braços e tinha uma fita na minha boca, quando percebi um homem se aproximou de mim e tirou a fita da minha boca, e então Jerry saiu de trás dele:

–Erin,dormiu bem?

–Onde estou?- perguntei com a voz rouca

–Achei melhor te levar pra dar uma voltinha- ele disse rindo

–Me deixe ir, por favor, me solte!- eu implorei

–Eu gosto de você, porque te deixar ir?Quero que o Hank sofra!- exclamou ele com raiva.

–A culpa não é dele, você tem que entender! Se ele é ou não meu pai, não importa, ele nunca se importou!- gritei, não era verdade, uma parte de mim se importava, outra, estava doendo por ter sido enganada.

–Então grave um vídeo, e talvez eu te deixe ir, diga a ele que não se importa, diga!- gritou

–Se eu gravar,você me liberta?- eu perguntei

–Talvez, tente, diga a ele para não te procurar, diga que o odeia, que o detesta, que ele pisou na bola.Diga que não se importa, diga que prefere morrer. DIGA!- exclamou ele.

–Eu não poderia- eu disse olhando para baixo.

–Manipule o Hank pra mim, e então conversamos- ele disse colocando uma arma na minha cabeça.

–Certo, entendi- eu disse bem baixinho.

Eu concordei em fazer o vídeo, eu estava amarrada em uma cadeira, um de seus capangas estava com uma câmera na mão, ele iria gravar um vídeo e colocar em um pen drive, que até então seria entregado ao Hank, meu coração estava apertado, eu sabia que teria que brigar com Hank, dizer coisas que eu não diria, mas para sobreviver seria preciso, eu ainda estava com o rosto todo machucado, mas tinha que tentar, eu não poderia mais ficar com Jerry. Ele era um sociopata dos piores, eu simplesmente o odeio, o único lado bom, é que ele saberia que eu ainda estou viva, apesar de tudo.

–Gravando- disse um dos idiotas que estavam com ele

–Erin, mande um recado para o Voight, como você me pediu!- exclamou ele calmamente

–Hank, eu não quero que me procure,eu estou viva, eu me viro- eu disse olhando pra baixo –Você, não tinha o direito de mentir pra mim, eu te odeio por isso.- eu disse e olhei para Jerry que ria da cena, ele se aproximou , pegou meus cabelos e beijou meu pescoço.

–O que você está fazendo?

–Vingança- ele respondeu secamente e disse me forçando a olhar para câmera –Quero que Hank veja,quero que ele sinta, que ele sofra a dor que eu senti!

–Para, por favor!

–Agora a sua unidade vai ver a puta que você é!- ele disse se agachando de frente pra mim e colocando a mão na minha coxa – Eles vão ver que puxou sua mãe, duas vadias!

–Cala a boca seu filho da mãe- eu gritei

–Não, na-na-ni-na-não- quero que Hank veja- ele me beijou segurando meu rosto –Está transando com aquele seu parceiro bonitinho? Ou com o filho do Bob, como é, Adam não é? Deve estar transando com os dois!- ele ria

–Seu nojento!

–Sorria para câmera, ele me deu outro beijo eu virei o rosto –Vou desligar a câmera, gosto de privacidade quando eu transo!

Eu comecei a gritar, e então ele desligou a câmera e começou a rir, eu estava com os olhos cheios de água, ele ia me estuprar ali mesmo.

–Relaxa, não vou te estuprar, apenas quero que Hank pense que vou! É tudo ilusão ótica, a raiva dele é o meu prazer. Agora vamos deixar esse vídeo aqui no pen drive, e nós vamos dar mais uma voltinha, gostei desse armazém abandonado, mas temos que ir!- ele disse colocando fita adesiva na minha boca e um pano nos meus olhos, ele me colocou dentro de algo que parecia mais um caminhão, era grande, eu não via nada, estava toda amarrada, sabia que Hank iria se desesperar ao ver o vídeo, eu estava assustada, não sabia para onde eu exatamente eu estava sendo levada, talvez um galpão, ou, um novo esconderijo, não sei o que mais esse louco do Jerry vai inventar.

NA UNIDADE [...]

(NARRADO PELO DETETIVE JAY HALSTEAD)

Eu estava na rua, no pátio da unidade, estava respirando um pouco, o Sargento não estava precisando de mim. Não parava de pensar em Erin, se ela estava bem, se estava viva, aquele cara era um idiota, um psicopata, eu simplesmente estava relutando em aceitar essa situação, eu sei que Voight tem razão no que ele disse, eu também sabia da verdade, e não falei nada, ela definitivamente vai ficar muito magoada por eu ter escondido isso dela, á essa altura, com certeza ela já deve saber que sei de tudo, isso é muito duro e difícil para mim, eu devia ter contato tudo que eu sabia, se ela morrer, nunca vou me perdoar por isso. Escutei Antônio chegando, sabia que não seria uma conversa fácil, ainda não esqueci dele com Erin.

–Jay, temos uma pista- ele disse parando de frente á mim –Você tem que subir, faremos uma busca em cinco minutos, parece que Voight recebeu uma foto de Erin amarrada e um endereço- ele exclamou com pressa dando de ombros e saindo, eu o segui

–Dizia mais alguma coisa na mensagem?

–‘’Se quiser sua filha de volta, venha até mim’’, Voight está muito preocupado, todos estamos!

–Vamos trazê-la de volta, são e salva!- eu disse e então subimos as escadas da unidade, já estavam todos de coletes, colocando suas armas e equipamentos.

–Antônio, Jay, coloquem logo o colete, já vamos sair- disse Adam me entregando um papel com o endereço e me jogando de longe a chave do carro –Como Erin não está aqui, eu serei seu parceiro, Alvin vai com Antônio e o sargento.

–Tudo bem- disse fechando meu colete.

Chegamos no endereço,parecia mais uma fábrica abandonada,ficava um pouco isolada do movimento da cidade, como se fosse uma ilha, poucas casas e somente aquele grande armazém velho na esquina, todos descemos e invadimos, não avistamos nada, por incrível que pareça,eu não me surpreendi, sabia que ele não á entregaria assim, de bandeja,quando chegamos no canto de uma das grandes salas, achamos uma cadeira com cordas e fitas amarradas, sangue, e cabelo.

–Merda,eles estavam aqui- disse Kevin

–Eles queriam que nós soubéssemos disso- exclamei

–Levaram Erin novamente- disse o Sargento furioso.

–Deixaram algo para nós- disse Kevin com um pen drive na mão.