Cada história escrita por Ela. escrita por Mrs Skars


Capítulo 1
O Famoso Clichê Patinho Feio.


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta gente! Bom, resolvi começar uma nova história. Na verdade esse capítulo fala sobre uma menina que se chama Pietra, ela já está na vida universitária. Tudo começa com um encontro duplo, ela e sua amiga Susan. A Susan e o seu irmão Yan sempre foram os seus melhores amigos de infância, porém eles foram os populares na época do colégio. A Pietra era sempre o famoso clichê patinho feio da história. Será que apesar das suas mil rejeições a Pietra encontrará um grande amor?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/592638/chapter/1

– Você sabe que você é única, não sabe?

– Sim eu sei - Lhe respondi um pouco sem graça.

– Eu gosto tanto de você Pietra. - Ele me olhou com um sorriso sem jeito.

– Nós somos amigos há pouco tempo e... eu queria muito te falar uma coisa. - Ele me olhou um pouco nervoso, mais do que o normal.

– Será que você me ajudaria a ficar com a Susan?

A Susan é minha melhor amiga de infância. Ela sempre foi linda de todos os sentidos, era considerada uma das mais bonitas da escola. Os meninos, claro babavam por ela. De verdade, pior do que ter uma melhor amiga linda, é ter que andar com os irmãos mais populares do colégio. A Susy tem o irmão chamado Yan, que é tão lindo quanto ela. Fui praticamente criada com eles dois, então só restou eu, Pietra, o famoso clichê patinho feio. Na verdade, este episódio acima, foi uma das rejeições que sofri ao longo dessa minha vida. Porém, agora seria diferente. Nós estávamos terminando o colégio, iríamos entrar na faculdade e talvez algumas coisas fossem diferente. A Susan e o Yan não seriam o destaque do mundo, claro que apareceria outras pessoas e claro que novos amigos seriam feitos. Eu particularmente estava ansiosa por isso.

–Pietra..

–PIETRA!

–Oi - Respondi

– Está viajando de novo? Pensando no que? - Susan me olhou inquieta.

– Nada, só pensando no plano B, caso o menino não seja legal ou se for muito lindo pra mim. - Falei em um tom de brincadeira, mas no fundo era verdade.

– Ah para com isso! Eu tenho certeza que ele vai perceber o quanto você é especial e nada disso importa. - Susan me respondeu confiante.

Na verdade esse era o milésimo encontro que a Susan marcava. Desde o colégio ela quando resolvia sair com um menino, sempre fazia questão dele levar um amigo junto. O problema era que sempre fui rejeitada e isso sempre machucou. A Susan não sabe o quanto isso é doloroso pra mim, na verdade eu até admiro o fato dela querer que sempre eu vá com ela nos encontros e algumas noites até eram divertidas, mas como sempre eu nunca passei de uma "grande amiga", " a menina engraçada". Talvez se eu tivesse um corpo melhor e um rosto lindo, eu seria uma garota perfeita. Qual era meu problema?

Eu era baixinha, um pouco "cheinha", cabelos enrolados, usava óculos e tinha aparelho. A minha sorte é que hoje eu já não usava mais óculos e estava sem aparelho nos dentes. Então diria que eu fiquei, "menos pior" do que eu aparentava ser. A Susan é perfeitamente linda. Ela tem um corpo de invejar qualquer uma, cabelos lisos grandes e loiros, olhos castanho claro, pele perfeita. E muito mais do que isso a Susan era alguém incrivelmente bondosa, gentil, amável, carinhosa e tudo mais... De verdade eu sempre torci com que ela ficasse com alguém especial. O problema é que a Susan, sempre foi muito desejada e ela não se encanta muito fácil pelos homens, acaba de fato enjoando deles. Por isso, ela sempre arranja um jeito de ter mil encontros.

– Olá, demorei? - Um rapaz alto e loiro falou olhando para Susan. Ele era bem atlético, olhos verdes, sorriso perfeito, tudo lindo... como sempre.

– Não, chegamos agora - Respondeu Susan com um imenso sorriso e um pouco tímida.

–Essa é minha amiga Pietra que te falei - Ela nos apresentou, eu apenas dei um breve sorriso o encarando.

– Ah prazer Pietra, sou o Brian. - Ele apertou minha mão em forma de cumprimento e eu retribui.

– Então, cadê seu amigo ? - Susan perguntou um pouco curiosa, enquanto eu tentava disfarçar dando cotoveladas para ela se controlar.

– Ah... o James já está a caminho. - Ele sorriu um pouco sem jeito.

Nós fomos caminhando para dentro do barzinho que ficava perto do campus da universidade. Aos poucos o Brian foi conversando mais. Na verdade ele era bem agradável, pela primeira vez pensei que a Susan poderia ficar com ele, porém era muito cedo para afirmar isso.

– Desculpem pelo atraso, acabei ficando preso no engarrafamento. - Disse o provável James que estava na minha frente. Ele tinha traços asiáticos, seus olhos puxados, cabelos bem escuros e despojados, ele era alto e seu sorriso era simpático. O mais engraçado nele, era que quando ele sorria, parecia que sua expressão também acompanhava.

– Ah cara, como sempre. Que bom que veio - Disse Brian o cumprimentando.

– Essa aqui são Susan e Pietra. São calouras. - Brian foi já nos apresentando.

– Prazer! - Ele sorriu educadamente enquanto nos cumprimentava curvando um pouco o tronco. Achei aquilo algo normal enquanto sorria e a Susan permanecia sem entender.

– Então, você é mesmo Asiático ou são seus pais? - Eu o perguntei.

– Meus pais. Minha mãe é coreana e meu pai japonês. Mas nasci aqui mesmo. - Ele esboçou um sorriso enquanto sentava de frente para mim.

– Ah... que legal! Gosto da cultura Asiática. - Respondi um pouco mais empolgada.

Desde então as conversas foram prolongadas. Na verdade o James era muito agradável de conversar. O Brian era um pouco mais engraçado, o James era apenas tímido, porém sabia se expressar. Na verdade esse era o primeiro encontro em que realmente parecia em que nos conhecíamos a muito tempo.

– Com licença,já volto! - Falei esboçando um sorriso enquanto levantava para ir no banheiro. Claro que sempre quando uma amiga vai, a outra também acompanha.

– Amigaaa!!!! Que tudo! Adorei eles e o James parece bem interessado em você hein?

– O que? Tá louca Susan? Apenas nossas ideias se batem, temos coisas em comuns e.. nada passaria de uma amizade.

– O que? Para com isso. Tenho certeza de que não é dessa forma que ele pensa.

– Será?

Eu sempre entrava em um estado de negação, até porque as minhas experiências de paquera eram um desastre. Susan como sempre tentava me animar.

– Ah claro! Ele não parava de olhar você.

– Deixa de bobagem, nem adianta me animar - Eu sorri enquanto voltávamos para a mesa. Sempre nesses momentos era impressionante, por mais que eu tivesse mil decepções, dentro de mim sempre restava uma pequena esperança. Assim que nos aproximamos da mesa ouvimos o Brian:

– Então, quebra esse galho pra mim certo? Eu nunca imaginei que a Susan tivesse amigas feias assim.

– Ela seria perfeita se fosse mais bonita, foi mal viu cara? Mas relaxa que depois te apresento a Camilly.

Eu apenas queria ver a reação dele, James sorriu e balançou a cabeça e tomou um gole de suco. Claro que ele estava afirmando tudo que o Brian tinha falado. Senti que a Susan ia querer falar algo, apenas a segurei pelo braço a trazendo mais para trás enquanto a olhava com um olhar negativo.

– Está tudo bem! - Eu a consolei

– Não não está! Não ficarei com esse imbecil...

–Susan, veja bem. Ele não é imbecil, só falou a verdade. Escute, não vamos estragar a noite por causa desse comentário certo?

– Eu sei, eu apenas não gosto disso Pietra. Você não merece isso - Ela fez um olhar de arrependida, como se fosse ela que tivesse falado aquelas coisas.

– Ei, está tudo bem. Volta lá pra mesa. Vou fazer uma ligação. - Eu sorri.

– De novo isso? - Ela suspirou irritada me olhando.

– Sim, tem ideia melhor? - Eu a confrontei. Ela apenas balançou a cabeça caminhando novamente para a mesa enquanto sentava percebi que o James olhou para trás, apenas esbocei um breve sorriso e fiz novamente um cumprimento com a cabeça enquanto o telefone chamava.

– Malu? Tá aonde?

– Tô no Gotzy 8.

– Ah que bom, é aqui perto! Então, tenho alguém para lhe apresentar. Ele é uma graça, acho que ficaria bem com você.

– A Susan está com você?

– Sim

Então houve um silêncio na outra linha, na verdade a Malu sabia do que se tratava. Eu sempre encontrava um jeito de sair de alguma situação sem aparentemente não ser tão humilhada, porém por dentro, aquilo me matava aos poucos.

– Tudo bem, estou indo para aí. Você está bem?

– Sim. - Eu esbocei um sorriso e desliguei. Dei um suspiro intenso e voltei para a mesa. Esse seria o tempo necessário para que a Malu chegasse e salvasse a minha vida. A única diferença foi notar que o Brian estava agora sentado no meu lugar próximo a Susan, me fazendo sentar ao lado do James. Eu percebi que os dois estavam conversando individualmente, como se não existíssemos.

– Estava sendo ignorado quando você estava no celular. - James falou.

– Temos que fazer um plano para não deixar esses dois grudados - Eu conspirei enquanto Susan me olhava e sorria.

– O que estão falando aí de mim hein? - Ela me olhou com cara de "brava".

– Estávamos falando que ainda bem que trouxe uma amiga legal, porque se não eu estaria ferrado. - Ele a respondeu e inclinou a sua cabeça na minha direção me olhando.

Ok, eu tinha que admitir que ele tinha um olhar incrível. Ele sabia conversar, envolver qualquer menina. Na verdade o James não era tão previsível, eu sempre ficava surpresa com algumas respostas dele e essa agora foi uma delas que me surpreendeu. Será que...? Não, não. Era isso, eu sempre era a AMIGA LEGAL. Apenas não passava disso para todos e aposto que era assim que os meninos me enxergavam, porém ele era alguém em que mais se parecia comigo, os nossos gostos por músicas, filmes, pensamentos. O James seria minha versão masculina asiática naquele pouco tempo em que eu o conheci. De fato isso era tão estranho. Como conhecer alguém em pouco tempo, menos de 3 horas e já ser considerado uma versão sua masculina? Eu achava que isso era baboseira de filmes, novelas, mas de fato era real e estava na minha frente.

Naquele momento senti algo vibrar na minha bolsa, era um indicativo de que a realidade tinha chegado. Eu olhei em volta e acenei. Era a Malu em pé perto da porta nos procurando. A Malu era nossa amiga no colegial, ela era mais centrada do grupo, tinha cabelos longos negros escorridos, um pouco mais alta que eu, tinha pernas compridas e um sorriso encantador.

– Gente, essa é Malu. Malu, esse é o Brian e o James. - Eu tratei de apresentá-los. E foi quando o James se levantou e cedeu o lugar dele para ela, pegando uma outra cadeira e colocando do meu outro lado, ou seja, ele estava entre o Brian e eu. Pelo olhar da Malu, ela de fato tinha gostado dele. O problema de nós duas é que temos sempre o mesmo gosto para meninos, claro que no colégio ela acabava ficando com todos.

– Então... está ficando tarde e eu preciso ir. Se divirtam! - Eu me levantei olhando para o Brian, que estava todo contente pela chegada da Malu, afinal seu amigo terminaria com alguém que merecesse.

– Já? Ainda é cedo. Fica mais um pouco! - James falou enquanto me olhava. Que merda, porque ele tinha que ser tão gentil?

– De verdade, tenho que ir. Mas não se preocupe, a Malu é melhor companhia do que eu!- Esbocei um sorriso enquanto todos deram uma breve risada e fui caminhando até fora do restaurante. Na verdade a noite estava fria, senti um queimor pelo meu corpo. Pela minha boca saia à fumaça enquanto eu tentava me controlar, as minhas pernas permaneciam fracas enquanto tentava me recompor. Eu de verdade só queria ir para casa e chorar. Porque a vida foi tão ingrata comigo? Minhas amigas tão lindas,encontrando caras gentis e eu...? Apenas não passo de uma amiguinha legal. Fiquei em pé do lado de fora esperando passar um táxi.

– Seu celular...

– O que? – Um ladrão uma hora dessas na rua? Eu ia procurar outras palavras, mas aí me virei e dei de cara com ele me olhando um pouco sério. O que aquele menino estava fazendo? James me encarou enquanto se abraçava, estava do lado de fora apenas com um casaco marrom. Ele parecia querer respostas enquanto me olhava e eu não fazia à mínima ideia do que ele queria.

– Eu estou pedindo seu celular.

– Ah... tá - Eu peguei e o entreguei, talvez ele quisesse fazer uma ligação para alguém e as meninas estavam sem crédito, sei lá. De fato ele parecia discar para um número e assim que colocou na orelha eu tive a certeza. Só que algo estranho ocorreu. O celular dele estava tocando. Ele me entregou o meu e agora segurava o dele entre os dedos, parecendo digitar algo.

– Pronto, salvei seu número. É muito mal educada sair daquele jeito sabia? - Ele sorriu enquanto tentava disfarçar os lábios trêmulos pelo frio.

– Não fui mal educada, te deixei uma boa companhia. – Falei em um tom de brincadeira, mas como sempre não era.

– Pode até ser, mas gostei da sua.

O que era ele? Eu não pensei muito sobre o que ele queria, apenas observei que um táxi tinha parado, acenei para ele e entrei. Eu olhei pela janela e vi aquele homem tão lindo com as duas mãos enfiadas no casaco enquanto me olhava com aqueles olhos puxados. Não demorando muito eu tinha chegado no campus, olhei envolta e tinha algumas pessoas sentadas perto do refeitório.

– PIETRA – Ouvi uma voz distante me chamando. Me virei para trás e claro que tinha que ser ele, quem mais?

– Argh... O que você quer? Tô sem dinheiro, nem vem. – Eu reclamei.

– Que horror, só acha que falo com você pra pedir dinheiro? – Ele me respondeu me olhando enquanto colocava o braço envolta do meu ombro.

– Sim, na verdade isso é um fato quando você fala “ Pietra”, parece querer algo. Errei? – Eu o olhei com um olhar desafiador.

– Aonde está Susan? – Enquanto ele me perguntava, nós fomos caminhando pelo corredor que dava acesso ao meu quarto.

– Ela está no barzinho aqui perto. – Eu o respondi.

– Em um encontro de novo? E porque você voltou cedo? Não estava com ela?- Ele realmente hoje estava perguntando tudo e mais um pouco.

– Sim. Voltei cedo porque estava fazendo companhia a o menino, a Malu ia chegar tarde então... – Eu tinha que inventar essas desculpas, por sorte o Yan não me perguntou mais nada e assim que chegamos no quarto eu o olhei. Agora que tinha reparado, ele estava com uma blusa de manga linda, seus cabelos caíam sobre a sua testa, era um castanho claro. De fato o Yan era lindo de deixar qualquer menina o desejando. Porém não o meu. O Yan era muito meninão, moleque, gostava de fazer piadas. Na verdade crescemos juntos, então ele era um irmão mais velho pra mim.

– Vamos para uma festa? É aqui perto. – Ele parecia animado.

–Uma hora dessa? Eu estou cansada...

– Ah vamos! Vai ser divertido. – Acho que por um momento ele percebeu que as coisas não foram bem e queria arranjar um jeito de aumentar meu astral.

– Tá tudo bem, eu só estou cansada e amanhã tenho uma atividade pra entregar. Se divirta por mim – Dei um sorriso, tinha certeza que o tinha convencido. Fui tirando aquele amontoado de casaco enquanto pendurava e ia retirando meus sapatos.

– Certo, qualquer coisa me liga que venho te buscar.

– Obrigada Yan. – Eu sorri enquanto ele saía e fechava a porta do quarto. De verdade ele era bem atencioso comigo. Era uma das qualidades em que eu mais gostava no Yan, sempre foi prestativo e me tratava como uma irmã mais nova, claro que brigava menos comigo, em comparação a Susan.

Eu estava cansada de verdade, não era o meu físico, mas era minha mente. Hoje todos aqueles sentimentos de rejeição tinham chegado no limite, senti uma grossa lágrima escorrer pelo meu rosto enquanto caminhava para o banheiro trocar de roupa. Era assim, as lágrimas escorrendo e eu apenas andando no automático e fazendo tudo que era necessário para ir logo para a cama. Assim que deitei as lágrimas transbordaram. Eu sabia que era necessário colocar aquilo pra fora, eu tinha me segurado há tanto tempo que não era pelo simples fato do comentário do Brian, eram os outros maldosos e bem piores que já ouvi:

– Ela é horrível, como pode me apresentar alguém como ela?

– Cara, não tinha nenhuma menina gostosinha não? Porque essa...

– Eu vou beber muito, talvez fique com ela!

Aquilo de fato era o meu limite, eu sabia que todos aqueles caras eram um babacas, mas eu não podia fugir da realidade. A realidade é que os homens procuram mulheres bonitas, interessantes e gostosas. Ultimamente do jeito que as mulheres andam, quem vai querer uma feia como eu? As meninas mais lindas se oferecem, se entregam de graça e um homem ao se deparar com isso, por mais que ele não goste, ele acaba ficando e você nunca é notada. Meu celular vibrou novamente cortando qualquer linha de raciocínio que eu tinha criado. Assim que peguei, o visor clareou toda a escuridão.

Gostei realmente de te conhecer hoje, espero te ver por aí nos corredores, rsrs :D - Yan

– HÃN? – Como assim? Será que era...? Não podia ser. Eu cliquei na foto para ter certeza e de fato era o James. Pelo horário o encontro ainda estava acontecendo, mas porque me mandando mensagem enquanto a Malu poderia estar lá? Eu acho que ele poderia ter notado algo e só queria ser gentil comigo, essa era o único plausível na minha mente neste momento. Por mais que tinha aquela ponta de esperança, a minha razão sempre foi forte, afinal ela tinha me preparado de muitas coisas e graças a ela eu agüentei firme durante todo esse tempo.

Também. A gente se vê por aí :D - Pietra

Não tinha pensado em outra resposta, de verdade queria ser curta, objetiva e não puxar mais papo, afinal estava na defensiva, não queria me iludir por besteiras como sempre fiz no passado.

O Brian e a Susan me ignoraram de novo, rsrs. - Yan

Ele me respondeu em pouco tempo, na verdade tinha puxado um novo assunto, apenas fui respondendo agora em automático.

Conversa com a Malu que passa o tempo mais rápido ;) - Pietra

Ela foi no banheiro, rsrs - Yan

Eu não pensei em mais nada, apenas coloquei uma carinha com um sorriso, talvez essa fosse nossa última frase e surpreendentemente não foi.

Então... o encontro duplo era Susan e Malu o tempo todo? Você estava só de passagem? - Yan

COMO ASSIM? O que James queria que eu falasse? Ah não, fui eu, o problema é que você não gostou de mim aí levei uma amiga linda pra compensar porque você parece ser realmente legal. Ahh, que merda. Estava com raiva dele, porém não tinha direito de estar.

Sim. – Dei uma resposta curta, não queria prolongar muito a conversa.

Já chegou no campus? – Ele tentava prolongar a conversa.

Uhum

Que bom. Está indo pra festa aí perto? – Ele novamente puxava assunto.

Estou sim, me chamaram pra ir. – Claro que era uma mentira.

Na verdade estava começando a ficar com sono, aos poucos ia deixando meu celular de lado e comecei a dar breves cochilos. Em uma dessas pausas, meu celular começou a tocar, atendi sem nem ver quem era.

– Amiga

– Oi Susan.

– Você não vai acreditar! – Ela me falou bem animada.

– O que? Você e o Brian ficaram?

– Claro, também, mas não é isso apenas.

– A Malu quase não conversou com o James, ele estava no celular conversando com alguém e agora acabou de sair daqui dizendo que tinha um compromisso.

– Jura? Ele deve ter alguma namorada ou algo do tipo. – Eu desconversei.

– O que aconteceu quando ele foi lá fora falar com você? – Ela parecia de verdade curiosa.

– Nada demais, apenas pediu meu telefone. – Falei normal.

–AAAAA SÉRIO? – Ela parecia mais animada do que eu.

– Sim

– Então...ele mandou mensagem pra você?

– Sim

– EU SABIA PIETRA, EU TE AVISEI – Ela gritava mais do que tudo, de verdade quase senti que ficaria surda para sempre.

– Calma, eu não preciso ser a única com quem ele falava.

– Assim que chegar no campus me conte tudo em detalhes viu? Melhor do que isso, me mostre a conversa

– Certo – Eu suspirei enquanto a Susan desligava um pouco mais animada.

Eu olhei para o celular e ainda tinha uma mensagem para ser lida. Eu olhei e era do James.

Estou aqui, cadê você?

OMG COMO ASSIM? De verdade aquele menino era doido, só pode.

Como assim? – Era a única coisa que veio na minha cabeça, ainda estava sem entender.

Estou aqui na festa do campus, onde você está? - James

O QUE VOU FAZER? Dei um pulo da cama, não pensei em mais nada a não ser colocar de novo a roupa que estava vestindo, rapidamente fui calçando o sapato e fui caminhando quase correndo pelo meio do corredor indo em direção ao prédio da fraternidade. Eu comecei a ligar para o Yan.

– Atende, atende.

– Fala Pietra.

– Preciso de uma ajuda sua.

– O que aconteceu? Não tava dormindo?

– Depois explico. Preciso entrar na festa sem ser pela porta da frente.

– Você não é penetra, não precisa disso. - Ouvi uma breve risada. Claro que estava difícil entender um pouco, pois o barulho era grande.

– ME AJUDA ok? É um favor que te peço.

– Onde você está?

– Estou chegando aqui perto –Falei um pouco ofegante.

– Então, tem uma árvore atrás do campus que dá pra você subir e um galho dá acesso ao quarto, estou aqui esperando.

– Obrigada, obrigada.

Eu olhei para a árvore era realmente grande, não poderia ter outra idéia melhor, afinal eu tinha mentido. Tem coisa pior do que você conhecer alguém e ela já ir mentindo pra você? Não queria que ele tivesse essa idéia errada de mim. Na verdade não costumava a mentir, mas dessa vez aquilo tinha machucado novamente meu ego. Eu escalei a árvore e olhei para a janela. Yan estava lá com um copo na mão e sorrindo enquanto me olhava desesperada tentando chegar perto da janela.

– Vai ficar aí rindo ou vai me ajudar? – Falei um pouco irritada.

– Ainda não entendi porque quer entrar na festa pela janela.

– É uma longa história – Eu afirmei.

– Tenho a noite toda pra ouvir. – Ele colocou a mão no queixo e apoiou o cotovelo na janela enquanto bebia me olhando.

– Ahhh para, é sério me ajuda, se eu morrer a culpa é sua – Falei exageradamente.

– Tô falando sério. O que te fez mudar de ideia tão rápido e vim ainda mais pela janela?

– Você não desiste não é mesmo? – Eu o olhei enquanto senti meu celular vibrar de novo. Segurei ele em meus dedos e vi que era a mensagem do James novamente.

Recebeu minha mensagem?

Sim, eu estou aqui no andar de cima.

Ok :D

– Então... mentiu para um garoto? – Ele sorriu enquanto me olhava.

– Sim sim, menti e não posso ser mentirosa entendeu? Me ajuda. - Falei um pouco mais desesperada.

– Tá certo, te ajudo.

Aos poucos fui caminhando pelo galho, até que o Yan me ajudou a passar pela janela, mas é claro que eu tinha que me desequilibrar e cair, senti um ardor pelo meu joelho, claro que tinha me cortado.

– Você está bem?

– Sim sim. – Respondi enquanto sentava na cama e olhava para meu joelho para ver a gravidade do problema, de fato tinha sido apenas um corte.

Yan olhou para o meu joelho e enquanto eu analisava o corte ele apenas veio com um remédio na mão, uma gaze. Ele se ajoelhou e passou com cuidado a gaze com o remédio, senti um queimor pelo joelho enquanto ele com cuidado assoprava. Eu apertava levemente o lençol enquanto aguentava o ardor. Aos poucos ele foi colocando a gaze para estancar o sangue, até que parou de sangrar.

– Você será um bom médico – Eu o olhei enquanto ele com cuidado ia fazendo o curativo na minha perna.

– Claro, graças a você que sempre resolve cair e eu tenho que “consertar”. – Ele sorriu enquanto eu dei língua.

– Eu já disse que se você me der língua, eu faço cócegas. – Assim que ele parou de fazer o curativo e estava em pé colocando seus dedos em movimento como se fosse começar realmente a me fazer cócegas.

– Não não não! Prometo que nunca mais dou língua

–Tarde demais Senhorita Swanz.

Ele foi praticamente em cima de mim me fazer cócegas, eu comecei a rir. Sempre éramos assim, então nunca era estranho ver o Yan brincar comigo, afinal ele era meu irmão mais velho. Aos poucos eu fui caindo na cama me encurvando de tanto rir por sentir seus dedos tocando a lateral da minha barriga. Na verdade ele era o único que foi tão longe ao ponto de tocar a lateral da minha barriga, afinal era algo que eu não gostava. Quando paramos eu me dei conta que ele estava com o corpo quase em cima do meu, porém ainda estava deitado de lado, estávamos ofegante por causa da brincadeira. Era estranho perceber que nós dois ficamos um pouco em silencio enquanto procurei quebrar um pouco a tensão.

– Estou bem de verdade. Obrigada – Eu esbocei um sorriso e ele apenas retribuiu colocando uma mão na minha cabeça e bagunçando meus cabelos. E foi quando ouvi uma voz.

– Pietra?

Aquela voz era conhecida. Estava ali James em pé perto da porta e eu com uma expressão como estivesse sido pega se surpresa, apenas tratei de me levantar sentando na cama e em seguida ficando em pé.

– James. - Eu falei enquanto percebi que ele parecia olhar mais para o Yan do que para mim. Será que ele ficou apaixonado pelo Yan ou algo do tipo? Sei lá né? Os homens hoje em dia...

– Esse é o Yan, irmão da Susan. Yan esse é o James. - Eu falei um pouco sem graça.

– Estou atrapalhando? - James sorriu um pouco irônico. Eu sinceramente não esperava essa reação dele. Então eu comecei a rir o que fez os dois ficarem um pouco surpresos pela minha reação.

–Não, o Yan é meu irmão mais velho praticamente. Vamos descer! - O James estava na minha frente descendo as escadas e fui seguindo ele. Na verdade não vi o que o Yan tinha pra dizer, eu apenas fiquei curiosa porque o James tinha vindo para aquela festa.

– Seus amigos te convidaram também? - Eu o perguntei enquanto pegava um copo e colocava cerveja e dava pra ele, em seguida fiz um pra mim também.

– O que? - Ele perguntou alto. De fato o barulho da música estava bem alto, ele apenas segurou no meu punho e me puxou para irmos para fora da casa. Eu o acompanhei sem ter muito o que dizer.

– Seus amigos te convidaram pra esta festa também? - Eu repeti a pergunta.

– Não. Ele é seu namorado?

– Quem? - Eu arregalei meus olhos surpresa e em seguida comecei a rir.

– Acha que um cara daquele namoraria comigo? - Fiz uma cara de desprezo e depois continuei. - Ele é meu melhor amigo, irmão da minha melhor amiga, meu irmão de infância. Nunca namoraríamos. - Eu sorri enquanto dava um gole na bebida.

Era engraçado responder aquilo, de fato eu estava sendo sincera com minhas palavras. O fato era que eu era apaixonada por ele no ensino fundamental, completamente. Na verdade acho que fui bastante iludida, até por grande parte da Susan. O fato era que o Yan me via não da mesma forma que eu, ele sempre era preocupado, atencioso, gentil e engraçado.

– Você é a única que o Yan é ele mesmo sabe disso não é?

– Ele não é a mesma coisa com a namorada!

Susan me falava esses tipos de coisas, acho que por isso começou a alimentar um sentimento que eu tinha por ele. Por exemplo, me machucar e ele cuidar de mim sempre foi algo normal. Teve uma vez em que fui para o hospital por ter um resfriado intenso, achei que fosse morrer, mas ouvi comentário dos pais deles

– Que alívio que está bem Pietra, achei que nosso Yan não ia voltar mais pra casa, só queria ficar no hospital.

Era de verdade algo que qualquer menina se iludiria fácil pelos milhões de comentários que você ouve da sua melhor amiga e dos seus pais. Aquilo foi alimentando o sentimento que tinha de admiração, respeito e carinho por ele. Porém, hoje já não era mais assim, porque? Eu tinha crescido. Sabia nitidamente a diferença de um amor fraternal do que um amor carnal, de fato ele nunca teve interesse por mim, afinal eu era uma irmã para ele.

– Acho que você é incrível, qualquer cara namoraria você - James me falou atrapalhando os meus pensamentos. E foi quando pela primeira vez fiz uma expressão de "mentira" e o empurrei com os ombros enquanto dava mais um gole na bebida.

– Então a Susan e o Brian fugiram e te deixaram só? - Eu quis mudar o assunto, antes que o James falasse alguma mentira e eu fosse acabar interpretando mal, como tantas vezes.

– Na verdade não, eu que quis vim mesmo pra cá.

– Jura? Estava tão ruim assim lá? - Eu o perguntei enquanto fui sentando perto de um balanço na árvore e ele foi fazendo o mesmo.

– Eu queria conversar mais com você. - Ele sorriu enquanto dava um gole na cerveja. O que ele queria dizer com aquilo? Eu definitivamente me iludiria mais por qualquer palavra.

–Eu apenas não te entendo de verdade. - Eu parei de beber e coloquei o copo perto da árvore e comecei a balançar enquanto senti o vento tocando no meu rosto.

– Como assim? - Senti que seu rosto estava inclinado na minha direção enquanto eu me balançava.

– Quer desabafar algo? Eu entendo, as pessoas se sentem confortável comigo. - Fui sincera.

– Quem não está entendendo algo sou eu. - Ele começou a balançar também enquanto aos poucos fui diminuindo a velocidade.

– Digo, as vezes passamos por algo e não temos ninguém pra compartilhar. Talvez você queira contar alguma coisa. - Assim que parei com o balanço eu percebi que ele havia ficado na minha frente no balanço e segurou as duas cordas laterais para mais perto dele, foi quando eu olhei para cima e ele encostou o seu rosto um pouco mais perto na minha direção.

– Não há nenhum jogo Pietra, apenas quis te conhecer melhor.

Eu senti que minha bochecha tinha corado, não sabia se eu o olhava ou se desviava o olhar, o fato era que eu estava envergonhada para dizer alguma coisa. Ele me surpreendeu com a sua resposta, eu de verdade não sabia o que falar. Aos poucos senti que ele foi soltando a corda do balanço e foi o momento em que eu fiquei em pé saindo do balanço.

– Então.. acho que está ficando tarde, amanhã tenho atividade do Sr. Jhonson.

– Eu te acompanho até o campus.

– Não tem problema, vá se divertir com seus amigos, já tomei muito seu tempo. - Falei de uma forma descontraída e esbocei um sorriso.

– Meus amigos não estão aqui.

O que? Será que ele tinha vindo aqui para falar comigo e...? Será? Eu não conseguia acreditar muito nisso, no fundo era apenas minha razão querendo me proteger. Não era que eu fosse ingênua ou algo do tipo. E foi então que caiu a ficha.

– James, eu vou ser bem sincera com você. Eu não sou aquele tipo de garota que fica uma noite entende? Então desculpa, mas o campus estão cheio delas. - Eu esbocei um breve sorriso enquanto caminhava para ir em direção ao meu quarto e foi aí que me surpreendi mais uma vez.

– Eu sei, então por isso que o campus mesmo cheio delas estou aqui te acompanhando para o seu quarto.

AAA O QUE ERA AQUILO? O que ele pretendia? Apenas dormir comigo por uma noite? Será que ele tinha atração ou fetiche? Eu já vi que alguns homens tem atração por meninas com o tipo físico como o meu. Eu sei lá, cada um era louco, mas isso será que...? Namorar comigo definitivamente não era, mas querer passar uma noite era demais. Apenas ele me deixava confusa. Aos poucos percebi que ele estava realmente me acompanhando até o meu campus e quando percebi já estávamos próximo ao meu quarto.

– Obrigada por me acompanhar.

Eu olhei para o James que permanecia em pé me olhando e foi quando aos poucos seu corpo foi se aproximando do meu, eu dava passos para trás, até que a parede evitou que eu parasse de fugir. Ele colocou sua mão fixa na parede em direção ao meu rosto enquanto me olhava. Eu sinceramente não podia acreditar no que ele queria fazer. Aos poucos seu rosto foi se aproximando cada vez mais até que...

*****

– Então mamãe, o que aconteceu depois? - Clarissa tinha me perguntando. Ela tinha 14 anos, era uma pré-adolescente, parecia bastante comigo e estava com problemas na escola devido a baixo auto estima, de verdade queria compartilhar com ela um pouco da minha história, para que ela pudesse perceber o quanto ela poderia ser linda sendo ela mesmo.

– O que vocês estão falando?

– Papai! A mamãe está me contando a história de como vocês se conheceram. Agora estou em dúvida se o papai é o James ou o Yan.

– De onde você tirou esses nomes Pietra? - Ele me olhou sorrindo com certa dúvidas.

– Charles, apenas inventei, assim a história não teria graça.

– Tudo bem. Eu jantei na reunião, apenas vou tomar um banho. Não demorem muito viu?

Eu sorri enquanto percebi que a Clarissa estava sorrindo um pouco empolgada querendo saber o que tinha acontecido.

– Então mãe, qual dos dois é o papai?

– A história já está acabando, então você saberá quem é seu pai assim que eu terminar.

– Voltando...

****

Eu o sentia cada vez mais e mais perto, até que senti alguém me puxar pelo braço e correr comigo, foi tão rápido que não pude enxergar quem era pelo escuro. Eu apenas estava ofegante, nós havíamos corrido tanto que já estava sem fôlego. Aos poucos percebi que estávamos perto da pracinha central da faculdade. Estava pouco iluminado, mas agora dava para perceber o seu rosto pela iluminação. O que ele pensava que era? O que acabou de acontecer?

– Porque fez isso? - Eu o perguntei um pouco curiosa.

– Eu não queria ver até onde isso terminaria.

– O que você está dizendo? - Eu realmente estava confusa.

– Você é uma boba sabia? De todas as coisas que eu demonstro, nunca passou na sua cabeça que eu sou apaixonado por você?

– O QUE? Isso.. é impossível. Pare de brincar Yan, isso não é certo brincar comigo, não acha que ... - Eu permaneci nervosa e sem entender o que estava ouvindo.

– Deixa que eu fale agora. Eu já cheguei no meu limite Pietra. Eu sou apaixonado por você desde sempre, desde o dia em que dormimos na casa de árvore...

Não poderia ser? Desde aquele tempo? Era muito tempo. Eu lembro da casa de árvore, devíamos ter 13 ou 14 anos. Os pais de Susan e Yan tinham no quintal uma casa de árvore que construíram recentemente. Nos finais de semana dormíamos ali, a verdade era que eu tinha medo de trovões e. O fato era que justamente aquela noite foi bem barulhenta e chuvosa, então ele percebeu isso enquanto a Susan já tinha caído no sono profundamente.

– Está tudo bem Pietra?

– Não... Eu tenho medo de trovões. - A cada barulho eu cobria os meus ouvidos e sentia meu corpo tremer.

– Não tenha medo, eu estou aqui para te proteger.

Senti que o Yan tinha se aproximado de mim e me puxado, meu rosto agora estava deitada sobre o seu peitoral magro, enquanto segurava a minha mão entrelaçando nossos dedos.

– Está melhor agora?

Eu senti na verdade meu coração palpitar, não mais pelos trovões, mas pela sensação em que nos encontrávamos naquele momento. Apenas balancei a cabeça e adormecemos assim juntos.

– Isso... não é possível... - Eu respondi o Yan que estava na minha frente.

– Como não Pietra? Eu me apaixonei todos os dias em que ficávamos juntos, em todos os seriados e filmes que assistíamos e comentávamos, ou até mesmo nos shows das nossas bandas prediletas que fomos, em todos os jogos que acompanhamos juntos, em todo momento que fiquei doente e você cuidou de mim e em todos os momentos em que você ficou doente e eu cuidei de você. Eu demorei para perceber que era isso estar apaixonado, mas demorei mais ainda para perceber que isso é amor. E hoje eu sei que é amor Pietra. Sabe porque? Porque não imagino outra mulher comigo, do meu lado a não ser você. Todas as minhas namoradas não me completava do jeito que você fazia comigo. Nenhuma delas foi capaz de ver o meu verdadeiro eu como você. Nenhuma delas viu tantos lados meus, até mesmo lados que nem eu mesmo sabia que existia, mas você foi capaz de enxergar. Te olhar hoje com aquele cara, me fez perceber que se eu não te puxasse e fizesse algo, provavelmente te perderia e isso iria prolongar muito mais a nossa história. Eu tinha que... eu tinha que te falar. Eu não estou pedindo para que me escolha, mas para que você esteja ciente do que eu sinto e...

Surpreendentemente depois de ouvir aquilo tudo, apenas uma reação foi nítida. Eu me aproximei dele com meu rosto cheio de lágrimas e toquei nossos lábios. Imagino que ele tivesse surpreso pela minha reação, mas era a única coisa que podia dizer, era a única forma de confirmar tudo que ele estava dizendo e todo sentimento que estava guardado ali no fundo e que muitas vezes eu tinha reprimido. Aqueles lábios era uma confirmação de que eu estava muito mais do que ciente do que ele tinha me dito. Nós passamos por tantas coisas juntos e desperdiçar algo assim, seria algo em que eu me perguntaria a minha vida como teria sido nós dois juntos. Aos poucos senti nossos lábios se deslizando um pelo outro enquanto nossas bocas foram ficando entreabertas e começaram a ter um beijo mais profundo. Seus dedos foram gentilmente para o meu rosto, senti seus polegares limpando as minha lágrimas, enquanto meus braços ficaram envolta da sua cintura o abraçando para mais perto de mim.

– Eu te amo! - Eu falei tudo resumidamente.

– Eu também te amo - Ele respondeu.

***

– Clarissa? O que houve?

– Mãeeee!! Eu não sabia que o papai era tão romântico. Que lindo! Isso merecia um livro. Eu achava que não existia isso na vida real.

Eu me aproximei dela e sorri, foi quando eu a abracei e limpei as lágrimas do seu rosto e gentilmente dei um beijo na sua testa.

– Clarissa, o que quero dizer com esta história é que não importa como você seja, quem realmente te amar aceitará você do jeito que você é. Não importa sua aparência, sua personalidade, se é rico ou pobre, se é gorda ou magra, se é feia ou bonita. Apenas amará você do jeito que você é.

– Obrigada Mãe! Me sinto melhor agora! E a partir de agora serei forte como você.

– Será mais forte que eu. Boa noite querida.

– Boa noite.

Eu sorri saindo do quarto enquanto ela colocava o edredom se enrolando e foi assim que percebi que Charlie (o Yan da história), estava nos espiando na porta. Assim que fechei a porta do quarto dela eu o encarei no corredor.

– Você contou a ela que depois de 3 meses nos separamos porque o ''James'' ficou atrás de você? - Ele parecia me pirraçar e foi quando eu sorri e o desafiei.

– Ah é? Não contei a parte em que a Georgina te beijou depois de estarmos namorando e foi a 3° guerra mundial.

Ele havia se aproximado do meu rosto me dando um selinho roubado enquanto sentia que seus braços estavam envolta da minha cintura. Eu o olhei, estava admirando que agora éramos adultos, ele estava mais velho, assim como eu também estava. Tínhamos uma filha adolescente agora, mas apesar da nossa história não ter acabado naquela praça, tivemos que enfrentar muitas coisas juntos, mas hoje olhamos para trás e percebemos que tudo valeu a pena. Ele é a única pessoa com quem ainda me imagino passando o resto da minha vida.

THE END.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu estou voltando. Já postei algumas histórias. Mas essa realmente é algo novo e doido que veio da minha cabeça. Espero compartilhar alguns dos meus sentimentos e personagens que sempre aparecem para mim. Agradeço quem ler isso e principalmente quem comentar isso aqui kkkk Obrigada gente, beijos ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cada história escrita por Ela." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.