Survival Challenge escrita por Dama das Estrelas


Capítulo 21
Capítulo 21




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Daphne empurrou o tablet para longe de si, e com um olhar vazio, preferiu o silêncio.

"Não acredite nele, Daph!" Fred exaltou-se. "Isso é apenas um truque para tentar tirar você do jogo!"

"Como tem tanta certeza?" A ruiva questionou-o ainda sem olhar para ele. Sua voz estava fria, e seu rosto aparentava estar pálido.

"Você mal consegue ver os rostos deles, ele pode ter simplesmente alterado a voz num vídeo qualquer!"

"Fred, não há como ele ter alterado aquelas vozes. Aqueles eram meus pais, eu sei disso."

"Então você vai acreditar nele?"

A ruiva levantou de sua cadeira, sem ao menos responder a pergunta.  Ela se afastou dos dois indo para longe, até a porta; levando as mãos ao rosto.

"Pelo visto, alguém aqui tem um coração." O Banqueiro comentou calmamente a Fred.

"Que você quer destruir." Fred em seguida também se levantou, indo atrás de Daphne.

"Não se preocupe, não vou a nenhum lugar." Ela disse ouvindo os passos dele.

"Sinto muito, Daph."

"Meus próprios pais esconderam isso de mim! Como posso ficar bem, sabendo disso?!"

Daphne mostrou seu bracelete para ele, mostrando seus batimentos que já passavam dos 75bpm, e que a cada segundo parecia subir mais. A ruiva silenciou-se.

"Parece que você vai ter que continuar sem mim..." Ela sussurrou, sorrindo.

"Nunca mais diga isso, nós vamos conseguir! Agora acalme-se."

"Quando?..." Daphne disse, virando-se aos poucos.

"O quê?"

"Quando este vídeo foi gravado?" A ruiva virou-se completamente para o Banqueiro.

"Há três anos atrás." Ele respondeu.

"Há três anos... Três anos eu estava ouvindo mentiras sobre ele."

"Devia haver um bom motivo para fazerem isto, Daph!" O loiro disse, puxando-a pelo ombro.

"Bom motivo?! Esconder de mim que meu irmão não estava morto?!"

Daphne já estava com a voz alterada, acelerando ainda mais seus batimentos. Ela parou um poco para respirar, dando conta de que estava discutindo com seu namorando, ao invés de estar ao lado dele. Assim, voltou para sua cadeira.

"Sinto muito. Me desculpe por ter gritado com você, Fred.

"Vamos ganhar este jogo, Daph."

Fred apenas assentiu, um pouco duvidoso, mas mais aliviado por saber que ela não havia desistido de lutar.

"Pelo visto, a senhorita ainda quer continuar jogando! Estou começando a gostar de você, senhorita Blake.

Daphne não respondeu.

"O que foi, não quer mais falar? Vamos! O jogo está ficando mais interessante!" O Banqueiro esfregou as palmas de suas mãos.

"Se vocês estão aqui, é porque concordadram em seguir todas as regras."

"Eu não vou desistir ainda, Banqueiro." Daphne agora parecia estar mais determinada a encarar aquele homem.

"Para demonstrar que estou gostando, serei capaz de esclarecer suas dúvidas." Ele realmente estava animado com os dois, talvez porque nunca havia se empolgado tanto em ver as reações de um jogador. "Ou melhor, vamos fazer um trato: Eu respondo suas perguntas, e vocês respondem as minhas.

"Temos escolha?" Fred perguntou.

"Eu creio que não."

"Quem criou este jogo?" Daphne então abriu sua boca para falar, sem alterações em sua voz.

"Você deve saber, seu irmão Michael."

"Com que objetivo?" Ela continuou.

"Uma boa pergunta. A mente dele é praticamente um mistério. Primeiramente ele criou este jogo no intuito de ser uma experiência..."

"Que tipo de experiência?" A ruiva perguntou demonstrando mais interesse.

"Até que limite as emoções humanas os levam."

"À morte, não é?" Fred arqueou sua sobrancelha.

"Pode ser. Mas tem um significado mais profundo nisto."

"E qual seria?" Ela perguntou.

"Talvez você mesma encontre esta resposta, senhorita Blake."

"O que nós ganhamos, se sobrevivermos a este jogo?" Fred cruzou seus braços.

"Achei que nunca iam me perguntar. Existem 2 prêmios a escolher quando se completa este jogo:" O Banqueiro  O primeiro, você se torna um milionário, sem mais; O segundo, e o mais interessante, é a possibilidade de matar quem você quiser, sem exceções.

"Que tipo de jogo é esse? Matar quem eu quiser?" Fred disse aquelas palavras num forte tom de indignação.

"Foi o que eu disse." O Banqueiro respondeu como se nada ruim estivesse contido naquelas palavras.

"Não pode fazer isso com as pessoas, vocês não tem o direito de tirar a vida de quem vocês querem!"

"Nós só atendemos o pedido de nossos vencedores. E o quem você acha que o mais culpado? O que dá a arma, ou o que atira?"

"E quantas pessoas ganharam este jogo?" Daphne questionou.

"Não posso lhe informar."

"Mas você disse que responderia todas as nossas perguntas."

"Presunçosa como sempre, não é, senhorita Blake."

"E então, vai nos responder?"

"Posso dizer que o número de ganhadores é mais impressionante quanto imagina."

"E qual foi o número de ganhadores?"

"Três."

"Três?..." Daphne falou, mostrando estar chocada.

"A ganância levou os perdedores à morte. O desejo de matar alguém, ou tornar-se milionário os destruiu. Os três vencedores que conseguiram chegar até a etapa final demonstraram estar dispostos a ganhar sem temer as consequências."

"Ou enganaram a morte."

"Ou enganaram a morte. É verdade." O homem grisalho retrucou.

"Mas, eu não entendo..." Daphne levou sua mão deireita ao queixo. "Por mais que esse jogo possa ser arriscado, eu não vejo como é possível morrer deste jeito." Ela olhou para Fred, que assentiu para ela continuar. "É como se você quisesse que nós ganhássemos... Não faz sentido."

"Prossiga, senhorita Blake."

"Você me mostrou aquele vídeo com a gravação de meus pais. Aquilo me afetou, é claro, mas você não insistiu. Eu realmente esperava que você fizesse algo a mais."

"Me diga, senhorita Blake, essas cicatrizes doem em você?

"Você não respondeu minha pergunta."

"Eu já respondi perguntas suficientes, agora responda-me: Essas cicatrizes doem?"

"Só as cicatrizes psicológicas. Essas sim, doem."

"E você, Fred Jones? Essas cicatrizes doem?"

"Só doem quando eu respiro."

"Deve ter sido difícil para você ter sido atingido por aqueles tiros e ainda defender sua amada. Carlos deveria estar de bom humor, como não o matou rapidamente."

"Você diz como se o conhecesse."

"Isabella deve ter amolecido seu coração, meninos tolos..." O Banqueiro tirou seu óculos, em seguida retirou uma flanela de seu terno e os limpou. "Na verdade eles eram meus sobrinhos." E terminou a frase neutro.

"Seus sobrinhos?" Daphne arqueou suas sobrancelhas. "E não ficou triste pela morte de Isabella?"

"Eles dois escolheram seus caminhos e, bem, tiveram as consequências."

"Você não se importa com a vida dos outros!" Num impuslso, Fred bateu na mesa."

"Você não tem o direito de dizer isso, senhor Jones. Não foi o senhor que matou aqueles homens na ilha, inclusive Isabella?" O Banqueiro continuava sem alterações em sua voz. "Acho que você até gostou. Pura adrenalina, a emoção tomando conta e os nervos a flor da pele... Um verdadeiro assassino."

Aquelas palavras atingiram Fred. Sua paciência com o Banqueiro havia se esgotado. Foi então que ele explodiu.

"Cale a boca!" Ele se levantou batendo na mesa logo depois. "Que droga! Você não entende como dói tirar a vida de alguém!" Ele continuava a berrar, dessa vez apontando seu dedo para o homem grisalho. "Isso porque você e Michael são assassinos!"

"Fred!" A ruiva disse de olhos fechados, segurando-se para conter a emoção.

"Não, Daph...! Já chega desse maldito jogo! Eu deveria acabar com-" Fred não conseguiu terminar de falar, entrando em colapso e caindo no chão.


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