Nunca gostei de ser o centro das atenções, fazia de tudo para não chama-la também. Era horrível passar por essa situação e acredite em mim, já passei por isso e coisa bem pior.

Meu nome é Nico, Nico di Angelo e eu estou no primeiro ano do colegial. Passo o tártaro no que se chama a escola, mas faço de tudo para ignorar e eu sou bom nisso, muito bom.

A cada dia que se passa ninguém nota minha presença, apenas o que se preocupam comigo como Hazel Levesque, minha meia irmã e Bianca. Bem, Bianca não é minha meia irmã só para deixar claro.

Tinham também o namorado de Hazel, Frank Zhang. Um garoto que se parece um urso panda mega inofensivo. Ele até tenta puxa papo comigo para... Bem, eu não sei porque ele faz isso, mas acho legal da parte dele. Tinham outros amigos meus que falavam comigo quase nunca, Piper, Leo, Jason. O trio de prata. Annabeth, Grover e Percy. Perceu Jackson, o namorado de Annabeth e o garoto mais problemático da escola por ter déficit de atenção, ou seja, todos os problemas se voltam para ele como magica.

É engraçado como isso acontece e mesmo que ninguém note isso o.k alguns notam, mas sentem pena por ele ser assim, já eu não sinto pena por simplesmente eu também ter déficit, mas a minha não é como a dele. É engraçado as vezes como eu falo mais dele do que qualquer pessoa.... Em uma segunda feira todos tem aquela vontade de faltar a escola, para mim tanto faz um lugar ou outro, não do a mínima.

Como de costume eu sempre sou o único a acordar cedo em casa, minhas coisas mesmo estando jogadas pelo quarto, ainda assim parece organizado, bom pelo menos pra mim parece. Terminei de me arrumar e peguei meu material e coloquei de qualquer forma. Lado bom de ter um quarto só seu, ninguém viola sua privacidade, nem que exploda uma bomba nuclear. Sai do quarto em direção a sala, não estava com vontade de comer.... Depois do sonho que eu tive, corria o risco de botar tudo pra fora, literalmente...

Todos os canais logo cedo passava noticias do tempo ou transito em avenidas, tinha canais que passavam assuntos como religião... Me irrita as vezes isso. Até que um chamou minha atenção foi quando o pastor falou que cada homossexual deve queimar no inferno, que ele devem se olhado como aberrações ou seres errados do divino. Para falar a verdade isso irrita qualquer um, até quem é hétero e não tem problemas em relação a isso.

Nos últimos dias só de acordar e ver esse tipo de coisa eu me irrito mais do que de costume, talvez porque todos tem o seu meio de felicidade e que isso só as atrapalham, mas cara como eu estou enganado, muito enganado. Só de lembra do sonho da qual eu tive e todas as outras sensações e sentimentos, poderia se falar que até eu me escondo e guardo tudo para mim. Não sei quantas horas se passaram, mas quando notei, Bianca já estava arrumada e tomava café da manha com Hazel, quando ambas terminaram Bianca jogou minha mochila e saímos de casa.

No meio do caminho encontramos Piper e Jason, que ao invés de irem pegar o ônibus e ir com os outros preferiram andar para passar um tempo sossegado juntos.

– Mas então, vocês ficaram sabendo de mais uma do Percy? - Piper falou iniciando outro assunto e chamando minha atenção.

– Deuses o que ele aprontou agora? - Bianca deu uma risada, mesmo ela disfarçando, pode-se disser que ela também como muitas tem uma queda por ele.

– Lembra das discussões que eles tinham durante o intervalo? Ou quando tinham aqueles climas estranhos?

– As meninas balançaram a cabeça em concordância. - Pois é tudo isso acabou....

– Eles já se acertaram? - Hazel falou preocupada.

– Não, eles terminaram, alias Percy terminou com ela. - Jason se intrometeu na conversa delas pela primeira vez e meus olhos se arregalaram que em logo seguida um pensamento feliz invadiu minha cabeça. "Eles terminaram!"

Minhas irmãs pareceram ter a mesma reação porque logo começaram a sussurrar entre elas e Piper vários motivos para Percy ter feito isso. O mais falado foi "ele está afim de outra garota"

Se ele terminou, com toda certeza os dois voltariam, era apenas aquela fase que todo casal tem, algo passageiro.

Chegando a escola que estava vazia exceto por uma coisa, algumas garotas cercavam Perceu. Bianca logo se animou e andou até onde ele estava. Rolei os olhos e comecei a entrar na escola, aquilo era uma perda de tempo.

– Espera ai Di Angelo! - Me virei em direção a pessoa e era Jason. - Eu vi como você reagiu quando eu falei daquele assunto.

Uma das coisas da qual eu era bom é que eu consegui ler como eram as pessoas, mesmo que só um pouco, porque assim eu saberia lidar com elas. Mas com Jason não, ele era difícil de decifrar.

– Qual assunto? Sobre Percy? - Ele respondeu em concordância. - Não sei sobre o que você está falando.

– Você deveria se abrir mais com os outros, ninguém vai repudia-lo ou ignora-lo. - Masoq?

– Cale a boca seu idiota! - Empurrei ele para um canto onde ninguém pode-se ouvir. - Você é louco? Pensa que eu sou o que?

– Penso que você é uma pessoa que precisa de ajuda! Você se esconde na escuridão para que ninguém o note e isso é ruim, Nico.

– Do que você está falando?

– Eu to falando que você tem amigos Di Angelo, mas prefere ficar as sombras! Você nem sabe reconhecer a si próprio.

– Eu me conheço muito bem, Grace!

– Ah é mesmo? Tem certeza? - Ele estreitou os olhos fazendo um olhar ameaçador. Engoli em seco, o que ele quis disser com isso?

– T-tenho certeza!

– Ah é? Não é o que se aparenta. Mas saiba que se precisar, estarei aqui para ajuda-lo. - E então ele saiu dali, desaparecendo entre aquele monte de alunos e me deixando confuso em pensamentos.

Ao fim das três aulas o sinal do intervalo tinha tocado, o pátio não parecia tão vazio e logo tentei achar um lugar que não houvesse muita gente. Achei um lugar da qual ficava quase perto da área aberta, me sentei e meu lanche passageiro era uma barrinha de cereais, como eu odeio cereais. Mas fazer o que, hoje eu não tinha dinheiro para comprar um McLanche então foi a pior decisão de quinze minutos da minha vida.

Deméter me paga por ter colocado as compras dela lá em casa. Nem chocolate tinha esse troço... Ia ser menos ruim.

Uma figura andou em direção a onde eu estava e logo pude notar quem era. Com o olhar de surpresa e confusão.

– Posso me sentar com você? É que eu não to afim de estar rodeado de meninas.

– Claro.. - Desviei o olhar para um outro canto, enquanto ele se sentava ao meu lado.

– Eu acho que nunca nós falamos direito. Nico não é? - Concordei. - Desculpa vir falar com você só para me esconder das outras.

– Não tudo bem, deve ser difícil ter todas na sua cola. - Dou de ombros, mas com as mãos tremendo de nervosismo. - Mas acho que mesmo vindo até aqui manter sua privacidade, sabe que não vai durar muito, não é?

– É eu sei... - Ele suspira.

– Mas então... Sobre você e Annabeth, o povo da escola tá comentando...

– Você também? - Ele pareceu me fitar com raiva ou desgosto.

– Desculpe e-eu não tive a intenção... - Levantei-me da cadeira e comecei a me afastar dali, mas algo segurou meu pulso.

– D-desculpe, eu não tive...

– Intenção? Percy você está nervoso, é normal isso. O minimo que você deveria fazer é não ficar nervoso assim na frente de outras pessoas. Elas não iram ter a mesma atitude que a minha. - Então soltei a mão dele do meu pulso e sai dali o mais rápido que pude.

A única coisa que eu espero dele é que ele não volte a me procurar para pedir desculpas novamente ou tentar se esconder dos outros ao meu lado. Isso seria meio que irritante e chato, quando alguém conversa com ele é por interesse e dessa vez não foi diferente, Percy queria se esconder e estava me usando para isso. Olhei para meu pulso, toquei ele e senti uma formigamento e um calor no lugar do aperto, mas o que eu não poderia esperar era o sorriso que surgira em meu rosto.

Não podia-se esperar dele muita coisa, logo ele estava lá, ao lado de seus amigos e rindo ao lado deles. Mas tinha algo diferente, o olhar dele parecia distante e quando não era, se direcionava a mim. Parecia estranho, eu deveria agir de maneira indiferente, mas quando ele me olhava eu desviava o olhar e meu rosto se aquecia. Era irritante e estranho, eu não estava entendendo nada.

{...}

Mesmo depois de duas semanas, os risos vindo daquele rosto o cheiro de maresia dele quando andava em minha direção era maravilhoso e tranquilizante, mas quando ele vinha falar de algo não era para se esconder, e sim para tentar se aproximar de alguém, ter um pessoa em quem jogar a ancora e se fixar.

– Ultimamente eu vejo alguns antigos amigos meus me chamarem para ir para uma de suas festas. - Ele estava sentado, apoiado a parede.

Já era fim do ano e esse era o ultimo dia de aula, quando tinha dado a hora de ir embora eu apenas fiquei ali fora encostado a parede ao lado do portão, quando Percy me viu ali se despediu de seus amigos e veio ficar ao me lado, agora a pergunta que não cala: Por quê?

– E você não vai?

– Não tenho vontade... Eu não me sinto mais tão confortável como antes. É estranho. - Do mesmo jeito que eu sinto.

– Mas se você não quer ir com eles, por que ficar comigo? O único que pode te deixar tipo sei-la, mais sozinho e sem companhia. - Dei de ombros, alias aquilo era bem a verdade, se ele passa-se mais um dia comigo era bem provável que ninguém queira Percy ao lado.

– Você é... Diferente. - Ele falou com cautela.

– Diferente legal ou diferente horrível? - Arqueei a sobrancelha.

– Um diferente muito legal Nico, isso eu posso garantir. - Ele riu, deuses como o som da risada dele é perfeito.

– Eu... Mesmo assim. Eu já vou, Bianca deve estar me esperando. - Comecei a me afastar, mas algo segurou meu braço.

– Espera... Eu posso te acompanhar sabe... Eu não quero ir para casa agora, minha mãe anda meio que preocupada comigo.

– Então não a deixe mais preocupada Jackson. Você tem sorte de ter a sua mãe ao lado. - Virei-me e comecei a andar pelas ruas, mas Percy continuou a me acompanhar.

Andávamos sem presa, o céu ia perdendo o seu tom alaranjado dando inicio a noite. Minha casa não era tão longe e eu não gostava nada de ter Perceu ao meu lado, isso estava me deixando nervoso e eu não sabia o que falar pelo resto do caminho. Logo quando acabam as aulas eu não tenho assunto para falar com ele, alias eu nunca tive.

– Desculpe, eu não sabia que você... - Ele inicio a conversa, me dando um leve susto.

– Não tudo bem, faz um tempinho mesmo, não precisa se desculpar. - Dei de ombros, era verdade, mas a dor de ter perdido uma das pessoas mais importantes da minha vida era horrível e isso rasgava meu coração.

– Não faça essa cara escondendo a verdadeira dor Nico. Olha... - Ele segurou meus ombros, virando-me e fazendo com que eu olhasse para ele. O.k isso está me deixando bem nervoso.... - Não quero que você conte isso para ninguém, mas Jason me falou que você não é de ter companhia e me aconselhou a... Bem, a não...

– O que Jason lhe falou Jackson? - Arqueei a sobrancelha.

– A não me afastar de você como os outros fazem. - Ele suspirou.

– Hein? Não entendi...

– Deuses! E eu pensando que era lerdo. - Deu uma risada.

– E você é. - O corrigi.

– Tá, que seja, mas ele me disse que você era... Bem... Diferente. - Pronto, isso foi o que deixou meu coração apertado e que meu rosto começasse a queima, e eu não sei nem o motivo disso! Por que eu estou com borboletas na maldita barriga.

– Diferente como?

– Eu não sei, eu não tinha entendido o que ele quis dizer. - Quase cai para trás num capote. E ele ainda diz que eu sou lerdo né? Pera... Será que até eu entendi uma coisa que o Jason poderia ter descoberto antes de mim? Não isso não está acontecendo...

– Você é uma piada Jackson. - Me soltei de continuei a andar, demorou um pouco para que ele acompanhasse também.

Quando depois de cinco minutos chegamos em frente a minha casa, eu não fiquei "em frente" e sim do outro lado da rua.

– Bem acho que é agora que você pode ir embora Jackson.

– Nossa tá me expulsando é?

– Não posso te expulsar de um lugar que não é meu. - Dei de ombros. - Se me der licença...

– Espera!

– O que é agora? - Suspirei.

– Você não se despediu direito de mim. E alias estamos de férias, não iremos nem nos ver direito. - Ele fez biquinho e eu ri.

– Até mais cabeça de alga. - Levantei a mão para fazer um toque secreto que ele tinha inventado, mas ao invés disso ele me puxou pelo braço e me envolveu nos braços de urso dele. Um abraço. Um cheiro d' mar.

– Até mais Di Angelo. - Ele nos afastou, mas eu sabia que estava vermelho e bobo. - A gente se..

Eu não fiz por pensar, ou por querer, apenas fiz. Eu puxei ele pelo colarinho do casaco azul e trouxe seu rosto para próximo do meu. O ato foi tão rápido e tão lento que eu nem pude notar que com a outra mão eu segurava o pescoço dele.

Eu beijei Percy Jackson, o garoto mais desastrado da escola e o único cara que tinha tentado se aproximar de mim sem ser por algum interesse além de tentar conseguir ficar com a minha irmã ou por interesse de ser legal comigo por causa de tal.

Eu esperava alguma coisa como um empurrão seguido de xingamentos, mas não, o que me surpreendeu foi que ele colocou suas mãos em minha cintura e me trouxe para perto de seu corpo. O lábios foram se moldando mais e sua língua pedia passagem e eu a concedi, nossas línguas duelavam e quando faltou o maldito ar tivéssemos busca-lo. De testa apoiadas, notei que algo molhado estava ao lado de minha boca, um filete de saliva. Droga!

Percy a limpou e segurou meu rosto, olhando-me com aquele olhos verdes.

– Acho que sei o que Jason queria disser quando falou que você era diferente. - Ele murmurou.

– E você não vai me xingar? Me ofender e lançar maldições? É bem esperado para uma pessoa com a minha orientação sexual. - Falei no mesmo tom que ele.

– Eu não vou falar nada porque eu sinto algo por você Nico. Não pense besteria. - Ele falou bravo.

– Sem ofensas?

– Sem ofensas, Di Angelo. - E voltou a me beijar, mas dessa vez com mais vontade.