O Coração Quer O Que Ele Quer escrita por MissAnnie


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês. Será que tem apego dos nossos nenéns protagonistas já? Vamos descobrir! Beijos



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Após a apresentação de Sol, não restavam dúvidas de que ela seria escolhida, e assim foi feito. Nando subiu no palco e anunciou a nova vocalista, fazendo com que todos fizessem um alvoroço e pedissem para que tocassem mais uma música. Pude notar a felicidade do ambiente, todos riam e se divertiam, Sol e a banda seguiam num ritmo perfeito, estavam numa bela harmonia. Depois de terminarem a música, o pessoal foi se cumprimentar e falar sobre alguns detalhes de um próximo show e foi então que Pedro veio ao meu encontro.

“Ei, Esquentadinha!” Ele acenava e estava cada vez mais próximo de mim “Gostou da banda? Fala tu, o guitarrista é um gato.” Piscou e deu uma mordida no lábio inferior, me fazendo rir daquela basteira.

“Deixa eu te contar um segredo, chega aqui” Fiz um sinal para que ele se aproximasse, meus lábios estavam próximos ao seu ouvido, percebi que ele havia arrepiado ao sentir minha respiração “Eu prefiro a baterista...” finalizei e vi seu olhar de espanto. Não pude deixar de soltar uma gargalhada que se não estivéssemos num lugar barulhento, todos escutariam “Eu to zoando, moleque! Hahaha sua cara está impagável, deveria ter um espelho por aqui...”

“Ah poxa vida. Eu aqui pensando que íamos fazer um ménage à trois e você me dá uma tijolada dessas na cara. Tsc tsc Esquentadinha...” Ele fingia-se de indignado.

“Oh, perdão!” Fiz uma encenação e ele fingia um choro contido. Mas já estava em minha hora, comecei com a despedida “Pedro, gostei muito da banda sim, ta? A vocalista então, melhor pessoa. Mas preciso ir, segunda tenho uma prova de neuroanatomia e digamos que essa não é lá uma matéria muito fácil” fiz uma cara de sofrimento e ele riu.

“Coitadinha da Esquentadinha” Ele fez bico “Mas bem que podia ficar mais um pouco... Vamos sair para comemorar e pensei que seria uma boa se você fosse junto” Ele parecia sem jeito “Graças a você que hoje temos uma vocalista, então...” ele finalizou fazendo uma carinha angelical, piscando os olhos continuamente.

“Você é manhoso assim sempre ou hoje tirou o dia? Eu queria muito ir, de verdade. Mas o dever me espera” Imitei algum desses super-heróis tirando dele uma risada.

“Entendi, Super-Homem!” Fez uma continência e continuou “Mas antes de ir, me empresta seu celular..” O que ele iria fazer? Entreguei-o e esperei enquanto ele digitava algumas coisas na tela “Prontinho, ta ai o meu número, pra quando a saudade bater e quiser conversar.” Encarei-o enquanto pegava o aparelho de volta “Coloquei Gatão Mestre das Guitarras, pra você saber quem é” disse num tom convencido “E antes que se dê ao trabalho de me dar o seu número, saiba que eu já o tenho...” agora sorria vitorioso.

“Como?” Perguntei-o, mas já era de se esperar, então ele apontou para a Sol. “Ah, claro. Você está se saindo um belo psicopata. Enfim, tchauzinho moleque.” Acenei e já ia saindo, então sinto uma boca em minha bochecha, próxima a minha. Ele depositou um beijo cuidadoso e afastou-se.

“É assim que se despede, Esquentadinha.” Disse e saiu, marchando até onde o resto da banda estava. Acho que eu esqueci como se respira. Foi então que Sol apareceu.

“Ai sim, dona Karina. Conseguiu o que queria.” Ela fazia uma cara de insinuação e antes que eu começasse a me explicar ela continuou “Calma, K hahahaha, vem cá” me puxou para um abraço. “Obrigada, ta? E de nada, também – riu olhando para Pedro – vocês ficam fofos juntos.” Eu corei e ela percebeu “A lá, toda envergonhada, Brasil! Hahahaha Calma, K.”

“Ah, Sol. Não precisa agradecer, você merece. E para de falar isso, não ficamos fofos nada. Ele tá mais pra um psicopata do que o príncipe que eu imaginei” fiz uma careta que a fez rir “Agora preciso ir, Sol. Preciso estudar e...” beleza, todo mundo resolveu me interromper.

“Nada disso, Karina Duarte! Hoje você vai sair com a sua amiga para comemorar! Não aceito não como resposta. Não me faça baixar a barraqueira que há em mim aqui.” Terminou e eu estava com os olhos arregalados, assustada e sem saída. E lá fomos nós para um barzinho próximo à universidade.

********************

Chegamos ao barzinho onde os outros integrantes da banda estavam. Todos conversavam animadamente, devido ao sucesso da busca pela vocalista e também a algumas bebidas que estavam sobre a mesa. O clima do bar era aconchegante, haviam algumas mesas ocupadas por casais e amigos, a iluminação dava um ar de mistério, havia um palco também, um pouco a frente da mesa onde se encontravam o pessoal da banda. Estava encantada observando o ambiente, até que sinto meu bolso tremer, uma mensagem acabara de chegar em meu celular.

Gatão Mestre das Guitarras

Falta você aqui :( (20:38)

Eu

Pois então não falta mais :) (20:39)

Gatão Mestre das Guitarras

Como assim? (20:39)

Eu

Olhe pra trás e verás haha (20:40)

Foi em questão de segundo que Pedro virou-se, sua cara de surpresa logo passou para de felicidade. Vi em seus olhos um brilho incomum, então, eles começaram a se fechar – pois era isso que acontecia toda vez em que ele sorria – e um lindo sorriso brotou de seus lábios. E sem perceber eu já sorria em retribuição. Sol já estava com os outros na mesa e Pedro veio ao meu encontro. Ficamos um tempo nos encarando, até que eu iniciei a conversa.

“Antes que pergunte, eu vim porque minha amiga meio que me obrigou” expliquei-me e vi seu sorriso desaparecer parcialmente.

“Eu sei que você veio pra me ver, quer enganar quem?” como era possível ele ser tão convencido? Ia retrucar então ele pegou em minha mão “Olha, to brincando. Mas falando sério, que tal se a gente sentasse e conversasse um pouco?” agora ele parecia sério. Fiz com que sim com a cabeça e ele me encaminhou até uma cadeira na mesa dos companheiros de banda. Cumprimentei a todos, que fizeram o mesmo, mas que logo voltaram a suas conversas. Pedro, cavalheiramente, puxou uma cadeira para mim – agradeci – e ele sentou-se na que estava ao meu lado.

“Pedro Ramos, prazer.” Uma interrogação brotou em meu semblante “É assim que as pessoas se apresentam, Karina. Nos conhecemos na quarta-feira e até hoje não tivemos algo que fosse digno de uma apresentação. Pensei que fosse importante.” Ele se explicava “Meu nome é Pedro, mas me chamam de Pedrinho, Pedroso ou Gatão, tenho 23 anos. Curso direito não por querer, pois meu sonho é ser um astro do rock, viajar o mundo, levar minha música para as pessoas, essas coisas. Mas meus pais acham que enquanto isso não acontece, eu deveria me preocupar em ter uma segunda opção, e eles estão certos. E acho que é tudo. Agora você.” Precisei de alguns segundos para começar.

“Meu nome é Karina, e não tenho tantos apelidos legais, K é o mais usual, tenho 22 anos. Faço fisioterapia porque eu me apaixonei pela profissão após conhecê-la, mas meu sonho – suspirei – era ser lutadora profissional de muay thai.” Terminei e fiquei me concentrando para não lembrar-me do dia fatídico e a tristeza me invadir. Respirei fundo e o encarei, que estava com um olhar de dúvida “O que foi?”

“Seu tom de voz mudou quando falou do sonho. Não admito que desistam de seus sonhos. Por que desistiu? Muay thai não é pra mim, confesso ser um frouxo, mas você devia ser boa nisso.” Sua voz era calma, parecia buscar alguma explicação sobre a minha “desistência”.

“Eu não desisti por querer. Fui obrigada. Sofri um acidente e tive que desistir.” Meus olhos agora marejavam em lágrimas. Ele nada disse, sua mão foi até o meu rosto, limpando uma lágrima que ousou cair.

“Ei, não precisa ficar assim” ele me confortava e, de um jeito desconhecido, eu me sentia bem “Vamos falar sobre outras coisas...Que tal música?” fiz que sim “Me fala o primeiro cantor ou cantora que vem em sua cabeça agora.”

“John Mayer” disse assim que ele terminou, tirando-lhe um riso.

“Se eu te falar que sabia que você diria isso, você acredita?” ele me encarou, seus olhos pareciam mergulhados nos meus.

“Mas é claro que... não.” Disse, saindo daquele envolvimento que nossos olhos se encontravam.

“Ah que bom! Essa seria uma cantada péssima para o meu currículo” concordei prontamente e rimos.

E por horas ficamos ali conversando, alheios ao que acontecia ao nosso redor. Acredito que ninguém ali tentou nos interromper e eu agradeci-os mentalmente. De um jeito inacreditável nossa conversa fluía, contamos casos das nossas vidas, desde a primeira namorada ou namorado até o dia do trote da faculdade. Seus olhos eram atentos ao que eu dizia e pude notar que eles eram mais lindos do que no primeiro dia em que os vi, tinha um brilho novo neles. A cada minuto, eu ia descobrindo coisas novas e especiais naquele cara que eu conheci sem querer e que hoje mexe comigo de um jeito diferente. Quando percebi já beirava meia noite e eu tive que me despedir. Pedro quis me acompanhar até o carro.

“Então, K. Obrigada pela noite, foi ótima” ele estava escorado na porta do passageiro e eu estava parada de frente para ele.

“Ah, que isso, Pedro. Obrigada você.” Dei um sorriso leve e ele retribuiu “Agora preciso ir, até qualquer dia...” fui me aproximando de seu corpo, nossos lábios estavam próximos e pude sentir o calor de seu hálito, posicionei minhas mãos atrás dele, me apoiando na porta do passageiro. Nossos corpos estavam a centímetros de distância, sua respiração era pesada. Peguei-o olhando para minha boca e isso me fez sorrir. Aproximei-me mais um pouco, então ele foi cerrando os olhos. Depositei em seus lábios, que eram macios e quentes, um selinho e levei minha boca até seu ouvi.

“É assim que se despede, moleque.” Sussurrei e lentamente fui me afastando. Dei a volta no carro, entrei pela porta do condutor. Virei a chave na ignição, acelerei e quando olhei pelo retrovisor, Pedro estava estático na porta de entrada do bar. Dei uma risada e virei a primeira esquina. Liguei o rádio e para minha surpresa, por coincidência tocava John Mayer. Um baita fim de noite, pensei e sorri.


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Notas finais do capítulo

Pronto! Teve apego (apeguinho né, mas tá certo, tem que ir devagar mesmo) do nosso casal e agora oficialmente eles são a Esquentadinha e o Moleque

Eu particularmente amo esse capítulo. Mas quero saber de vocês.. O que vocês acharam da K no final da noite? Ousada né? Assim que eu gosto. Tem que aprender como faz Pedrinho. Nosso menino ficou de queixo caído, aposto! Só posso imaginar aquela carinha dele de neném. Ain

Bom, dois capítulos hoje como prometido. Agora vocês comentem bastante para aquecer e alegrar o coração da mica (eu já faço isso bastante junto com as meninas do WhatsApp mas um pouco mais nunca é demais né? Sem contar que olha essa história.. ela merece) e quem sabe amanhã eu volto com mais uns capítulos delícias. Tem muita coisa pra acontecer ainda, vocês não fazem uma idéia (ou fazem né, quem já acompanhava a fic. Mas reler é sempre bom, eu por exemplo sempre descubro algo novo). A lá, não falei que falo mais que a mulher do caixa?

É isso gente! Até amanhã.

Beijos, Cá :*



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