Para o bem de quem eu amo escrita por Dinossarah


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá =)
Esta é a primeira fanfic que eu escrevo, peço desculpas por qualquer erro ><
Eu tive a ideia após terminar o terceiro livro (O Dragão Renascido) da série A Roda do Tempo. Eu fiquei absolutamente revoltada por neste volume não ter nada entre Nynaeve e Lan (casal que shippo forte). Então eu fui procurar fanfics para tentar acabar com essa abstinência,e, veja só, não encontrei nenhuma fanfic brasileira! Após ler algumas americanas, me inspirei e tive a ideia de escrever esta fanfic.
Escrevi mais pra mim do que pra qualquer outra pessoa, porque eu realmente necessito de NynLan.
Tentei seguir mais ou menos o padrão que Jordan demonstrou até o momento: nada de coisas e declarações extravagantes.
Boa leitura =)



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Era fim de tarde, e o céu poente sobre a cidade de Tear exibia uma imensidão de cores. Azul, vermelho, laranja, rosa, roxo...

Moiraine finalmente havia decidido ir até a estalagem A Estrela, ver como estavam Perrin e sua companheira. Nynaeve estava preocupada pois, segundo Moiraine, ele poderia estar em perigo. A mulher também pensava sobre essa companheira de Perrin. Moiraine dissera que ela se chamava Zarine, porém se recusou a dar mais detalhes.

Luz! Ela nunca dá mais detalhes, aquela mulher.

A cidade estava alvoroçada desde a manhã, e ainda era possível ouvir os gritos ao longe.

“O Dragão! Al’Thor! O Dragão!”

Nynaeve se recusava a aceitar. Mas era impossível negar os fatos. Rand empunhou Callandor, ele era mesmo o Dragão Renascido. Continuava ligando tudo ao fato de Moiraine ter aparecido em Campo de Emond. Se aquela maldita mulher não tivesse aparecido, todos poderíamos estar bem, vivendo como sempre vivemos! Que a queime Moiraine, que a queime! Isso parecia ter acontecido a uma eternidade.

A mulher saiu da Pedra a passos rígidos. Ela puxava novamente sua trança.

Onde está aquele Guardião? Ele nunca sai de perto de Moiraine, mas não o vi hoje. Ela detestava o fato, mas o estava procurando havia um bom tempo. Apenas tentava negar isso para si mesma.

Lá fora, ela avistou o céu. Estava realmente belo. Mas seus olhos não o focaram mais do que alguns segundos. Ela viu Lan, perto das muralhas com alguns Aiel, a uns cinquenta passos de distância, e seus olhos repousaram sobre a ele.

Sempre lhe impressionou o fato daquele homem demonstrar tanta emoção quanto uma pedra. Impressionou e irritou. Seus sentimentos começaram a ficar bagunçados em relação a ele desde o dia em que o encontrou com Moiraine, na floresta, após terem fugido de Shadar Logoth. Quando Nynaeve ficou sabendo que podia tocar o Poder Único.

Desde então, ela não compreendia muito bem tudo aquilo. Uma mistura de amor e raiva brotaram em seu coração no dia em que ela se declarou para ele. Eu me humilhei, e ele me mandou ir embora. Porém ele disse, de certa forma, que a amava. Mas que não poderia ficar ao seu lado, pois a morte era iminente para ele.

E por isso ela tinha certa raiva.

O anel pesado dos reis de Malkier que ele lhe dera, preso em seu cordão, pareceu pesar mais naquele momento.

Talvez Lan tenha sentido que estava sendo observado, e olhou na direção da mulher. Durantes alguns segundos, eles se encararam. Olho no olho. Pareceu levar uma eternidade. Então o Guardião se despediu dos Aiel e, calmamente, andou até Nynaeve.

Ele se aproximou dela, e durante longos minutos eles ficaram em silêncio, apenas se observando. Nynaeve abriu a boca para dizer algo, mas a fechou, sem dizer uma palavra, quando Lan levou a mão ao seu rosto. Ele arrumou uma mecha de seu cabelo castanho atrás da orelha.

— Estou feliz em vê-la novamente, Nynaeve.

O rosto de Nynaeve corou levemente, mas ela se negou a desviar o olhar.

Os dois ficaram mais alguns minutos em completo silêncio. Não era constrangedor. Não, nem um pouco.

— Moiraine ainda não decidiu se vai ou não nos contar para onde ela quer que nós vamos. – disse Nynaeve, por fim. Ela queria quebrar todo aquele silêncio, porém não sabia o que dizer.

— Moiraine Sedai está com muitas coisas a incomodando, no momento. Logo, ela decidirá o que faremos.

— Bem, seja o que for que ela ache certo para nós no momento, eu irei atrás de Liandrin e da Ajah Negra. Moiraine gostando ou não.

Lan agitou-se, incomodado.

— Nynaeve, essas mulheres são perigosas. Se Moiraine Sedai decidir que vocês voltarão para a Torre, ou qualquer outro lugar, você deve ir.

A mulher afastou-se um pouco de Lan, abismada. Então deu-lhe as costas, cruzando os braços.

— Não vou obedecer Moiraine como um cão obedece seu dono, nunca! Luz, ela não pode decidir o que eu vou fazer. Ela não vai decidir o que eu vou fazer. Que me queimem, ela não vai. – disse, com a voz firme, beirando a irritação.

— Você devia ouvir os conselhos dela. Me escute. Não vá atrás da Ajah Negra.

Nynaeve voltou seu rosto para Lan. O Guardião tinha a expressão firme, como uma rocha. A mulher tentou igualar sua expressão à dele.

— Recebemos uma tarefa da Amyrlin. Luz, isso já nem tem importância! A tarefa não está mais em primeiro plano. Elas machucaram Egwene e Elayne, Lan, elas me machucaram.

Lan aproximou-se novamente da mulher. Pôs as mãos sobre seus ombros. Sua expressão não era mais tão dura, Nynaeve percebeu. Havia um lampejo de preocupação em seu rosto. Um lampejo de carinho.

— E é por isso, Nynaeve mashiara, que eu não quero que você vá atrás de Liandrin e das outras. Elas te machucaram, e não quero que te machuquem novamente.

— Desta vez será diferente Lan. – sua voz demonstrava irritação – Desta vez não estarei indefesa. Ah, não, não estarei. Eu farei elas pagarem por tudo o que fizeram, e será em dobro. – seu tom de voz passou de irritado para raivoso - Luz, eu estou com tanta raiva! A raiva é tamanha que consigo tocar a Fonte Verdadeira neste momento!

Lan acariciou seu rosto com a mão direita, e a raiva se esvaiu. O mero toque do Guardião lhe causou arrepios, mesmo contra sua vontade.

— Não conseguirei fazê-la mudar de ideia, não é? Você tem a coragem e a força de um Leão. Sabe que pode pedir, o que precisar, e eu lhe atenderei. Se precisar de ajuda, me chame, e eu irei.

— Você acha que eu não consigo me defender? – perguntou, ríspida. – Olhe aqui, Guardião, eu...

Ele pôs sua mão direita sobre seus lábios. Um movimento leve, mas ela parou de falar imediatamente.

— Não duvido de sua força. Eu apenas gostaria de ir com você, para lhe proteger. Luz! Eu gostaria muito de ir com você, imaginá-la enfrentando aquelas mulheres sozinha é difícil para mim. Vá para a Torre, torne-se uma irmã completa, e então quando conhecer seu poder, faça o que acha certo.

Nynaeve estava pronta para responder. Ela puxou a trança, com raiva, e estava abrindo a boca quando Lan a puxou para perto de si e a abraçou, acomodando o rosto da mulher em seu peito.

E Nynaeve sentiu novamente aqueles arrepios.

O aconchego que o Guardião lhe ofereceu entre seus braços a fez esquecer que um segundo antes estava com raiva do homem. Ela sentiu-se protegida, segura. Queria ficar abraçada a ele durante toda uma eternidade. Durante aquele tempo ela esqueceu que ele, por opção própria, nunca teria nada com ela. Esqueceu que seria Aes Sedai, e que Aes Sedai raramente se casam.

Mas se Nynaeve pudesse escolher alguém para ficar ao lado durante toda a vida, alguém para dividir tudo, seria ele.

Ela nem tinha percebido que o céu já estava escuro, e que as estrelas brilhavam sobre suas cabeças. Os sons externos não chegavam até Nynaeve. Ela só ouvia os corações. O dela, e o de Lan.

Uma voz gritou ao longe: "Nynaeve?! Cadê você?". Com muito esforço, o chamado chegou até ela. Aos poucos ela foi compreendendo. Luz, alguém precisa de mim! O que está acontecendo comigo, por que ainda estou aqui?

Fora Egwene quem chamara. Três vezes, e sem resposta. Quando ela viu Nynaeve e Lan abraçados em meio ao breu, sentiu vergonha. Devia ter atrapalhado alguma coisa. Mas ela também ficou feliz pela mulher. Luz, já estava na hora! Sorrindo, Egwene entrou novamente na Pedra.

O abraço não durara mais de um minuto, mas fora o suficiente. Nynaeve estava levemente corada (contra sua vontade) quando, finalmente, conseguiu se desvencilhar dos braços do Guardião.

— Eu preciso ir.

— Eu entendo. – disse o homem, arrumando a trança da mulher sobre seu ombro.

Ela o olhou por mais alguns segundos. Pensando, ponderando. Então a mulher virou-se e, correndo, voltou para a Pedra.

Lan sorriu ao vê-la ir. Sorrir explicitamente não era um ato muito comum ao Guardião. Mas o homem também sentia tristeza.

Para o bem dela, nunca poderá ser minha. Para o bem dela.


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Notas finais do capítulo

Foi curtinho, eu sei.
Mas e então? Tomara que tenha ficado bom ><
Jordan nunca escreveu muito romance em seus livros, e as pequenas passagens são sempre tão, hum, "puras".
Basicamente não sei se segui a personalidade dos personagens corretamente, e se essa "cena" seria realmente possível. Mas...
Espero que tenha usado as expressões e tenha me lembrado dos fatos corretamente.
Obrigada =)