Os Nicolaus escrita por Gabe Nick


Capítulo 2
Nas mãos dos Nicolau




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Estudos afirmam que o medo é uma reação em cadeia no cérebro que tem início com um estímulo de estresse e termina com a liberação de compostos químicos que causam aumento da freqüência cardíaca, aceleração na respiração e energização dos músculos. Ela não sabia que era possível sentir tudo isso tão literalmente.

Lá estava ela, em seu novo quarto em sua nova escola, dois meses antes tinha recebido a proposta de se mudar para Messina e estudar na Scuola Dante Alighieri na Itália, graças a sua habilidade em danças de salão como Valsa, Samba de salão, Tango entre outras essa oportunidade lhe foi oferecida. Um programa de escola de idiomas com parceria de estúdios de dança ao redor do mundo trazia adolescentes, pré-adolescentes e crianças prodígios da dança do mundo inteiro para aprenderem e estudarem italiano morando na Itália.

Ela nem pensou em recusar pegou suas coisas e se mudou de sua casa em Nova Jersey para uma nova vida na Europa, cheia de emoções, diversão e aprendizado, aquela foi a ultima semana que ela passou com seus pais antes deles voltarem para casa e ela tinha que admitir que estava nervosa. Era estranho deixar sua família e morar em um colégio interno do outro lado do oceano, mas a idéia de aprender coisas novas e estar rodeada de meninos e meninas que gostam da mesma coisa que ela a enchia de alegria, ela não podia perder essa oportunidade.

Já tinha começado seu segundo ano de aula, ela estava vestindo sua camisa branca de botões com sua gravata preta, seu blazer azul escuro e saia um pouco acima do joelho da mesma cor. Sua bolsa de couro preta descansava em seu ombro direito e em seu braço estavam seus livros, ela fechou a porta de seu quarto e acompanhou sua companheira de quarto para a escola. Ela não percebeu o carro preto parado do outro lado da rua, ela não percebeu o homem dentro do carro tirando fotos das meninas com sua câmera, e ela com certeza não viu que ele parou a câmera nela e tirou varias fotos.

O dia tinha passado correndo, no recreio ela ficou do lado de fora, conversando com sua colegas de quarto enquanto comia seu lanche, deveria ter sido um dia comum, mas aquele dia não seria um normal. A aula tinha acabado, e assim também suas atividades extracurriculares, sua colega ofereceu que ela fosse com eles para o parque, ela disse que deixaria suas coisas no quarto e encontraria eles no parque. Todas as crianças se foram, todos os professores e lá estava ela sozinha.

Foi um erro.

Olhando para seu livro enquanto passava pelas ruas do campus ela notou como havia um homem do outro lado da rua, olhando em seu mapa e parecendo muito preocupado, ele falava no telefone em italiano e parecia irritado.

– Eu não sei que bar é esse Lydia – Ele falou - D'angolo la nott, onde é isso?

– Desculpe senhor, eu sei onde é, é só virar a esquina

– Uma menina aqui sabe onde é – Ele falou par ao telefone

– Sim, tudo o que você tem que fazer é

E assim o homem colocou algo em seu rosto. Atrás deles a muitos metros de distancia o único guarda que cuidava das crianças separava uma briguinha entre dois alunos, dando chance ao homem de colocar a garota que desmaiou em seus braços dentro de seu carro e sair, ninguém prestou atenção, e naquele momento ninguém sentiu a sua falta. Quando ela finalmente acordou estava no banco de traz de um carro, ela olhou para o homem que estava dirigindo que olhou para ela através do retrovisor com um olhar severo.

Ela sentia medo, estudos afirmam que o medo é uma reação em cadeia no cérebro que tem início com um estímulo de estresse e termina com a liberação de compostos químicos que causam aumento da freqüência cardíaca, aceleração na respiração e energização dos músculos. Ela não sabia que era possível sentir tudo isso tão literalmente. Ela se sentou e tentou abrir a porta, mas o homem a havia fechado, ela tentou bater no vidro começou a chorar, gritar, mas ninguém estava vindo para salva-la, sua colega acha que ela estava em seu quarto, seus pais acham que ela esta segura no colégio, ninguém vai vir.

O carro para bruscamente e ela se segura no banco da frente para impedir que seu corpo fosse arremessado, o homem desliga o carro e sai, ela pode ouvi-lo conversando com alguém, ela olhou em volta vendo se tinha alguma coisa que ela poderia fazer, mas estava indefesa, sua bolsa com o spray de pimenta Havaí caído no chão quando ela desmaiou, ela não tinha nada e foi esse seu pensamento quando ela deixou que as lagrimas voltassem aos seus olhos. A porta abriu e um homem, a puxou para fora, ela a examinou como se fosse uma mercadoria e entregou para o rapaz que a seqüestrou uma quantia em dinheiro.

O homem que o primeiro havia chamado de Paolo a segurou pelo braço e a puxou para outro carro agora uma furgão branca, ele abriu o porta malas grande e a empurrou La dentro , ela ficou de joelhos enquanto olhava de um lado para o outro, a viagem tinha sido longa, de vez em quanto ele parava e jogava para ela um pouco de comida que ela não comia, as lagrimas não paravam em sua mente uma frase martelava “Eu vou morrer” e nada fazia ela parar de pensar sobre isso, a viagem continuou até que finalmente eles pararam, Paolo deu a volta na furgão e abriu as duas portas puxando ela para fora, e ordenando que ela andasse.

Os dois entraram em um lugar que ela podia dizer que parecia um armazém ou uma fabrica abandonada, mas seus olhos estavam doendo e sua cabeça latejava então ela não podia dizer com certeza. O homem apertava seu braço enquanto os dois entravam no local, passaram por alguns corredores até que ele a jogou no chão em um quarto escuro, ela começou a se arrastar no chão tentando se afastar dele, mas a falta de comida se fez presente e ela estava fraca. Dois homens entraram na sala e forma direto para ela

Era isso ela ia morrer. Ela pensou

Mas não, ambos os homens foram direto para as roupas dela e arrancaram, um deles seu blazer, gravata e blusa e outro sua saia, sapatos e meia, ele também pegou a fita que prendia seu cabelo num rabo de cavalo e a puxou cruelmente de sue cabelo fazendo seus fios caírem em suas costas, imediatamente ela colocou seus braços na frente de seu corpo tentando esconder qualquer coisa dos olhares dos homens, mesmo que não tivesse muito o que esconder, já que ela ainda não tinha idade para ter um corpo que pudesse ser chamado de belo ela ainda sabia que isso era errado.

Deixada apenas com suas roupas de baixo, no chão. Paolo a puxou pelo braço a forçando a ficar de pé, quando a soltou ela começou a ver a marca vermelha formada em seu braço, logo ficaria roxa, seu corpo começou a tremer novamente, ela tentou se cobrir de novo, mas o olhar que Paolo deu para ela a fez perceber que esse não seria o movimento mais sábio. Então ela estava com os braços colocados ao corpo, e os três homens a rodeando com olhares famintos como se ela fosse um pedaço de carne.

Os três se olharam e acenaram com a cabeça, ela achava que esse seria o momento, em que ela se arrependeria de não seguir sua mãe quando ela disse que nunca deveria falar com estranhos, eles tomariam tudo que há nela e depois a matariam, ela não precisaria se preocupar com o que iria acontecer depois, mas não. Paolo jogou para ela o que ela achava que era um vestido feito de um tecido branco bastante transparente, ele ficou ali esperando o próximo passo dela, ela pegou o vestido por cima de seu corpo, mas não fez bem algum já que ela não podia levantar os braços sem que tudo fosse revelado. Paolo e um dos seus colegas saíram do quarto eles fecharam a porta atrás dela e ela ouviu um clique. Estava presa.

Passaram dois dias, dois longos dias até que ela estivesse agora com os olhos olhando para Jean, seus braços presos na frente do corpo com uma corda, ainda vestida com o mesmo vestido que eles haviam dado a ela três dias antes. O rapaz a olhou com surpresa como se não esperasse que ela estivesse ali, ele olhou para um dos homens que a despiram naquele dia que está preso em sua mente.

– Eu vim buscar ela? – Ele apontou para a menina

– Sim – O homem falou como se fosse obvio

Jean olhou para a menina que encarava o chão, ele respirou fundo e deu um passo para frente acenando para que os outros dois saíssem de perto, ambos levantaram as mãos em rendição e se retiraram. Ele tocou as mãos da garota e ela estremeceu se encolhendo um pouco, mas ele foi tão delicado ao segurar as mãos dela e começar a desamarrar a corda que ela rapidamente relaxou, ele não ria machucá-la. O modo como sua testa franzia e seus lábios se mexiam ela acreditava que ele está tão confuso com a sua presença ali quanto ela.

Ele tomou um passo para trás e tirou toda a corda jogando longe deles como se fosse uma cobra, ela acariciou seus pulsos que estavam doloridos, eles se olharam e ficaram assim por alguns segundos, não sabiam o que dizer, Jean olhou ela de cima a baixo para ter certeza que ela era real, mas desconfia que ela desinterpretou o gesto e cobriu a parte de cima de seu corpo com os braços, percebendo que ele deve ter feito ela se sentir desconfortável Jean imediatamente tirou seu casaco e o virou oferecendo o casaco para ela.

Ela olhou para o gesto um tanto desconfiada, mas lentamente soltou seus braços e se virou para colocar eles cada um em uma manga e então se virou fechando o casaco na frente do corpo. Jean acenou com a cabeça e ofereceu que ela andasse na frente dele rumo a um veiculo preto que os esperava do lado de fora do armazém, ela entrou e se sentou no banco olhando para a janela o tempo inteiro, não se atrevia a olhar para ele. O carro começou a se mexer e o silencio começou a ficar difícil de aguentar.

– Meu nome é Jean – Ele pausou – Qual é o seu.

Nenhuma reposta a garota continuou a olhar para a janela, ela estava com os braços abraçando sua barriga e não deu nenhuma menção de que iria mudar de posição. Jean trocou olhares com seu motorista pelo retrovisor e clicou em um botão no teto, uma janela foi fechada entre o motorista e os passageiros e assim eles não conseguiram escutar o que o outro dizia, ele virou ficando de lado no banco e olhou para a garota, eles não disse nada apenas ficou observando.

Ela sabia que ele estava olhando para ela, conseguia sentir os olhares dele nela, mas não queria olhar para ele.

– Eu não sei sobre o que você passou, mas falar vai ajudar

– Vitória – Ela disse e olhou para ele – Meu nome é Vitória.


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