Imperfect escrita por Nathyy Weasley


Capítulo 22
Esconde


Notas iniciais do capítulo

Hey, Hey, Hey, voltei das trevas, perdoem a demora, mas o capítulo ta bem grande pra vocês

Boa Leitura!



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A perna lhe traiu e ela fraquejou, a dor no peito, ela conhecia aquela dor, procurou nas vestes o bilhete, ao encontra-lo leu com mais atenção. Certas letras começaram a brilhar e ela juntou cada uma.

Quando a morte chegar, corra para casa onde tudo começou.

As palavras estavam bem claras, ela segurou nos ombros do primo e o encarou prendendo a respiração

— Clarie... De algum jeito... -ela tentou começar, mas as lágrimas logo invadiram seus olhos - consiga velas

— para que?

— só faça, e rápido -ela ordenou se afastando, ele assentiu.

Rose olhou para o morto, se agachou e puxou a adaga de suas costas, a mesma banhada em sangue, ela limpou o sangue nas roupas do morto, afastou o corpo para o canto. A sala era grande o suficiente, ela cortou a perna, logo abaixo do joelho até a base do calcanhar, nas duas pernas, logo depois cortou um x em cada cotovelo. Cortou a palma da mão e espalhou o próprio sangue pelo chão, formando um círculo extenso. James colocou as velas no chão, velas brancas como leite, e ainda inteiras, ele encarou Rose com horror.

— meu Deus do céu! O que você ta fazendo? -ele atravessou a sala rapidamente e puxou a adaga de sua mão

— me devolve

— pra você tentar se esfaquear? Não mesmo!

— você não manda em mim! Vamos, me deixe fazer isso, ou sua amada namorada morrerá -ela quase gritou e ele arregalou os olhos, Rose engoliu em seco percebendo o que falara

— o que? -ele murmurou quase inaudível, Rose pegou a adaga

— coloque aquelas velas, naqueles pontos, faça isso por ela... -ela pediu afastando o cabelo ruivo para cortar a lateral do pescoço

— e você? Precisa se machucar? -ele fungou e se voltou para as velas, colocando as mesmas em certos pontos no círculo de sangue.

— sim, ou eu morrerei, e as coisas irão piorar

— e por que isso? Por que não tira o sangue dele?

— porque é o meu corpo que ela quer, agora me deixe fazer isso

— vai acontecer alguma coisa com você... Nesse ritual?

— Vai, não serei eu, eu espero que não aconteça errado, se eu tentar me matar, impeça

— o que? Ai você...

— James, só não me deixe morrer -ela encerrou o assunto indo até o centro só círculo, ele engoliu o nó na garganta.

[...]

Ela levou as mãos a boca, os olhos marejados, não acreditava no que via, Alvo apertou sua mão.

— Roxy... -ele sussurrou e ela ofegou começando a chorar

— eu não... Está morta -Roxy falou com a voz abafada, Alvo andou a frente deixando-a para trás.

O corpo fedia, várias das partes já estavam em decomposição, os olhos da morta estavam arregalados, e algo em seu pulso brilhava, Alvo olhou mais atentamente, observou a pulseira que parecia estar colada a pele, havia um pingente, um símbolo.

— ela tem algo no braço, vou tirar -Alvo anunciou se aproximando mais ainda, o medo lhe corrompeu no peito.

Ele ergueu a mão e tocou o objeto, não havia se quer um resto de sangue em cima do objeto, pegou o objeto gelado e respirou fundo, puxou, mas ele realmente parecia estar grudado a pele

— Roxy, precisa me ajudar aqui, não quer sair...

— eu não vou

— Roxy, não precisa ter medo, está morta

— você sabe quem é ela, Al? -ele perguntou com a voz embargada - Rebeca, conheceria seus olhos de longe...

Alvo olhou temeroso para o rosto da morta, os cachos negros ainda podiam ser vistos caindo sobre os olhos, ele comprimiu os lábios, baixou o olhar e puxou o objeto mais uma vez, desejando com todas suas forças que Roxy não desabasse ali, o pingente se partiu, abrindo o objeto ao meio, Alvo cambaleou para trás enquanto a corda que envolvia o pescoço da jovem soltava seu pescoço, e o corpo caia ao chão. Os olhos dos dois cintilaram quando uma luz imensa clareou todo o local.

[...]

Lily agarrou o arco com as duas mãos e olhou maravilhada para o punhal mais a frente, a lâmina era percorrida por uma serpente que fazia a mesma refletir luz para o teto.

— você gosta de facas, não é? - Scorpius passou mais a frente e antes que pudesse pegar o objeto Lily o puxou de volta

— não toque -ela sussurrou cortante, ele a olhou atravessado e passou para o lado

— por quê?

— está vendo aquela serpente? E a luz que está refletindo? - ela perguntou e ele assentiu -ela está rastejando sobre a lâmina, e a luz reflete até uma brecha no teto, é um enigma, ou possivelmente uma armadilha

— como você sabe disso tudo?

— eu passei minhas férias assistindo filmes de ação com o Al

— por isso Alvo fala aquelas coisas enquanto dorme...

— Scorp, veja -ela apontou para cima, onde a fresta no teto escondia algum tipo de cano

— do que você me chamou?

— de idiota, olhe ali -ela revirou os olhos, o cano percorria boa parte do teto.

Ela percebeu que ele levava até o lado de fora da sala, como não havia percebido antes? De certa forma a luz parecia estar o iluminando desde que abrira aquela porta. Sem perceber, seus passos seguiam aquela trilha, era tão extensa que ela imaginou não ter fim. Parou repentinamente, o loiro reclamou mais atrás ao bater com a garota em sua ida sonhadora. Lily ergueu os olhos até uma grande e pesada pedra, enorme pedra, que jazia bem em cima do...

— porão -a ruiva falou temerosa, Scorpius engoliu em seco.

Eles apertaram os olhos quando uma luz grandiosa invadiu o local.

[...]

Rose se ajoelhou, fechando os olhos com força, tentou se recordar de todas os símbolos, para não errar se quer uma palavra, quando abriu a boca para falar, sua voz não teve outro tom há não ser o silêncio. O primo comprimiu uma risada quando ela bufou e tentou falar mais uma vez, aquelas palavras não saiam, como se estivesse muda

— não está dando certo? O que será? -ela amarrou a cara e olhou ao redor, tudo no seu devido lugar, até que ela repousou o olhar no moreno, que até então observava a cena, que se tornara cômica -do que está rindo?

— Rose, você está pingando sangue, agindo como muda, está ficando um pouquinho louca, estou preocupado -sua voz saiu em meio a uma risada abafada

— eu não pareço... Você disse que está preocupado? Mas é claro! -ela exclamou lançando um olhar mortal ao jovem

— o que eu fiz?

— você nasceu, vamos, finja que eu não sou nada, não se importe comigo

— não tem como fazer isso, quer que eu fique cego?

— tem sim, magia negra não pode ter amor envolvido, pirou? Vira de costas e finge que não existo

— pelo amor de Deus, eu não estou amando você nem nada, faça suas macumbinhas ai

— não é macumba, muito menos inha, se está preocupado, está sim, e... Você é meu primo, cresceu comigo, não tem isso de "não estou te amando"

— tem sim

— não tem não

— tem sim, você passou uns, sei lá, vários anos sem falar, então sim, tem sim

— então por que não estou conseguindo? De alguma forma tem amor, não vai rolar, finja que eu sou um lixo aqui

— faça suas magias que vou me recordar de todas as coisas ruins que você já fez

— isso, tente isso -ela sorriu de canto.

Tentou mais uma vez, um som quase inaudível saiu de seus lábios, ela estava quase lá, ergueu o olhar para o primo, mais o mesmo apertava os olhos como se estivessem ardendo, ela sabia que ele não deveria estar ali, mas era a única maneira daquilo dar certo, ele precisava estar ali, o mal não aparecia com amor, e assim, sua troca não seria no tanto má. Ele tentou olhar para ela, mesmo que a visão piorasse, ela jogou a cabeça, ainda falando aquelas palavras nunca ouvidas, parecia estar tendo uma convulsão, ela girava a cabeça de um lado para o outro, o corpo sacudia em reclamação, até que uma luz cegante emanou de seu peito, invadindo toda a sala.

[...]

Roxy avançou para trás do moreno que fungou assim que a luz sumiu, o corpo agora caído no chão não demonstrava mais marcas de decomposição, como se ela houvesse morrido alguns segundos atrás. Roxy soltou outro grito quando a mão da morta se espalmou no chão.

— ta se mexendo! - ela exclamou apavorada, Alvo olhou de relance para o corpo

— a luz machucou seus olhos e... - antes que pudesse terminar a morta realmente usou força na palmas das mãos, como se quisesse se reerguer

— ta mexendo, meu Deus, os mortos voltaram para nos assombrar, está acontecendo, vamos todos morrer

— calma, se mexeu não ta morta - Ele franziu o cenho

— claro que ta morta ta vendo Aquele... Alvo, cadê a corda?

— devia ta, tipo, no pescoço dela

— mas não ta e... -ela travou quando a morta gemeu -eu to sonhando, me belisca por fav... Ai, eu tava brincando, idiota! -a morena rosnou acariciando o braço onde o mesmo beliscara 

— se ta mexendo...

— ela ta querendo levantar, vai devorar nossos cérebros e...

— quantos filmes de zumbi você andou assistindo?

— uns doze...?

— por isso

— nem vem, cê ficou assistindo o Jones, faz os golpes loucos ai

— eu andei assistindo, não aprendendo "golpes loucos"

— ah, calem a boca! - a "morta" esbravejou, Roxy pulou para trás assustada, Alvo arregalou os olhos

— e-ela... Ai Jesus

— tudo bem, tudo bem, ela não pode fazer nada, está morta

— morto vai ser você se não me ajudar a levantar -ela falou, então ergueu os olhos verdes claros encarando os dois.

Roxy prendeu a respiração e empurrou Alvo para o lado, quase correndo em sua frente, antes que pudesse se lançar sobre a amiga, Alvo a enlaçou por trás

— pode não ser ela -ele sussurrou e Roxy assentiu lentamente ofegando

— claro -a morena respondeu, seu tom embargado era claramente escutado

— claro que sou eu, espera, de que eu vocês estão falando?

— prove

— me pergunte qualquer coisa - a voz de Rebeca era cansada

— de quem Rebeca gostava? E por que ela não podia contar pra ninguém?

— o Al está aqui e...

— responda

— James, porque Clarie era louca por ele, e podia machuca-la se contasse -explicou, Alvo a olhou chocado e Roxy se soltou cambaleando

— sério? Agora ta todo mundo pegando meu irmão?

— como assim todo mundo?!

— não fale, você estava morta até alguns minutos

— eu não estava morta, estava... É, eu estava morta

— Isso parece uma grande brincadeira, maldita hora em que Rose mexeu com macumb...

— Rose mexeu com o que? -agora a voz de Rebeca era esganiçada- por isso tudo aconteceu, falei para ele que não tinha volta, mas...

— ele quem? -Roxy lançou um olhar cúmplice para Alvo

— conseguem se lembrar de algum momento em que não estive com vocês nesses últimos seis anos?

— não... Mas como?

— tempo, tudo depende do tempo, e agora sei porque ele me "congelou"

—eu vi você se decompondo e pensei...

— é tudo questão de tempo, Rose não devia ter mexido com isso, ele ainda está vivo?!

— quem é ele?

— Adrian


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Já sabem quem é ele! Agora vão lá no cap 15 que saberão direitinho quem é ele...
Até o próximo :*