Imperfect escrita por Nathyy Weasley


Capítulo 12
Elos


Notas iniciais do capítulo

Hey, Hey, Hey, demorei? Um pouquinho né, mas enfim, eu estou aqui, com um capítulo deliciosamente delicioso.
Boa leitura!!!



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Os olhos sonolentos abriram a porta vagarosamente, enquanto dois furacões entravam a passos pesados, Rolf coçou os olhos sentando na cama

— Luna, precisamos da sua ajuda - Scorpius foi o primeiro a falar, os dois jovens encararam o mais velho, Rolf deu de ombros se levantando e pegando o roupão, para em seguida se enfiar dentro do banheiro.

— o que aconteceu? Estão aqui a essa hora da manhã - ela perguntou, seu tom se tornando o preocupado, típico de mãe

— nos tivemos um pesadelo - James respondeu

— igualzinho - Scorpius completou, Luna franziu o cenho sentando na cama

— por isso estão aqui... Como foi o sonho?

Luna puxou o lençol, dobrando as pernas e cobrindo seu corpo parcialmente enquanto escutava o relato, parecia digerir palavra por palavra como se bebesse um copo delicioso de Milk shake

— é estranho, não é? - James perguntou por fim, Luna mordeu a bochecha por dentro e refletiu

— sabem me dizer o motivo por qual mataram o homem? - Luna argumentou, o tom de voz voraz

— ele ia matar ela, a garota - Scorpius respondeu e James assentiu

— então vocês estão a defendendo, lembram de algum detalhe dela? - Luna franziu a sobrancelha

— não, apenas que ela estava assustada, muito assustada - James respondeu com a voz falha

— algo me diz que eu conheço essa garota frágil - ela se levantou da cama, caminhou até a bolsa e começou a procurar algo, os garotos se entreolharam e ela puxou uma caixinha dali, uma caixa retangular de veludo, se voltou para eles e sorriu, tirando cartas de dentro daquilo, pareciam cartas de baralho

— vai me dizer que você virou vidente... - Scorpius engoliu em seco

— eu não mexo com magia negra - Luna zombou e os dois prenderam a respiração

— como é? - James perguntou em um fio de voz

— eu não sou louca de mexer com isso, Jay, essas coisas são ruins, e sempre tem um preço - ela explicou como se fosse incrivelmente normal

— E o que é isso? - Scorpius se pronunciou olhando fixamente para as cartas

— minhas respostas- ela sorriu virando e os mostrando que haviam palavras, como se fossem parte de um bloquinho de anotações

— anotações? - Scorpius perguntou quase em tom zombeteiro

— sim, e eu tenho isso por aqui - ela afirmou começando a passar as cartas uma por uma, até parar em uma, arregalou os olhos enquanto lia

— o que diz aí? - James perguntou esfregando uma mão na outra nervosamente

— uma missão, um aviso, sonhos que significam uma missão, na maioria das vezes um pedido de ajuda - Luna explicou os encarando

— então eu acho que sei quem está pedindo ajuda - James respondeu encarando Scorpius que assentiu surpreso

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Ela escorregou os pés para fora da cama, os pés descalços tocando o chão gelado, ela havia acordado com o estrondo de uma trovoada, na ponta dos pés se equilibrou até a janela, se escorou e abriu, o vento forte atingiu seu rosto, o cabelo chicoteando em suas costas, inclinou a cabeça para o lado, ele havia dito algo sobre a chuva, "E quando o primeiro raio cortar o céu, no início de um inverno, só habitará um dentro do corpo".

Talvez fosse a sua chance, de libertação, ou, ela perderia o corpo para sempre, e aquilo não a assustava, era compreensível, ela era mais doce que a ruiva, era mais viva, ela merecia uma segunda chance? Se a ruiva entregasse seu centro ela não teria mais volta, Rose precisava continuar por ali? Tinha alguma razão para isso? Ela auto se respondeu, com um não enorme e sonoro em sua mente.

Girou nos calcanhares e andou até a porta, haveria alguém lá embaixo? A maioria estaria dormindo àquela hora, ela andou pelo corredor atenta a qualquer barulho, segurou no corrimão da escada com força e começou a descer cautelosamente, seu corpo inteiro tremeu quando um raio atravessou o céu, cortando aquelas nuvens como uma faca afiada. 

A chuva já havia começado, e parecia que desabaria o teto da casa a qualquer momento, enquanto as gotas se tornavam mais grossas e barulhentas ela descia as escadas calmamente, até que do lado de fora não se podia escutar nada, e dentro da casa o barulho alto invadia cada ouvido, seus passos se apressaram, até que parou no pé da escada, encarando a porta da cozinha para o lado de fora. Pelos fundos tudo estava nublado, escuro, e ela esfregou as mãos na roupa, seus pés a guiando, empurrou a porta a abrindo por completo, respirou fundo e caminhou para fora, a água tocou sua pele como finas agulhas penetrando, gotas geladas, cortantes, gotas vivas.

Ela andou mais a frente e parou, encharcada, a chuva limpando cada pedacinho de seu ser, ela ergueu o rosto e fechou os olhos, atenta a cada sentimento que passava dentro de si, ela não tinha mais motivos realmente para estar ali tinha? Ela poderia ter ido embora antes, há algum tempo, quando ele oferecera a chance de ir, e ela, por alguma razão, não foi, ela não podia ir naquele tempo, precisava voltar para os parentes antes disso, precisava mostrar a eles que estava bem, mas agora, agora não haviam motivos para continuar ali, talvez fosse o momento de deixar alguém que vivera curtamente voltar.

—Rose! - o grito abafado ecoou pelo local

Rose levou as mãos ao cabelo e procurou com o olhar, até que seu olhar recaiu sobre a menina ruiva, sorrindo a sua frente, lhe estendendo a mão, com os olhos escuros como neblina, as vestes rasgadas, os pés descalços, a pele brilhante sobre a chuva, as gotas que a ultrapassavam, havia chegado a hora.

— Rose! -Outro grito ecoou, ela franziu o cenho

A jovem a sua frente lhe estendeu as duas mãos, Rose deu um passo a frente para tocá-la, mas antes que pudesse agarrar sua mão um corpo se chocou com o seu, enlaçando os braços em seu tronco, a ruiva a sua frente sumiu em um piscar de olhos, Rose baixou o olhar, se virou para olhar aquela pessoa que havia impedido sua libertação, ele a girou e a apertou em um abraço, ela olhou por cima do seu ombro, vendo um Scorpius com os olhos arregalados parado na porta da cozinha. Ela respirou fundo, ele cheirava a hortelã, doce, mesmo debaixo de toda aquela chuva ela podia sentir, ela podia sentir os corações que batiam descompassados, o medo que o corpo esmagando o seu exalava.

— Rose! Deus do céu! -Ele murmurou próximo ao seu ouvido e ela engoliu a vontade de chorar, a imensa vontade que sentiu de chorar, ela contornou os braços ao redor dele e encostou a cabeça em seu peito, fechando os olhos, ouvindo os batimentos, que ritmavam junto aos seus

— estava me libertando- ela respondeu sobre o barulho da chuva e ele fungou

— nunca mais faça isso- James exclamou com a voz embargada, e então ela o encarou

Era isso que Clarie sentia? Toda vez que o abraçava? E ele tinha olhos hipnotizantes, um castanho esverdeado que a fazia ter vontade de pegar em sua mão e sair gritando em alegria, ela decorou cada traço que ele tinha no rosto.

— não posso- ela sussurrou e ele agarrou sua cintura, dando meia volta, e a ajudando a voltar para a casa, eles adentraram e ela sentou em uma cadeira próxima tremendo dos pés a cabeça

— fique ai, Scorpius, eu vou pegar uma toalha- ele informou saindo a passos apressados

O loiro a olhou incerto e andou até a ruiva, se ajoelhou em sua frente e segurou suas mãos, Rose por um momento se lembrou daqueles filmes de comédia romântica, quando o homem fazia o pedido de casamento mais clichê do universo

— o que você pensa que está fazendo, Rose? -Ele perguntou franzindo o cenho ela baixou o olhar, o loiro apertou suas mãos com firmeza

— ele gostaria disso, nos deixaria em paz- ela advertiu hesitante

— ele quem, Rose? -Scorpius se inclinou para frente colocando as mãos em seu colo

— o pai dela, ele a queria de volta- ela sussurrou e o jovem arregalou os olhos prendendo a respiração, o causador de todo um trauma tinha uma filha, que queria trazer de volta, no lugar da pequena e dócil Rose.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Ainda estão vivos pra me contar se gostaram? ashuashua brinks, o que acharam? Me contem!
Até o próximo :*