Ruínas Gloriosas escrita por Nyh, bbeatles


Capítulo 4
Chegando no Acampamento




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Tatiana

A Harpia parecia mais irritada dessa vez. Ela veio rapidamente em nossa direção fazendo com que nós nos separássemos. A Harpia ficou parada no solo procurando por um alvo, vindo em minha direção em seguida, porém, antes que me acertasse com suas garras afiadas, Lucy começou a jogar pedras em sua cabeça, chamando a atenção para si.

Mas a Harpia preferiu o alvo mais fácil, eu. Felizmente, antes que ela me acertasse, o garoto-bode pegou sua flauta mágica de bambu e começou a toca-la. O som reproduzido não era muito agradável e acabou irritando a Harpia, que foi furiosa em sua direção.

A criatura golpeou o garoto derrubando sua flauta. Num rápido movimento o garoto recuperou sua flauta, peguei algumas pedras e joguei na direção do monstro — mas não com a mesma precisão quanto Lucy — dando tempo para o garoto tocar outra melodia. Dessa vez a melodia escolhida era um pouco mais relaxante, fazendo com que a Harpia se acalmasse. Só que não durou muito.

Agora tínhamos uma Harpia furiosa para enfrentar, e sem qualquer tipo de arma.

Beatrice foi em direção da criatura e subiu em suas costas, a Harpia por sua vez começou a fazer manobras no ar tentando derrubar a garota — o que felizmente não aconteceu. Considerando a altura que estavam, uma queda seria fatal.

A Harpia conseguiu em um movimento retirar Beatrice de suas costas, porém a garota conseguiu evitar a queda se segurando na perna da criatura. O sátiro tentava ajudar Beatrice, tocando uma de suas melodias relaxantes para acalmar a Harpia, que agora voava mais próxima do solo, dando uma chance para que Beatrice conseguisse se soltar. Fui em direção a Beatrice e Lucy fez o mesmo.

— Ei, aqui. — Estendi a mão, mas ela apenas ignorou se levantando sozinha.

Suspirei e ignorei o comportamento da garota.

— Vocês viram a Isa? — Perguntou Lucy.

— Não. — Respondi.

Olhei para os lados a procura de Isa, mas não vi nada além de um garoto-bode sendo perseguido por uma Harpia — que não parecia nem um pouco calma. Por fim achei Isa que vinha em nossa direção, notei que seus olhos estavam num tom de cinza, não me lembrava de serem assim.

— Está bem? — Perguntou Lucy para Isa.

— Hum... sim...

— Ei! Será que dá para ajudar um pouco aqui? — Gritou o garoto-bode.

Ele estava sendo perseguido enquanto tentava tocar uma melodia — diferente das outras que eu ouvira até agora. Olhei para as garotas esperando que alguma delas sugerisse algo, mas nada.

A Harpia se chocou contra uma árvore e ficou atordoada por alguns segundos, dando chance para o garoto recuperar o folego.

— Rápido! Vamos para o acampamento. — Ele gritou.

Corremos para perto do garoto, que apontava a direção a ser seguida. Isa — que corria na minha frente — tropeçou em algo e quando fui ajudá-la a se levantar senti uma corrente elétrica passar pelo meu corpo, acabei derrubando a garota. Tentei levanta-la novamente, mas levei outro choque.

— Pelos deuses! — Resmungou o garoto — Andem logo!

Ouvi um barulho logo atrás de mim, era a Harpia. Certo, toda vez que eu toco na Isa aparentemente levo choque... e para melhorar agora tem uma Harpia querendo nos matar. Antes que a criatura me cortasse com suas garras, uma águia veio e furou seus olhos. Isa felizmente conseguiu se levantar sem minha ajuda.

Corremos em direção ao sátiro, e quando olhei para trás vi a Harpia virar pó...

Resolvi ignorar o fato por enquanto.

— Vocês estão seguras agora. — Disse o garoto-bode.

Nós déssemos a colina e passamos por um enorme pinheiro, não muito longe dali pude ver uma quadra de vôlei — que agora estava vazia — e uma enorme casa que era feita de madeira. Havia uma outra construção por perto, que lembrava as construções gregas antigas.

Quando passamos pela casa de madeira, um garoto, alto e cabelos castanhos — assim como seus olhos — nos recebeu, ele vestia uma camisa laranja com a frase “Acampamento Meio-Sangue” estampada, jeans largos e um chinelo.

— Finalmente! Venham, vamos até a enfermaria.

Nós entramos na casa e fomos até um cômodo sendo recebidas por dois garotos loiros — que também usavam a mesma camisa laranja. Eles eram baixos e seus cabelos eram encaracolados, pediram para que nos sentássemos e de alguma forma quando tocaram em nossas feridas, elas começaram a brilhar até que desaparecessem. O garoto-bode conversava algo com o garoto e saiu em seguida.

— É bom vocês descansarem um pouco. — O garoto disse. — Ah, me desculpem — ele disse sem jeito. — Não me apresentei ainda, me chamo Cristiano e sou filho de Deméter.

Nos apresentamos e o garoto nos guiou até o lugar onde ficaríamos. Ao sair da casa notei que por perto havia um campo de morangos e um pouco afastado de lá, outra construção em estilo grego. Fomos até um lugar que possuía vários chalés, enfileirados de forma que formassem a letra U, cada um possuía aspectos diferentes e havia dois maiores que pareciam enormes caixas de mármore branca.

Chegamos até o lugar que, segundo Cristiano, passaríamos a noite. O lugar parecia estar caindo aos pedaços e quando entramos nos deparamos com vários campistas. O interior do chalé também não era dos melhores e haviam vários beliches espalhadas por lá, a maioria ocupada por alguém.

Conseguimos — por sorte — dois beliches vazios, peguei a cama de baixo e Lucy a de cima. Já Isa e Beatrice discutiam sobre quem ficaria com a cama de baixo, até que Beatrice se jogou na cama de baixo enquanto sorria vitoriosa.

— Obrigada por tentar me ajudar mais cedo.

Quando notei Isa estava ao meu lado, falando comigo. Ela sorriu e antes que tocasse em meu ombro, me afastei com receio de levar outro choque.

— Algum problema? — Ela perguntou.

— Não, nada. — Menti.

Estava cansada de mais para falar sobre qualquer coisa envolvendo essa noite, por fim ela foi e deitou em sua cama. Me deitei e não demorou para que pegasse no sono.

Acordei com alguém nos chamando, abri os olhos com certa dificuldade e vi que era Cristiano. Me sentei na cama ainda tentando processar as informações.

— Que horas são? — Perguntei.

— Hum...

Antes que Cristiano respondesse, Beatrice o interrompeu.

— Dá pra calarem a boca? Tô tentando dormir aqui. — Ela resmungou ainda com os olhos fechados, cobrindo a cabeça em seguida.

— O que houve? — Perguntou Isa, já de pé.

— Quíron pediu para que lhes apresentasse o restante do acampamento. — Respondeu Cristiano.

— Quem é Quíron? — Lucy perguntou.

— O diretor de atividades, vocês o conhecerão em breve.

Nós saímos do chalé e seguimos Cristiano, que nos mostrou o acampamento. Primeiro conhecemos o refeitório, era um lugar ao ar livre com várias mesas, cada uma pertencente a um chalé e antes que eu perguntasse, Cristiano explicou que envolta do acampamento havia uma barreira mágica que — além de impedir a chuva — impedia que monstros entrassem no acampamento. Depois do refeitório ele nos mostrou onde ficava os banheiros e chuveiros.

Um pouco afastado dos banheiros havia um lago e algumas canoas em sua beira. Mais para frente dos chalés ficava a arena e próximo a ela ficava o arsenal — o lugar onde mantinham as armas.

Fomos até o estábulo e para minha surpresa eles mantinham pégasos lá. Lucy ficou encantada com os animais e perguntou:

— Nós vamos poder montar em algum desses?

— Sim, de vez em quando vocês terão lições sobre pégasos. — Cristiano respondeu sorrindo.

Por fim visitamos a forja. Algumas colunas de mármore sustentavam o local e ao longo do telhado haviam chaminés, entramos lá rapidamente e vimos alguns projetos de armas e um mapa do acampamento preso na parede.

Depois voltamos para o lugar que Cristiano nos explicou ser a Casa Grande — nome bem explicativo por sinal. E na frente da casa tinha um centauro que conversava com um garoto ruivo.

— Esse é o Quíron, o garoto ao seu lado se chama Rodrigo. — Cristiano nos explicou antes de nos aproximarmos. — Quíron vai ajuda-las.

Quíron ao notar nossa presença dispensou o garoto, Rodrigo, e nos cumprimentou. Após nos apresentarmos Quíron disse:

— Venham, temos muito o que conversar. — Ele disse. — Cristiano, pode nos deixar a sós por um momento?

— Sim.

Cristiano se retirou e nós entramos na Casa Grande.


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