Batgirl: A Origem escrita por Captain Gordon


Capítulo 1
Capítulo Único




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Meus pés estavam quentes, abaixo das cobertas. Abro um pouco dos meus olhos e levanto meu braço esquerdo na direção da cabeceira, procurando meu celular. Coloco minha senha, "1997", e procuro entre os aplicativos o ícone do Instagram. Acho-o no canto da tela, acendo a luz no interruptor a minha esquerda, preparo meu cabelo e lavo meu rosto, após isso volto a cama e tiro uma selfie. Coloco uns 50 filtros sobre a foto, afinal, se Daphne Grace ver a espinha no meu nariz, caio umas 130 posições na cadeia social escolar. Daphne era uma garota bem mesquinha, tipo, mesquinha mesmo. Ela tinha um cabelo F-A-B-U-L-O-S-O até o irmão dela colocar tinta no lugar do shampoo. Depois ela ficou com inveja porque o meu estava mais sedoso.

Quando posto a foto no Instagram, meu celular apita várias vezes, e quando vou vereficar, são 28 mensagens de "Bom dia!" no Whatsapp. Eu vai o nome de todos que haviam me mandado, só não achei o do Zack. Então fiquei esperando ele me enviar um "Bom Dia!" com sóis e corações, mas não aconteceu. Ele ainda estava bravo comigo porque tinha saído com o Johnny, mas nós éramos só amigos, dãã. Eu não iria namorar alguém tão brega.

Abro meu closet e vejo algumas camisetas no cabide. A rosa com estampa listrada não, já a havia usado na terça feira passada. Mas é a eoxa com estampa de um gatinha fofo num espelho? Hmm... Não! Julie Watts tinha uma dessa e usou na quarta! Então pego uma com a estampa da Mulher Maravilha. Ela estava um pouco surrada, e com marcas do frappé de caramelo que derrubei na última vez que fui no Starbucks da Avenida Stuart. Antes de vestir a camiseta, escolho um sutiã com rendinha dourada pra combinar com a roupa. Escolho um jeans azul-escuro e visto tudo. Desço as escadas, e meu irmão estava no canto direito da mesa da cozinha e minha mãe no canto esquerdo.

E no centro, todo imponente, com um ar de "Eu que mando nesse bagulho" estava meu pai, o Comissário Jim Gordon. Puxo a cadeira a sua frente, e ele me olha de forma rígida e solta uma bolhufa:

– Você não vai pra escola com isso, vai?

Olho-o rigidamente. Não sei porquê, mas meu pai pensava que era o Will Smith do "Um Maluco do Pedaço" e sempre dava uma intonação engraçada a coisas sérias.

– O Coringa não vai vir atrás de mim para roubar minha calcinha, pai.

– Não brinque com isso criança! - Responde ele me dando um sermão igual o Dean Winchester faz com os demônios, sempre antes de arrancar a cabeça deles.

Bufo, pego uma barrinha de cereal, enfio na mochila e saio da minha casa, batendo a porta com força.

***

A calçada ainda estava úmida por causa da chuva de ontem. Aquilo foi um inferno, parecia que o demônio estava mijando em Gotham. Tiro meu celular do bolso e vou verificando as notificações do Snapchat. A Stella Wilson tava parecendo a Rihanna nessa nova foto. Vou para o Instagram, e dou de cara com uma foto do Zack e da Daphne. CANALHA! FILHO DA GALINHA ROSETA! Mas OK, vamos acertar contas. No mesmo momento, estava passando por um beco escuro, e vai uma sombra. Ele era largo (o beco), e comecei a andar mais rápido. Até que uma mão fria e gorda puxou meu corpo para as sombras, e colocou uma faca bem perto das minhas costas.

– Um piu e morre, ruivinha.

***

Sinto a faca sendo pressionada contra minhas costas. O rapaz era gordo, e estava muito suado. Eu tentei ao máximo não me mexer, afinal, meu pai sempre me dizia que nunca deve se reagir a um assalto. Ele me levou para atrás do beco e disse:

– Aqui tá a encomenda, chefa.

O gordão me virou para a esquerda, e eu pude ver o rosta da mulher que ele chamava de "Chefa". Chefa tinha um rosto pálido, tipo pálido mesmo, parecia que ela tinha atacado farinha naquela cara. Ela usava uma meia calça rasgada, e um espartilho vermelho e negro. Ela estava com dois rabos de cavalo, um de cada lado da cabeça, e eles estavam mal pintados de negro e vermelho, também. Seus olhos estavam cercados por uma maquiagem negra borrada, e seus lábios eram vermelhos como o sangue.

– IUUUPII! Pegamos a coelinha! - A Chefa pulou de alegria e suas botas fizeram um barulho ao tocarem as poças de água - Você queridinha, é filha do Comissário-Boboca-Azedo-Gordon não é? Ah, é ela sim! Ele deve ter ensinado aos filhos a nunca responder a estranhos. Mas afinal, eu sou estranha? Eu não posso ser estranha! Herinha falava que eu era tão boazinha... - Choramingou a "Chefa". Ela parecia louca. Meu pai já ouviu falar dela. Harley Quinn, também conhecida como Arlequina.

– Bom, se Herinha estiver mentindo, eu arranco todas aquelas flores da cara dela...

Antes que Harley pudesse terminar de falar, duas sombras apareceram em cima do prédio, e uma delas soltou um grito que... MEU DEUS! Parecia a Mariah Carey sem playback! Coloquei minhas mãos nos ouvidos enquanto via a outra imagem pular de cima do prédio e ficat frente a frente com Arlequina.

– Canárinho! Batiminho! Eu sabia que vocês iriam vir! Até preparei meus ouvidinhos, olhem! Ah! Deixa isso pra outra hora, eu tenho que pegar essa Coelinha e salvar meu Pudinzinho! - Arlequina ergueu oque parecia ser uma marreta gigante, e bateu com ela na cara do homem que tava com uma fantasia de morcego. Batman. - Você não é o Batminho! O Batiminho teria desviado! Mas voltando minha atenção para você Canárinho... - Harley ergueu um revólver e soltou um tiro contra a perna da "Canárinho".

–Agora Coelinha, você e seu pai vão me ajudar meu Coringuinha de Arkham! Vão sim, sim, sim, sim. Meu pudinzinho tem que estar livre para brincar comigo.

O gordão, que ainda me segurava colocou um saco preto na minha cabeça e me colocou dentro do que parecia ser um carro. E eu ouvi um barulho de motor ligando, e fomos salvar o Pudinzinho da Arlequina, ou melhor, o Coringa.

***

Após longas horas na van, eles tiram o saco preto da minha cabeça. Observo atentamente o local onde estava: No portão do Asilo Arkham, o hospital para doentes, e como meus amigos diziam, maconheiros.

–Chegamos Coelinha! Seu pai já deve ter citado para você mesmo sem querer a senha daqui, estou errada docinho? - Disse Arlequina, com seu sorriso vermelho de orelha a orelha. - Agora seja uma boa menina. Eu tenho outros amigos bem piores do que eu, e

eles tem muito mais contas para acertar com seu pai... Agora fala ou eu te espanco.

Meu corpo estremece, solto um gemido baixo. O gordão (que ainda estava na minha cola) tinha penetrado a ponta da faca na minha cintura.

–OK, OK. A senha para entrar é 1972.

– Bom que seja mesmo, Coelinha! - Advertiu Arlequina.

Harleen Quinzel. Harley Quinn. Arlequina. São a mesma pessoa. Muitos nomes para uma pessoa pouco normal. Harley passou um cartão falso na fechadura eletrônica e digitou os números 1972. O portão se abriu, e vários policiais voltaram sua atenção para nós. Não tinha percebido antes, mas com Arlequina havia outras pessoas estranhas. Um cara com o rosto todo tampado por uma máscara de palhaço e mais uns 6 iguais. Ela e eu eramos as únicas mulheres ali presentes.

Arlequina pegou sua marreta gigante e nocauteou uns 4 policiais de uma vez só. Ela chutou a porta do Asilo Arkham, e quando eu vi como era por dentro, até tive um choque. Por dentro, o Asilo parecia velho e desprotegido, mas por dentro era todo tecnológico, seu design era incrível.

Logo quando entramos tinham várias celas de titânio, apenas com um buraco circular de vidro na frente delas. Numa das portas estava escrito em azul-escuro:

"PACIENTE EM ESTADO CRITÍCO

TRATAMENTO N° 121

NOME CONHECIDO: CORINGA"

Arlequina deu um sorrisinho, e colocou a senha do meu pai na fechadura eletrônica da cela. Porém, todas as selas se abriram, e o que eu não pude imaginar aconteceu: Uma fuga do Arkham. O impressionante, é que a cela do Coringa foi a última a abrir. Ele estava com uma camisa de força branca, e seus cabelos verdes como esmeralda estavam penteados simetricamente para trás. Seus lábios estavam sem seu típico batom vermelho escarlate, e seu rosto, sem o pó de arroz, era cheio de cicatrizes de lâminas.

–PUDINZINHO! - Bradou de alegria Arlequina, dando um abraço no psicopata.

– Me solte sua idiota! E me liberte logo dessa roupa! - Arlequina sorriu e fez um biquinho, depois pegou uma faca e rasgou a camisa de força do Coringa. Por baixo da camisa de força, ele estava com uma camiseta e uma calça laranja escura. Ele olheu severamente para mim, soltando uma risada. - É a filha do nosso querido Comissário?

– Sim, sim meu Pudinzinho! - Respondeu Arlequina, com um sorriso no rosto.

– Que bom, quero que a joguem no rio do centro da cidade, não sou muito fã de pessoas que não riem. Afinal Arlequina, que bom que você libertou meus outros amigos, vamos fazer uma visita ao Senhor Gordon.

***

Coringa acabará de vestir seu terno roxo, e sua camisa verde. A van estava indo na direção do Rio Central, que ficava no Norte de Gotham. Ele e sua gangue ficavam rindo sem motivo nenhum enquanto me observavam. Já Arlequina não estava curtindo muito, era fácil perceber, ela gostava de toda a atenção voltada a si. Quando chegamos ao Rio, o gordão me colocou dentro de um saco gigante (Acho que era um saco de batata, sério) e olhou para o Coringa, que concordou com sua cabeça.

A última imagem que vejo é sendo empurrada para o lago. A imensidão da água me causava pánico. Pular na água de uma altura tão grande era como pular num concreto.

Era um pesadelo.

Então algumas imagens vem a minha cabeça: Meu pai, tomando seu café da manhã ao lado da minha mãe e do meu irmão James, Zack meu ex-namorado que tinha postadonuma foto horrível com a Daphne da outra sala no Instagram, meu cachorro, meus amigos, minha vida, tudo acabaria ali. Então sinto meu corpo se quebrando quando toca na água, como uma pedra de gelo jogada contra o concreto.

***

Sinto uma mão musculosa pegar meu corpo, minha face saindo de dentro da água após um longo tempo. Não conseguia ver o garoto direito, mas tenho certeza que seu cabelo era negro como ébano, e suas íris castanhas. Ele estava com uma máscara de morcego. Era Batman. Ele tinha me levado para algum lugar escuro que eu não conseguia ver direito, oque me parecia uma caverna escura. Não lembro bem. Só sei que depois disso acordei em frente a minha casa, com vários médicos verificando se eu estava viva ou morta.

***

UM MÊS DEPOIS

Já estava tudo pronto. Eu tentei fazer o melhor uniforme possível, mas foi o que consegui, um casaco negro, um par de botas amarelas e uma capa de festas. Eu desenhei um morcego amarelo na jaqueta e pintei outro na parte interior da capa. Eu já estava pronta, eu iria começar aquilo para que sempre estive destinada a ser, uma vigilante que protege as pessoas. Além disso, eu tenho criminosos para prender, aliás, eu que causei a Fuga do Arkham, se tivesse ficado calada, nada disso teria acontecido. Preciso acertar minhas contas com Gotham, e esse é o primeiro passo.


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