Izvor - Interativa escrita por N Spar
Estava sentada em cima das pernas e apoiando um livro no colo quando ouviu passos do outro lado da porta do quarto. Ao bater, uma figura pequena entrou.
– Lu, você viu?! Conseguiu! – a mulher correu até a cama da filha enquanto carregava um brilho nos olhos e um jornal embaixo da axila.
– Sim! Acha que vamos ganhar, mãe?
A garota fechou o livro, deixando-o no canto do colchão e encarou a mãe, que abria o monte de papel sobre as pernas da jovem.
– Olhe só – apontou para uma foto – Ela é linda, né? Parece ser uma boa pessoa também, Lu. Poderá ser uma boa amiga!
Luna observou atentamente a imagem: no centro, a Rainha e o Rei se posicionavam lado a lado estampando um sorriso discreto; a menina exibia longas mechas castanhas como chocolate ao leite que iam até a cintura, caindo em uma franja lateral, adequadas para os olhos de mesmo tom, além de queixo pequeno e olhos maiores que a média – talvez sua maquiagem, que contava com um delineado fino na pálpebra, passasse essa impressão. Eles pareciam ter, no máximo, dezessete anos.
Após encarar o jovem apessoado por um tempo, desviou o olhar para a parte escrita da notícia.
– Então daqui duas semanas começaremos...
– Você está pronta, meu amor. Confio em você, certo?
Luna assentiu.
– Obrigada, mãe. Vou sentir falta daqui... Lá não terá nosso Joe, ou a Hane... – comentou com saudades, como se já estivesse longe de casa.
– Vai ser uma pena você perder o jovenzinho Ostralus vindo para este mundo – suspirou com tristeza.
– Como sabe que será um macho? E “Ostralus”? Ele é um cavalo, não um fruto do mar – respondeu sarcasticamente para as ideias da mãe.
– Intuição – gabou-se. – Mas mandarei fotos dele enquanto você estiver nos Estados Unidos – sorriu de orelha a orelha.
– Não só dele, né? – arqueou a sobrancelha. – Stella e os outros cavalos?
– Claro, claro, não me esqueceria deles – agitou as mãos em ato de ansiedade, entregando sua falha. – Mas bem, temos que providenciar suas malas e tudo que você vai levar, menina. Vamos?!
A mulher de cabelo curto e preto se levantou e logo estava na frente da porta. Com tanta felicidade e impaciência, Luna duvidou de quem realmente entre elas havia obtido uma vaga para o Ivzor.
Influenciada pela animação da mãe, disparou para a companhia da mesma. Abandonar aquelas paredes azuis claras, sua cama larga e macia com colcha de pássaros amarelos e toda aquela decoração, que passou meses elaborando com sua genetriz para parecer um paraíso dos animais, seria difícil após as duas semanas. Apesar de apostar nessa viagem, que a faria sair de Londres pela primeira vez, para conseguir a recompensa, morar fora do haras de sua família sugeria passar por boas confusões. “Ah, sem essa, é só um semestre... E eles vão deixar a gente levar uma vida parecida com a que temos agora. Vou poder continuar minhas leituras, certo...?”, pensou com incerteza. Precisava se informar mais sobre o programa que, mesmo sem ainda ter ciência, faria sua vida oscilar em uma batalha.
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