Innocence escrita por KatCat


Capítulo 6
Chapter Five — She's Worth It


Notas iniciais do capítulo

Não demorei de novo o/ Antes de tudo, queria agradecer profundamente a Melyssa Polly Cullen, por ter feito a primeira recomendação de Innocence! Ain, sua linda, muito obrigada! Você não tem ideia do quanto eu fiquei feliz, sério. Muito obrigada, amei cada palavra que você escreveu >.< Agora, sobre o capítulo: como algumas de vocês sabem, eu raramente gosto de alguma coisa que escrevo. Mas, tenho que admitir, esse foi um dos melhores capítulos que já escrevi de todas as minhas fanfics. E, espero que vocês gostem tanto quanto eu gostei, porque estou apaixonada por ele até agora.
Aproveitem



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Meu reflexo no espelho me mostrava como minha aparência estava péssima. O rímel preto agora manchava as minhas bochechas pelas lágrimas que deixei escorrer. O batom vermelho estava borrado e meus olhos inchados. Fazia exatamente meia hora, sete minutos e quarenta e cinco segundos que eu estava trancada naquele banheiro. Eu havia tirado o vestido, depois de uma pequena briga com o fecho que decidiu travar e dobrado-o formalmente em cima do vaso. A única coisa que usava agora era um sutiã tomara-que-caia branco e uma calcinha da mesma cor. Eu estava tremendo de frio, mas não queria sair, com medo de que ele ainda estivesse ali.

Eu não sabia onde tinha estado com a cabeça quando joguei aquilo tudo na cara dele. Ele merecia, e muito, mas… Droga, eu nunca mais conseguiria olhar na cara dele! Eu não era assim. Eu explodia fácil, claro, mas mesmo assim, eu não saia jogando coisas na cara das pessoas desse jeito. Essa não era eu. Respirei fundo e soltei o ar pela boca, calmamente. Me levantei do chão e abri a torneira da pia, prendendo meu cabelo em um coque no topo da minha cabeça e jogando um pouco de água no meu rosto, tentando limpar minha nova maquiagem de Halloween.

Assim que acabei, fechei a torneira e sequei meu rosto e minhas mãos. Estava bem melhor, apesar dos olhos ainda estarem um pouco inchados e avermelhados. Me virei e travei em frente a porta branca. Novamente, respirei fundo e soltei o ar pela boca, até ficar quase sem fôlego. Encarei a porta uma última vez e coloquei a mão na maçaneta, girando-a.

~Narrador~

O loiro entrou na cozinha, passando a mão pela testa, tentando se acalmar. Quando saiu do quarto de Davina, esperava conseguir acalmar a coisa. Agora se arrependia de sequer ter pensado de sair de lá. Assim que chegou no andar de baixo, Natasha e Clint haviam acabado de entrar na casa. Anthony estava discutindo com Steve e Bruce apenas suspirava, tentando não pensar no que eles haviam descoberto. Quando Cameron colocou o pé no chão, todos se viraram para ele.

— Você sabia disso, não sabia? — Stark acusou, apontando o dedo para ele, enquanto o loiro desamarrava a gravata de seu pescoço, que estava começando a enforcá-lo — Sabia que Hope era filha daquela Rena Ambulante!

— Sim, eu sabia. Algum problema? — perguntou, erguendo as sobrancelhas sugestivamente. Ele sabia muito bem o porque Davina não queria descer, mas ele tinha que fazer isso, em consideração a ela. Só — Eu soube. Desde o início. Mas, ao contrário de vocês, eu não sai julgando ela.

— Você tem ideia do que está dizendo? — perguntou Natasha, encarando-o com a cara espantada — Quer dizer que você não está nem ai para o que ele fez? Deixe me lembra-lo, mas Davina quase morreu por causa dele. Sua irmã morreu por causa dele.

— Até onde eu me lembre, quem atirou em minha irmã foi aquele palhaço do Fury que se acha o rei do mundo — respondeu, a voz fria. Odiava que falassem sobre sua irmã — Que, ocasionalmente, é o chefe da S.H.I.E.L.D., que, também ocasionalmente, é onde vocês “trabalham”. Então, se aquela Rena faz a minha melhor amiga feliz, mesmo que seja de um jeito bem bizarro, eu estou pouco me ferrando para o que ele fez ou faz. Davina sabe se cuidar, e se esse tempo todo ela escondeu a verdade sobre Hope, não era por medo dele descobrir sobre ela, e sim vocês descobrirem. Era essa a exata reação que ela queria evitar e, sinceramente? Já olharam para si mesmos? Estão julgando-a sem nem saber porra nenhum sobre o que aconteceu — argumentou, rodando os olhos por cada um daquela sala — Vocês falam de Loki como se nunca tivessem feito coisas ruins na vida de vocês. Como se nunca tivessem errado — continuou — E, antes que venham encher o raio do meu saco, dizendo que eu estou defendendo o Traquinas, eu não estou. Estou defendendo a garota que eu considero a minha irmã, e que não merece nada disso. E, se vocês realmente se importam com ela como falam, vão calar a porra da boca e procurar saber o que diabos aconteceu antes de sair culpando Deus e o mundo.

Antes que alguém pudesse responder, ele trocou um olhar com Steve, que assentiu. Ele não ia falar nada enquanto Davina não permitisse. Cameron respirou fundo e saiu da sala, indo até a cozinha, para pegar um pouco de água. Pelo menos eram esses seus planos antes de perceber o deus ali. Ele passou a mão pela testa e caminhou até o purificador de água.

— É verdade o que ela disse? — perguntou Loki, parado ao lado da bancada.

— Eu não estava lá para saber o que ela disse — respondeu, bebendo a água gelada.

— Ela disse que arruinei a vida dela — resumiu tudo que Davina disse nessas sete palavras. Cameron suspirou e caminhou até o lado oposto ao qual o deus estava da bancada, apoiando os braços ali e encarando Loki.

— Dependendo do jeito que você pensar, sim — assentiu, estudando a expressão do deus, que encarava distraidamente a parede branca da cozinha, parecendo pensativo. Ele não tinha seu sorriso irônico no rosto, o que ajudou Cameron a manter a calma — Mas, não se preocupe, ela tem mania estourar e falar coisas sem pensar. Apesar de que, você realmente acabou com a vida dela, se pensar de uma certa maneira. Tudo começou a dar errado depois que você apareceu pela primeira vez. Se é uma puta má-sorte de coincidência eu não sei dizer, mas o que eu posso dizer, é que nunca vi ela sofrer tanto depois do acidente em Asgard — admitiu, querendo ver qual seria a reação dele. O que pareceu dar certo, já que Loki desviou seus olhos verdes para os azuis de Cameron. Davina iria matá-lo pelo que ele iria dizer, mas Loki precisava ouvir isso — Ela estava acabada. Seu coração realmente havia parado, e por questões de segundos ela não realmente morreu. Toda noite eu conseguia ouvir ela chorar. As vezes, ela acordava gritando — falou, sem desviar os olhos — A única coisa que a impedia de fazer alguma loucura era Hope.

— Onde ela está? — o interrompeu, parecendo curioso para saber o paradeiro da garota.

— Bem. É só isso que posso te dizer — disse, mantendo as coisas sobre Hope o mais ocultas o possível. Isso Davina teria que encarar, uma hora ou outra, e não seria ele a fazer isso por ela — Mas, que que eu seja sincero? Ela não se arrepende. Ela me contou o que aconteceu, e se tem uma coisa sobre Davina que eu tenho certeza, é que ela não se arrepende de ter entrado na sua frente.

Loki pareceu realmente surpreso com essa — Ela quase morreu.

— Sim — confirmou — E, ainda sim, ela não se arrepende nem um pouco. A mente da Davina é uma das coisas mais complicadas que já conheci na minha vida, então não tente entendê-la. Perdi anos da minha vida tentando fazer isso, e não deu em nada — disse Cameron. Loki ficou alguns segundos em silêncio, antes de assentir lentamente e se virar, indo em direção a saída dos fundos — Loki?

— Sim? — respondeu o deus, parando, mas não se virou. Cameron deu mais um gole em sua água antes de continuar.

Eu sei que você não a ama — falou, encarando as costas dele — Não sei se você alguma vez amou alguém, mas eu não me importo com isso, não é do meu interesse. Mas, apesar disso, você se importa com ela, ou não teria feito tudo que fez para ajudar ela. Pode negar isso o quanto você quiser, mas não vai mudar minha opinião. Em algum ponto de tudo que vocês fizeram juntos, você percebeu que se importa com ela, mas tem medo de admitir isso para si mesmo, quanto mais para os outros. Você não quer perder essa sua pose de “estou pouco me ferrando para todo mundo” — continuou, enquanto Loki continuava parado. Mal dava para ver o deus respirando — E, se você está aqui, é porque quer algo. E, eu só lhe peço uma coisa: não a magoe mais. Davina é definitivamente a pessoa mais forte que eu já conheci, mas todos temos um limite, e eu não acho que ela aguente mais alguma coisa sem esse limite quebrar.

— Você realmente se importa com ela, não é? — perguntou, depois de um pequeno tempo. Cameron riu baixinho.

— Mais do que a minha própria vida — sorriu, encarando a bancada — Mas não estou dizendo isso porque me importo com ela, e sim porque ela vale a pena. Ela vale a pena, Traquinas. Você nunca vai conhecer ninguém como Davina, porque aquela garota é única, e não estou falando daqueles poderes bizarros, e sim dela em pessoa. Aquela garota vale ouro. Não perca o que você tem em suas mãos, porque, acredite em mim: você vai se arrepender — Loki assentiu, e depois de alguns segundos, voltou a caminhar até a porta. Mas quando encostou a mão na maçaneta, Cam o chamou novamente — Ah, e Loki? Agradeceria se mantivesse essa conversa em silêncio. Você conhece a Davina, e eu ainda gostaria de ter filhos um dia.

Uma pequena risada escapou do deus — Para um humano, você é esperto.

— Vou levar isso como um elogio, Rena, obrigado — riu Cameron, antes de pegar seu copo e terminar de beber a água. Assim que olhou para a porta novamente, ele havia desaparecido.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim =)
Posto outro quando der o/
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