Innocence escrita por KatCat


Capítulo 13
Chapter Twelve — Fuck It


Notas iniciais do capítulo

Acho que eu realmente não sirvo para fazer promessas, uh? Bem, sinto muitíssimo pela demora – novamente, para variar. Mas, EU VOLTEI E VOLTEI PRA VALER *U* Entom, gentey, esse capítulo não era para ser postado agora, mas eu alterei algumas coisas na história, e ele teria que se encaixar aqui uashuhasuahsuhashas Espero que gostem, e mais uma vez, muito obrigada por não terem me abandonado!

Peço desculpas, mais uma vez, pelos comentários não respondidos. Vou tentar dar um jeito nisso essa semana ainda, já que ESTOU DE FERIAS! Huahua'

Bom, até lá em baixo ^^

P.S.: Queria dar meus sinceros agradecimentos à todas as pessoas que recomendaram Incomplete. Vocês fizeram meu dia quando recebi cada uma das recomendações!



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A neve caia do céu lentamente, demorando-se para atingir o chão. Niflheim era mais perfeita do que eu sequer imaginei um dia… Um planeta só de frio e neve; com certeza, meu paraíso perdido. Porém, não era para isso que meus pensamentos estavam virados, e sim para o deus sentado ao meu lado na escadaria.

— Eu não me arrependo — sussurrei, abaixando minha cabeça, encarando a neve aos meus pés.

— O que? — perguntou, confuso. Eu respirei fundo e soltei o ar lentamente, desistindo de tentar manter aquele muro à minha volta.

— Eu sou uma bêbada consciente, Rena, eu me lembro de tudo que faço e falo — expliquei, ainda com a voz baixa, que parecia não querer sair mais alta que um leve sussurro — E eu lembro que falei que iria me arrepender — continuei, fechando os olhos por um momento. Engoli em seco — Eu não me arrependo. Não mais — abri os olhos novamente, focando em Hope, que brincava com Arman no meio da neve — No começo, sim. Mas agora… Eu não consigo imaginar a minha vida sem ela.

Ele ficou em silêncio por cinco minutos exatos. Eu contei — Ela mereçe saber a verdade.

— Eu sei, mas você não entende, Loki — gemi de desgosto, apoiando meus pés no degrau de madeira e enfiando minha cabeça no meio das minhas mãos — Eu não posso contar para ela. Isso acabaria com a vida dela, você não entende como ela é, você não a conhece como eu conheço.

— E isso por culpa de quem? — perguntou, a voz calma. Eu sabia que ele não queria realmente me atingir com aquilo, mas atingiu. E doeu. Muito mais do que eu queria. Ouvi ele suspirar do meu lado quando percebeu o que tinha feito, e logo senti suas mãos geladas encostarem nos meus braços com a mesma temperatura, retirando-os de perto de mim, descobrindo o meu rosto. Ele pegou meu queixo e me forçou a olhar para ele — Eu posso não conhecer ela, mas eu conheço você mais do que você pensa, Anjo. E, se ela for minimamente parecida com você, ela vai entender. Surtar? Sim, claro que vai. Afinal, ela tem seu sangue — eu ri pelo nariz e revirei os olhos com essa, enquanto ele me dava um sorriso malicioso — Mas ela tem que saber.

— Eu sei — suspirei, levantando minha mão e retirando a sua do meu queixo — Mas eu não sei como contar para ela isso. Eu não posso simplesmente chegar para ela e falar “Sabe o Loki, Hope? Então, ele é seu pai de verdade, apesar de um idiota, não o Cameron. Desculpe por isso, eu só queria te poupar da idiotice do seu verdadeiro pai.”

— Você é o quê? — a voz fina e raivosa dela surgiu na nossa frente, enquanto meu corpo paralisava totalmente.

— Hope... — comecei, levantando em um pulo dos degraus e dando um passo em sua direção, que deu dois para trás.

— Você mentiu — acusou; seus olhos brilhavam de raiva. Eu engoli em seco, e ela desviou os olhos para Loki — Você dois mentiram para mim.

— Hope, tente entend... — tentei novamente, mas ela me interrompeu de novo.

— Entender? — indagou, rindo pelo nariz — Eu não entendo mentiras.

— Eu não menti para ninguém — Loki se intrometeu.

— Cale a boca, desgraça! — rosnei, jurando para mim mesma que se ele abrisse aquela boca para dizer mais uma palavra que piorasse a situação, arrancaria sua língua com as próprias mãos.

— Hope, me escuta, por favor — dei um passo maior, ficando em sua frente antes que ela pudesse ter reação. Me abaixei e segurei seu rostinho com delicadeza — Eu só estava tentando te dar um vida boa, meu anjo. Não era minha intenção te colocar na bagunça que era minha vida — e pelo jeito ainda é.

Seus olhos verdes brilharam de raiva, e a janela da casa atrás de nós se quebrou, e eu percebi a merda que tinha feito.

— Então você nunca iria me contar? É isso? Iria mentir para mim a minha vida toda, me deixando acreditar em uma mentira? — perguntou, sua voz dura. As vezes eu odiava ela ser mais inteligente que as pessoas de sua idade.

Minha boca se abriu, mas nenhum som saiu dela. Eu franzi minhas sobrancelhas, com medo de falar algo e estragar mais ainda o quê eu já tinha quebrado. O problema era que não haviam palavras para serem ditas. Não importava o quanto eu tentasse me convencer do contrário, o olhar que ela dirigia para mim me provava que não importava o quê eu dissesse, ela não iria acreditar em mim.

— Hope... — sussurrei, mas ela arrancou seu rosto de minhas mãos, dando passos para longe de mim. Seus olhos esfriaram.

— Eu pensava que podia confiar em você — acusou, franzindo o cenho, que formou uma ruga entre suas sobrancelhas.

— Você pode — afirmei, tentando chegar perto dela novamente, mas ela desviou.

— Não, Davina — suas palavras foram como facas em meu coração — Eu não sei se posso — foi a última coisa que disse antes de sair igual um raio da varanda, abrindo a porta e a fechando com uma força descomunal para a sua idade. A janela do outro lado também se quebrou, e eu apertei minhas mãos em punhos.

Antes que ele pudesse prever o quê eu iria fazer, me virei e soquei a cara de Loki com toda a força e a raiva que eu tinha. Ele foi lançado para trás, acertando a porta da casa com força. Sua mão voo para seu nariz, enquanto seus olhos me encaravam com fúria e ódio.

O quê, por Hel, foi isso?! — urrou, tirando sua mão do rosto; sangue escorria de seu nariz, e por dentro eu sorri. Finalmente tinha conseguido provocar alguma reação nele.

— Dá próxima vez que abria a sua boca para dizer algo que não vai ajudar em merda nenhuma, não vai ser seu nariz que eu vou quebrar — ameacei, me desviando dele e entrando na casa. O sangue que corria pelas minhas veias borbulhava de raiva e eu soquei o vidro que formava a mesa de jantar da casa. Os estilhaços se espalharam pelo chão, enquanto a cor escarlate do sangue que saia do meu punho pingava junto no chão, manchando a perfeita transparência dos cacos.

Ouvi a porta ser aberta atrás de mim e um suspiro irritado e cansado logo depois, junto com passos em minha direção. Senti a mão gelada do deus agarrar meu pulso com brutalidade e me empurrar até a bancada de uma pedra que eu não conseguia reconhecer e ligar a torneira, enfiando minha mão – ainda fechada – de baixo da água cristalina, que logo fora contaminada com o líquido vermelho que saia da minha mão. Com uma delicadeza que nunca combinaria com ele, foi arrancando os pequenos estilhaços de vidro que ficaram presos na minha mão pouco há pouco. Ardia e queimava por causa da água, mas nada que eu já não tivesse sentido. Em fato, já tinha sentido dores muito piores.

Desligou a torneira e sumiu para dentro da casa por alguns minutos, voltando com uma coisa branca em suas mãos. Cinco minutos depois, minha mão já havia parado de sangrar, estava devidamente enfaixada e o silêncio constrangedor alastrava-se por todo o cômodo. Parecia que estávamos de volta há quase cinco anos atrás, e ambos sabíamos muito bem como aquilo havia terminado. Mas, dessa vez, eu estava completamente sóbria e sabia o que estava fazendo. Nenhum de nós dois fizemos um barulho sequer durante uns bons dez minutos, e muito menos nos olhamos. Aquilo já estava me dando arrepios de tão estranho que estava. Olhei para ele pelo canto do olho; seu nariz já havia parado de sangrar, mas ainda havia um pouco de sangue seco que havia escorrido por seus lábios.

Antes que eu mesma pudesse perceber o que diabos estava fazendo, meus olhos se focaram em seus lábios. Nem vermelhos, nem rosas. Só… Uma cor entre os dois. Lábios que eu já havia beijado tantas vezes que havia perdido a conta, e também havia perdido a conta de quantas vezes eu havia me arrependido de fazer isso. Por mais que eu odiasse isso, minha mente havia se dividido em duas partes desde que eu o conheci. Uma delas, a certa e racional, me dizia para pegar minha filha e sair de perto dele o quanto antes. A outra parte, a totalmente rebelde e “foda-se o mundo”, dizia-me para jogar tudo para o alto e agarrar o deus parado ao meu lado antes que eu perdesse a chance.

Apertei meus lábios em uma linha reta; minha mente mais confusa que um navio em meio à uma tempestade. Tamborilei os dedos inquietamente na bancada, mordendo a parte interior da minha bochecha. Droga, o que diabos eu estava fazendo? Desde que Hope nasceu havia prometido para mim mesma que nunca mais chegaria sequer perto de me envolver com Loki novamente, então… Porque eu estava tão tentada a arrasta-lo para um quarto agora mesmo?

Droga — resmunguei, passando as mãos pelo meu cabelo e respirando fundo. Percebi que ele me olhava e respirei fundo, finalmente correspondendo o olhar. Seus olhos não estavam mais irritados e furiosos como antes, mas sim… Divertidos, como sempre. O filho da mãe sabia muito bem o quão confusa eu estava, e estava se divertindo com isso. Meu punho não enfaixado coçou para acertar aquele nariz novamente, mas eu me controlei. Minha mente estava em total alerta com o que eu ia dizer agora, e eu não sabia se me arrependeria disso depois. Provavelmente. Mas, pela primeira vez desde que eu o conheci, eu estava pouco me fodendo para o que aconteceria depois. A vida era minha; eu faria o que eu quisesse com ela.

— Uma chance, Traquinas idiota — avisei, com toda a seriedade que eu era capaz de ficar. Ele não esboçou reação alguma — Eu vou te dar apenas mais uma única chance de provar que não é um idiota completo e arrumar a bagunça que fez. Não estrague tudo novamente. Dessa vez, eu não vou voltar atrás com minha decisão — eu sabia que ele entendia muito bem que eu estava falando sério. Apesar de ser um completo filho da puta na maior parte do tempo, eu sabia que Loki entendia as coisas quando era preciso. Mas isso não quer dizer que ele obedecia elas. Na verdade, isso com certeza não significa que ele não iria jogar essa chance pela janela. Eu estava apostando exatamente nisso — Jogue essa maldita chance pela rua, e eu chuto a sua bunda com ela. E não pense que eu estou fazendo isso por você — falei e me virei, pronta para ir para meu quarto – o qual eu tinha por ter me negado a ficar no mesmo quarto que ele –, contudo me impedi antes, olhando para ele por cima do meu ombro — Eu estou fazendo por mim mesma e pela minha filha. Não foda com a vida dela, por favor. Já basta ter fodido com a minha.

Quando eu estava prestes a adentrar meu quarto, senti uma mão gelada agarrar meu braço e me jogar contra a parede, e antes que eu pudesse xinga-lo, senti os lábios que eu há pouco admirava esmagarem os meus. Eu não correspondi, mas também não fiz nada para afasta-lo. Só fiquei… Parada. Exatamente igual à uma estátua. Quando ele se afastou, me olhava como se esperasse alguma reação de mim. Me segurava fracamente, como se estivesse se preparando para desviar se eu resolvesse soca-lo novamente. Eu só suspirei e cruzei os braços, erguendo as sobrancelhas para ele em um pequeno desafio misturado com curiosidade.

— Para que foi isso? — questionei, deixando minha cabeça pender levemente para o lado. Ele sorriu de lado, seus olhos com o brilho malicioso e sarcástico de sempre de volta à tona.

— Estava curioso para saber se socaria-me de novo se eu fizesse algo do tipo. Agora tenho minha resposta — argumentou, ainda com o sorriso de lado. Eu revirei os olhos, mas não consegui me impedir de sorrir de leve.

— Por quê? Quer que eu te soque? Acredite, quebrar seu nariz foi bem fácil, não seria muito trabalho fazer isso novamente — brinquei, levantando a mão enfaixada como uma provocação, mas ele colocou sua mão em cima da minha e a forçou para baixo novamente. Uma de suas mãos continuava em minha cintura, e eu estava bem ciente disso.

— Não, estou bem aqui. Continue com sua mão bem quieta ai, Anjo — avisou, apertando minha mão de leve; um aviso que eu não conseguiria levanta-la dali nem mesmo se realmente quisesse. O problema era que eu não queria; na verdade, estava realmente confortável daquele jeito. O que – obviamente – fazia a parte racional do meu cérebro querer me estapear incansavelmente. Continuamos assim por algum tempo: sua mão direita mantendo a minha abaixada, e a esquerda segurando minha cintura. Seus olhos continuavam presos aos meus, e eu parecia estar perdida dentro daquela imensidão verde. Seus olhos eram como um jardim em plena primavera; verde… E só meu.

Eu mordia o lado interno da minha boca com tanta força que realmente cheguei a sentir o gosto de sangue, mas não era nisso que eu estava realmente prestando atenção. Estava tão focada em continuar admirando seus olhos que nem percebi o quão perto de mim ele estava, e só fui notar que ele havia soltado minha mão quando a senti subindo pelo meu braço coberto com a blusa, mas mesmo assim, seus dedos ainda me causavam arrepios. Contudo, seus olhos ainda não haviam se desviado dos meus, então eu continuei parada, só tentando decifrar as sensações que ele provocava em meu corpo.

Sua mão subiu até meu ombro, esbarrando em meu pescoço desnudo e parando na minha nuca. Já era tarde demais para impedi-lo quando entendi o que ele ia fazer.

A gargantilha vermelha com detalhes pretos foi desabotoada e escorregou pelo meu pescoço, caindo no chão alguns segundos depois. Todo o meu corpo se arrepiou quando senti sua mão passar de leve pela marca branca no meu pescoço, e ele finalmente desviou seu olhar do meu, seguindo a cicatriz de acordo com seus dedos que passeavam levemente por toda sua extensão. Fechei meus olhos e engoli em seco, abrindo-os lentamente depois. Seus olhos não mais estavam com aquele aspecto sarcástico, mas sim com algo que eu não poderia distinguir nem se quisesse. Aquela era a maneira “Loki” de sentir algo o mais perto de verdadeiro que ele conseguia, e não seria eu a quebrar esse limite. Na verdade, eu nem mesmo queria fazer isso.

Seus olhos se encontraram com os meus novamente e eu tomei uma decisão arriscada e completamente do momento. Estava cansada de tomar decisões baseadas no que os outros pensariam de mim; sempre fui impedida de fazer o que realmente queria por ter um pé atrás quanto a isso, mas agora… Eu não me importava mais. Se eu fizesse algo, seria por mim mesma, e só por mim.

Foda-se — xinguei, agarrando a borda de sua camisa e puxando-o contra mim, beijando-o novamente. Que. Se. Dane. Tudo. Isso. Com a mão que ele havia soltado, tentei abrir a maçaneta do meu quarto que fincava na minha coluna, até que me lembrei de uma coisa e choraminguei baixinho, afastando-me um pouco — Hope vai ac-

— Ela não vai ouvir nada — deu certeza, e foi quando eu percebi a leve mudança no ambiente que nos cercava. Ele tinha criado uma ilusão ao nosso redor. É, parece que eu estava realmente começando a gostar de magia… Um sorriso malicioso nasceu em meus lábios quando eu consegui abrir a porta e o puxei para dentro comigo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? O que acharam da Davina mostrando pro Loki quem manda? E da Hope descobrindo a verdade? Mereço comentários? Ahuahua
Então, prometo tentar postar mais um até o final deste mês, okay? Até, meus bebês lindos >.
P.S.: Viram que eu troquei as capas de Incomplete e Innocence? Hehe :P



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