Anjo De Cristal escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 8
Partida




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‘’Preciso ir por que aqui não pertenço mais, chegou a minha vez de partir. Partir para um dia voltar por ironia da vida... ’’

POV Maria

Estevão ligava de minuto em minuto para saber se algo acontecia com
Amara. Na ultima ligação falei que iria sair com Maite e Fabiana.
Estevão me pediu para que não levasse Amara, mas eu insisti para
levá-la.

—Maria. —Fabiana entra em meu quarto enquanto pego Amara. —Está
pronta?—Pergunta e sorri.

—Sim. Onde está Maite?—Pergunto curiosa.

—Está nos esperando no carro. —Fabiana fala com um enorme sorriso. —Nem
acredito que vocês duas vão comemorar comigo. —Fabiana fala contente.

—Com muito prazer. —Falo. —Vamos?

—Claro. —Fala e saímos do quarto. —E Estevão?

—Na empresa. Vive telefonando com medo de que algo aconteça com
Amara. —Falo e Fabiana me olha um pouco surpresa.

—Estevão não pode pensar em tantas coisas ruins. —Fala com sua voz
doce. —Tudo bem que deve se preocupar com você e Amara, mas não
precisa ficar tão paranóico. —Fala tentando me acalmar.

—Acho que isso em breve irá passar. —Falo quando chegamos ao carro.

—Vá no banco de trás.—Fala. Somente ela ficou na frente, eu e Maite
ficamos atrás com as crianças.

—Leandro, a Amara veio. —Maite fala e Leandro parece entender. Leandro
era uma mistura perfeita de Maite e Lorenzo. Era uma criança linda,
espero eu que Amara se pareça um pouco mais comigo quando estiver
maior.

—Amara não poderia deixar o amigo dela sozinho. —Falo e sorrio.

—Espero que esta tarde seja a melhor de toda a minha vida. —Fala
Fabiana nos olhando pelo espelho do carro.

—Vamos logo, por favor. —Maite fala fingindo estar apressada.

—E como esta Letícia?—Pergunto. Letícia em breve ganharia seu filho.

—Ansiosa. —Maite e Fabiana respondem ao mesmo tempo. Fabiana por um
minuto ficou nervosa e Maite sorriu. —É que eu me sinto... É que eu
sinto que preciso ficar perto da Letty. Dai tudo que se refere á ela
eu respondo.

—Você daria uma boa mãe. —Falo e ela me olha um pouco triste.

—Ainda está em tempo. —Maite fala e Fabiana sorri.

—Chegamos. —Fabiana fala e eu me dou conta de quanto conversamos. —Agora
o show começa.

POV Estevão

Não me sentia nada bem. Estava impaciente, nervoso e sem paciência
alguma para olhar todos os papéis que eu e Lorenzo precisávamos olhar.
Ele e Heitor tentavam me distrair, tirar meus pensamentos de Maria e
Amara. Impossível...

—Tente se concentrar aqui, papai. —Heitor fala pedindo pela milésima vez.

—Deixe ele, Heitor. Amara é a mais nova princesa dele. —Lorenzo fala brincando.

—Eu me sinto mal.—Falo.

—Mal por estar longe da mamãe e da Mara?—Heitor me pergunta e eu o
fuzilo com os olhos.

—Já disse para não chamar sua irmã de "Mara”. —Falo e Lorenzo me olha
surpreso. —Me desculpem.

—Se acalme, homem. —Lorenzo pede. —De noite irá vê-las.

—Isso mesmo. —Heitor concorda com Lorenzo para tentar me acalmar.

POV Letícia

Mesmo eu estando afastada de meu trabalho, eu tentava tirar alguma
idéia sobre os seqüestradores de crianças. Eu tentava não me preocupar
muito por causa da minha gravidez, mas era algo impossível. O olhar de
cada mãe para mim... Olhares com um profundo desespero.

—Espero nunca sentir tal coisa. —Falo olhando para os papéis. O
telefone toca e eu rapidamente atendo. —Alô?

—Letícia?—Era Rafael. —Letícia tudo bem?—Ele me pergunta e eu fico sem
reação. Eu coloco uma das minhas mãos em meu ventre e rapidamente
termino a ligação.

—O que ele queria?—Pergunto para mim mesma tentando me controlar. —Não vou me preocupar. —Falo começando a chorar. Era um choro de raiva,
muita raiva.

Ele mesmo disse que nossa relação estava ficando "fria” e então decidiu ir embora. Não poderia dizer para ele que eu estava grávida, logo ele iria querer se aproximar de mim. E eu não poderia deixar meu filho em um inferno que seria a nossa convivência.

—Henrique, você será bem diferente dele. Muito diferente. —Falo
passando minhas mãos em meu ventre. —Agora venha me "ajudar” á tentar
solucionar este caso.—Falo voltando ao trabalho.

Eu vou deixar Rafael ir embora de vez de minha vida. Nem mesmo
Henrique irá me lembrar Rafael, não mesmo.

POV Maria

A tarde com Maite e Fabiana foi uma das melhores, tanto que quando nos
viemos dar conta já era noite. Decidimos ir para casa, mas quando
estávamos saindo do restaurante Fabiana disse esquecer a sua bolsa
dentro do restaurante.

—Vamos esperar aqui. —Falo na frente do restaurante com Amara nos
braços. Maite tentava se conter com Leandro adormecido em seus braços.

—Ele está enorme.—Maite fala orgulhosa. Então algo de surpreendente aconteceu.

Um carro preto com seus vidros fumê parou bruscamente na nossa frente.
Três pessoas com os rostos cobertos por máscaras desceram dele e
vieram para cima de mim e de Maite.

—O que? Não, não, não!—Falo assim que uma dessas pessoas arranca Amara dos meus braços. Sou empurrada com força e acabo caindo no chão. Maite brigava com um homem, ainda com Leandro nos braços. Ele consegue
tirar Leandro dos braços de Maite e a empurra a fazendo bater a cabeça no chão e desmaiando.

Eles vão embora enquanto os seguranças tentam os pegar, mas já era
tarde. Eu mal via para onde eles estavam indo. Eu estava complemente
tonta. Apenas escutava o eco da voz de Fabiana pedindo ajuda.

—Amara... —Falo tentando me levantar, mas caio e acabo apagando ali mesmo.

(...)

Era o mesmo jardim, mas agora eu decidia ir atrás de Amara. A única
coisa que eu conseguia descobrir era que eu estava em uma fazenda. De
longe avistei um homem e uma mulher com dois filhos pequenos brincando
na grama.

—Maria esta assim faz três dias. —Escuto a voz de Estevão.

—Maite também. A pancada em sua cabeça afetou em tudo. —Era Lorenzo que falava. —Vamos deixá-la sozinha. —Fala e logo escuto passos e o som da
porta se fechando.

Eu me lembro de tudo o que aconteceu: seqüestraram Amara e Leandro
faz três dias. E por três dias eu e Maite não acordamos.

Fiz um enorme esforço para abrir os olhos, e por fim os abri. Tirei a
máscara de oxigênio do meu rosto. Sai da cama desesperada procurando
por Amara, mas era algo impossível. Minha filha devia estar longe o suficiente para que eu nunca mais a veja.

—Mãe?—Heitor fala ao me ver sair do quarto.

—Onde está Amara?—Pergunto entrando em desespero. —Onde está a minha filha?

—Mamãe, se acalme!—Meu filho mais velho exclama me segurando.

—Heitor, em qual inferno minha filha foi parar?—Pergunto com ódio só
pelo o que pode acontecer com Amara.

—Não sei onde minha irmã está mamãe. —Ele me fala chorando. Heitor
parecia não se agüentar de tanta dor. —Faz dias que a procuram... E faz dias que não sabem de nada. —Fala angustiado. —Perdemos Amara para sempre, mamãe.

POV Ana Rita

Leandro e Regina eram duas crianças perfeitas, calmas e simpáticas. No inicio Regina estranhou o novo ambiente, o que me deixou extremamente preocupada. Mas depois de alguns dias minha filha se acostumou com a sua casa, a casa qual ela iria crescer e construir sua vida. Francisco não soltava Leandro, era o mais novo companheiro dele para tudo.

—Não irá deixar nosso filho descansar?—Pergunto irônica com Amara em meus braços.

—Não, de nenhuma maneira. —Francisco fala brincando com Leandro. O meu pequeno dava gargalhadas toda vez que Francisco o colocava para o alto.

—Cuidado para não machucá-lo. —Falo.

—Nunca farei isso. —Meu marido fala ainda brincando com Leandro.


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Notas finais do capítulo

Todo mundo chorando :////////
Reviews?!



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